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CARACTERIZAÇÃO E

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
CARACTERIZAÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO DE
SOLOS
Classificação Textural
Classificações Genéticas
Classificações Geotécnicas Convencionais
Classificações Geotécnicas Não-Convencionais
Classificações Geotécnicas Expeditas de Solos
Propriedades Geotécnicas dos solos
INTRODUÇÃO

 Caracterização e classificação dos solos em Geologia de Engenharia


 Conclusões básicas e métodos tanto de classificações convencionais como não-
convencionais aplicáveis a solos tropicais
 Classificações geotécnicas com ensaios simples ou complexos que permitem uma
classificação geotécnico-geológica
Carta de cores de solos de
Munsell
Sistemas de classificação de solos ajudam a organizar
ideias e orientar o planejamento das investigações !!!
Os vários sistemas existentes para a classificação de
solos procuram posicionar e inserir os solos em grupos,
para os quais determinadas propriedades específicas já
estão definidas.
2 Classificação Textural ou Granulométrica
Classificação Granulométrica
3 Classificações Genéticas

3.1 Classificação geológica

rocha de origem.
3.1.1 Solos in situ ou residuais
3.1.2 Solos Transportados

 Aluviões  Tálus
 Terraços fluviais  Sedimentos marinhos
 Coluviões  Solos eólicos
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

Quanto a origem dos solos pode-se classifica em dois grandes


grupos:

 Solos residuais - encontram-se no próprio local que se formaram


solos residual jovem (saprolítico), solo residual maduro, rocha
alterada.

 Solos transportados - são aqueles que foram levados ao seu atual


local por algum agente de transporte
Solo coluvionar, solo aluvionar, solos eólicos, drifts.

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos residuais

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos residuais

-solo residual maduro


Superficial ou sotoposto a um horizonte “poroso” ou “húmico”, e
que perdeu toda a estrutura original da rocha-mãe.

-solo saprolítico (residual jovem ou solo de alteração de rocha)


Solo que mantém que a estrutura original da rocha-mater, mas
perdeu a consistência / resistência de rocha.

-rocha alterada
Horizontes com fraturas e regiões de menor resistência, existem
grandes blocos de rocha original
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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos residuais

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos residuais - saprolítico

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos residuais – rocha alterada

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos transportados

-solo coluvionar
Solos formados por ação da gravidade

-solo aluvionar
Solos resultantes do carreamento pela água fluvial.

-solo eólico
Solos transportados pelo vento.

-drifts
Solos transportados por geleiras.
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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos transportados - solos coluvionares

Solo coluvionar

Solo residual

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos transportados - solos aluvionares

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos transportados - solos eólicos

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 QUANTO A SUA ORIGEM

 Solos transportados - drifts

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Dependendo
4 Classificações Geotécnicas Convencionais
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS)

Baseada tão somente na distribuição granulométrica dos solos.


Os solos são classificados pela fração granulométrica dominante
e subdominante: argila arenosa, areia siltosa, silte argiloso...
Duas letras: SW, CH, CL...

1ª: principal tipo 2ª: dados complementares.


Geotecnia I - 2013

G = pedregulho W = bem graduado


S = areia P = mal graduado
M = silte H = alta compressibilidade
C = argila L = baixa compressibilidade
O = orgânico Pt = turfa
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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS)
1ª Etapa - verificar a % de finos (menor que 0,075 mm)
presente no solo:
Menor que 50%: solo granular (G ou S);
Maior que 50%: solo fino (M, C ou O).

Solos granulares – G ou S:
Geotecnia I - 2013

Observar qual faixa tem maior quantidade;


• Teor de finos < 5%
Bem graduado (W):
Para pedregulho (G): Cu > 4 e 1 < Cc < 3;
Para areia (S): Cu > 6 e 1 < Cc < 3.
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4.1 Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS)
3
Para classificação dos solos finos (com mais de 50% passando na
peneira 0,0074mm), utiliza-se a Carta de Plasticidade.
 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS) - Solos granulares

-CC <1 a curva tende a ser


descontínua, há falta de grãos com
um certo diâmetro;
-CC>3 a curva tende a ser muito
uniforme na parte central;
-(1<CC<3) curva suave
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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS) - Solos granulares

• Teor de finos > 12%: a característica secundária f


(finos) e não mais a uniformidade de granulometria 
usar a Carta de Plasticidade (GC, SC, GM ou SM);

• Teor de finos entre 5% e 12%: recomenda-se que sejam


apresentadas as duas características intermediárias (ex.:
SP-SC, ou seja, areia malgraduada, argilosa);

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 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS) - Solos finos
Silte; Argila ou Orgânico
• Se a fração fina é predominante  classificação em f(índices
de consistência) e não da % das frações granulométricas silte ou
argila.

