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Leia também:
Inspiração no lixo
Tecnologia que vira sucata
“Deus recicla, o diabo incinera”
O lixo e as mudanças climáticas
Mapa do lixo (infográfico)
Hora da limpeza
NG produz especial de lixo para o Planeta Sustentável
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POLUIÇÃO
Mar plastificado
No ano passado, viajei com cientistas, a bordo do veleiro Sea
Dragon, para acompanhar suas pesquisas sobre o lixo
plástico acumulado no Oceano Atlântico. Acompanhe a
experiência e entenda, também, a influência das correntes
oceânicas e da temperatura sobre a trajetória desses resíduos
Liana John
National Geographic Brasil - 04/2011*
A VIAGEM DO LIXO
Plásticos, náilon, isopor: todo o lixo capaz de flutuar é um potencial viajante
e colecionador de poluentes. Ao ser levado pelas águas - da chuva, dos
rios ou do mar -, logo desaparece de vista. Porém, permanece no ambiente
por longo tempo. Caixas e vasilhames se quebram, cordas emaranham,
sacolinhas se rompem - e todos os pedacinhos flutuantes prosseguem sua
jornada. Por onde passam, deterioram a paisagem, contaminam as águas,
causam impactos sobre a fauna e afetam a qualidade de vida.
Os mares do mundo foram invadidos por uma praga quase invisível, o lixo
plástico, em boa parte arrastado das cidades pelo curso dos rios Os
resíduos não chegam a formar ilhas flutuantes, mas uma fina camada de
fragmentos está presente em todo o percurso da expedição - 3,5 mil
quilômetros entre o Rio de Janeiro e a ilha de Ascensão, uma possessão
britânica.
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LF. Martins
2 de 2 05/09/2014 08:59
A viagem do lixo - Planeta Sustentável http://planetasustentavel.abril.com.br/pops/ambiente-mar-lixo.shtml
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NOVOS TEMPOS
Alexandre Severo
[box-leia]
Responsabilidade compartilhada, poluidor-pagador,
logística reversa. Daqui em diante vamos conviver com
esses e outros termos até agora estranhos. Eles passam
a fazer parte do cotidiano dos brasileiros e revelam uma
nova era na destinação do lixo, com o início da vigência,
a partir de meados de 2014, da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS). Ela prevê o fim dos
malcheirosos lixões a céu aberto e a certeza de que a
sociedade terá papel decisivo na destinação adequada do lixo. Inclusive
o cidadão comum.
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país.
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Hora da limpeza
Os imensos desafios da questão do lixo são abordados com
talento e originalidade nesta edição de National Geographic
Brasil, produzida especialmente para o Planeta Sustentável
Matthew Shirts, editor de projetos especiais
National Geographic Brasil - Especial Lixo - 12/2013
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ESPELHO DO CONSUMO
Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), foi o maior depósito de rejeitos da América Latina por 34 anos. O lixão
foi fechado em junho de 2012
[box-leia]
Nos últimos anos, com certeza ficamos mais ricos. A
afirmação do engenheiro Nelson Domingues, presidente
da Ecourbis Ambiental, uma das concessionárias
responsáveis pela coleta de lixo na cidade de São Paulo,
vem acompanhada de preocupante constatação. "Lixo é
reflexo de poder aquisitivo e consumo. Pela quantidade
e pelo tipo de resíduo gerado, é possível ter uma noção
da economia de uma cidade", explica Domingues.
Enquanto diz isso, estamos no topo de uma verde colina, de quase 160
metros de altura, a cerca de 30 quilômetros do centro de São Paulo, na
divisa com os municípios de Mauá e Santo André. Do alto do morro,
pisando na grama, assistimos ao voo de carcarás, quero-queros,
bem-te-vis, falcões peregrinos, entre outras aves. Mas não estamos em
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"Para trabalhar como coletor, é preciso passar por uma avaliação física
rigorosa a cada seis meses. Quando um deles retorna de férias, não é
incomum que volte com até 5 quilos a mais, o mesmo que acontece com
um atleta de alto desempenho", explica Walter de Freitas, superintendente
de operações da Ecourbis. Embora existam coletores de até 60 anos nas
ruas de São Paulo, segundo Freitas, o perfil desejado nas triagens de
admissão é de homens no ápice do vigor físico, que tenham entre 20 e 30
anos de idade, meçam de 1,70 a 1,80 metro e pesem entre 60 e 80 quilos.
