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Obras de Aterro

Cap. 3
EM OBRA

Obras de Aterro

1
Obras de Aterro

Aspectos a abordar
1. Execução
• caracterização dos materiais
• escolha do equipamento
• aterros experimentais

2. Controlo da execução
• escolha das propriedades a medir e medição in situ
dessas propriedades (geralmente, a determinação do teor
em água e do peso volúmico seco)
• Valores de referência para validação

Obras de Aterro

1. EXECUÇÃO
Caracterização dos materiais

2
Obras de Aterro

Análise granulométrica

Especificação E-219 – fracções granulométricas


Argila Silte Areia Seixo ou Cascalho Calhau Pedra
fino médio grosso fina média grossa fino médio grosso

0,002 0,006 0,02 0,06 0,2 0,6 2,0 6,0 20 60 150 [mm]

Por uma questão de controlo de qualidade, e


principalmente em estruturas em que a granulometria é
importante como é o caso das barragens, tem que
verificar que o solo a colocar tem granulometria dentro
do fuso granulométrico definido em projecto e que esta
se mantém nos limites aceitáveis após a compactação.

Obras de Aterro

Também é fundamental ver


como varia a granulometria
após a compactação

3
Obras de Aterro

Análise da granulometria antes e depois da compactação estática - curvas médias

100

90

80
% acumulada de material que passa

70

60

50

40

#4
30
Fuso máximo antes de compactar
Fuso mínimo antes de compactar
20
Curva Média Adoptada - antes de compactar
Fuso máximo depois de compactar
10
Fuso mínimo depois de compactar
Curva Média Adoptada - depois de compactar
0
0.01 0.1 1 10 100 1000
Diâmetro (mm)

Obras de Aterro

análise da granulometria após compactação estática


100

90

80
% acumulada de material que passa

70 Núcleo 15ª camada (Compact nº57)


Núcleo 19ª camada (Compact nº59)
Núcleo 21ª camada (Compact nº60)
60 Núcleo 22ª camada (Compact nº61)
Núcleo 28ª camada (Compact nº71)
Núcleo 29ª camada (Compact nº72)
Núcleo 30ª camada (Compact nº74)
50 Núcleo 32ª camada (Compact nº77)
Núcleo 33ª camada (Compact nº81)
Núcleo 34ª camada (Compact nº82)
40 Núcleo 35ª camada (Compact nº84)
Núcleo 36ª camada (Compact nº89)
Núcleo 37ª camada (Compact nº91)
30 Núcleo 38ª camada (Compact nº92)
Núcleo 41ª camada (Compact nº93)
Núcleo 2ª camada (Compact nº49)
Núcleo 4ª camada (Compact nº50)
20 Núcleo 7ª camada (Compact nº53)
Núcleo 9ª camada (Compact nº54)
#4
10 Fuso máximo depois de compactar
Fuso mínimo depois de compactar
Curva Adoptada
0
0.01 0.1 1 Diâmetro (mm) 10 100 1000

4
Obras de Aterro

Determinação dos limites de consistência


normas NP-143 (1969) e NP-84 (1965)

São valores de teor em água que marcam fronteiras de


comportamento (aplicáveis apenas a materiais plásticos)
W
w - Teor em água w(%) = w × 100%
Ws
IP - Índice de plasticidade
IP= wL – wP

PLÁSTICO LÍQUIDO
SÓLIDO SEMI SÓLIDO

Comp. moldável

w=0 wR wP wL w (%)
Limite de Limite de Limite de
retracção plasticidade liquidez

Obras de Aterro
Classificação do solo
• Classificação unificada (ASTM)
Nome = Símbolo + descrição

G (gravel - cascalho) W (well – bem graduado)


S (sand – areia) P (poorly – mal graduado)
M (milt – silte) L (low – pouco plástico)
C (clay – argila) H (high – muito plástico)
O (organic – (orgânico)

Solos Grossos
Também chamada Classificação
de Casagrande e é adoptada no % retida no #200 >50% - Quadro 1
“Regulamento de Pequenas Solos Finos
Barragens de Terra” % retida no #200≤50% - Quadro 2

