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SALINAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2018
LUCAS PEREIRA SANTOS
SALINAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2018
LUCAS PEREIRA SANTOS
_________________________________ ____________________________________
Prof. MSc. Anderson Vantui Nobre Vieira Prof. MSc. Leonardo Martins do Nascimento
Convidado Convidado
______________________________________________
Prof. MSc. Marco Aurélio Meira Fonseca
Orientador
SALINAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2018
“Nós, ainda que, como licenciados, temos a
capacidade de desenvolver pesquisas na área
específica e ir além dos estudos da graduação. No
entanto, como educadores, temos a obrigação
(seja por pesquisas, debates ou por tentativas de
novas práticas de ensino) de sempre buscar uma
educação melhor.”
Lucas Pereira Santos
Dedico este trabalho a minha magnífica mãe
Glória e a minha avó Maria (in memorian).
Tudo que tenho e sou devo a elas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois creio que Ele seja o grande responsável por
conduzir-me ao caminho do bem, do conhecimento e do justo.
A alguns familiares, pela ajuda, carinho e incentivo. Em especial, à Miguel Francisco
que sempre me incentiva e me motiva, além de sempre acreditar em meu crescimento e
potencial.
Aos meus colegas, em especial os que sempre compartilhamos momentos de
aprendizagem, dificuldade e desespero (risos), mas também momentos de alegria e
descontração, debates e alegrias. Entre eles, Alesson, Aline, Daniel, Darlei, Bia, Eudoxa, Fábio,
Marcella, Mayara, Raquely, Tamires e Tati.
De modo especial, à Tamires pela colaboração e ajuda em todos esses anos. À Darlei
pela amizade construída, conselhos e debates que sempre nos rendeu aprendizagem e
experiência pela reflexão.
Agradeço aos professores, por toda aprendizagem, auxílio quando necessário, parceria
em pesquisas e disposição em colaborar no meu conhecimento e formação. Em especial ao
professor orientador deste trabalho, Marco Aurélio, pela disponibilidade em me orientar, pela
paciência e conhecimento passado a mim durante a realização deste.
Aos professores Anderson e Leonardo, por terem aceitado meu convite para compor a
banca e colaborar efetivamente na construção e discussões a fim de enriquecer o trabalho.
Agradeço a todos que colaboraram de forma direta ou indiretamente na minha
formação e trajetória acadêmica.
Enfim, a todos que torceram e torcem pelo meu sucesso.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 13
2.1. Álgebra .......................................................................................................................... 13
2.2. Cálculo Numérico .......................................................................................................... 14
2.3. O software GeoGebra .................................................................................................... 15
3. METODOLOGIA.......................................................................................................... 17
4. MÉTODOS NUMÉRICOS ITERATIVOS ................................................................... 18
5. MÉTODO DA BISSECÇÃO ........................................................................................ 19
6. MÉTODO DA POSIÇÃO FALSA ............................................................................... 25
7. MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON ......................................................................... 29
10. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 39
LISTA DE FIGURAS
Este trabalho busca a elaboração de um estudo com os principais métodos numéricos para o
cálculo das raízes reais de equações não lineares. Sabe-se que para resolver problemas de
equações não lineares não existem fórmulas resolventes, sendo necessário o uso de métodos
numéricos. Nestes métodos, é possível observar três fases: a formulação do problema, a escolha
do método de resolução e por fim, o cálculo numérico da solução aproximada. É importante
ressaltar que temos duas classificações para as equações, diante das algébricas uma equação
linear é aquela onde todas as incógnitas são de grau um; de maneira análoga toda equação onde
ao menos uma incógnita tem grau diferente de um, torna-se uma equação não linear. Além das
equações algébricas temos também as equações transcendentes, onde todas deste tipo são tidas
como não lineares. Tratando-se de um trabalho que aborda o estudo de conteúdos específicos
da Matemática, no caso, a Álgebra Linear e o Cálculo Numérico, fez-se uma revisão
bibliográfica. Desta forma, ao interligarmos o estudo destas áreas da Matemática vamos analisar
as equações não lineares e compreender os principais métodos de resolução e quando utilizá-
los. Portanto a relevância desta pesquisa está no aprofundamento de conteúdos não ofertados
pelos cursos de graduação em Licenciatura em Matemática, tornando assim uma
complementação na formação, além de ampliar o conhecimento do estudante pesquisador,
contudo ofertaremos à comunidade um material para a promoção de tal estudo e incentivar
novas possibilidades na pesquisa local.