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O mapa do lixo
A gestão dos resíduos é um dos maiores
desafios das cidades brasileiras. Muito
do que é gerado poderia ser reciclado,
mas, infelizmente, não é o que acontece.
Além disso, há no país muitos lixões, a
prática menos recomendada. Veja o
infográfico para entender o caminho
do lixo. Ilustrações de Bruno Algarve.
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Uma projeção realizada pela LCA Consultores, com base nos dados do
Ipea e associações empresariais, revela que, no Brasil, em 2012, apenas
27% dos resíduos recicláveis foram recuperados para novo uso. Falta
muito ainda para chegarmos ao índice da Alemanha, líder mundial no setor
- lá, reaproveitam-se 48% dos resíduos. "Em alguns países, adotou-se um
modelo de responsabilidade estendida, no qual fabricantes e setor
empresarial são os únicos responsáveis pelos resíduos criados com base
em seus produtos e serviços", comenta Feldmann, que também foi
secretário do Meio Ambiente do estado de São Paulo entre 1995 e 1998.
Na PNRS, porém, ainda não está claro como a indústria fará isso e quais
serão os estímulos dados pelo governo. "Articulação entre os diferentes
setores da indústria e viabilidade econômica, como está previsto na lei,
não são problemas pequenos para se implantar a chamada logística
reversa. Uma latinha tem uma lógica de reinserção na cadeia produtiva
bem diferente de uma geladeira", diz Victor Bicca, presidente do
Compromisso Empresarial para a Reciclagem, associação que reúne
várias empresas, como Tetra Pak, Carrefour, Nestlé, Ambev, entre outras.
Segundo ele, a informalidade no processo de triagem dos resíduos sólidos
secos e a necessidade de uma reforma tributária são os principais
entraves para as indústrias criarem formas de produção com base nos
pilares de prevenção de geração, redução e reutilização previstos na
PNRS.
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começo do processo, passa por até três intermediários para ganhar escala
- tudo de maneira informal, sem nota de prestação de serviços ou
contabilidade -, o que também revela um problema de falta de mão de obra.
Apenas na quarta ou quinta venda, isso ocorre de maneira formal, com
volume suficiente para a indústria aproveitar", revela o executivo. O que
impacta nos custos. "Em alguns casos, esse processo faz com que o
material virgem custe menos que o reaproveitado. Além disso, pagam-se
os mesmos tributos duas vezes, como o imposto sobre circulação de
mercadorias e serviços (ICMS) e a contribuição para financiamento da
seguridade social (Cofins) para usar a mesma matéria-prima. A redução do
imposto sobre produtos industrializados (IPI) em artigos fabricados com
material reciclado comprado de cooperativas que fazem coleta seletiva
seria um incentivo fiscal útil", comenta Victor Bicca.
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ARTE DE RESÍDUOS
Inspiração no lixo
Quatro artistas – Vik Muniz, Barry Rosenthal, Jaime Prades e
Sesper - dão vida nova a objetos renegados
André Vieira
National Geographic Brasil - Especial Lixo - 12/2013
André Vieira
Vik Muniz em um galpão de sucata. Para ele, "o lixo nunca tem conotação positiva. Ele é parte de nossa
existência que não queremos enfrentar".
[box-leia]
No enorme galpão à beira da Avenida Brasil no Rio de
Janeiro, enormes pilhas de sucata rodeiam o artista
plástico Vik Muniz. Há de tudo: bicicletas velhas, restos
de máquinas, maquetes de velhos lançamentos
imobiliários, partes de carros, móveis quebrados,
brinquedos, uma velha carcaça de avião e até um tanque
de guerra.