5
Quadro 1 - Solos Grossos
Elementos de Engenharia
C >4 e 1≤C ≤ 3
Civil,
GW
Geotecnia
cascalho bem graduado (1)
u c
%finos< 5
Cu≤4 e/ou [Cc<1 ou Cc>3] GP cascalho mal graduado (1)
Cu>4 e 1≤Cc≤ 3 e
GW – GM cascalho bem graduado com silte (2)
finos ML ou MH
Cu>4 e 1≤Cc≤ 3 e finos CL ou CH: cascalho bem graduado com argila (2)
GW – GC
finos CL ou CH ou CL-ML finos CL-ML: cascalho bem graduado com argila siltosa (2)
Cascalho 5≤ %finos≤ 12 Cu≤4 e/ou [Cc<1 ou Cc>3]
% cascalho> % e GP – GM cascalho mal graduado com silte (2)
areia finos ML ou MH
Cu≤4 e/ou [Cc<1 ou Cc>3]
finos CL ou CH: cascalho mal graduado com argila (2)
e GP –GC
finos CL-ML: cascalho mal graduado com argila siltosa (2)
finos CL ou CH ou CL-ML
finos ML ou MH GM cascalho siltoso (1) (*)
%finos> 12 finos CL ou CH GC cascalho argiloso (1) (*)
Solos Grossos
% retida no #200 finos CL-ML GC – GM cascalho argilo-siltoso (1) (*)
>50% Cu>4 e 1≤Cc≤ 3 SW areia bem graduada (3)
%finos< 5
Cu≤4 e/ou [Cc<1 ou Cc>3] SP areia mal graduada (3)
Cu>4 e 1≤Cc≤ 3 e
SW – SM areia bem graduada com silte (4)
finos ML ou MH
Cu>4 e 1≤Cc≤ 3 e finos CL ou CH: areia bem graduada com argila (4)
SW – SC
finos CL ou CH ou CL-ML finos CL-ML: areia bem graduada com argila siltosa (4)
Areia 5≤ %finos≤ 12 Cu≤4 e/ou (Cc<1 ou Cc>3)
% areia≥ % e SP – SM areia mal graduada com silte (4)
cascalho finos ML ou MH
Cu≤4 e/ou [Cc<1 ou Cc>3]
finos CL ou CH: areia mal graduada com argila (4)
e SP –SC
finos CL-ML: areia mal graduada com argila siltosa (4)
finos CL ou CH ou CL-ML
finos CL ou CH SC areia argilosa (3) (*)
%finos> 12 finos ML ou MH SM areia siltosa (3) (*)
finos CL-ML SC – SM areia argilo-siltosa (3) (*)
(*) Se os finos são orgânicos, juntar ‘e finos orgânicos’ Restantes notas: ver no fim do Quadro 2

Quadro 2 – Solos Finos e Solos Orgânicos


Elementos de Engenharia Civil, Geotecnia
se %retida no #200 ≤15: argila magra
IP>7 e situa-se na
CL se 15< %retida no #200 <30: argila magra (5)(6)
linha A ou acima
se %retida no #200 ≥30: argila magra (7)(8)(9)(10)

Siltes e 4≤IP≤ 7 e situa-se se %retida no #200 ≤15: argila siltosa


Argilas na linha A ou CL – ML se 15< %retida no #200 <30: argila siltosa (5)(6)
wL<50% acima se %retida no #200 ≥30:argila siltosa (7)(8)(9)(10)

se %retida no #200 ≤15:silte


IP<4 ou situa-se
ML se 15< %retida no #200 <30:silte (5)(6)
Inorgânicos abaixo da linha A
se %retida no #200 ≥30:silte (7)(8)(9)(10)
wL(seco em estufa)
 ≥0,75 se %retida no #200 ≤15:argila gorda
wL(sem secagem) IP>7 e situa-se na
CH se 15< %retida no #200 <30: argila gorda (5)(6)
linha A ou acima
Solos Finos se %retida no #200 ≥30: argila gorda (7)(8)(9)(10)
% retida no Siltes e 4≤IP≤ 7 e situa-se se %retida no #200 ≤15: argila gorda siltosa
CH –
#200≤50% Argilas na linha A ou
MH
se 15< %retida no #200 <30: argila gorda siltosa (5)(6)
wL≥50% acima se %retida no #200 ≥30: argila gorda siltosa (7)(8)(9)(10)

