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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL E

METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO

EMENTA: Os gêneros acadêmico/científicos e suas características. Condições para a produção do texto acadêmico: busca
e definição de temas relevantes, levantamento e formulação das questões e dos objetivos da pesquisa.
OJETIVOS: Identificar as características dos diferentes gêneros acadêmico/científicos;
Compreender as condições necessárias para a elaboração do texto acadêmico;
Discutir as características da produção dos textos acadêmicos, considerando o autor e o
destinatário, a circulação e efeitos pretendidos com a produção textual;
Elaborar o planejamento da produção textual identificando os elementos que compõem o
trabalho acadêmico;
Avaliar a relevância e pertinência das diferentes fontes de informação.

O estudo do método científico é a tentativa de discernir as atividades pelas quais o conhecimento é


alcançado. Entre as atividades frequentemente identificadas como características da ciência estão a
observação sistemática e a experimentação, o raciocínio indutivo e dedutivo, e a formação e teste de
hipóteses e teorias. Como estes são realizados em detalhe podem variar muito, mas características
como estas têm sido vistas como uma forma de demarcar a atividade científica da não-ciência.

O método científico deve ser distinguido dos objetivos e produtos da ciência, como conhecimento,
previsões ou controle. Métodos são os meios pelos quais esses objetivos são alcançados. O método
científico também deve ser distinguido da meta-metodologia, que inclui os valores e justificativas por
trás de uma caracterização particular do método científico.

O termo, metodologia, inclui todos os numerosos procedimentos, protocolos e técnicas diferentes para
adquirir e analisar dados de pesquisa. Esta apresentação introdutória é para leitores gerais! Descreve
como os métodos de pesquisa se originam, desenvolvem e amadurecem, explica como a metodologia
difere da instrumentação e aponta as razões pelas quais a metodologia tem tanta importância para a
ciência moderna.

Noções básicas sobre metodologia para pesquisa científica.

Os métodos visam produzir resultados de pesquisa que sejam precisos, repetíveis e válidos. Protocolos
detalhados são o coração da metodologia; eles fornecem instruções passo a passo sobre como coletar
dados corretos. Para garantir a reprodutibilidade dos experimentos, os métodos devem ser
explicitamente detalhados, utilizar uma progressão sequencial das operações e fornecer a conclusão da
coleta de dados; uma vez que os resultados começam a ser gerados, o pesquisador ou técnico deve
seguir exatamente o protocolo, ou então variáveis não reconhecidas podem distorcer os dados. Análise
de resultados de pesquisa constitui um aspecto distinto de qualquer metodologia, e muitas vezes é
focado em diferentes parâmetros estatísticos.

Por que os métodos são importantes para a ciência? A metodologia é vital porque: (1) permite que
experimentos e coleta de dados sejam repetidos, (2) detalha as condições usadas para produzir
resultados, e (3) explica o raciocínio para certas escolhas operacionais feitas para um dado
experimento ou medição. Sem metodologia adequada, os resultados da pesquisa tornam-se
desorganizados, irreproduzíveis e não confiáveis.

Como a metodologia difere da instrumentação?


2

Metodologia e instrumentação estão inter-relacionadas, mas também diferem. Os métodos dizem


exatamente como conduzir uma medição ou registrar dados experimentais, enquanto os instrumentos
são projetados para permitir que as operações de pesquisa sejam realizadas. Assim, os métodos sempre
enfatizam “como fazer” e os instrumentos fornecem as “ferramentas para fazê-lo”. Por analogia, a
metodologia é um roteiro informando ao motorista como viajar para um determinado destino, mas a
instrumentação é o automóvel para fazer essa viagem. Assim, ter a mais recente instrumentação
sozinha não é suficiente; também é necessário bons métodos para produzir com sucesso resultados de
pesquisa válidos. A maioria dos instrumentos de pesquisa vem com um manual detalhado, mas a
metodologia vai além, especificando as condições exatas para o uso do instrumento durante
experimentos específicos. A instrumentação moderna geralmente apresenta operações altamente
automáticas, de modo que tudo é feito sem muita intervenção do operador; isso usa uma metodologia
padronizada que é literalmente incorporada ao instrumento.

Onde a metodologia é encontrada?

A metodologia é encontrada em toda a pesquisa científica! A maioria das operações de pesquisa tem
protocolos preferidos que dão bons resultados. Esses protocolos são derivados de uso prévio por
numerosos cientistas, estudantes de pós-graduação. Alguns livros fornecem um exame crítico
detalhado dos métodos de pesquisa. Certas revistas profissionais modernas apresentam apenas novos
métodos e protocolos para algumas áreas da ciência experimental; outros periódicos mais típicos
geralmente incluem alguns artigos sobre novos métodos. Quase todos os relatórios de pesquisa
publicados devem incluem uma seção com uma descrição detalhada dos “Materiais e Métodos”,
normalmente este tipo de descrição são apresentados na introdução, e são utilizado para produzir os
resultados experimentais; essa seção é necessariamente muito importante, já que os experimentos
precisam dar os mesmos resultados quando conduzidos por outros pesquisadores em algum outro
estudo. Até mesmo estudos teóricos precisam ter alguma descrição dos métodos utilizados.

Observações conclusivas.

Métodos detalhados para a realização de pesquisas e coleta de dados experimentais são componentes
padrão da ciência moderna, e estão sempre em desenvolvimento. Os métodos permitem que medições
experimentais sejam feitas de uma maneira reprodutível que forneça resultados úteis e confiáveis.
Embora muitas vezes oculto, boa metodologia é necessária para o progresso da pesquisa na ciência.

OS TIPOS DE CONHECIMENTO

Antes de falarmos da importância da metodologia científica para teologia, é necessário discorrermos


de forma sucinta sobre os quatro tipos essenciais de conhecimento existente: conhecimento popular,
conhecimento científico, conhecimento filosófico e conhecimento religioso ou teológico.