This work seeks the elaboration of a study with the main numerical methods for calculating the
real roots of nonlinear equations. It is known that to solve problems of nonlinear equations there
are no solver formulas, being necessary the use of numerical methods. In these methods, it is
possible to observe three phases: the formulation of the problem, the choice of the resolution
method and, finally, the numerical calculation of the approximate solution. It is important to
emphasize that we have two classifications for the equations, before the algebras a linear
equation is one where all the unknowns are of degree one; in an analogous way every equation
where at least one unknown has a degree other than one becomes a non-linear equation. Besides
the algebraic equations we also have the transcendent equations, where all of these are
considered as non-linear. In the case of a study that deals with the study of specific contents of
Mathematics, in this case, Linear Algebra and Numerical Calculus, a bibliographical review
was made. Thus, by interconnecting the study of these areas of Mathematics we will analyze
the non-linear equations and understand the main methods of resolution and when to use them.
Therefore, the relevance of this research is in the deepening of content not offered by
undergraduate courses in Mathematics Degree, thus making a complementation in the training,
besides expanding the knowledge of the student researcher, however we will offer to the
community a material for the promotion of such study and encourage new possibilities in local
research.
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Álgebra
Com o passar dos tempos, assim como toda ciência, a Álgebra também evoluiu, como
afirma Milies (2014), chegando finalmente a se desenvolver notações apropriadas,
possibilitando determinar “fórmulas gerais” para resolução de equações e debates sobre
métodos de trabalhos “gerais”. Diante disso, a Álgebra torna-se fundamental na Matemática
Moderna, tendo sua aplicação nas mais diversas áreas do conhecimento, como Engenharia,
Arquitetura, Urbanismo, Transporte, Economia e outros.
Relembrando o conceito de equações, temos que uma equação é a igualdade entre duas
expressões matemáticas onde é necessário determinar valores das variáveis ou ainda, é a
redução de um problema a ponto de facilitar a determinação da solução (BARRICO, 2017).
14
Sabe-se que o objetivo deste trabalho é chegar ao estudo das equações não lineares.
Segundo Souza (2015, p.27): “Resolver um sistema de equações não lineares é um problema
que é evitado sempre quando possível, habitualmente através da aproximação do sistema não
linear por um sistema de equações lineares”. Assim, pretende-se estudar e buscar soluções
destas equações utilizando a aproximação do sistema e/ou métodos iterativos. Nesse contexto,
o estudo estará diretamente associado aos métodos numéricos iterativos, onde abordaremos o
método, analisaremos exemplos e discutiremos sobre as vantagens e desvantagens de cada um.
entre outras; adotaremos algumas dessas aplicações como exemplo neste estudo. Podemos
também definir os Métodos Numéricos como “[...] um conjunto de procedimentos utilizados
para transformar um modelo matemático num problema numérico ou um conjunto de
procedimentos usados para resolver um problema numérico” (SPERANDIO; MENDES;
SILVA, 2003, p.3).
É importante ressaltar que a resolução analítica do problema é uma resposta exata do
problema onde se encontra uma expressão matemática ligada às variáveis do problema, já a
solução numérica busca aproximação ao valor numérico como solução do problema
(BURDEN; FAIRES, 2008).
Existem diversos métodos de resolução, no entanto, Ramos (2015, p.23) enaltece que:
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa é caracterizada como uma pesquisa básica, com vista em estudar sobre
o tema abordado. Segundo Kauark (2010, p.26), “a pesquisa básica objetiva gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve
verdades e interesses universais”. Dessa forma pretende-se estudar os problemas não lineares
da Matemática, este material servirá de roteiro para discentes e docentes interessados na área.