É impossível não imaginar que vida esses objetos tiveram antes e a quem
um dia pertenceram. A sensação é de estar em um museu de tudo aquilo
que queremos esquecer.
Foi esse material que Vik usou como matéria- prima para o trabalho que
talvez o tenha deixado mais conhecido por aqui, sua série sobre o lixo,
feita com um grupo de catadores do aterro de Gramacho, na Baixada
Fluminense, agora fechado. O trabalho extrapolou o universo da arte, virou
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Ao longo dos anos, a arte dedicou-se a lidar com o belo e suas conotações
- algo rompido pelo modernismo, quando passou a abordar mais o
questionamento das sociedades contemporâneas, sobretudo após o
trauma de duas guerras mundiais. Em uma sociedade obcecada pelo
consumo, é natural que a arte passe a se interessar por seu subproduto
mais nocivo, que cresce a cada dia e transforma a paisagem do planeta.
André Vieira
Sua árvore gigante ainda não vingou, mas a ideia evoluiu. Protótipos
viraram trabalhos acabados e se destacaram em exposições (Leia Árvores
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feitas de madeira usada e Obras de entulho). Agora, ele pretende criar uma
plataforma na internet para estimular outros artistas a fazer o mesmo.
"Teríamos uma floresta virtual planetária, na qual se colocariam essas
questões de forma poética, criando uma discussão enriquecedora", sonha.
Antes, o fotógrafo Barry Rosenthal (aqui, em autorretrato) se interessava por plantas. Agora, ele gosta de
caminhar nas praias próximas a Nova York, em busca dos mais variados objetos trazidos pelo mar. Chama sua
atenção a profusão de cores, formas e procedências desse material, que, um dia, foi parar no lixo.
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André Vieira
Sesper faz arte com resquícios de revistas e fragmentos de pranchas de surfe e skate.
O sucesso desses quatro artistas revela que já foi o tempo em que lixo não
se misturava com o universo de museus, galerias e feiras de arte. "Talvez
um dos papéis mais importantes da arte seja esse poder de introduzir no
inconsciente coletivo novas formas de se relacionar consigo mesmo e com
o mundo e poder amplificar a visão das coisas", reflete Jaime Prades.
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Garrafas e frascos de vidro coletados em praias ao redor de Nova York. Obra de Barry Rosenthal.
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Wikimedia Commons
[box-leia]
Por que ainda há tanta dificuldade para colocar em prática
a primeira usina de incineração de resíduos sólidos
urbanos no Brasil? É simples. No momento, há um
conjunto de variáveis ambientais, científicas,
tecnológicas, políticas e econômicas que inviabiliza a
empreitada.
1 de 3 04/09/2014 08:56
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Mas qual será seu modelo? As receitas obtidas com o serviço de gestão
de resíduos sólidos urbanos no Brasil - hoje, de cerca de R$ 70 por
tonelada diária - e as vendas de energia elétrica devem tornar o
investimento de uma URE viável. Com os preços mais atrativos, a
discussão com o poder público sobre isenções fiscais, leilões específicos
da energia gerada pela cogeração de queima de lixo com preço que a
viabilize (estimado em R$ 200/MW, contra um valor de mercado de R$
150/MW) fica mais fácil. O preço da energia é taxado pelo mercado, em
especial pelos leilões promovidos pela Aneel. A geração de energia para
uma usina de mil toneladas/dia de lixo, por exemplo, varia entre 13 MW e
20 MW. Considerando a média de 15 MW e o valor do MW a R$ 200, a
URE, com certeza, atrairá empresários do setor de energia.