Conhecimento Popular, também chamado vulgar, de bom senso, senso comum ou empírico, nasce da
experiência do ser humano no dia-a-dia. Esse conhecimento vem da experiência da vida, ou seja, um
conhecimento popular e valorativo, pois há uma interação entre os valores do sujeito para com o
objeto; superficial, pois não se preocupa em responder os porquês dos objetos; sensitivo, pois de forma
semelhante ao valorativo depende das vivências, estado de ânimo e emoções da vida diária do sujeito;
subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos advindos por
3

vivência própria da vida: assistemático, pois não visa uma sistematização das ideias, nem na forma de
adquirí-las, nem na tentativa de validá-las e; acrítico, pois verdadeiros ou não, não obriga o sujeito a
criticar para validação ou não do objeto. Temos que dizer ainda que esse conhecimento é falível e
inexato, pelas características já expostas.

O conhecimento científico compreende as informações e fatos que são comprovados por meio da
ciência; É um conhecimento factual, baseado em experiências comprovadas, e por isso também é
falível e aproximadamente exato, pois novas ideias podem modificar teorias antes aceitas. Também é
verificável, pois surge através de resultados científicos.

O conhecimento filosófico nasce a partir das reflexões que o ser humano faz sobre questões subjetivas;
conhecimento filosófico surgiu a partir da capacidade do ser humano de refletir, principalmente sobre
questões subjetivas, imateriais, conceitos e ideias.

O conhecimento teológico, ou religioso, é o baseado na fé religiosa, acreditando que ela detém a


verdade absoluta.

MÉTODOS DE PESQUISA, TIPOS DE PESQUISA.

Pesquisa é um conjunto de ações que visam a descoberta de novos conhecimentos em uma


determinada área.

No meio acadêmico, a pesquisa é um dos pilares da atividade universitária, em que os pesquisadores


têm como objetivo produzir conhecimento para uma disciplina acadêmica, contribuindo para o avanço
da ciência e para o desenvolvimento social.

A palavra pesquisa deriva do termo em latim perquirere, que significa "procurar com perseverança". 1
Uma parte importante de qualquer pesquisa é o recolhimento de dados, e por isso um pesquisador deve
buscar por informações com diligência.

A pesquisa científica consiste em um processo metódico de investigação, recorrendo a procedimentos


científicos para encontrar respostas para um problema. Para esta pesquisa, é obrigatório avaliar se o
problema apresenta interesse para a comunidade científica e se constitui um trabalho que irá produzir
resultados novos e relevantes para o interesse social.

Portanto, o Teólogo precisa conhecer aquilo que é verdadeiramente ciência e aquilo que é
pseudociência, para não cair no erro de minimizar a visão científica como sendo algo infalível e
perfeito, e sim colocá-la no seu verdadeiro local e entender sua real importância, para com isso poder
ajudar as pessoas de forma mais completa em seus problemas reais, quando assim o for, e metafísica e
espiritual, quando, também, assim o for, fugindo das pseudociências e pseudo-religiosidades.

O teólogo que utiliza de métodos científicos consegue levar verdades metafísicas para a vida real das
pessoas, e não apenas ficar discursando ideias quase que gnósticas sobre Deus.

Outro fator de importância, e não menos que o primeiro, é afastar dúvidas existentes na mente de
muitos, sobre a existência de Deus, em detrimento das minimizações das verdades científicas, pois a
ciência e seus métodos estão numa parte muito pequena da realidade do universo, portanto, a maior
1
MINAYO, Maria Cecília de Sousa (Org.). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.
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parte continua desconhecida e grandiosa. Com o advento da ciência moderna, surgiu a tentativa de
anular Deus, mas entender a real importância dos métodos científicos, seus méritos e deméritos, faz
com que, em nossa mente, Deus continue vivo e presente, talvez não na medida da cosmovisão de
nossos antepassados, mas de uma forma mais grandiosa, poderosa e complexa. Com isso, Deus e
ciência podem coexistir, sem um anular o outro, com isso o teólogo conseguirá interagir com ambos
nas devidas e próprias necessidades, anulando qualquer tendência gnóstica ou existencial.

A metodologia científica não pode ser colocada de lado pelos teólogos, pois possui grande valia para a
teologia

MÉTODOS DE PESQUISA:

O método de pesquisa refere-se à forma como abordaremos o objeto de estudo e como escolheremos
os procedimentos sistemáticos para obter a descrição e a explicação de fenômenos, sendo que a
natureza do problema e seu nível de aprofundamento é que determinarão a escolha do método. No
entender de muitos pesquisadores, a escolha de um método vai depender da característica do objeto de
pesquisa; dos recursos materiais disponíveis; do nível de abrangência do estudo; e do interesse do
pesquisador.

Os métodos estão divididos em duas classes De Abordagem (Lógicos), e os De Procedimentos


(Técnicos).

Método Dedutivo: Esse método é utilizado “quando se parte de uma situação ou posição geral e se
particulariza conclusões”. É um método racionalista, pois considera que a razão é a única forma de
alcançar o conhecimento verdadeiro, sendo o mais utilizado dos cinco métodos existentes. Utiliza o
silogismo, ou seja, de duas premissas se conclui uma terceira, tese, antítese e síntese.

Método Indutivo: É o método onde o pesquisador, a partir de uma amostra da população, chega a
conclusões aplicáveis a toda a população, ou seja, considera que o conhecimento é baseado na
experiência, sendo que as generalizações são resultantes da observação de casos reais e concretos e
elaborados a partir de casos individuais. É importante verificar se a amostra representa de fato o
universo pesquisado (a população). Por exemplo, esse método é utilizado quando o IBOPE ouve cinco
mil consumidores e projeta qual será o comportamento de cem milhões de pessoas.2

Método Hipotético-dedutivo: Esse método consiste na construção de presunção baseada em hipóteses,


ou seja, caso parte ou a totalidade das hipóteses sejam comprovadas como falsas, a presunção também
o será. Para isso é necessário que as hipóteses sejam submetidas ao máximo possível de testes, à
crítica, à comparação, à publicidade e ao confronto com os fatos, entre outras situações, para verificar
quais as hipóteses que serão refutadas e, consequentemente, quais permaneceram como válidas. Esse
método baseia-se na lógica e nos leva a deduzir que, se a certeza em relação à presunção for igual à
certeza em relação às hipóteses iniciais, o conhecimento considerado como verdadeiro e demonstrável
é dependente do grau de certeza das hipóteses, ou seja, se parte das hipóteses forem refutadas, o
conhecimento resultante é falso “[...] enquanto o método dedutivo procura confirmar a hipótese, o
hipotético-dedutivo procura evidências empíricas para derrubá-las”.3
2
PARRA FILHO, Domingos; SANTOS, João Almeida. Apresentação de Trabalhos Científicos: monografia, TCC, Teses e
Dissertações. São Paulo: Ed. Futura, 2000.
3
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
5

Esse método possui uma abordagem que busca a eliminação dos erros de uma hipótese, através da
realização de teste. Faz isso a partir da ideia de testar a falsidade de uma proposição, ou seja, a partir
de uma hipótese, estabelece-se que situação ou resultado experimental nega essa hipótese e tenta-se
realizar experimentos para negá-la. Assim, a abordagem do método hipotético-dedutivo é a de buscar a
verdade, eliminando tudo o que é falso.