Optamos nesta pesquisa pela abordagem qualitativa, utilizando da pesquisa
bibliográfica para construção do conhecimento e justificativa deste. Conforme Kauark (2010,
p.26), a pesquisa qualitativa
Delimitamos a pesquisa como bibliográfica, a qual Marconi e Lakatos (2003, p.82) diz
que tem como finalidade “colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito,
dito ou filmado sobre determinado assunto”. Assim, completa-se a definição com Köple (1997,
p.22) como:
A coleta de dados foi realizada pela análise de artigos e livros recorrentes ao tema,
principalmente os já mencionados, Boldrini (1980) com “Álgebra Linear” e Puga, Tárcia e Paz
(2009) com “Cálculo numérico”. A pesquisa teve apenas o autor como sujeito da pesquisa, no
qual, analisará a bibliografia recorrida.
Usou-se a metodologia de descrever sobre os métodos utilizados para tais resoluções,
apontando problemas e exemplificando as resoluções; assim, tem-se como resultado final um
material de estudo para profissionais da área de Matemática e afins. Esta pesquisa se caracteriza
inicialmente como exploratória descritiva, pois busca gerar conhecimento sobre algo não muito
conhecido de modo a promover a reflexão sobre o assunto (GIL, 2010). Assim, fez-se a
comparação entre os principais métodos, buscando apontar as principais vantagens e
desvantagens destes.
18
5. MÉTODO DA BISSECÇÃO
Se 𝑓 (𝑥 ) = 0, achamos a raiz procurada, sendo ela o ponto médio de (a, b). Caso
contrário, segue que:
Se 𝑓 (𝑥 ) ∗ 𝑓 (b) < 0, a raiz está entre o intervalo 𝑥 e b.
Ou, se 𝑓 (a) ∗ 𝑓 (𝑥 ) < 0, a raiz está entre a e 𝑥 .
Essa análise é repetida sucessivamente a cada aproximação, note que, a cada iteração
estamos reduzindo o intervalo sempre à metade.
Exemplo 1: Calcular a raiz real da função não linear 𝑓 (𝑥) = 𝑥 + cos 𝑥 com erro 𝜀 =
0,1 e intervalo inicial [−2,2].
Inicialmente calculemos o número de iterações necessárias, assim:
log(2 + 2) − log 0,1
𝑛> = 5,3219.
log 2
Então 𝑛 = 6.
21
1° Iteração
Sabemos que nosso 𝑥 = = 0.
2° Iteração
Desta forma, na segunda iteração temos que a = −2 e b = 0. Calculando o novo valor
de 𝑥 , temos que:
−2 + 0
𝑥 = = −1
2
3° Iteração
Diante disso, na terceira iteração temos que a = −1 e b = 0. Calculando o novo valor
de 𝑥 , temos que:
−1 + 0
𝑥 = = −0,5
2
Analisando mais uma vez, temos:
𝑓 (𝑎) = −1 + cos(−1) = −0,4596
𝑓 (𝑥 ) = −0,5 + cos(−0,5) = 0,3775
𝑓 (𝑏) = 0 + cos 0 = 1
Assim, 𝑓 (𝑎) ∗ 𝑓 (𝑥 ) = −0,4596 ∗ 0,3775 < 0 o que nos garante que existe uma
raiz no intervalo [𝑎, 𝑥 ] 𝑜𝑢 [−1; −0,5].
4° Iteração
Na quarta iteração temos que a = −1 e b = −0,5. Então, calculemos o valor de 𝑥 :
−1 − 0,5
𝑥 = = −0,75
2
Fazendo uma nova análise, temos que:
𝑓 (𝑎) = −1 + cos(−1) = −0,4596
𝑓 (𝑥 ) = −0,75 + cos(−0,75) = −0,0183
𝑓 (𝑏) = −0,5 + cos(−0,5) = 0,3775
Portanto, 𝑓 (𝑎) ∗ 𝑓 (𝑥 ) > 0 e 𝑓 (𝑥 ) ∗ 𝑓 (𝑏) = −0,0183 ∗ 0,3775 < 0, o que nos
garante que existe uma raiz no intervalo [𝑥 , 𝑏] ou [−0,75; −0,5].
Abaixo vemos a figura 2 que representa graficamente esta etapa, onde em verde vemos
a função 𝑓 (𝑥) = 𝑥 + cos 𝑥, tracejado em azul o intervalo [a, b] = [−0,75; −0,5] e em
vermelho a raiz 𝜆, da qual estamos buscando a melhor aproximação para defini-la.
