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Os segredos da terra proibida

Neste artigo, irei contar um pouco para vocês, sobre a história de um dos jogos mais épicos e
artísticos já feitos. E analisando cada detalhe, vamos descobrir porque tanta gente adorou
viajar por terras solitárias, caçando feras colossais. Lembrando que, como isso será uma
análise de sua história, possivelmente conterá alguns spoilers, por isso se você ainda não
jogou esta obra de arte, eu recomendo demais! Não somente pela história, mas por sua
atmosfera, jogabilidade e principalmente sua trilha sonora épica. Dito isso, vamos para a
análise!

O que uma trama simples baseada no conceito de “ Salvar a donzela em perigo “, fez com que
isso se tornasse uma das melhores histórias já feita? Essa foi a grande ideia que Fumito Ueda
teve ao criar este jogo. Um jovem inocente e desesperado, em terras distantes onde o mundo
jamais viu, descobre uma maneira de ressuscitar sua amada, que havia sido sacrificada pelos
sacerdotes de seu povo, por conta de ela ter um destino amaldiçoado. E então totalmente cego
pelo seu desejo de ter ela de volta, o garoto rouba um artefato mágico e vai até este lugar que
ele descobriu. Onde de acordo com as lendas, os mortos eram trazidos de volta à vida. E a
única coisa que ecoava em sua mente, era: “ Não importa pelo que eu irei passar, pois todo e
qualquer desafio que for posto na minha frente, será por ela... “

E assim, o jogo começa, nos apresentando Wander, chegando até um lugar chamado “ As
terras proibidas “. E ao chegar Lá, Wander se depara com um grande templo, colocando o
corpo de alguém que estava coberto em um altar. E quando ele retira sua coberta, o corpo de
uma jovem mulher é revelado. Esta era Mono, a garota que Wander queria tanto reviver. E
após ela ser posta no altar sombras começam a se erguer do chão, indo até Wander. Até ele
estender para elas o artefato que ele havia roubado: A espada Sagrada. As estranhas sombras
ficam assustada com a espada. E então, uma luz surge vindo do teto do templo. E desta luz,
uma estranha voz começa a se comunica com Wander. Este, era Dormin.
Dormin se interessa pelo jovem garoto, que estava ali com o único objetivo de ressuscitar
Mono. E ele, era o único que era capaz de trazê-la de volta à vida. Dormin então concorda em
revivê-la, mas com uma condição: Wander teria de quebrar os dezesseis ídolos que estavam
ali naquele templo. Porém, eles não eram apenas estátuas de pedra comuns. Para que eles
fossem quebrados, Wander teria que viajar pelas grandes terras proibidas e caçar dezesseis
colossos que vagavam por aí. Pois estes eram suas reencarnações. E o único jeito de derrota-
los, era usando a espada sagrada.
E assim, a missão de Wander começa. Graças aos poderes mágicos da espada sagrada, ao
erguê-la no sol, os raios de luz que refletiam na espada, se fossem posicionados na direção
correta, se convergiam, indicando a direção para uma dessas feras que Wander teria que
caçar.
E após escalar um precipício, Wander finalmente se depara com seu primeiro desafio: Um
gigante que era pelo menos trinta vezes o seu tamanho, vagando por aquele vale. É ai que
tanto o jogador quanto próprio Wander ser perguntam: “ Como diabos eu vou derrotar isso... “
Com a única dica que foi dada por Dormin, Wander ignora totalmente todos os seus medos e a
vontade de trazer Mono de volta à vida, toma conta de todo seu corpo. Ele novamente ergue a
espada contra a luz do sol, e os raios aponta diretamente para a cabeça do colosso. E assim, a
primeira batalha épica desta maravilhosa história se inicia, Wander encontra um jeito de subir
no pelo do colosso, e assim Wander começa a escalá-lo. O colosso se sacudia bastante, mas a
força de vontade de Wander não deixava ele cair daquela altura. E quando ele finalmente
chega na a cabeça do colosso, ele se depara com um grande símbolo azul brilhante. O único
indicativo de aquilo era o ponto certo que iria derrubar aquela lendária criatura de uma vez por
todos. E então, após fincar várias vezes sua espada naquele ponto. A grande besta finalmente
perde sua energia vital, e o grande colosso cai por terra. Foi aí que aquele pensamento de
antes, na mente de Wander e de quem o controla se tornou: “ Eu consigo fazer isso. “