Método dialético: Esse método é utilizado quando se faz uma investigação através da contraposição de
elementos conflitantes, buscando compreender o papel desses elementos no fenômeno observado (dois
grupos de autores com opiniões contrárias sobre um mesmo fenômeno como, por exemplo, um grupo
defende as avaliações tradicionais nas escolas e suas justificativas e o outro que querem exclui-la).
Dessa forma, o pesquisador deve confrontar qualquer conceito tomado como verdadeiro com
realidades diferentes, buscando novas conclusões ou uma nova teoria. 4 Portanto, o método dialético
não analisa um objeto ou fenômeno estático, pelo contrário, busca contextualizar o objeto ou fenômeno
de acordo com a dinâmica histórica, cultural e social (contexto social). É empregado em pesquisas
qualitativas.

Método fenomenológico: Esse método consiste na descrição direta de um fenômeno ou experiência tal
como ele ocorre, não sendo, portanto, resultante de processos dedutivo ou indutivo. Busca-se fazer a
descrição mais fidedigna possível do fato, não pressupondo nada, portanto, o pesquisador, ao explorar
o dado, não se deixa influenciar por crenças, costumes e nem faz juízo de valor sobre o mesmo,
buscando realizar uma descrição pura da realidade.5

Método histórico: Através desse método ocorre o estudo dos fatos ocorridos no passado, os quais
permitem realizar vários tipos de análises como, por exemplo, a identificação e explicação da
influência de fatos que ocorreram no passado e suas influências no presente ou a análise de fatos
ocorridos no passado, buscando identificar e explicar sua origem. Um exemplo seria a análise da
cultura medieval com o objetivo de comparar os hábitos e costume da época com os do homem
moderno ou a análise da evolução da Economia e seus momentos de ápice e crise e comparar com os
problemas atuais da economia brasileira para evitar cometer os mesmos erros do passado.

Método comparativo: Esse método tem por objetivo estudar os indivíduos, classes e grupos sociais em
relação aos fatos e fenômenos sociais que ocorrem ou ocorreram no ambiente onde estão inseridos,
tendo por objetivo estabelecer leis e correlações entre eles, estabelecendo suas semelhanças e/ou
diferenças. Para tanto, o pesquisador deve definir o número de grupos com os quais irá trabalhar e as
variáveis que serão adotadas.

Estudo de caso (método monográfico): Nesse tipo de método se estuda casos específicos ou que
envolvem pequenos grupos, buscando entender como determinados fatos ocorrem. Tem por princípio
que o estudo de um caso em profundidade pode ser representativo de vários outros ou de todos os
casos semelhantes. O objeto de estudo pode ser os indivíduos, comunidades, instituições, grupos, entre
outros.

4
DINIZ, Célia Regina; SILVA, Iolanda Barbosa da. O Método dialético e suas possibilidades reflexivas. Campina Grande;
Natal: UEPB/UFRN - EDUEP, 2008.
5
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
6

Método estatístico: Esse método apoia-se na teoria estatística da probabilidade, sendo bastante
utilizado, pois permite ao pesquisador transformar uma quantidade grande de fatos e dados em um
número menor, permitindo estabelecer relações e correlações entre eles e, consequentemente, as suas
consequências, as quais possuem uma boa probabilidade de serem verdadeiras.

TIPOS DE PESQUISAS

Tipos de pesquisa quanto à natureza:

Pura (Básica): Tem por objetivo a produção de novos conhecimentos, os quais envolvem verdades e
interesses universais sem, no entanto, ter inicialmente uma aplicação prática para os resultados
previstos. Cita-se como exemplo os artigos científicos desenvolvidos pela maioria dos alunos de
graduação, os quais buscam contribuir para a divulgação de dado assunto e não tem pretensões práticas
(aplicabilidade com fim específico).

Aplicada: Tem por objetivo a busca de novos conhecimentos, os quais envolvem verdades e interesses
locais. Ao contrário da pesquisa pura, a aplicada busca a produção de conhecimento que tenha
aplicação prática para resolver problemas ou situações reais e específicas. Podemos citar como
exemplo as pesquisas para a busca de vacina contra a AIDS, tuberculose, entre outras.

Tipos de pesquisa quanto à forma de abordagem: Existem dois tipos de pesquisa em relação à
abordagem, o quantitativo e o qualitativo, os quais estão relacionados ao modo como o pesquisador irá
determinar o método para levantar dados e obter informações, ou seja, para chegar às causas do
problema.

Pesquisa quantitativa: Na pesquisa quantitativa se utiliza técnicas estatísticas para transformar dados
em números e, posteriormente, em informações, analisando-as para tirar as devidas conclusões. Para
desenvolver uma pesquisa baseada nesse método é necessário ter variáveis bem definidas e utilizar
cálculos estatísticos e/ou inferenciais. Além disso, nela não há o envolvimento direto do pesquisador,
ele apenas observa a situação e anota os dados, não havendo interação com o objeto da pesquisa.

Esse método utiliza a estatística como base, portanto, requer o uso de recursos como percentagem,
média, moda, mediana, variância, desvio padrão, coeficiente de correlação, entre outros. Um dos
instrumentos de levantamento de dados mais utilizado nesse tipo de pesquisa é o questionário,
normalmente com opções de escolha de resposta. Como exemplo desse tipo de pesquisa, podemos citar
o Censo Brasileiro elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), que possui um
questionário estruturado com o qual o pesquisador vai até a sua casa e o preenche para você. No
entanto, o pesquisador é apenas um anotador de dados e o entrevistado não emite opinião pessoal sobre
as questões, apenas responde a elas. Posteriormente, o técnico do IBGE, levanta todos os questionários
e, através do método estatístico, informa que o Brasil possui x% de população branca, % de parda, x%
de negra e assim monta o Censo.