se %retida no #200 ≤15:silte elástico


IP<4 ou situa-se
MH se 15< %retida no #200 <30: silte elástico (5)(6)
abaixo da linha A
se %retida no #200 ≥30: silte elástico (7)(8)(9)(10)

Siltes e se %retida no #200 ≤15: silte orgânico


Argilas OL se 15< %retida no #200 <30: silte orgânico (5)(6)
Orgânicos wL<50% se %retida no #200 ≥30: silte orgânico (7)(8)(9)(10)
wL(seco em estufa)
 <0,75 se %retida no #200 ≤15: argila orgânica
Siltes e
wL(sem secagem) se 15< %retida no #200 <30: argila orgânica (5)(6)
Argilas OH
se %retida no #200 ≥30:
wL≥50% % areia≥ % cascalho - %areia≥15 -argila orgânica (7)(8)(9)(10)

Solos altamente Principalmente matéria orgânica: cor


Pt turfa
orgânicos escura e odor orgânico

(1) se o solo contém %areia ≥15% juntar ‘com areia’ ao nome (6) se %cascalho > %areia juntar ‘com cascalho’ ao nome
(2) se o solo contém %areia ≥15% juntar ‘e areia’ ao nome (7) se %areia ≥%cascalho e %areia ≥15% juntar ‘arenosa/o’ ao nome
(3) se o solo contém %cascalho ≥15% juntar ‘com cascalho’ ao nome (8) se %areia ≥%cascalho e %areia <15% juntar ‘e areia’ ao nome
(4) se o solo contém %cascalho ≥15% juntar ‘e cascalho’ ao nome (9) se %cascalho >%areia e %cascalho ≥15% juntar ‘cascalhenta/o’ ao nome
(5) se %areia ≥%cascalho juntar ‘com areia’ ao nome (10) se %cascalho >%areia e %cascalho <15% juntar ‘e cascalho’ ao nome

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Obras de Aterro

Carta de Plasticidade (fracção fina)


Linha U Linha A
IP=0,90(wL-8) IP=0,73(wL-20)
60

50
IP - Índice de plasticidade (%)

CH ou OH
40

30
CL ou OL
20
MH ou OH

10
CL-ML ML ou OL
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

wL - Limite de liquidez (%)

Obras de Aterro
Principais propriedades dos solos
Resistência ao corte Compressibilidade Trabalhabilidade
Permeabilidade
Símbolo quando compactado e quando compactado e como material de
quando compactado
saturado saturado construção
GW Permeável Excelente Desprezável Excelente
GP Muito permeável Boa Desprezável Boa
Semi-permeável a
GM Boa Desprezável Boa
permeável
GC Impermeável Boa a razoável Muito baixa Boa
SW Permeável Excelente Desprezável Excelente
SP Permeável Boa Muito baixa Razoável
Semi-permeável a
SM Boa Baixa Razoável
impermeável
SC Impermeável Boa a razoável Baixa Razoável
Semi-permeável a
ML Razoável Média Razoável
impermeável
CL Impermeável Razoável Média Boa a razoável
Semi-permeável a
OL Má média Razoável
impermeável
Semi-permeável a
MH Razoável a má Alta Má
impermeável
CH Impermeável Má Alta Má
OH Impermeável Má alta Má
Pt --- --- --- ---

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Obras de Aterro
Viabilidade relativa de utilização

Obras de Aterro
• Classificação para fins rodoviários (E 240-1970)