23
Figura 3. Gráfico da função 𝒇(𝒙) = 𝒙 + 𝒄𝒐𝒔(𝒙) no intervalo [−𝟎, 𝟕𝟓; −𝟎, 𝟓].
Fonte: Própria (2018)
5° Iteração
Na quarta iteração temos que a = −0,75 e b = −0,5. Então, calculando o novo
valor de 𝑥 , temos que:
−0,75 − 0,5
𝑥 = = −0,625
2
Fazendo uma nova análise, temos que:
𝑓 (𝑎) = −0,75 + cos(−0,75) = −0,0183
𝑓 (𝑥 ) = −0,625 + cos(−0,625) = 0,1859
𝑓 (𝑏) = −0,5 + cos(−0,5) = 0,3775
Diante disso, 𝑓 (𝑎) ∗ 𝑓 (𝑥 ) = −0,0183 ∗ 0,1858 < 0 o que nos garante que existe
uma raiz no intervalo [𝑎, 𝑥 ] ou [−0,75; −0,625].
6° Iteração
Como pré-estabelecido, essa é a última iteração necessária, nela temos a = −0,75 e
b = −0,625. Calculando o valor de 𝑥 :
−0,75 − 0,625
𝑥 = = −0,6875
2
Por fim, concluímos então que o valor aproximado da raiz é 𝜆 = −0,6875.
24
Podemos observar que nas análises o mais importante é o sinal de cada função,
portanto, uma maneira habitual para resolver exercícios assim é construindo uma tabela,
conforme Tabela 1 para análise, no entanto, ela não dispensa os cálculos aqui realizados e deve
ser preenchida de forma gradativa. Para melhor visualização, optamos em apresentá-la apenas
no final.
Exemplo 2: Calcule a raiz real da função não linear 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 7𝑥 + 2 com erro
𝜀 = 0,01 no intervalo inicial [2,3].
1° Iteração
Neste exemplo vamos mostrar como preencher a Tabela 2 de forma gradativa.
Inicialmente temos que a = 2 e b = 3, assim nosso primeiro passo é calcular 𝑓(𝑎) e 𝑓(𝑏),
sendo:
𝑓(𝑎) = 𝑓 (2) = 2 − 7(2) + 2 = −4
𝑓 (𝑏) = 𝑓 (3) = 3 + −7(3) + 2 = 8
Podemos notar que o valor de 𝑓(𝑥 ) > 0,1; neste caso continuamos as iterações,
podemos observar também que 𝑓 (𝑥 ) tem o sinal negativo, desta forma, a raiz está entre (𝑥 ) e
𝑏, uma vez que, tem sinais opostos. A seguir apresentamos a Figura 3 que representa o gráfico
da função e os pontos utilizados nesta primeira iteração.
2° Iteração
Na segunda iteração assumimos os valores de a = 2,3333 e b = 3, 𝑓(a) = −1,6299
e 𝑓(b) = 8. Calculando o valor de 𝑥 temos que:
2,3333(8) − 3 (−1,6299)
𝑥 = = 2,4461
8 − (−1,6299)
27
3° Iteração
Na terceira iteração temos os valores de a = 2,4461 e 𝑓 (a) = −0,4867, temos
também que, 𝑏 = 3 e 𝑓(𝑏) = 8. Calculando o valor de 𝑥 temos que:
2,4461(8) − 3(−0,4867)
𝑥 = = 2,4778
8 − (−0,4867)
4° Iteração
Na quarta iteração temos os valores de a = 2,4778 e 𝑓(a) = −0,1324, temos também
que, b = 3 e 𝑓(b) = 8. Calculando o valor de 𝑥 temos que:
2,4778(8) − 3(−0,1324)
𝑥 = = 2,4863
8 − (−0,1324)
28
5° Iteração
Na quinta iteração temos os valores de a = 2,4863 e 𝑓(a) = −0,0345, temos também
que, b = 3 e 𝑓(b) = 8. Calculando o valor de 𝑥 temos que:
2,4863(8) − 3(−0,0345)
𝑥 = = 2,4885
8 − (−0,0345)
Agora, verificaremos se o resultado já atende o problema estudado:
𝑓(𝑥 ) = 𝑓 (2,4885) = (2,4885) − 7(2,4885) + 2 = −0,0092
Portanto, podemos notar que 𝑓(𝑥 ) < 0,1; por isso, assumimos como solução do
problema 𝑓(𝑥 ) = 2,4885; com 𝜀 = −0,0092 = |−0,0092| < 0,01.