Pesquisa qualitativa: A pesquisa qualitativa é uma pesquisa descritiva, onde o entrevistado e sua
opinião sobre dado fato ou realidade são indissociáveis, ou seja, explora as particularidades e os traços
subjetivos (significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes) do entrevistado em relação a
7

uma situação vivenciada por ele6. Nessa pesquisa ocorrem classificações e análises dissertativas sobre
certas situações ou fato, sem, no entanto, eliminar completamente os cálculos.

Esse tipo de pesquisa tem o caráter exploratório, pois o entrevistado pode expressar-se livremente
sobre o assunto tratado. Dessa forma, os dados não são precisos, pois cada um dos indivíduos
entrevistado tem a sua opinião e tece seus comentários. Portanto, leva-se em consideração o que o
entrevistado acha a respeito de dada situação, fato ou realidade, sendo que as opiniões podem coincidir
e também divergir.

Pesquisa exploratória: A pesquisa exploratória é utilizada quando um problema é pouco conhecido e


suas hipóteses não estão ainda claras, o que necessita de um maior envolvimento do pesquisador com o
objeto da pesquisa (tema), tendo por finalidade buscar informações sobre ele e, assim, poder delineá-lo
melhor e torna-lo mais claro.

Normalmente é utilizado em estudos de casos, embasado por pesquisa bibliográfica, entrevistas com
pessoas que possuem experiência prática com o problema pesquisado e análise de exemplos que
estimulem a compreensão do assunto7.

Quando o problema levantando não permite visualizar os procedimentos a serem adotados, torna-se
necessário que o pesquisador inicie uma investigação mais minuciosa, buscando um volume maior de
informações sobre ele e, assim, construir hipóteses que lhe permita determinar o caminho a ser
percorrido.

O objetivo da pesquisa exploratória é procurar ideias, hipóteses ou padrões em relação a um problema


ou questão cujo tema, normalmente, não teve ou teve muito pouco estudo anterior a seu respeito,
portanto, não se trata de testar ou confirmar uma determinada hipótese, mas de levantá-la. Assim, a
pesquisa exploratória avaliará qual a teoria ou conceito que poderá ser aplicado ao problema levantado
ou se deverá ser desenvolvidos novas teorias ou conceitos, quando o pesquisador defronta com uma
situação ou assunto pouco familiarizado ou explorado ele utiliza a pesquisa exploratória para poder
conhecê-lo melhor e, após esse aprofundamento no tema, formular suas hipóteses.8

Outra forma de definir a pesquisa exploratória é dizer que essa classe de pesquisa estabelece critérios,
métodos e técnicas para a elaboração de uma pesquisa, levantando o máximo de informações possíveis
sobre o objeto de estudo e só depois desse levantamento é que se elaborarão as hipóteses. Esse tipo de
pesquisa é responsável pela maioria das descobertas científicas, sendo que a maioria delas é originada
pelo acaso, ou seja, em certo experimento em laboratório busca-se um dado produto, fenômeno,
substância, entre outras atividades e durante o processo ou no seu final descobre-se outro produto,
substância ou fenômeno.

A pesquisa exploratória tem se tornado um diferencial competitivo na concorrência de grandes grupos


empresariais, os quais investem vultosos recursos financeiros na busca de processos, produtos e
serviços novos (invenções) ou que tragam inovações, garantindo aos inovadores e/ou empreendedores
direito de exploração por longos anos (patentes).
6
MINAYO, Maria Cecília de Sousa (Org.). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.
7
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
8
OLIVEIRA NETTO, Alvim Antônio. Metodologia da pesquisa científica: guia prático para apresentação de trabalhos
acadêmicos. 3. ed. Florianópolis: Visual Books, 2008.
8

Pesquisa descritiva: A pesquisa é descritiva em relação aos objetivos pretendidos quando tem por
finalidade descrever as características de uma população, de um dado fenômeno ou de uma
experiência. O pesquisador, após encontrar um objeto ou fenômeno que desperte seu interesse, passa a
descrevê-lo, classificá-lo e a observá-lo. A coleta de dados sobre o objeto ou fenômeno é feita através
de técnicas padronizadas, como o questionário ou a observação sistemática. Como exemplo, podemos
citar a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de opinião e o estudo de caso (mais comum na pesquisa
exploratória).

Ainda no entender, a pesquisa descritiva tem por finalidade observar, analisar e registrar um dado
fenômeno sem que o pesquisador se envolva, de alguma forma, na mesma. Portanto, é proibido a ele
emitir opinião, interferir na pesquisa, omitir ou alterar dados, entre outras atitudes que possam vir a
alterar a situação, ou seja, não é permitido ao pesquisador entrar no mérito do conteúdo da pesquisa.

Dessa forma, a pesquisa descritiva busca estabelecer relações de dependência entre variáveis, tais
como quantidade, classificação e/ou medida, as quais podem sofrer alterações de acordo com o
processo realizado. Normalmente, nessa pesquisa busca-se determinar quais as características de
determinado grupo (amostra) em relação ao sexo, faixa etária, renda familiar, nível de escolaridade,
entre outras classificações. Após, busca-se confrontar os dados levantados com alguns indicadores
(econômicos, por exemplo) ou com a opinião de peritos para a padronização de técnicas ou a validação
de conteúdo.9

Pesquisa bibliográfica: A pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições
científicas disponíveis sobre determinado tema (MARTINS, 2000). Envolve a leitura, análise e
interpretação de livros, jornais e revistas acadêmicas, periódicos, manuscritos e sites científicos. De
forma geral, qualquer informação publicada (impressa ou eletrônica) é passível de se tornar uma fonte
de consulta. O primeiro passo a ser dado nesse tipo de pesquisa é selecionar, do material recolhido, o
que tem importância real para o tema a ser desenvolvido, o que chamamos de triagem.

