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Ano Amoris Laetitia - Quinto encontro

O OBJETIVO DE AMORIS
LAETITIA

Oração Inicial: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei

neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado. E renovareis a face

da terra.

Oremos: Senhor, nosso Deus, que pela luz do Espírito Santo instruístes o coração dos

vossos fiéis, fazei-nos dóceis ao mesmo Espírito, para que apreciemos o que é justo e nos

alegremos sempre com a sua presença. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Em preparação para a Amoris Laetitia (AL) aconteceram dois Sínodos dos Bispos,

um extraordinário em 2014 e um ordinário, em 2015. Para a realização deles foi feita uma

ampla consulta aos leigos de todo o mundo. Tinham questões prévias a serem respondidas,

mas também muita liberdade para expressar seus anseios e preocupações. Isso aumentou

a expectativa em torno de casos problemáticos. Os meios de comunicação de massa e a

nova mídia social potencializaram esses anseios. Tudo isso junto a um clima de esperança:

um novo papa que deixava claro seu interesse pelo diálogo e sem intenção de fugir dos

problemas pelos que passam as famílias.


Esta situação condicionou a leitura que muitos fizeram de AL, impedindo captá-la no

que tem de mais precioso. Muitos se decepcionaram porque não encontraram normas que

viessem ao encontro de seus anseios; outros acharam que em algumas questões o papa

avançou o sinal da ortodoxia, modificando uma doutrina já tradicional na Igreja. Mas afinal,

o que pretendeu o papa Francisco com a AL? Qual o seu objetivo?

A resposta a essa pergunta parece tão óbvia, mas não é. Ou, pelo menos, não foi

encarada assim. E isso porque o papa Francisco pensa de um modo diferente do qual

estamos acostumados em relação aos documentos pontifícios. Já em AL 3 o papa afirma

que “nem todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas através

de intervenções magisteriais”. Que o papa não visasse especificamente os chamados “casos

especiais” também deixa claro: “Hoje, mais importante do que uma pastoral dos fracassados

é o esforço pastoral para consolidar os matrimônios e assim evitar as rupturas” (AL 307).

Aqui está justamente o objetivo de AL: consolidar os matrimônios. Dar solidez às

famílias. E para isso, sendo realistas e nos dirigindo às famílias de hoje, servem pouco

as normas gerais, como a proibição legal do divórcio. O matrimonio irá se consolidar

desde dentro. Como também se manterá unida a família. O que solidifica e consolida os

matrimônios e as famílias é o amor, que precisa ser estimulado, aprofundado e alimentado

(AL 89). “O amor que não cresce começa a correr perigo” (AL 134). Embora isso para nós

possa parecer algo muito comum, não o era até algumas décadas. Para termos uma ideia,

o papa Pio XI escreveu em 1930 que casamento não era uma questão de inclinação do

coração... Pelo contrário, AL 217 afirma: “Temos de reconhecer como um grande valor que

se compreenda que o matrimônio é uma questão de amor, só se podem casar aqueles que se
escolhem livremente e se amam”.

O amor é fonte de alegria e realização. É evidente que o papa não pensa em uma alegria

idealizada ou consumista, mas na alegria de quem encontrou no matrimônio e na família a

sua vocação cristã, o seu chamado para seguir Jesus. E isso é fonte inesgotável de felicidade.

Acostumamos-nos a falar de Deus no sofrimento, na penitência, na obediência das normas,

custe o que custar. Sem negar que o sofrimento existe, o papa nos lembra “que Deus ama a

alegria do ser humano” (AL 149) e que “não se vive juntos para ser cada vez menos feliz” (AL

232). Por isso, “no matrimônio, convém cuidar da alegria do amor” (AL 126).

Esse é o objetivo de AL, expresso desde o início: ajudar os casais e famílias no crescimento

contínuo no amor, fonte de alegria e consolidação. Sabendo que “a alegria do amor que se

vive nas famílias é também o júbilo da Igreja” (AL 1). Para tanto, o papa, ao longo de AL,

irá desenvolver os elementos importantes para esse objetivo, como a capacitação para o

diálogo, a compreensão e a ternura. “Por isso, sem dúvida, a nossa tarefa pastoral mais

importante relativamente às famílias é reforçar o amor e ajudar a curar as feridas” (AL 246).

Para refletir:

1. Nos últimos 5 anos (desde a publicação de AL), o que mudou em nossa abordagem

sobre o amor no matrimônio e na família?

2. Quais medidas foram tomadas para reforçar o amor e ajudar a curar as feridas?

Oração à Sagrada Família

Jesus, Maria e José, / em Vós contemplamos / o esplendor do verdadeiro amor, /


confiantes, a Vós nos consagramos. / Sagrada Família de Nazaré, / tornai também as nossas

famílias / lugares de comunhão e cenáculos de oração, / autênticas escolas do Evangelho /

e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré, / que nunca mais haja nas famílias / episódios de violência,

de fechamento e divisão; / e quem tiver sido ferido ou escandalizado / seja rapidamente

consolado e curado.

Sagrada Família de Nazaré, / fazei que todos nos tornemos conscientes / do caráter

sagrado e inviolável da família, / da sua beleza no projeto de Deus.

Jesus, Maria e José, / ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.

Amém.

(Papa Francisco - Amoris Laetitia)

Pe. Luiz Antonio Belini

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