Desta forma, temos a Tabela 6:
7. MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON
1° Iteração
Adotaremos como valor inicial o 𝑥 = 2, assim definimos que 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 2 e
𝑓 (𝑥) = 3𝑥 , desta forma, calculamos os valores de 𝑓(2) e 𝑓′(2).
𝑓(2) = (2) − 2 = 6
𝑓 (2) = 3 ∗ (2) = 12
Assim, devemos calcular o valor de 𝑥, que será o novar de 𝑥 para essa iteração:
𝑓(𝑥 ) 6
𝑥=𝑥 − = 2− = 1,5
𝑓 (𝑥 ) 12
Nesse momento devemos verificar se o resultado já é suficiente para ser aceito, assim
calculamos:
|1,5 − 2| = |−0,5| = 0,5 > 𝜀
Assim, verificamos que o valor de 𝑥 ainda não satisfaz a condição inicial, nesse caso
fazemos mais uma vez o processo de iteração.
31
2° Iteração
Nessa iteração, consideramos 𝑥 = 1,5 e calculamos:
𝑓(1,5) = (1,5) − 2 = 1,375
𝑓 (1,5) = 3 ∗ (1,5) = 6,75
Calculando o novo valor de 𝑥, temos:
1,375
𝑥 = 1,5 − = 1,29629
6,75
Verificando a condição inicial de erro, percebemos que:
|1,29629 − 1,5| = 0,2037 > 𝜀
Assim, notamos que o valor obtido ainda não é suficiente, diante disso, repetimos o
método.
3° Iteração
Na terceira iteração temos o valor de 𝑥 = 1,29629 assim, continuamos calculando:
𝑓(1,29629) = (1,29629) − 2 = 0,17824
𝑓 (1,29629) = 3 ∗ (1,29629) = 5,0411
Calculando o novo valor de 𝑥, temos:
0,17824
𝑥 = 1,29629 − = 1,2609
5,0411
Verificando se o resultado satisfaz o erro solicitado, temos que:
|1,2609 − 1,29629| = 0,03539 > 𝜀
Assim, notamos que o valor obtido ainda não é suficiente, diante disso, repetimos o
método.
4° Iteração
Na quarta iteração temos o valor de 𝑥 = 1,2609 e assim, devemos calcular:
𝑓(1,2609) = (1,2609) − 2 = 0,00466
𝑓 (1,2609) = 3 ∗ (5,0411) = 4,7696
0,00466
𝑥 = 1,2609 − = 1,25992
4,7696
Verificando a condição inicial de erro, percebemos que:
|1,25992 − 1,2609| = 0,00098 < 𝜀
Assim, podemos concluir que o valor de 𝑥 = 1,25992 além de satisfazer o erro
inicial, também é o valor numérico aproximado da equação 𝑥 − 2 = 0.
32
8. METODO DA SECANTE
Acredita-se que este método surgiu pelo Método de Newton-Raphson, porém, há fatos
históricos que revelam o uso do Método da Secante há 3000 anos antes, podendo ser encontrado
em tabuletas de argila na Babilônia e no Papiro Rhind (documento histórico de cerca de 1650
a.C.) egípcio (RAMOS, 2015, p. 31).
A principal desvantagem de utilizar o Método de Newton-Raphson é a necessidade de
calcular a 𝑓′(𝑥 ) e depois obter o seu valor numérico a cada iteração. Com isso se desenvolveu
o Método da Secante, que substitui a derivada 𝑓′(𝑥 ) pelo quociente das diferenças, assim:
𝑓(𝑥 ) − 𝑓(𝑥 )
𝑓 (𝑥 ) ≈ 𝑓(𝑥 ) −
(𝑥 ) − (𝑥 )
onde (𝑥 ) e (𝑥 ) são duas aproximações para a raiz, onde a primeira é a mais recente
encontrada e a outra sua antecessora imediata. Substituindo a equação acima no Método de
Newton-Raphson temos:
𝑓(𝑥 )
𝑥=𝑥 − ( ) ( )
( )
desenvolvendo, encontramos:
𝑓(𝑥 ) ∗ (𝑥 − 𝑥 )
𝑥=𝑥 −
𝑓(𝑥 ) − 𝑓(𝑥 )
Após as alterações feitas aqui, o método passa a se chamar Método da Secante. Diante
disso, iniciamos sua aplicação determinando os valores iniciais como 𝑥 e 𝑥 .