• Casagrande → CARTA DE PLASTICIDADE


- Solos de comportamento argiloso  acima da Linha A
- Solos orgânicos e siltosos  abaixo da Linha A.

• Característica complementar dos solos finos:


compressibilidade
- Quanto maior o wL mais compressível o solo;
- A linha B delimita esse comportamento. wL > 50% alta
compress. (H); wL < 50% baixa compre. (L).
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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS) - Solos finos

• CARTA DE PLASTICIDADE

Linha A
IP  0,73  wL  20

Linha B
wL  50%

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS) - Solos finos

• CARTA DE PLASTICIDADE

Ex: wL= 70
IP=40
CH: argila de alta
compressibilidade

70

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 (SUCS) - Solos finos

- Índices próximos das Linhas A ou B (ou sobre a faixa de IP 4


a 7), consistem em classificações intermediárias e as duas
classificações são apresentadas (ex. SC-SM, CL-CH);
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 (SUCS) - Solos finos

Para a classificação pela SUCS é necessário:


• Porcentagem de pedregulho – a fração que passa pela #76,2mm e é retida na
#4,75mm (N° 4);

• Porcentagem de areia – a fração que passa na #4,75mm e é retida na #0,075


(N° 200);

• Porcentagem de silte e argila – a fração mais fina que a #0,075mm;

• Coeficiente de uniformidade (Cu) e coeficiente de curvatura (Cc);

• Limite de liquidez e índice de plasticidade da fração do solo que passa na #


4,75mm.
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 (SUCS) - Solos finos

Para a classificação pela SUCS é necessário:


• Fração fina: porcentagem que passa na # N°200;

• Fração grossa: porcentagem retida na # N° 200;

• Fração de pedregulho: porcentagem retida na # N° 4;

• Fração de areia: porcentagem retida na # N° 200 – porcentagem retida na #


N°4.

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS) - Solos finos
Distribuição granulométrica dos solos
Exercício 1: Com os dados
apresentados a seguir,
classifique os Solos A e B por
meio do SUCS.

Solo A: wL= 30%, wP = 22%;

Solo B: wL= 26%, wP = 20%.

67
 (SUCS) - Solos finos
Exercício 1:

Da curva tem-se:

Solo A
%Passa#200 =8
%Passa#4 (4,8mm)=100
Cu=0,135/0,085
Cu=1,59<6

Cc=(0,12)^2/(0,135.0,085)
Cc=1,25 > 1

WL=30
IP=30-22
IP=8 (maior que 7- acima da
Linha A)

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Solo A
%Passa#200 =8
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS %Passa#4 (4,8mm)=100
Cu=0,135/0,085
 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO
Cu=1,59<6
Geotecnia I - 2012

SOLO A = SP-SC
Cc=(0,12)^2/(0,135.0,085)
Cc=1,25 > 1
WL=30
IP=30-22
IP=8 (maior que 7- acima da Linha A)
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70
71
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO
Geotecnia I - 2012

SOLO A = CL-ML
Nº 200 – 61%
Nº 4 -
LL – 26
IP - 6
72
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO
Geotecnia I - 2012

SOLO A = CH
Nº 200 – 86%
Nº 4 – 100%
LL – 55
IP - 28
73
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS (SUCS) - Solos finos

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Definição de Tamanho de Grão

Pedregulhos Areias Siltes e


Matacões Amostra Argilas
-de-mão Graúdo Miúdo Grossa Média Fina

300 mm 75 mm No.4 No.200


4.75 mm 0.075
19 mm No.10 No.40 mm
2.0 mm 0.425 mm

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Orientação Geral
50 %
Solos granulares: Solos finoss:
Pedreg. Areia Silte Argila
NO. 4 NO.200
50%
4.75 mm 0.075 mm

•Granulometria •LP, LL LL>50


LL <50
•Cu •Gráfico da
Plasticidade
•Cc
Ensaios necessários:
Peneiramento
Limites de Atterberg
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4.1 Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS)
3
Para classificação dos solos finos (com mais de 50% passando na
peneira 0,0074mm), utiliza-se a Carta de Plasticidade.
Procedimento para Classificação