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Obras de Aterro

Cálculo do índice de grupo IG


IG=0,2a+0,005ac+0,01bd

a – diferença entre a percentagem de


material que passa no peneiro #200
(D=0,075 mm) e 35, mas a=40 se
percentagem >75 e a=0 se <35
b – diferença entre a percentagem de
material que passa no peneiro #200
(D=0,075 mm) e 15, mas b=40 se
percentagem >55 e b=0 se <15

c – diferença entre o limite de liquidez Os ábacos são uma


e 40, mas c=20 se o limite é >60 e alternativa ao uso
c=0 se é <40 da expressão de IG

d – diferença entre o índice de


plasticidade e 10, mas d=20 se o
índice é >30 e c=0 se é <10

Obras de Aterro

Exemplo de aplicação
Classifique os solos cujas curvas granulométricas e limites de consistência
se apresentam, considerando as seguites classificações:
#200 #80 #40 #10 #4 #3/8"#1/4#3/4"#1" Série ASTM
100
% material que passa no peneiroxx

90
80
70
60
Solo A
50 wL wP
40 A 32% 12%
30 B NP NP
20
10
Solo B
0
0.01 0.1 1 10 100
D (mm)

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Obras de Aterro

a) Classificação Unificada:

Solo A:
CL-argila magra arenosa (classificação 9 ou 7)
Solo B:
GP-cascalho mal graduado com areia (classificação 3)

b) Classificação para fins rodoviários:

Solo A:
A-6 (9) - solo argiloso (regular a mau)
Solo B:
A-1-a – calhau, seixo e areia (excelente a bom)

Obras de Aterro

Curva de compactação

Só faz sentido falar da curva de compactação para


solos com elevada percentagem de finos
(finos=material que passa no peneiro ASTM #3/4”).

A escolha da energia de compactação e do lado da


curva a compactar depende do tipo de aterro:
• Compactação leve, lado húmido:
Barragens
• Compactação pesada, lado seco:
Aterros de estradas e outras vias
de comunicação
Mais tarde vai-se compreender o porquê desta escolha.

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Obras de Aterro

Obras de Aterro

Os ensaios de compactação estão limitados à máxima


dimensão das partículas que é aceitável para cada molde
de modo a ser uma amostra representativa do terreno.

• Solo (quando se justifica fazer os ensaios):


Quando a percentagem de material passado
no #3/4” (20mm) é superior a 70%-75% -
Molde grande (molde do ensaio CBR)
Quando a percentagem de material passado
no #4 (4,75mm) é superior a 70%-75% -
Molde pequeno
• Enrocamento:
Não se justifica fazer curva de compactação

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Obras de Aterro

• Misturas de solo e enrocamento:


Quando a percentagem de material retido no #3/4”
está entre 30% e 70%, a percentagem de material
que passa no #200 está entre 12% e 40% e a
dimensão máxima é inferior a 40cm e a 1/3 da
espessura da camada

Em obra tem que se garantir que as alterações


granulométricas sofridas no processo de
compactação se mantém para que se possa ter
uma referência.

Obras de Aterro
A quantidade de água depende das percentagens de finos e
de grossos na mistura. A determinação do valor óptimo deve
ser feita em laboratório depois de se estudarem várias
composições da mistura:

Caldeira e Brito (2007)

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Obras de Aterro

O objectivo destes estudos é essencialmente


determinar os valores a usar como referência da
obra conhecendo os valores determinados no
laboratório com uma granulometria truncada

T I C PC γ dF γ w G M
γ d , max = 100
γ w PF + I C PF γ dF PC
F
wopt
T
wopt = 100 PC – percentagem de grossos
PC Fopt γFd , wFopt – pontos óptimos da curva de compactação
γTd,max wTopt- pontos óptimos em obra
γw -peso volúmico da água
GM -densidade das partículas sólidas
PF – percentagem de finos
IC e Fopt - parâmetros de calibração

Obras de Aterro

Avaliação da qualidade dos materiais para compactação

• Equivalente de Areia

O equivalente de areia (E 199-167) permite avaliar a quantidade e


a qualidade de elementos finos plásticos contidos numa amostra
de solo.
Traduz a relação volumétrica entre os elementos arenosos
(elementos não floculáveis que sedimentam no fundo de uma
proveta normalizada) e a totalidade dos elementos da amostra com
dimensões menores que 4,75mm (material que passa no #4).
Determina-se o seu valor sempre que o solo é não plástico. Varia
de 0-100 (0- material argiloso, 100- material arenoso).
Se o valor for inferior a 20 os finos presentes são maioritariamente
argilosos. pelo que se deve proceder a ensaios para a determinaçã
dos limites de Atterberg.