Após, deve-se fazer a leitura sistemática do material selecionado, realizando anotações e fichamentos,
os quais irão formar o banco de dados a ser utilizado na fundamentação teórica do estudo. A realização
sequencial desses passos é necessária para que o pesquisador vá conhecendo as contribuições que os
diferentes autores deram ao tema escolhido. Além disso, é necessário para que ele possa ir
selecionando durante a leitura de um livro o que, de fato, é importante para atingir seu objetivo e,
posteriormente, através do fichamento, saber onde está determinada informação.

Pesquisa documental: A pesquisa documental é bastante parecida com a bibliográfica, sendo que a
diferença entre elas reside na natureza da fonte. A fonte da pesquisa documental são documentos
conservados em arquivos de órgãos públicos e privados, sindicatos, igrejas, instituições e em acervos
particulares, tais como fotografias, filmes, diários, memorandos, atas de reunião, boletins, cartas
pessoais, relatórios, entre outros documentos.

Na pesquisa documental, a fonte pode já ter sido ou não utilizada em pesquisas anteriores. Caso já
tenha sido analisada, normalmente, a pesquisa tem objetivo diferenciado e ter outras interpretações.

9
THOMAS, Jerry R; NELSON, Jack K; SILVERMAN, Stephen J. Métodos de Pesquisa em Atividade Física. 6. ed. São Paulo:
Artmed, 2012.
9

Cita-se como exemplo a análise do Balanço Geral de uma empresa pela diretoria financeira e,
posteriormente, pela auditoria interna e externa, gerando resultados diferenciados.

Pesquisa de campo: A pesquisa de campo está relacionada à observação de dado fato ou fenômeno,
coletando dados sobre o mesmo da forma mais fiel possível e sem alterar nada do observado. Após,
passa-se à análise e à interpretação desses dados com base em uma fundamentação teórica (pesquisa
bibliográfica) consistente, com o intuito de compreender e explicar o problema pesquisado.

Nesse tipo de pesquisa, dependendo do tema, é necessário determinar técnicas de coleta de dados mais
apropriadas à natureza do tema, definindo também técnicas para registro e análise, podendo ser
utilizada a abordagem predominantemente qualitativa ou quantitativa. Nesta última, o pesquisador se
limita a descrever os fatos, ignorando a complexidade da realidade social.10

A pesquisa de campo é comumente utilizada em estudo de indivíduos, grupos, comunidades e


instituições tendo por objetivo entender os diferentes aspectos de uma dada realidade, portanto, é
utilizada principalmente nas áreas da Sociologia, Pedagogia, Psicologia da Educação, Política, Serviço
Social, entre outras.

Pesquisa Científica é um conjunto de ações propostas para encontrar a solução para um problema que
tem por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando se tem um
problema e não se tem informações para solucioná-lo.

CONCLUSÃO.

O Teólogo precisa, fundamentalmente, além de ser um ótimo conhecedor da Bíblia Sagrada, ser
conhecedor dos métodos científicos, saber o seu verdadeiro lugar para não confundir, nem minimizar,
nem tão pouco, radicalizar aspectos bíblicos que são visto pela ciência com certa reserva, ao contrário,
precisa ampliar sua cosmovisão para com isso aplicar a Bíblia na vida real e física das pessoas, se
tornando assim, um profissional completo, que vai saber o lugar da Bíblia (Deus), na vida do ser
humano e vai saber o lugar da ciência na vida do ser humano e como vencer a crise ciência versus fé.

Quando o teólogo aprender a dialogar com a ciência (métodos científicos), dará um passo maior na
aplicação dos princípios bíblicos na vida do homem contemporâneo, fato semelhante ao ocorrido
quando os teólogos foram bombardeados pela Era das Luzes (iluminismo), e ao invés de se fecharem
em suas cosmovisões, se abriram, foi quando introduziram nos cursos de teologia o estudo das línguas
originais (grego e hebraico), Geografia Bíblica e a Arqueologia Bíblica, trazendo assim um enorme
avanço às interpretações do Texto Sagrado, que em consequência, conseguiu dialogar com o
homem/mulher do seu tempo.

Hoje o desafio é fazer teologia à luz do nosso tempo, sem com isso perder a fé, ou matar a ciência para
manter a fé.

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

MARTINS, Gilberto Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 2. ed. São
10

Paulo: Atlas, 2000.


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O que é compreensão de leitura?

Compreensão de leitura é o processo de construção de significado a partir do texto. O objetivo de toda


a instrução de leitura é, em última instância, direcionado a ajudar o leitor a compreender o texto. A
compreensão da leitura envolve pelo menos duas pessoas: o leitor e o escritor. O processo de
compreensão envolve a decodificação das palavras do autor e, em seguida, o uso de conhecimento
prévio para construir uma compreensão aproximada da mensagem do autor.

Quais fatores afetam a compreensão de leitura?

Embora a identificação de palavras seja um processo que resulta em um resultado bastante exato (ou
seja, um aluno lê a palavra "automóvel" ou não), o processo de compreensão do texto não é tão exato.
Leitores diferentes interpretarão a mensagem de um autor de maneiras diferentes. A compreensão é
afetada pelo conhecimento do leitor sobre o tema, conhecimento das estruturas da linguagem,
conhecimento das estruturas e gêneros textuais, conhecimento de estratégias cognitivas e
metacognitivas, suas habilidades de raciocínio, sua motivação e seu nível de envolvimento.

A compreensão da leitura também é afetada pela qualidade do material de leitura. Alguns escritores
são melhores escritores que outros, e alguns escritores produzem material de leitura mais complexo do
que outros. O texto que é bem organizado e claro é chamado de "texto atencioso", e o texto que é mal
organizado e difícil de entender pode ser chamado de "texto imprudente". Quanto mais imprudente o
texto, mais trabalho será exigido de um leitor para compreender o texto. Leitores que não têm o
background, habilidades ou motivação para superar as barreiras apresentadas em textos imprudentes
terão mais dificuldade em compreender esses tipos de textos.

Os alunos que tiveram dificuldade em aprender a decodificar e reconhecer palavras frequentemente


terão dificuldade em compreender a leitura. Alunos que lutam com a decodificação raramente têm a
chance de interagir com textos mais difíceis e geralmente aprendem a não gostar de ler. Como
resultado, esses alunos não têm oportunidades suficientes para desenvolver as habilidades e estratégias
linguísticas necessárias para se tornarem leitores proficientes.