2 de 3 04/09/2014 08:56
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Esse conturbado cenário foi, certa vez, muito bem ilustrado em uma
conversa sobre o assunto com um promotor de meio ambiente da região de
Campinas. Em uma reflexão sobre o futuro dessa prática no país, ele não
acredita na viabilidade das UREs. Para ele, enquanto houver áreas
disponíveis para aterros sanitários ou controlados, será difícil alguém ter
coragem para colocar em prática a primeira usina de cogeração de
energia proveniente do lixo, ambientalmente correta e com elevado
padrão de qualidade. Além disso, argumenta, a política atual incentiva a
reciclagem, não a queima do lixo.
3 de 3 04/09/2014 08:56
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MENOS LIXO
Profissão: catador
Cerca de 600 mil brasileiros coletam 90% do material
reciclável recuperado. Nas mãos deles estão o sucesso e o
futuro da reciclagem. Assista, no final da reportagem, a vídeo
exclusivo para leitores da edição digital para tablet
Julio Lamas
National Geographic Brasil - Especial Lixo - 12/2013
Victor Moriyama
Seu João, mais conhecido como "Véio", compra e vende material reciclável na Rua 25 de Março, em São Paulo.
O comércio informal dos catadores movimenta cerca de 30 toneladas de papel e alumínio por mês. Em
dezembro, pode chegar a 50 toneladas.
[box-leia]
1 de 7 04/09/2014 09:23
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Na região central de São Paulo, adolescentes ajudam a mãe na coleta de material. O trabalho tem início por
volta das 17 horas, quando as lojas começam a fechar, e se estende até cerca de meia-noite.
Como Bispo, estima-se que, hoje, o país tenha cerca de 600 mil catadores,
segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Estudo de 2011 feito pelo Compromisso Empresarial para a Reciclagem
(Cempre), entidade que reúne empresas como Coca-Cola, Unilever e
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Gerdau, calcula que 90% dos resíduos recuperados passam pelas mãos
desses milhares de brasileiros, que recolhem o material das ruas das
metrópoles ou o coleta dos lixões do país. "A maior parte do trabalho de
reciclagem é feita por eles. Os catadores desempenham um papel de
imenso valor estratégico para a indústria, além de prestarem um importante
serviço ambiental pelo qual são pouco valorizados", diz Albino Rodrigues
Alvarez, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, em que coordenou
um estudo sobre o assunto. Segundo Alvarez, é por ter desempenho
relevante e experiência nos processos de reciclagem que eles são
reconhecidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que
entra em vigor em 2014, como importantes agentes para sua execução.
"Essa inclusão é um grande ganho social da política. Por meio dela, os
municípios são obrigados a criar planos de gestão de resíduos sólidos e
coleta seletiva que integrem os catadores e invistam no desenvolvimento
das cooperativas", explica.
Em cooperativa localizada no bairro da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, catador transporta sacos
plásticos com objetos recicláveis e descarrega o papelão de sua carroça. O local é um dos principais pontos de
coleta seletiva da região. Em locais como este, o material é pesado e pago na hora.
3 de 7 04/09/2014 09:23
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Anéis de latas de cerveja ou refrigerante são isolados durante o processo de reciclagem do alumínio. O mesmo
ocorre com bitucas de cigarro, entre outros resíduos que possam ter sido colocados no interior das latinhas.
4 de 7 04/09/2014 09:23
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Pilhas de compensado, resultado do processo de prensagem das latinhas, ficam estocadas em empresa
localizada na zona sul de São Paulo. Todos os dias, são retiradas e enviadas a outro local, onde é feita a
fundição do alumínio.
6 de 7 04/09/2014 09:23
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7 de 7 04/09/2014 09:23
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LATA VELHA
Victor Moriyama
Carros também morrem. E são abandonados nas ruas ou levados a "cemitérios", como este em São Paulo.
[box-leia]
Em tempos de trânsito cada vez mais caótico nas
grandes cidades, a reputação dos automóveis anda
arranhada.