E assim, a grande missão de Wander dá continuidade. Vagando por aquelas totalmente


desabitadas e silenciosa. Tendo apenas uma espada mágica, um arco e flecha, e Agro, sua fiel
égua como companheira. E assim, Wander se depara com paisagens simplesmente
deslumbrantes. Desde florestas calmas e tranquilizadoras, até grandes desertos e vales
tortuosos. E no meio disso tudo, Wander vai se deparando com todos os outros colossos que
ele deveria derrotar. Alguns eram extremamente grandes, outros eram pequenos como um
touro. Haviam também os colossos voadores, os aquáticos, os que escalavam parede. Aqueles
que eram apenas criaturas pacíficas, vagando por ai sem rumo e sem querer causar mau pra
ninguém. Haviam também os agressivos, que estavam um lugar antigo e tinham o eterno dever
de protegê-lo, ou até mesmo os que eram agressivos por natureza. Seja ele agressivo ou não,
Wander não se importava com isso. Pois não importasse o que estava na frente dele... ele
estava fazendo tudo isso por ela.

E com essa convicção em mente, conforme Wander foi derrotando suas presas, era como se
suas próprias almas tomassem uma parte de seu corpo. E conforme mais colossos eram
derrotados, sua consciência era mais e mais tomada pelas suas sombras. Sua pele ficou mais
escura, seus olhos brilhavam como o daquelas criaturas, chifres começaram a crescer sua
cabeça. Aquilo que o grande filósofo Friedrich Nietzsche, estava literalmente acontecendo com
Wander. Ele não se cautelou nem um pouco ao lutar contra monstros, e acabou se tornando
um. Pois quando ele olhou para o abismo, o abismo olhou de volta para ele. E por mais que
isso deteriorasse todo o seu ser, Wander não desistiu de sua missão.

E tudo isso nos leva ao final do game. Após por ter passado por todo tipo de desafio,
derrotados feras imensas, ter seu corpo tomado por sombras e até mesmo ter perdido sua fiel
égua, Wander derrota o décimo sexto colosso. Finalmente completando sua missão. Ao ser
novamente trazido de volta para o templo por Dormin, Wander se depara com homens de sua
tribo, liderados por Lorde Emon, o grande sacerdote de seu povo e o responsável por sacrificar
Mono. E após saber que Wander tinha sido o responsável por roubar um artefato sagrado e
invadido as terras proibidas, vai até elas, torcendo para que o pior não tivesse acontecido. Até
que ele vê o estado em que Wander se encontrava, viu que suas esperanças não serviram de
nada. Wander já estava totalmente possuído pela alma dos colossos. E em uma tentativa falha
de matar o inocente garoto que sequer sabia onde estava se metendo, Emon se depara com o
corpo de Wander se tornando ninguém mais que o próprio Dormin. Que havia sido selado há
muito tempo atrás e agora, graças a Wander havia sido ressuscitado.
E após uma batalha final entre Dormin contra Lorde Emon e seus soldados acontecer, Emon
lança a espada sagrada em um lago que ficava no templo, um feixe de luz se abre, sugando o
grande demônio que havia se reerguido do corpo de Wander, e finalmente selando Dormin
mais uma vez. Porém, todavia, no entanto, Dormin não era alguém que não cumpria com suas
promessas. E após Emon e seus homens irem embora, Mono finalmente acorda de seu sono
eterno. Agro retorna ao templo com vida, mesmo após cair de um penhasco. E no lago onde
Dormin havia sido selado, não sobrou nada além de um bebê com chifre. E assim, a odisseia
de Wander e os colossos, finalmente chega ao fim.
A interpretação deste final fica toda por conta do jogador, deixando para que ele mesmo tente
resolver todas as pontas soltas deixadas pelo jogo. Mas mesmo tendo um final aberto, isso
pouco importa para o entendimento geral da história: Uma mistura de sentimentos de solidão,
tranquilidade, adrenalina e finalmente reflexão. Tais sentimentos que foram misturados por
Fumito Ueda de forma tão harmônica que consagrou esta obra no coração de todos que o
jogaram. A simples história de um garoto, sua amada, uma espada, e dezesseis colossos.

E você? Já jogou Shadow of the colossos? O que achou da história? Me diga nos comentários!
E também, não se esqueça de deixar suas críticas, e sugestões para novas postagens! Eu
prometo que irei responder todos que me mandarem uma mensagem. E se você quiser
continuar descobrindo sobre novas e incríveis histórias, continue acompanhando o Telling
Stories! E nunca se esqueça! Tudo começa com uma grande ideia. Forte Abraço!

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