Leitores com habilidades de linguagem e estratégias pouco desenvolvidas não terão as ferramentas
para tirar proveito das estruturas óbvias e dicas de compreensão que fazem parte do texto atencioso,
nem terão as ferramentas extras necessárias para superar as barreiras do texto imprudente.

Princípios para se fazer uma boa leitura:

- Auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico;

- Treinar para a compreensão e interpretação crítica do texto;

- Fornecer instrumentos para o trabalho intelectual desenvolvido nos seminários, no estudo dirigido, no
estudo pessoal e em grupos;

- Favorecer a compreensão global do significado do texto;

- Auxiliar na confecção de resumos, resenhas, relatórios, entre outros.

Seus processos básicos são os seguintes:


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1- Análise Textual – preparação do texto, trabalhar sobre unidades delimitadas (um capítulo, uma
seção, uma parte, entre outras, sempre um trecho como um pensamento completo);

- fazer uma leitura rápida e atenta da unidade para adquirir uma visão de conjunto da mesma;

- levantar esclarecimentos relativos ao autor, ao vocabulário específico, aos fatos, doutrinas, autores
citados que sejam importantes para a compreensão da mensagem;

- esquematizar o texto, evidenciando sua estrutura redacional.

2- Análise Temática – Compreensão da mensagem do autor, fazer linha de raciocínio do autor e


reconstruir um processo lógico e evidenciar a estrutura lógica do texto, esquematizando a sequência
das ideias (Tema, Problema, Tese, Raciocínio, Ideias Secundárias);

3- Análise Interpretativa – Interpretação da mensagem do autor (Situação Filosófica e influências,


Pressupostos, Associação de ideias e Crítica );

4- Problematização – Levantamento e discussão de problemas relacionados com a mensagem do autor.

Alguns gêneros acadêmicos

Livro didático. Um livro didático significa comunicar o conhecimento estabelecido aos alunos de um
determinado assunto. Ele fornece uma introdução geral ao assunto, bem como problemas, conceitos e
teorias relevantes. Um livro apresenta conhecimento e explica como ele foi usado e pode ser usado.
Ele informa e instrui. Mesmo que um livro-texto possa incluir discussão e argumentação, seu objetivo
primário não é argumentar a favor ou contra posições específicas, mas apresentar as visões existentes
dentro do assunto.

Artigo acadêmico. O objetivo de um artigo acadêmico é apresentar novos conhecimentos ou fornecer


novas perspectivas sobre um problema ou objeto acadêmico ou científico. O público-alvo são outros
estudiosos. Um artigo acadêmico é principalmente argumentativo. Alega que algo é verdadeiro ou
provavelmente verdadeiro e apresenta argumentos para apoiar a afirmação. Portanto, um artigo
acadêmico deve apresentar um raciocínio completo e consistente. O raciocínio deve ser devidamente
fundamentado, através de referências a dados empíricos ou outras pesquisas. Os autores de artigos
acadêmicos devem usar métodos de pesquisa reconhecidos e também explicá-los.

Tese . Uma tese é uma parte importante do trabalho acadêmico. Em alguns campos (especialmente na
medicina e nas ciências naturais), as teses são frequentemente montadas a partir de artigos existentes
(publicados). A tese incluirá então uma introdução que explica como os diferentes artigos estão
relacionados ao tema geral da tese. Em outros campos (em particular as ciências humanas e sociais), a
maioria das teses são monografias, ou seja, um texto contínuo dividido em capítulos. Em ambos os
casos, uma tese é semelhante a um artigo de pesquisa acadêmica, na medida em que apresenta novos
conhecimentos a outros profissionais da área, apresenta argumentos e é bem substanciado. Se você está
escrevendo uma tese de mestrado, este é o tipo de texto que você deve procurar produzir.

Trabalho popular (não acadêmico) . Textos populares, na forma de livros ou artigos, pretendem
comunicar o conhecimento estabelecido ao “leitor geral”. Como esses textos geralmente não tentam
estabelecer novos conhecimentos ou desafiar as verdades aceitas, normalmente haverá menos
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argumentação do que em um texto acadêmico. O autor, em vez disso, tenta trazer o assunto à vida por
dispositivos como histórias, anedotas e ilustrações. Às vezes, todo o texto é construído como uma
narrativa, por exemplo, na forma de uma biografia de um dos principais especialistas, ou relatando
eventos históricos.

Artigo da enciclopédia . O objetivo de um artigo da enciclopédia é apresentar o conhecimento


estabelecido de forma neutra, concisa e clara. O público-alvo é geralmente leitores gerais, assim como
especialistas, embora existam também enciclopédias acadêmicas que exigem que o leitor tenha
conhecimento especializado. Os artigos da enciclopédia não são geralmente destinados a persuadir o
leitor por meio de argumentos fundamentados, e eles não esclarecem ou instruem como um livro
didático faria. Os artigos da enciclopédia destinam-se principalmente a ser informativos e descritivos.
Eles fornecem informações, definem palavras e conceitos e descrevem circunstâncias relevantes.

Ao ler um texto, você deve fazer as seguintes perguntas. O que o texto está fazendo agora? Está
explicando? Está descrevendo? Está narrando? Está discutindo? Ao fazer essas perguntas, você
aprofundará sua compreensão do que está acontecendo no texto. Essa leitura também irá prepará-lo
ativamente para sua própria escrita.

Os Elementos para se fazer um texto:

Concisão: Também é de bom tom, principalmente em gêneros mais curtos, como resumos, resenhas,
artigos científicos, ser conciso. Isto é, expor suas ideias de forma breve, clara e em poucas palavras.
Ou seja, usando de objetividade, evitando repetir ou parafrasear muito as ideias, dar exemplos em
demasia, evitar pormenores que não agreguem valor real ao que você quer expressar.

Imparcialidade: É característica do estudante, do pesquisador, enfim, do produtor de textos de caráter


técnico, científico ou acadêmico, a imparcialidade. Ou seja, buscar demonstrar os vários aspectos dos
problemas levantados, fundamentar seu ponto de vista em um suporte teórico-metodológico,
argumentar com clareza e com qualidade, fazer referência às fontes de dados e informações, não se
deixando influenciar por ideias preconcebidas ou supervalorizando aquilo que está pesquisando.

O julgamento de quem pesquisa e escreve deve ser o mais exato e justo possível. Assim, tudo que for
afirmado deve estar baseado em evidências e de acordo com o que se leu sobre o assunto.