Exemplo 4: Calcule ao menos duas raízes reais da função 𝑓(𝑥) = 𝑒 − 3𝑥 com 𝜀 <
0,01.
Como não nos foi dado os valores inicias, devemos estimular alguns valores de 𝑓(𝑥)
no intuito de acharmos a mudança de sinal, ou seja, 𝑓(𝑎) ∗ 𝑓(𝑏) < 0. Diante disso, estipulamos
e calculamos da seguinte forma:
𝑓(0) = 𝑒 − 3 ∗ (0) = 1
𝑓(1) = 𝑒 − 3 ∗ (1) = −0,2817
𝑓(2) = 𝑒 − 3 ∗ (2) = −4,6109
𝑓(3) = 𝑒 − 3 ∗ (3) = −6,9144
𝑓(4) = 𝑒 − 3 ∗ (4) = 6,5981
33
Portanto, percebemos que 𝑓(0) ∗ 𝑓(1) < 0 e 𝑓(3) ∗ 𝑓(4) < 0; com isso, poderemos
atribuir os valores iniciais [0;1] e [3;4] para iniciar as iterações em busca das raízes aproximadas
suficientemente aceitas.
1° Iteração – 1° Caso
Neste primeiro caso, usaremos como valores iniciais o intervalo [0;1]. Com isso, temos
que:
𝑓(𝑥 ) ∗ (𝑥 − 𝑥 )
𝑥=𝑥 −
𝑓(𝑥 ) − 𝑓(𝑥 )
−0,2817 ∗ (1 − 0)
𝑥 =1− = 0,7802
−0,2817 − 1
,
Calculando o valor de 𝑓(𝑥) temos que 𝑓(0,7802) = 𝑒 − 3 ∗ (0,7802) =
0,3557 o que representa |0,3557| > 𝜀; o que nos garante que devemos fazer nova iteração.
2° Iteração – 1° Caso
Temos até aqui que 𝑥 = 0,7802 e 𝑓(𝑥 ) = 0,3557; além de 𝑥 = 1 e 𝑓(𝑥 )=
−0,2817. Substituindo na fórmula, encontraremos que:
0,3557 ∗ (0,7802 − 1)
𝑥 = 0,7802 − = 0,9028
0,3557 − (−0,2817)
,
Calculando a imagem desse número, temos que 𝑓(0,9028) = 𝑒 −3∗
(0,9028) = 0,0213 onde |𝑓(𝑥)| = |0,0213| > 𝜀 = 0,01. Portanto, devemos continuar as
iterações.
3° Iteração – 1° Caso
Consideramos que 𝑥 = 0,9028 e 𝑓(𝑥 ) = 0,0213; além de 𝑥 = 0,7802 e
𝑓(𝑥 ) = 0,3557. Substituindo na fórmula, encontraremos que:
0,0213 ∗ (0,9028 − 0,7802)
𝑥 = 0,9028 − = 0,9106
0,0213 − 0,3557
,
Calculando 𝑓(𝑥) temos que 𝑓(0,9106) = 𝑒 − 3 ∗ (0,9106) = −0,0017; isso
representa |𝑓(𝑥)| = |−0,0017| < 𝜀 = 0,01. Com isso, 𝑥 = 0,9106 é a nossa raiz aproximada
suficientemente aceita pelo que se pede.
Agora, utilizaremos o segundo intervalo para encontrarmos mais uma raiz real desta
função.