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Obras de Aterro

Esta informação é importante especialmente para as misturas


de solo-enrocamento pois se o material fino da mistura for
essencialmente uma areia poderá haver problemas na
compactação (segregação de finos, por exemplo). Neste caso o
processo de compactação também é afectado pois terá que se
recorrer obrigatoriamente a vibração.

• Ensaio CBR (para estradas)

Nos aterros de estradas é usual medir os valores do CBR


(California Bearing Ratio – E 198-1967).
O CBR consiste em medir a força necessária para que um pistão
normalizado penetre num solo a uma dada profundidade, com
velocidade constante.
O ensaio não é adequado para materiais granulares porque a
dispersão dos resultados é muito elevada.

Obras de Aterro

Equipamentos
e controlo da
compactação

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Obras de Aterro

Equipamentos
Os equipamentos de compactação podem ser
divididos de acordo com a forma como aplicam a
energia ao terreno:

•Cilindros estáticos (rasto liso de rodas de aço,


cilindros de pneus e cilindros de pés de carneiro)
•Cilindros vibradores (rasto liso de rodas de aço,
cilindros de pneus e cilindros de pés de carneiro)
•Equipamentos de percursão

Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

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Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

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Obras de Aterro

Equipamento
de percursão
(saltitão)

Os equipamentos de percursão são utilizados em áreas


reduzidas onde há necessidade de cuidados especiais ou há
restrição à circulação dos equipamentos maiores (nos
encontros de pontes, perto dos sistemas de drenagem, nos
locais da instrumentação, etc).

Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

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Obras de Aterro

Tipo de vibrador mais apropriado para diferentes materiais


Tipo de Areia e saibro Aluvião Argila
compactador Enrocamento
Vibrador SW SP SM ML CH CL

Vibrador de placa Aprop Aprop Aprop Aprop Aprop Aprop


Cilindro vibrador de
Aprop Aprop Aprop Aprop
rasto liso (3t)
Cilindro vibrador de Muito Muito
Aprop Aprop Aprop
rasto liso (3-5t) aprop aprop
Cilindro vibrador de Muito Muito Muito
Aprop Aprop Aprop Aprop
rasto liso (5-10t) aprop aprop aprop
Cilindro vibrador de Muito Muito Muito
Muito aprop Aprop Aprop
rasto liso (10-15t) aprop aprop aprop
Cilindro vibrador de Muito Muito
Aprop Aprop Aprop
pés de carneiro aprop aprop
Legenda: aprop=apropriado Adaptado do seminário S330-LNEC (1995)

Obras de Aterro

Outra forma de se medir a eficiência de um dado


equipamento é através do cálculo do seu débito D.

D- Débito (m3)
VHL V- velocidade
D=
N H-profundidade da camada
L- largura da faixa compactada
N- nº de passagens

O débito é o volume (m3) de solo que foi levado à


compacidade desejada no prazo de uma hora.

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Obras de Aterro

Finalmente, cada equipamento tem um limite na


compacidade máxima que permite obter para um
dado solo.
Peso
volúmico
seco

Nº de passagens

Este limite geralmente é estabelecido na realização


dos aterros experimentais. A experiência do dono
de obra também é importante.

Obras de Aterro

Aterros experimentais
Nos aterros experimentais procura-se analisar até que
ponto a modificação dos parâmetros envolvidos no
problema (energia e teor em água) têm influência nas
características dos aterros após a compactação.

Os aterros experimentais realizam-se para estudar como


tirar o melhor partido do equipamento disponível de
modo a compactar o material de acordo com as
especificações do caderno de encargos.