Originalidade: Na verdade, tudo já foi pensado, dito ou escrito, é o que se costuma ouvir e dizer
quando se está estudando e produzindo textos de natureza técnica, científica ou acadêmica. O que é
novo, então? O novo consiste na forma de abordar um determinado assunto. Ou na forma de expor ou
na forma de argumentar sobre ele. A novidade está no olhar do pesquisador, posto que, por mais que
você pesquise algo que já tenha sido pesquisado por outros, o seu olhar está permeado por toda a sua
vivência e esta é única, pois só você a experimentou. Assim, o seu olhar é que tem caráter próprio, é
individual, inédito.

Ordem: Ao expor suas ideias, procure sempre organizá-las de uma maneira lógica. Por isso é sempre
importante uma esquematização prévia do conteúdo de seu trabalho. Elaborar um plano do que se vai
escrever ajuda muito a não perder de vista o objeto de estudo e os objetivos a serem alcançados com o
texto. Assim, as partes de seu texto obedecerão a uma sequência clara e compreensível.
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OS ELEMENTOS DO TEXTO

1. Introdução

Sua introdução tem dois propósitos principais: 1) dar uma visão geral dos principais pontos de sua
tese; e 2) despertar o interesse do leitor. Não é uma má ideia passar pela introdução uma última vez
quando a escrita é feita, para garantir que ela se conecte bem com a sua conclusão.

Sua introdução deve incluir:

O pano de fundo para sua escolha de tema

Uma discussão sobre sua pergunta de pesquisa ou declaração de tese.

Um esboço esquemático do restante de sua tese.

1.1 Antecedentes

O pano de fundo define o tom geral para sua tese. Deve causar uma boa impressão e convencer o leitor
por que o tema é importante e sua abordagem é relevante. Mesmo assim, não deve ser mais que
necessário.

O que é considerado um fundo relevante depende do seu campo e das suas tradições. Informações
básicas podem ser de natureza histórica, ou podem se referir a pesquisas anteriores ou considerações
práticas. Você também pode se concentrar em um texto específico, pensador ou problema.

Escrita acadêmica geralmente significa ter uma discussão consigo mesmo (ou algum oponente
imaginado). Para abrir sua discussão, existem várias opções disponíveis. Você pode, por exemplo:

 Referem-se a um evento contemporâneo


 Delinear um problema específico; um estudo de caso ou um exemplo
 Revisar a pesquisa / literatura relevante para demonstrar a necessidade desse tipo particular de
pesquisa

Se é comum em sua disciplina refletir sobre suas experiências como praticante, este é o lugar para
apresentá-las. No restante de sua tese, esse tipo de informação deve ser evitado, especialmente se não
tiver sido coletado sistematicamente.

1.2 Definindo o escopo de sua tese

Uma das primeiras tarefas de um pesquisador é definir o escopo de um estudo, ou seja, sua área (tema,
campo) e a quantidade de informação a ser incluída. Estreitar o escopo de sua tese pode ser demorado.
Paradoxalmente, quanto mais você limita o escopo, mais interessante ele se torna. Isso ocorre porque
um escopo mais restrito permite que você esclareça o problema e o estude com mais profundidade,
enquanto as questões de pesquisa muito amplas permitem apenas um tratamento superficial.

A questão de pesquisa pode ser formulada como uma questão principal com (algumas) subquestões
mais específicas ou na forma de uma hipótese que será testada.
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Sua pergunta de pesquisa será o seu guia enquanto sua escrita prossegue. Se você estiver trabalhando
de forma independente, você também está livre para modificá-lo à medida que avança.

Como você sabe que você elaborou uma pergunta de pesquisa? Mais importante ainda, uma questão de
pesquisa é algo que pode ser respondido . Se não, você provavelmente terá um tema ou campo, não
uma pergunta.

1.3 Esboço

O esboço dá uma visão geral dos principais pontos da sua tese. Ele esclarece a estrutura de sua tese e
ajuda você a encontrar o foco correto para o seu trabalho. O esquema também pode ser usado em
sessões de supervisão, especialmente no começo. Você pode achar que precisa reestruturar sua tese.
Trabalhar no seu esboço pode ser uma boa maneira de entender as mudanças necessárias. Um bom
esboço mostra como as diferentes partes se relacionam entre si e é um guia útil para o leitor .

Muitas vezes faz sentido colocar o esquema no final da introdução, mas essa regra não é definitiva.
Use discrição: o que é mais útil para o leitor? A informação deve vir no ponto certo - não muito cedo
nem tarde demais.

2. Seção Teoria

A teoria usada em um estudo empírico destina-se a lançar luz sobre os dados de maneira acadêmica ou
científica. Deve dar insights não alcançáveis por reflexões comuns e cotidianas. O principal objetivo
de usar a teoria é analisar e interpretar seus dados. Portanto, você não deve apresentar perspectivas
teóricas que não estão sendo usadas. Isso cria falsas expectativas e sugere que seu trabalho está
incompleto.

Que tipo de teoria você deveria escolher? Como a teoria é a base para sua análise de dados, pode ser
útil selecionar uma teoria que permita distinguir e categorizar diferentes fenômenos. Outras teorias
permitem que você desenvolva as várias nuances de um fenômeno. Em outras palavras, você tem a
opção de reduzir a complexidade de seus dados ou expandir algo que inicialmente parece simples.

Quanto tempo e espaço você deve dedicar ao capítulo da teoria? Esta é uma pergunta difícil. Algumas
teses demoram muito tempo na teoria e nunca chegam ao ponto principal: a análise e discussão. Mas
também é importante ter lido teoria suficiente para saber o que procurar ao coletar dados. A natureza
da sua pesquisa deve decidir: Alguns estudos não exigem muita teoria, mas dão mais ênfase ao
método, enquanto outros estudos precisam de uma seção rica de teorias para possibilitar uma discussão
interessante.

3. Seção do Método.

Em um artigo de pesquisa acadêmica, a seção que trata do método é muito importante. O mesmo se
aplica a uma tese empírica. Para os alunos, essa pode ser uma seção difícil de escrever, especialmente
porque nem sempre sua finalidade é clara.

