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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA

INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS


CAMPUS JORGE AMADO

MARCOS LUÍS SANTANA MIMOSO JR.


RODRIGO DE SOUZA DOS SANTOS
VITOR SANTANA MOREIRA

RELATÓRIO DE PRODUÇÃO DO PROJETO FINAL DO COMPONENTE


CURRICULAR MATEMÁTICA E ESPAÇO.

ITABUNA - BA
Agosto - 2016
MARCOS LUÍS SANTANA MIMOSO JR.
RODRIGO DE SOUZA DOS SANTOS
VITOR SANTANA MOREIRA

RELATÓRIO DE PRODUÇÃO DO PROJETO FINAL DO COMPONENTE


CURRICULAR MATEMÁTICA E ESPAÇO.

Relatório apresentado ao componente curricular


Matemática e Espaço, da Universidade Federal do
Sul da Bahia, como requisito parcial para obtenção
de créditos no CC, com orientação da Prof.ª
Danielle Oliveira Costa Santos.

ITABUNA - BA
Agosto - 2016
1. INTRODUÇÃO

Fractal vem do latim fractus, que significa fração. São figuras geométricas não
euclidianas e autosimilares, independente da escala. Está presente nas costas litorâneas,
pulmões, rins, vasos sanguíneos, flores, padrão de ramificação de árvores, superfície da
lua, nuvens, raios, calda do pavão, antenas de celular, entre outros. É uma característica
da natureza, não estudada até o momento de sua descoberta. O estudo dos fractais é
encontrar ordem no meio do Caos. A geometria fractal foi descoberta por Mandelbrot,
matemático francês, responsável também por criar o termo fractal e pela descoberta de
um dos fractais mais conhecidos, o conjunto de Mandelbrot.
Porém, ele não foi o primeiro a desenvolver figuras geométricas em forma de
fractais. Em 1872, Karl Weierstrass encontrou o exemplo de uma função (Figura 1) com
a propriedade de ser contínua em todo seu domínio, mas em nenhuma parte
diferenciável. O gráfico desta função é chamado atualmente de fractal. Em 1904, Helge
von Koch, não satisfeito com a definição muito abstrata e analítica de Weierstrass, deu
uma definição mais geométrica de uma função similar, atualmente conhecida como
floco de neve de Koch (Figura 2), que é o resultado de infinitas adições de triângulos ao
perímetro de um triângulo inicial. Cada vez que novos triângulos são adicionados, o
perímetro cresce, e fatalmente se aproxima do infinito. Dessa maneira, o fractal abrange
uma área infinita dentro de um perímetro infinito. Além desses, ainda vale citar o fractal
de Cantor (Figura 3). Antes de Mandelbrot, essa geometria era considerada como
aberrações da natureza, pois a geometria euclidiana não era capaz de medir essas formas
geométricas.

Figura 1: Fractal (Função de Weierstrass)


