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A Morte de Maria Padilha

O vento soprava de forma muito misteriosa. O cabaré estava vazio. Tudo o que
as mais belas moças queriam eram se divertir com os homens, ter a liberdade
de ser o que elas queriam.
Um homem alucinado desejava ter a dona do cabaré. Era o cabaré mais
requintado que tinha na Espanha. A dona era uma ilustre senhorita cujo nome
era Maria Padilha.
Renomada e muito elegante, atendia os mais variados homens da corte da
Espanha.
.
Apenas um em específico ela não queria. Era um marquês. Aquele homem era
asqueroso. Bonito ele era, sedutor também, mas não era do agrado de Padilha.
Ela havia se apaixonado por Juan Díaz, um nobre general.
Aquele sim era homem de verdade. Que vigor, que homem forte, lá com os
seus quarenta e tantos anos, usava um cavanhaque branco, cabelo estilo
militar, lindo que só de olhar fazia qualquer um se apaixonar.
Estava tudo pronto para o seu casamento. A cortesã iria finalmente ter uma
nova vida, vida essa ao lado do homem que ela tanto amava.
As meninas estavam tristes, pois não iriam ter mais a presença de sua grande
senhorita.
Padilha deixou outra moça como responsável pelo cabaré. Era a mais velha
das meninas.
Quando estava pronta para descer as escadas do seu aconchegante cabaré,
ao som do piano, o homem rejeitado por Padilha entrava no local.
Os seus olhos estavam com um profundo ódio ao mesmo tempo que era
tomado pela inveja que sentia da felicidade dela. Era ele quem devia estar no
lugar daquele homem, não ele ali. Aquilo iria ter um basta.
Tirou do boudrier o seu Colt 45 e apontando para Padilha que descia as
escadas de forma majestosa, disparou apenas uma vez onde a bala atingiu em
cheio o coração dela.
Os olhos de Maria Padilha se esbugalharam. O exuberante vestido que usava,
o vermelho, a cor que mais amava, escorria o seu sangue onde era mais vivo
que o vestido.
Foi descendo lentamente. Os convidados gritavam de pânico. Juan corria para
socorrer a sua amada que tombou por cima do piano derrubando e ali ficou.
Antes de partir, Maria Padilha sentiu pela primeira vez na vida, depois de sofrer
tanto no passado, que um homem a amava de verdade.
Ela sentiu um amor que nunca teve antes. Partiu sabendo que foi amava de
verdade e isso ninguém poderia tirar de duas lembranças quando tivesse a
chance de ter uma outra vida e reencontrar o seu grande amor.
Texto de Thau Ãn
Umbanda é Amor

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