1° Iteração – 2° Caso
Aqui, temos o intervalo inicial [3;4], relembrando que a fórmula desenvolvidas para
este método é:
𝑓(𝑥 ) ∗ (𝑥 − 𝑥 )
𝑥=𝑥 −
𝑓(𝑥 ) − 𝑓(𝑥 )
35
2° Iteração – 2° Caso
Temos até aqui que 𝑥 = 3,5117 e 𝑓(𝑥 ) = −3,4909; além de 𝑥 = 4 e 𝑓(𝑥 )=
6,5981. Substituindo na fórmula, encontraremos que:
(−3,4909) ∗ (3,5117 − 4)
𝑥 = 3,5117 − = 3,6806
(3,4909) − 6,5981
,
Calculando a imagem desse número, temos que 𝑓(3,6806) = 𝑒 −3∗
(3,6806) = −0,9706 onde |𝑓(𝑥)| = |−0,9706| > 𝜀 = 0,01. Portanto, devemos continuar as
iterações.
3° Iteração – 2° Caso
Consideramos que 𝑥 = 3,6806 e 𝑓(𝑥 ) = −0,9706; além de 𝑥 = 3,5117 e
𝑓(𝑥 ) = −3,4909. Substituindo na fórmula, encontraremos que:
36
4° Iteração – 2° Caso
Nesta iteração temos que 𝑥 = 3,7456 e 𝑓(𝑥 ) = 0,2458; além de 𝑥 = 3,6806 e
𝑓(𝑥 ) = −0,9706. Substituindo, temos que:
0,2458 ∗ (3,7456 − 3,6806)
𝑥 = 3,7456 − = 3,7324
0,2458 − (−0,9706)
,
Calculando a imagem desse número, temos que 𝑓(3,7324) = 𝑒 −3∗
(3,7324) = −0,0131 onde |𝑓(𝑥)| = |−0,0131| > 𝜀 = 0,01. Portanto, devemos continuar as
iterações.
5° Iteração – 2° Caso
Consideramos que 𝑥 = 3,7324 e 𝑓(𝑥 ) = −0,0131; além de 𝑥 = 3,7456 e
𝑓(𝑥 ) = 0,2458. Substituindo na fórmula, encontraremos que:
(−0,0131) ∗ (3,7324 − 3,7456)
𝑥 = 3,7324 − = 3,7330
(−0,0131) − 0,2458
,
Calculando 𝑓(𝑥) temos que 𝑓(3,7330) = 𝑒 − 3 ∗ (3,7330) = −0,0015; isso
representa |𝑓(𝑥)| = |−0,0017| < 𝜀 = 0,01. Com isso, 𝑥 = 3,7330 é a nossa raiz aproximada
suficientemente aceita pelo que se pede.
Portanto, conseguimos encontrar duas raízes reais como o exercício solicitou ao
utilizar somente o Método da Secante, no entanto, é importante salientar que recorrendo apenas
a este método (sem o apoio gráfico) não podemos garantir que estas sejam as únicas raízes reais
e como a proposta aqui era encontrar somente duas, não era do nosso interesse encontrar além
ou determinar exatamente quantas são.
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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
10. REFERÊNCIAS
BARRICO, Carlos Manuel Chorro Simões Barrico. Notas de aulas de Métodos Numéricos
Iterativos. Universidade Beira Interior. Departamento de Computação Científica. 2017.
Disponível em:
<https://www.di.ubi.pt/~cbarrico/Disciplinas/ComputacaoCientifica/Downloads/Capitulo%20
3%20-%20Metodos%20Numericos%20Iterativos.pdf>. Acesso em 15 de Abril de 2018.
BARROSO, Leônidas C. et. al., Cálculo Numérico (com Aplicações), 2a edição, Editora
Harbra, São Paulo, 1987.
BOLDRINI, José Luiz et al (Ed.). Álgebra Linear. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1980. 411 p.
BURDEN, R.; FAIRES, J. Análise Numérica. São Paulo: Cengage Learning, 8° edição,
2008.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PUGA, Leila Zardo; TÁRCIA, José Henrique Mendes; PAZ, Álvaro Puga (Ed.). Cálculo
Numérico. São Paulo: Lcte, 2009. 175 p.
RAMOS, Marcelo Sávio. Métodos numéricos com r: algumas notas sobre zeros de
funções. 2015. 95 f. TCC (Graduação) - Curso de Licenciatura em Matemática, Centro de
Ciências Tecnológicas, Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc, Joinville, 2015.
Disponível em:
<http://www.matematica.joinville.udesc.br/files/TGR/2015_1/TGR_Marcelo.pdf>. Acesso
em: 26 de Novembro de 2017.