Faz-se um aterro experimental para cada tipo de solo e


para cada tipo de equipamento de compactação.

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Obras de Aterro

O resultado mais importante da realização do aterro


experimental é a curva de compactação do material
em campo.

Na realização destes aterros faz-se variar:


• Nº de passagens do cilindro
Energia de
• Espessura das camadas compactação
• Teor em água

Em alternativa, faz-se variar a velocidade


da passagem de um cilindro que se sabe
que tem uma dada potência

Obras de Aterro

Durante a execução dos aterros experimentais vão-se


fazendo ensaios de controle para energias crescentes
de compactação.
Este controle é efectuada na superfície, meio e topo
da camada.
Quando se atingem as características desejadas, e
quando a natureza da obra assim o justifique, são
recolhidas amostras para a realização de ensaios
laboratoriais (triaxiais, compressibilidade, etc).

A escolha do processo também depende do


conhecimento adequirido com a experiência e
com regras de boa prática de construção.

20
Obras de Aterro

O método construtivo escolhido vai ser o que for mais


eficiente, ou seja, o que garantir as exigências da
compactação com o mínimo de energia possível.

Exigências mais usuais


• solos finos argilosos:
- Teor em água dentro de um dado intervalo
- Peso volúmico seco acima de um valor mínimo
dado pelo grau de compactação GC

γ d ,in situ
GC = × 100%
γ d ,máx

Obras de Aterro

O grau de compactação é prescrito pelo projectista


conforme a natureza da obra e o tipo de solo.

Para estradas existem alguns valores de referência


(E-242 – Execução de Terraplenagens de Estradas):
Compactação relativa em %
Classificação do (em relação ao ensaio de compactação pesada)
solo Aterros Leito do
altura até 15m altura superior a 15m pavimento
A-1 95 95 100
A-3 100 100 100
A-2-4 e A-2-5 95 95 100
A-2-6 e A-2-7 90 requer estudo prévio 95
A-4, A-5, A-6 e A-7 90 requer estudo prévio 95

21
Obras de Aterro
• Solos granulares:
- Densidade relativa Dr superior a um
valor pré estabelecido
Dr- densidade relativa
e −e
Dr = máx emáx- máximo índice de vazios correspondente
emáx − emín ao estado mais solto possível
emin- mínimo índice de vazios correspondente
ao estado mais denso possível
e – índice de vazios corrente

Existe a dificuldade acrescida que é a determinação dos valores de


emáx e emín, que devem ser obtidos em laboratório. A técnica usada
paa a sua determinação tem que ser mencionada pois afecta
significativamente os resultados.

Obras de Aterro
Exercício Curva de compactação: wópt=18% γd,opt=17.3kN/m3
CE: w X[wópt-2% ,wópt]

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Obras de Aterro

2. CONTROLE DA EXECUÇÃO

O controle da execução é efectuado através de:


• medição de grandezas in situ que sejam
indicadoras de algumas características mais
importantes
• comparação destas grandezas com valores
de referência estabelecidos de modo para que
se possa avaliar a qualidade da execução

Obras de Aterro

Escolha das propriedades a medir


Geralmente opta-se por medir o peso volúmico
aparente seco (baridade) γd e o teor em água w.
No entanto, estas grandezas são importantes
essencialmente para os solos finos.

Para os solos granulares mede-se a densidade


relativa.

Nas barragens é usual medir a permeabilidade in


situ especialmente se se tem dúvidas em relação
ao material colocado. É muito importante para os
maciços lateriais.

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Obras de Aterro

Medições in situ
Como é óbvio, a frequência e as propriedades
a medir depende da heterogeneidade e do
volume de solo compactado e deve ser fixada
no caderno de encargos.

Essas propriedades têm que ser comparadas


com os valores de referência determinados
no laboratório seguindo os procedimentos
prescritos no caderno de encargos ou num
plano de observação.

A existência de um plano de observação é


fundamental para as barragens de terra.

