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O Papa não se limita a anunciar o evangelho da família, a boa nova que é constituída
pela família, ele enfrenta com realismo e coragem as situações de sofrimento, de
rupturas que provocam feridas nos diversos membros da família. Sua intenção é, de
um lado, fazer com que os jovens, que manifestam um forte desejo de família, tenham
entusiasmo para formar uma família que pode proporcionar a alegria de que fala o
título. De outro lado, ele quer dizer que ninguém deve sentir-se excluído do amor de
Deus, do abraço de ternura e da misericórdia que Deu quer dar a todos os seus filhos,
especialmente os que estão marcados por grandes sofrimentos.
Cada um dos dois Sínodos terminou com a elaboração de uma relação final que foi
entregue ao Papa, como primeiro material para ele elaborar a Exortação. De fato, a
Amoris Laetítia faz muitíssimas referências a essas relações.
A Exortação, retomando a relação final do Sínodo, afirma: “Os batizados que são
divorciados e recasados devem ser integrados mais intensamente nas comunidades
cristãs, de várias maneiras possíveis, evitando todas as ocasiões de escândalo” (299).
Alguns leem a insistência do Papa na integração como uma abertura para que
recebam a eucaristia, mas em momento nenhum ele apresenta esta possibilidade de
maneira explícita. Tratando-se de matéria tão importante não parece legítimo atribuir
ao texto, por dedução, o que ele não traz e fazer dizer ao Papa o que ele mesmo não
quis ou não pôde afirmar explicitamente. Esta observação nada retira da grandeza da
proposta de Papa Francisco, na linha da misericórdia como a característica de Deus e
como a marca da Igreja dos nossos tempos. Este acolhimento que busca integração
no caminho da orientação pastoral é a grande novidade da Exortação, que pelo resto
permanece no horizonte da grande doutrina católica relativa ao matrimônio e à família.