Figura 2: Floco de neve de Koch

Figura 3: Fractal de Cantor


Mandelbrot foi o primeiro matemático a estudar a fundo a geometria fractal e a
relacioná-la com a natureza. A utilização de computadores para o cálculo da recursão
das funções possibilitou esse estudo. Foi ridicularizado na época, pois outros
matemáticos acreditavam que aquela geometria não tinha aplicações na ciência. Ao
publicar o livro “Fractais e a Geometria da Natureza”, nos anos 80, foi que de fato o
estudo dos fractais passou a ser relevante. Uma das aplicações, por exemplo, é medir
áreas costeiras, que ao serem aproximadas apresentam uma geometria fractal. No Reino
Unido, foi feito um experimento medindo o perímetro costeiro com réguas que
marcavam metros, e com réguas que marcavam centímetros. O perímetro medido com a
régua que marcava centímetros era sempre maior. No documentário da BBC “How long
is a piece of string”, quão grande é um pedaço de barbante, em português, mostra a
jornada do apresentador Alan Davies tentando medir o tamanho real de um pedaço de
barbante, e cada vez que utilizava um método mais preciso o tamanho medido era
maior. A geometria fractal explica esses fenômenos
Basicamente, os fractais são formados a partir de operações matemáticas entre
números complexos, que tem como forma z=a+bi, onde a e b são números reais e i=raiz
de -1. Ao multiplicarmos números complexos no plano, os ângulos formados entre o
eixo real e os vetores são somados. Além disso, as distâncias entre o início e o final das
retas são multiplicáveis. Ao elevar estes pontos do plano ao quadrado, o seu ângulo será
dobrado, e a distância entre os pontos e a origem será elevada ao quadrado. Os pontos
que tem módulo inicial maior que um têm o seu valor aumentado, enquanto os números
com módulo entre 0 e 1 têm seu valor inicial diminuído. Repetindo esse processo
diversas vezes, os pontos dentro de um círculo, com centro na origem e de raio 1, vão se
aglomerando próximo ao centro, enquanto os que estão fora do círculo se afastam para o
infinito. A este círculo é dado o nome de Conjunto Julia Inicial (z -> Z^2 +0), nome em
homenagem ao matemático francês Gaston Julia. Ao adicionar um fator c a esta
equação, a área dos pontos que não escapam para o infinito é alterada, alterando o
formato do objeto. Diferentes fatores C geram diferentes conjuntos Julia. A partir do
conjunto Julia podemos obter o Conjunto Mandelbrot. Para certos pontos de C o fractal
de Julia não é visível. O conjunto de Mandelbrot é o conjunto de pontos de C que fazem
com que o conjunto de Julia seja visível.

Figura 4: Conjunto de Julia para c= 0

2. OBJETIVOS

Desenvolver um vídeo ampliando uma forma geométrica fractal, inspirada no


fractal de Newton, desenvolvida pela equipe.
3. METODOLOGIA

Pesquisar mais afundo sobre fractais e sua geometria.


Através do software Xaos, livre e de código aberto, criar digitalmente a forma
geométrica inspirada no fractal de Newton, além de aproximar e afastar a visão do
fractal.
Através do software Camstudio, livre com código fechado, capturar a
aproximação e afastamento do fractal.

4. RESULTADOS

Partindo do fractal de Newton (Figura 5) com fórmula P(z) = z³ - 1, testamos


fórmulas, utilizando o software Xaos para plotar os pontos no plano, buscando um
fractal que lembrasse cordas atravessando cordas. Esse fractal foi escolhido como
inspiração pois dava uma ideia da forma que queríamos, além de ser um método famoso
para o cálculo de raízes de funções e que gera formas fractais. A cada novo teste, no
próprio software aplicávamos o “modo Mandelbrot”, que exclui os pontos não visíveis
do Conjunto de Julia. Após alguns testes, chegamos em uma forma que se assemelha
bastante à ideia inicial que tínhamos, através da fórmula P(z) = z^6 + z^2 – 1 (Figura 6).
Após a definição da forma, optamos por pares de cores, uma escuras e outra luminosa,
para gerar um bom contraste no fractal, facilitando a visualização. O próprio software
oferece uma função para aproximação e afastamento da tela, percorrendo o fractal até o
número de interações pré-configurada. Utilizamos 200 interações para reduzir os
travamentos no vídeo. Por fim, capturamos a janela do programa, gerando um vídeo na
extensão “.mp4”, exibido na feira de amostra do componente curricular Matemática e
Espaço, no dia 03 de setembro de 2016.
Figura 5: Fractal de Newton para a fórmula P(z) = z³ - 1

Figura 6: Fractal desenvolvido pela equipe com fómula P(z) = z^6 + z^2 - 1
5. REFERÊNCIAS

MANDELBROT, B. B. Fractals and Geometry of Nature. San Francisco: W.


H. Freeman and Co., 1980. 480 p.
“How Long is a Piece of String”. Produção: BBC Two – Horizon.
Apresentador: Alan Davies. Londres – Reino Unido, 2009. 60 min.

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