Obras de Aterro

Valores indicativos do média da frequência usual


dos ensaios de controlo de terraplanagens nos
países europeus (CPP 524-LNEC, 2005)

Ensaio Frequência
Granulometria 1-2 por 1000m3 ou quando o solo varia
Limites de Atterberg 1-2 por 1000m3 ou quando o solo varia
Equivalente de areia 1-4 por 1000m3 ou 5 por 1000m
Ensaio de compactação 1-2 por 1000m3 ou 2 por 1000m
Teor em água in situ 1-5 por 1000m3 ou 5-10 por 1000m
baridade seca in situ 1-5 por 1000m3 ou 1-5 por 1000m
Ensaio CBR 1 por 1000m

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Obras de Aterro

Medições mais usuais

•Teor em água
speedy, método radioactivo, recolha de
amostras para medição no laboratório

•Peso volúmico aparente seco


gamadensímetro, garrafa de areia, parafina,
extractor

Obras de Aterro
• Teor em água

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

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Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

Obras de Aterro
• Peso volúmico seco aparente

(Gamadensímetro ou Troxler)
Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

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Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

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Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

M air
γh =
γ w (M paraffin,air − M paraffin,submergedr ) − γ paraffin (M air − M paraffin,air )

Mair e Mparaffin- peso da amostra sem o recobrimento e com o recobrimento de parafina


Mparaffin,submerged- peso da amostra submersa recoberta com parafina
γw e γparaffin pesos volúmicos da água (10kN/m3) e da parafina (9kN/m3).

Obras de Aterro

Obras Geotécnicas, 4º Ano Mestrado Integrado em Engenharia Civil

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Obras de Aterro

Valores de referência para validação

Todos os valores de referência e as propriedades


dos solos que são controladas durante a
construção têm que ser medidas sempre que se
muda de mancha de empréstimo ou se o solo
dessa mesma mancha aparenta ser diferente.

As características a medir são definidas num


plano de observação, assim como os valores
mínimos para serem considerados aceites.
Este documento é discutido nas reuniões de
obra e é aceite pelo dono de obra, pelo
projectista e pelo empreiteiro.

Obras de Aterro

• Solos finos coerentes:


-Determinação das curvas de compactação através
de ensaios de laboratório (Ensaios Proctor), ou
determinação das curvas usando métodos
aproximados (Método de Hilf ou o Método da
Família de Curvas)
- Em estradas: Determinação do valor do CBR

• Solos granulares:
Valores limite dos índice de vazios para o
cálculo da densidade relativa.

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Obras de Aterro

Para solos finos coerentes tem que se definir a curva de


compactação a usar como referência de cada vez que
se explora uma nova mancha de empréstimo ou mesmo
se o solo da mesma mancha aparenta ser diferente.
Comparação dos vários ensaios de compactação de referência
2.00
Baridade seca (g/cm )

1.95
3

133

1.90 134

139

156
1.85 152

1.80
7.0 8.0 9.0 10.0 11.0 12.0 13.0 14.0 15.0 16.0 17.0 18.0

Teor em água (%)

Obras de Aterro

Em alternativa à realização de ensaios de compactação


de cada vez que se muda de mancha, pode-se adoptar:

• Método de Hilf

Este método baseia-se na recompactação do


solo sempre com a mesma energia mas com
teores em água crescentes.
Obtém-se assim a evolução do peso volúmico
húmido em relação ao peso volúmico húmido
inicial fazendo variar o teor em água. Esta
relação permite obter o ponto óptimo da curva de
compactação de uma forma indirecta pois é
quando se consegue maior peso volúmico.

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Obras de Aterro

• Método da Família das Curvas

Pressupõe um conhecimento muito grande de


várias curvas de compactação de amostras
tiradas de várias localizações na mancha de
empréstimo, e que existem muitos pontos para
cada curva cujo teor em água foi determinado
com o método speedy.

Mede-se, com o speedy, o teor em água da


amostra retirada do aterro sabendo a
localização do solo na mancha. Esse valor tem
que estar contido no intervalo de valores obtidos
nos ensaios de outras amostras dessa mancha.

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