O capítulo de método não deve iterar o conteúdo de manuais de metodologia. Por exemplo, se você
realizou entrevistas, não precisa listar todos os diferentes tipos de entrevista de pesquisa. Você também
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não precisa descrever as diferenças entre métodos quantitativos e qualitativos, ou listar todos os
diferentes tipos de validade e confiabilidade.

O que você deve fazer é mostrar como sua escolha de design e método de pesquisa é adequada para
responder suas perguntas de pesquisa. Demonstre que você deu a devida consideração à validade e
confiabilidade do método escolhido. Ao “mostrar” em vez de “contar”, você demonstra que entendeu o
significado prático desses conceitos. Desta forma, a seção de método não só é capaz de unir as
diferentes partes de sua tese, como também torna-se interessante ler!

Mostre ao leitor o que você fez em seu estudo e explique por quê. Como você coletou os dados? Quais
opções ficaram disponíveis através da abordagem escolhida?

Quais foram as suas condições de trabalho? Quais considerações você teve que equilibrar?

Diga ao leitor o que você fez para aumentar a validade de sua pesquisa. Por exemplo, o que você pode
dizer sobre a confiabilidade na coleta de dados? Como você sabe que você realmente investigou o que
você pretendia investigar? Que conclusões podem ser tiradas nesta base? Que conclusões são certas e
quais são mais experimentais? Seus resultados podem ser aplicados em outras áreas? Você pode
generalizar? Se sim, porque? Se não, por que não?

Você deve procurar descrever os pontos fracos e os pontos fortes. Uma excelente tese se distingue
defendendo - e ao mesmo tempo criticando - as escolhas feitas.

4. Análise

Sua análise, juntamente com sua discussão, formará a alta luz de sua tese. É aqui que você relata suas
descobertas e as apresenta de maneira sistemática. As expectativas do leitor foram construídas através
dos outros capítulos, certifique-se de atender a essas expectativas.

Analisar significa distinguir entre diferentes tipos de fenômenos - similares de diferentes. Importante,
distinguindo entre fenômenos diferentes, sua teoria é posta para trabalhar. Precisamente como sua
análise deve aparecer, no entanto, é uma questão metodológica. Descobrir a melhor forma de organizar
e apresentar suas descobertas pode levar algum tempo. Um bom lugar para procurar exemplos e
inspiração é o repositório de teses de mestrado.

Se você está analisando as ações humanas, você pode querer envolver as emoções do leitor. Nesse
caso, será importante escolher categorias analíticas que se correlacionem à sua teoria escolhida.
Engajar emoções não é o ponto principal, mas uma maneira de elucidar o fenômeno para que o leitor o
compreenda de uma maneira nova e melhor.

5. Discussão

Em muitas teses, a discussão é a seção mais importante. Certifique-se de alocar tempo e espaço
suficientes para uma boa discussão. Esta é a sua oportunidade de mostrar que você entendeu o
significado de suas descobertas e que é capaz de aplicar a teoria de maneira independente.
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A discussão consistirá em argumentação. Em outras palavras, você investiga um fenômeno de várias


perspectivas diferentes. Discutir significa questionar suas descobertas e considerar diferentes
interpretações.

6. Conclusão - ou resumindo?

A seção final de sua tese pode ter uma das várias formas diferentes. Algumas teses precisam de uma
conclusão, enquanto para outros um resumo será apropriado. O fator decisivo será a natureza da sua
declaração de tese e pergunta de pesquisa.

Questões abertas de pesquisa nem sempre podem ser respondidas, mas se uma resposta definitiva for
possível, você deve fornecer uma conclusão. A conclusão deve responder à (s) sua (s) pergunta (s) de
pesquisa. Lembre-se de que uma conclusão negativa também é válida.

Um resumo deve repetir as questões mais importantes levantadas em sua tese (particularmente na
discussão), embora de preferência declaradas de um modo (ligeiramente) diferente. Por exemplo, você
pode enquadrar os problemas em um contexto mais amplo.

Colocando sua tese em perspectiva

Na seção final, você deve colocar seu trabalho em uma perspectiva acadêmica mais ampla e
determinar quaisquer questões não resolvidas. Durante o trabalho, você pode ter encontrado novas
questões de pesquisa e literatura interessante que poderiam ter sido acompanhadas. Neste ponto, você
pode apontar esses possíveis desenvolvimentos, deixando claro para o leitor que eles estavam além da
estrutura do seu projeto atual.

Discuta brevemente seus resultados através de uma perspectiva diferente. Isso permitirá que você veja
aspectos que não estavam aparentes para você no estágio de preparação do projeto

Realce perguntas de pesquisa alternativas que você encontrou nos materiais de origem usados no
projeto

Descreva quaisquer aspectos não respondidos do seu projeto

Especifique o acompanhamento em potenciais e novos projetos

Deve haver uma forte conexão entre sua conclusão e sua introdução. Todos os temas e questões que
você levantou em sua introdução devem ser referidos novamente de uma maneira ou de outra. Se você
descobrir nesta fase que sua tese não abordou uma questão levantada na introdução, você deve voltar à
introdução e excluir a referência a essa questão. Uma maneira elegante de estruturar o texto é usar a
mesma figura ou caso textual no início e no final. Quando a figura retornar na seção final, ela terá
assumido um novo e mais rico significado através dos insights que você encontrou, criados no
processo de escrita.

REFERÊNCIA BIBIOGRAFICA:

FIORIN, J. L. Argumentação.; São Paulo: Contexto, 2015.


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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

MACHADO, A. R.l; LOUSADA, E. G; ABREU-TARDELLI, L. S. Trabalhos de pesquisa: diários de


leitura para a revisão bibliográfica.; São Paulo: Parábola, 2007.

MARTINS, Gilberto Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.

MINAYO, Maria Cecília de Sousa (Org.). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis:
Vozes, 2001.

MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. R. Produção textual na universidade.; São Paulo: Parábola, 2010

OLIVEIRA NETTO, Alvim Antônio. Metodologia da pesquisa científica: guia prático para
apresentação de trabalhos acadêmicos. 3. ed. Florianópolis: Visual Books, 2008.

PARRA FILHO, Domingos; SANTOS, João Almeida. Apresentação de Trabalhos Científicos:


monografia, TCC, Teses e Dissertações. São Paulo: Ed. Futura, 2000.

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