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2019
1 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
O Brasil tem hoje dois dispositivos digitais por habitante, incluindo smartphones,
computadores, notebooks e tablets. Em 2019, o País terá 420 milhões de aparelhos digitais
ativos. Entre os aparelhos, o uso de smartphone se destaca: segundo o levantamento, há hoje
230 milhões de celulares ativos no país1. Ou seja, mais de um smartphone por habitante.
Consoante com esse crescimento, o relatório Digital in 20192, feito pela We Are Social em
parceria com a Hotsuite, apontou que cerca de 140 milhões de brasileiros são usuários das
redes sociais, o que representa 66% da população do país.
Nesse sentido, os educadores devem estar atentos ao que está se passando no mundo,
seja nos saberes, na sociedade, nos sujeitos, e responder com propostas imaginativas que
possibilitem aos educandos elaborarem formas de compreensão e atuação na parcela do
mundo que lhes toca viver, de forma que possam desenvolver seus projetos de vida. A
situação que o educador cria para iniciar o processo de aprendizagem sinaliza sua orientação
educativa, o lugar que destina ao educando e a si mesmo.
Diante desse cenário, o presente projeto de tese justifica-se (a) pela necessidade de
refletir e elaborar sobre os impactos da presença massiva do uso da imagem, através dos
smartphones e redes sociais, no ambiente escolar; (b) pela baixa produção de pesquisas que
abordem a questão no campo da educação a partir de uma abordagem transdisciplinar que não
seja restrita as áreas da comunicação social e artes visuais; (c) pela possibilidade de criar
estratégias pedagógicas que viabilizem o processo de produção de novas formas de expressão
do conhecimento e da crítica da cultura a partir da fotografia; (d) pela necessidade de atualizar
a formação docente a partir dessas estratégias e (e) pela urgência da criação de espaços de
interlocução em que os sujeitos possam experimentar-se no ambiente pedagógico, não apenas
como sujeitos captados pela lente da câmera, mas, também, como participantes da construção
de suas próprias imagens.
2 PROBLEMA DE PESQUISA
3 OBJETIVOS
O objetivo geral de pesquisa é criar condições para que o uso da linguagem fotográfica
no contexto escolar possa favorecer a construção de estratégias de interação com o mundo
físico e social que sejam promotoras de um modo crítico de ver as coisas, interpretando e
recriando o mundo de muitas e diferentes maneiras. Isso significa assumir o compromisso de
desencadear um conhecimento que desmascare a superficialidade e a padronização do olhar,
permitindo um mais profundo contato com a leitura e a interpretação das imagens que
circulam entre nós.
(c) A partir da sistematização dos dados recolhidos, dar suporte a novas pesquisas
sobre cultura visual, fotografia e educação.
4 REFERENCIAL TEÓRICO
Tomando a cultura como traço que define o seu estudo, MIRZOEFF (2003) afirma que
a visualização caracteriza o mundo contemporâneo. Essa característica não significa que,
necessariamente, conheçamos aquilo que observamos. A distância entre a riqueza da
experiência visual na cultura contemporânea e a habilidade para analisar esta observação cria
a oportunidade e a necessidade de converter a cultura visual em um campo de estudo. O autor
afirma que a cultura visual é uma “tática para estudar a genealogia, a definição e as funções
da vida cotidiana pós-moderna a partir da perspectiva do consumidor, mais que do produtor”
(MIRZOEFF, 2003, p. 20). Enfatiza que não se trata de uma história das imagens, nem
depende das imagens em si mesmas, mas sim dessa tendência de plasmar a vida em imagens
ou visualizar a existência, pois o visual é um “lugar sempre desafiante de interação social e
definição em termos de classe, gênero, identidade sexual e racial” (p. 20).