Materiais
granulares
Distribuição
granulométrica

Solos finos
LL, IP

Highly

(Santamarina et al., 2001)


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% passando peneira 200 = 30 % LL= 33%
Exemplo % passando peneira 4 = 70% IP= 12%

30% passa peneira 200

70% passa peneira 4

LL=33%
IP=12%
IP= 0.73(LL-20), linha A
IP=0.73(33-20)=9.49

SC
(15% pedregulho)
Areia argilosa com Highly
pedregulho

(Santamarina et al., 2001)


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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO
(AASTHO), (HRB), (TRB)
• Critérios para classificação:

-Tamanho dos grãos


Pedregulho= fração que passa na # 75 mm e fica retida na 2 mm;
Areia= fração que passa na # 2 mm e fica retida na # 0,075mm;
Silte e argila= fração que passa na # 0,075mm.

-Plasticidade
O termo siltoso é aplicado quando as frações finas do solo têm um IP ≤ 10,
já o argiloso IP ≥ 11.

-Se seixos e pedras (>75mm)


Registra-se sua presença, mas são excluídos pra classificação.

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 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO

*O solo será classificado no 1º


Grupo de encaixe da esq. para
direita

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO
(AASTHO), (HRB), (TRB)
Avaliação da qualidade do subleito →
Índice de grupo (IG) com os grupos e subgrupos do solo. Este
índice vem entre parênteses após a designação do grupo e
subgrupo.
IG  ( P0.075mm  35)[0,2  0,005( wL  40)]  0,01( P0.075mm  15)( IP  10)
- Se Eq. < 0 (valor negativo)  IG = 0;
- IG = número inteiro;
- IG (A-1-a, A-1-b, A-2-4, A-2-5 e A-3) = 0;
- O IG dos A-2-6 e A-2-7 são calculados só com a segunda parcela
da Equação.

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Índice de Grupo
O primeiro termo é determinado pelo LL

IG  ( F200  35)0.2  0.005( LL  40)


 0.01( F200  15)( IP)
O segundo termo é determinado pelo IP

Para sub-grupos A-2-6 e A-2-7


IG  0.01( F200  15)( IP  10) Usar apenas o segundo termo
F200: porcentagem que passa na peneira No.200

Em geral, a qualificação de um solo como subleito de


pavimento é inversamente proporcional ao índice de
grupo, IG.
IG  0.01( F200  15)( IP  10)
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO
(AASTHO), (HRB), (TRB)

A qualidade do desempenho de um solo como subleito é


inversamente proporcional ao IG.
IG=0 solo ótimo quanto a capacidade de suporte
IG=20 solo péssimo quanto à capacidade de suporte

subleito

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CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO
(AASTHO), (HRB), (TRB)
Exercício 2: Classifique os solos pelo sistema TRB (calcule IG)
e SUCS.
Descrição Solo A Solo B Solo C
% passante na peneira n. 10 83 100 48
(2,0 mm)
% passante na peneira n. 40 48 92 28
(0,42 mm)
% passante na peneira n. 20 86 6
200 (0,075 mm)
wL (%) 20 70 -
IP (%) 5 32 NP
 SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO
SOLO A

*O solo será classificado no


1º Grupo de encaixe da esq.
para direita  A-1-B
SOLO B Passa na Nº.200 = 86%
Exemplo LL=70%, IP=32%
LL-30=40 > IP=32%
Passa na No.200 86% GI  (F200  35)0.2  0.005(LL  40)
LL=70%, IP=32%  0.01(F200  15)(PI  10)
LL-30=40 > IP=32%  33.47  33 Arredondando A-7-5(33)
Passa na 10= 48 Passa na 40= 28
SOLO C
Passa na Nº.200 = 6%
LL= -, IP= NP

A-1-a (0)
4.2 Classificação do Highway Research Board (HRB) -
AASHTO
Procedimentos para classificação dos solos pela HRB, de acordo com
a norma AASHTO (1973).
4.3 Limitações das classificações convencionais

Principais limitações:
 Relativas à dispersão dos resultados: limites de Atterberg e a granulometria
de solos tropicais
 Relativas à correlação entre as propriedades-índice: granulometria, limite de
plasticidade e limite de liquidez: incompatibilidade entre as propriedades
esperadas dos solos tropicais e o comportamento geotécnico real destes,
quando se utilizam as classificações convencionais. Ex: solo laterítico x
saprolítico – SUCS e HRB iguais (ambos CL e A-4) apresentam
comportamento geotécnico completamente diferente como bases de
pavimentos

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