1 de 5 05/09/2014 09:09
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Só a cidade de São Paulo abriga uma mina de ouro em carros que já não
rodam mais e poderiam ser reprocessados. Em um dos maiores depósitos
de veículos apreendidos do país, o Pátio Santo Amaro, milhares deles
apodrecem, de forma perigosa, à beira do mais importante manancial de
abastecimento de água da capital paulista, a represa de Guarapiranga,
na zona sul da cidade. Na área de 80 mil metros quadrados, situada a
menos de mil metros do manancial, estão armazenados cerca de 20 mil
veículos, retirados das ruas pelo poder público. São automóveis e
motocicletas roubados, com chassi adulterado ou com irregularidades a
ameaçar de contaminação as águas que boa parte dos paulistanos bebe.
Pela lei, cada um deles só poderia estar ali por até três meses. Caso os
proprietários não regularizem a situação, esses automóveis deveriam ir a
leilão.
Mas grande parte dessa frota fantasma enferruja no Pátio Santo Amaro há
mais de dez anos. A área é particular, e foi alugada pelo estado só para a
guarda dos veículos irregulares. O que era para ser um bom negócio ao
proprietário se transformou em estorvo e um grande imbróglio judicial,
contra o governo, que se arrasta há anos. Amargando um prejuízo do
tamanho de seu terreno, o proprietário demitiu os funcionários que
cuidavam dos veículos, que agora estão à mercê das intempéries e dos
ladrões, que abastecem de peças desmanches clandestinos. "O Tribunal
de Justiça de São Paulo acaba de intimar, pela quinta vez, o governador
para retirar os veículos daqui. E isso deve ser feito antes que aconteça um
grande estrago ambiental", diz um representante do Pátio Santo Amaro,
que não quis se identificar por temer represálias. Há muitas áreas
semelhantes ao redor da represa de Guarapiranga.
É uma pena saber que essa rica matéria-prima poderia retornar à cadeia
produtiva - incrementando a economia e gerando empregos -, sem
comprometer os recursos naturais, escassos, mas definha à sombra do
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Quem usava este pequeno caminhão para trabalhar? Mais que qualquer outro tipo de lixo, os veículos parecem
ocultar histórias.
A passeio ou a negócio? Janela ou corredor? Memórias de antigos viajantes habitam o vazio de uma carcaça de
ônibus.
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Fungos tingem de verde parte dos milhares de automóveis amontoados a céu aberto no Pátio Santo Amaro,
em São Paulo.
Antes proteção para o motorista, a cruz no retrovisor vela agora pelo carro que, sem uso ou reciclagem, não
passa de lixo.
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Jotagedf/Creative Commons
[box-leia]
O homem moderno produz e consome para sobreviver e,
como consequência, gera uma quantidade imensa de
resíduos. A decomposição dos rejeitos orgânicos em
lixões e aterros, ao fim do ciclo de vida de cada produto,
gera biogás, uma mistura gasosa com quase 50% de
metano (um potente gás causador de efeito estufa), mais
uma quantidade semelhante de dióxido de carbono e uma
pequena parte de outras impurezas, como vapores d’água
e de ácidos.
1 de 3 04/09/2014 09:01
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Assim como os demais GEE, ele pode ser expresso em termos de massa
de dióxido de carbono equivalente (CO2e).
Esse cenário, porém, pode começar a se alterar nos próximos anos com a
entrada em vigor, em 2014, da Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS). Ela direciona recursos públicos para priorizar, primeiro, a não
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Victor Moriyama
Entre os países emergentes, o Brasil é, há alguns anos, campeão mundial na geração de lixo eletrônico de
informática. E o problema não parece perto de acabar.
[box-leia]
Vou até a dispensa e reencontro uma velha companheira,
cheia de pó e aposentada há muito tempo. É uma antiga
TV de 29 polegadas, daquelas que usam tubos de raios
catódicos, que agora parece ainda maior do que na época
em que a comprei. Sem funcionar há cinco anos, só lhe
resta uma serventia, ao menos para mim: ser um exemplo,
dentro de minha própria casa, dos chamados
equipamentos eletroeletrônicos em retenção (Eeer). São
aqueles fora de uso, esquecidos em garagens, com grande potencial de se
tornar lixo eletrônico no futuro. Já era hora de eu desfazer da geringonça
que um dia me foi tão útil, mas, consciente, sei que devo fazer a coisa
certa, e não gerar mais lixo. O indicado é encontrar alguma opção de
reciclagem.