Nessa concepção, a cultura visual carrega uma proposta bem mais ampla que a de
leitura de imagens baseada no formalismo perceptivo e semiótico. Trabalhar nesse enfoque
amplo é aceitar a capacidade de as imagens serem mediadoras das “velhas e novas formas de
poder, como também de ensaios contra discursivos de novas formas de sociabilidade”
(MORAZA, 2004). Essa abordagem fundamenta-se em uma base socioantropológica, o que
significa focalizar o conhecimento tanto nos produtores dessas experiências quanto no
contexto sociocultural em que são produzidas.
Trabalhar na linha da compreensão crítica da cultura visual “não pode ficar à margem
de uma reflexão mais ampla sobre o papel da escola e dos sujeitos pedagógicos nesses tempos
de mudança” (HERNANDEZ, 2002, p. 3). Nesse sentido, os educadores precisam estar
atentos ao que está se passando no mundo, seja nos saberes, na sociedade, nos sujeitos, e
responder com propostas imaginativas, transgressoras que possibilitem aos educandos
elaborarem formas de compreensão e atuação na parcela do mundo que lhes toca viver, de
forma que possam desenvolver seus projetos de vida. A situação que o educador cria para
iniciar o processo de aprendizagem sinaliza sua orientação educativa, o lugar que destina ao
educando e a si mesmo.
Nesse sentido, afirma SARDELICH (2006), já não cabe mais o educador se perguntar
o que aos educandos não sabem e se propor a ensinar-lhes, mas perguntar-se sobre o que já
sabem e como ampliar as conexões para que, juntos, possam organizar outros discursos com
os saberes mosaicos que todos possuem. A abordagem da compreensão crítica não enfatiza
nem as representações nem os artefatos visuais, pois ao trabalhar na perspectiva de projetos de
trabalho a ênfase recai na construção de uma história compartilhada que será narrada. Mais do
que pensar em representações e artefatos, o educador necessita pensar no que o grupo de
trabalho (o que implica educandos e educadores) quer aprender e o que pode aprender.
5. METODOLOGIA DO PROJETO
Na terceira e última etapa, após o término de cada grupo focal, serão realizadas a
sistematização dos dados e análise dos mesmos junto a orientadora ou orientador da pesquisa.
A partir daí, terá início a escrita da versão final da tese a ser defendida.
O trabalho com fotografia de celular desenvolvido na escola tem como objetivo mais
amplo facilitar a experiência de educadores e educandos com a produção e fruição de imagens
visuais e mobilizar a produção de narrativas. A linguagem fotográfica é vista, assim, como
mais um recurso pedagógico a ser explorado na busca de alternativas e adaptações
curriculares que facilitem o processo de ensino-aprendizagem. Pensando a prática pedagógica
sob a ótica da “remoção de barreiras à aprendizagem” (CARVALHO, 1998), a fotografia
pode ser tomada como uma importante linguagem a ser explorada no processo de construção
de conhecimento e narrativas, de busca de sentidos e significados.
6 CRONOGRAMA
Nome da Tarefa Início Termino
1 Cronograma de Mar-19 Mar-23
Execução -
Doutorado
2 Revisão Mar-19 Fev-20
Bibliográfica
3 Levantamento Mar-19 Fev-20
Bibliográfico
4 Fichamento do Mar-19 Fev-20
Material
5 Disciplinas Mar-19 Dez-20
6 Cursar Disciplinas Mar-19 Dez-20
Obrigatórias
7 Cursar Disciplinas Mar-19 Dez-20
Optativas
8 Escolha das Escolas Jan-20 Mar-20
9 Constituição dos Mar-20 Abril-20
Grupos Focais
10 Grupos Focais Maio-20 Dez-20
11 Sistematização e Jan-21 Mar-21
tratamento dos dados
12 Análise dos Dados Abril-21 Jun-21
13 Redação da Tese Jul-21 Jul-23
14 Entrega da Tese Ago-23 Ago-23
15 Defesa da Tese Out-23 Out-23
7 REFERÊNCIAS
BOLIN, P. E.; BLANDIN, D. Beyond Visual Culture: Seven Statements of Support for
Material Culture Studies in Art Education. Studies in Art Education: a journal of issues
and research, v. 44, n. 3, p. 246-263, 2003.