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Coronavírus, isolamento social e saúde psicológica

A reflexão a ser desenvolvida aqui leva em consideração o contexto no qual


estamos inseridos, pretendemos refletir sobre a situação do Brasil diante do novo vírus,
da conjuntura internacional determinada pelo estado de pandemia, suas implicações
psicológicas e consequências cotidianas decorrentes do confinamento social adotado
para combater o COVID-19.
É sabido que precisamos frear coletivamente a explosão de contaminação desse
novo vírus a fim de salvar o Sistema de Saúde do colapso, caso contrário, o número de
mortes pode ser gritante e o impacto social pode nos levar a uma crise catastrófica: no
melhor dos cenários, alguns milhares de mortes, e no pior, quase milhão e meio de
óbitos. Nesse sentido, a grande mídia exerce a função de informar a população sobre o
quadro que vivenciamos, mas se coloca uma opção que se ela mesma foi contra em
momentos anteriores, assim que é ressuscitada a intervenção do Estado: quando fica
claro que o Mercado e mão invisível são incapazes de prover soluções concretas para a
crise, a necessidade de ação do Estado entra na ordem do dia.
Não obstante, as consequências sociais a longo prazo são desastrosas e as
previsões pessimistas que nos alertam para a gravidade da situação apontam também
para a necessidade de cada um fazer um seu trabalho individualmente, a fim de que o
bem-comum seja maximizado e alcançado. Para alguns, o que foi colocado em questão
aqui não possui valor; em outras palavras, para alguns, vidas humanas parecem não
possuir tanta importância diante da possibilidade de uma crise do capitalismo e de uma
depressão maior do que a histórica crise de 1929-30.
Destarte, essas preocupações irracionais com a Economia e a consequente
negligência com a Saúde do coletivo acarretam novas pressões psicológicas que recaem
sobre os indivíduos de forma ainda mais intensa. Por se tratar de um problema de saúde
global, a situação demanda de soluções que venham de todos. A exigência que cada um
faça sua parte é mais uma cobrança que a vida em sociedade produz e tende a reproduzir
em tempos de crises como a que vivemos hoje. O período de confinamento, a longo
prazo, potencializa essas pressões e acomete a saúde psicológica das pessoas em níveis
incrivelmente estressantes. Mais do que nunca, precisamos de válvulas de escape para
liberar essa pressão social, e a necessidade de desenvolver estratégias para superar essa
crise de forma saudável é uma das palavras do dia.
Mas como responder a tudo isso à altura? O que fazer para cuidar da saúde
mental quando se há um dilema entre trabalhar para sobreviver e se isolar para se cuidar
sem qualquer resguardo financeiro?
Algumas dessas válvulas de escape são de conhecimento da maioria das pessoas,
mas as possibilidades foram – de certa forma – limitadas pelo isolamento social, e pelo
distanciamento adotados. Por exemplo, sair para beber com os amigos tende a se tornar
inviável no contexto em que vivemos, além de outras tantas situações de aglomeração
que não são recomendadas ou ainda proibidas pelas autoridades sanitárias e
epidemiológicas. Em contrapartida, a intensidade com a qual fazemos uso das redes
sociais pode ser um outro fator que influencia o estado da saúde psicológica. Há estudos
que comprovam a nocividade das redes, e o quanto elas podem nos prejudicar, portanto,
o uso deve ser dosado, e se possível, minimizado. Em benefício da nossa saúde
psicoemocional, devemos dar preferência à leitura (principalmente de livros), e dedicar
algum tempo para maratonar filmes, séries, animações, etc. Outra boa opção são os
jogos online, onde pode-se exercitar o cérebro com estratégias diversas, a depender do
tipo de jogo que se escolhe.
Cuidar da saúde física pode ser outra boa alternativa, principalmente se levarmos
em consideração o fortalecimento do sistema imunológico através do consumo de
alimentos que o fortaleçam. As condições fenotípicas de cada um, além das condições
materiais podem causar dificuldades a esse processo. Mas fortalecer o sistema de defesa
natural do corpo pode ser tão eficaz quanto lavar as mãos com água e sabão, mas ambos
possuem limitações e adaptações ao contexto de cada um, e não precisa entrar em
pânico se faltar álcool em gel, afinal essa opção é somente recomenda quando estamos
fora de casa; lavar as mãos é mais fácil e eficaz do que usar incessantemente o álcool.

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