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Moral da história: não será tarefa fácil encontrar alguém que compartilhe
comigo a responsabilidade de achar um destino adequado a um velho
aparelho de TV. Estou sozinho. Pior: o problema não é só meu.
Todos os anos, a Itaipu Binacional promove, no mês de setembro, em Foz do Iguaçu (PR), várias atividades
para conscientizar a população sobre a correta destinação de resíduos eletrônicos. Uma delas é o mutirão que
coleta pelas ruas equipamentos antigos. Depois, eles são encaminhados a empresas de reciclagem.
2 de 5 04/09/2014 09:11
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Assim que entro, observo uma pequena equipe trabalhando perto de pilhas
de gabinetes de computadores, que me obrigam a olhar para o teto.
Orgulhosa, Neuci me conta que os cinco técnicos dão novo destino a
cerca de 12 toneladas de equipamentos por mês. No lado oposto do
galpão, avisto enormes sacos brancos, abarrotados. Alguns deles,
movidos por uma empilhadeira, estão cheios de partes metálicas; outros,
de cabos e fios. O material está pronto para ser enviado a empresas de
reciclagem de ferro e plástico. Ao lado, em uma sala separada por
divisórias, bancadas repletas de Eeers, aparentemente sendo montados,
despertam minha curiosidade. Neuci me diz que as peças de reposição são
separadas para que, ali mesmo, se recupere vários equipamentos que,
depois, são encaminhados à própria universidade, a projetos de inclusão
digital, prefeituras ou escolas públicas. Em pouco tempo, consigo
compreender como eles se organizaram para transformar o que ninguém
mais queria em algo a ser reaproveitado, com valor.
Outra questão é que muitos brasileiros ainda têm o péssimo hábito de jogar
lâmpadas fluorescentes em caçambas ou sacos de lixo. Só na cidade de
São Paulo, três em cada quatro domicílios utilizam lâmpadas fluorescentes,
mas apenas 12,5% deles as enviam para coleta seletiva, segundo estudo
de Ângela Cássia Rodrigues, da Faculdade de Saúde Pública da USP. O
resto vai para o lixo comum, provocando sérios problemas.
Isso tudo poderia ser evitado se uma ideia criada pelo mecatrônico
Wanner Kelson de Almeida fosse mais disseminada. Ele suspeitou que
uma tecnologia usada para outros fins seria capaz de fazer uma lâmpada
queimada funcionar de novo. Após anos de trabalho e uma patente em
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Mas, voltando a minha velha tevê de tubo, após uma semana, ela continua
no mesmo lugar. Mas, se alguém a tivesse aceitado, teria ocorrido o que
está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos: a
responsabilidade compartilhada. A partir de 2014, fabricantes,
importadores, distribuidores, serviços públicos de limpeza urbana e
consumidores deverão se responsabilizar pelos equipamentos eletrônicos
por todo o seu ciclo de vida – inclusive quando ele não for mais útil. No
Brasil, ainda estão em curso negociações que, em breve, devem culminar
em regras mais claras, que apontarão a participação de cada grupo. Para
os especialistas, o bom é que todos devem ser responsabilizados pela
destinação do eletrônico descartado, e não só o consumidor final.
A conta disso tudo poderá pesar mais no bolso de quem compra no varejo?
Ademir Brescansin, gerente de responsabilidade socioambiental da Abinee,
garante que a intenção dos fabricantes é pôr em prática a chamada
logística reversa, ou seja, criar ações e meios para coleta e devolução
dos equipamentos em desuso e, assim, onerar o cidadão o menos
possível.
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Dezenas de antigos cofres de banco, que já se tornaram sucata, aguardam destino mais adequado em um
galpão na cidade de Guarulhos (SP).
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