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Como é consabido, cabe ao Ministério Público, verbi gratia, a proteção dos Três

Poderes, a defesa dos indígenas, o resguardo ao consumidor, a proteção, prevenção e


reparação dos danos causados ao meio ambiente, a defesa dos direitos dos idosos, menores,
incapazes ou pessoas portadoras de deficiência, a proteção dos direitos políticos, da soberania
e a representatividade popular, etc.
Pelo expendido alhures, podemos haurir o proeminente e sublime papel do Parquet
em nossa sociedade, revelando-o como instrumento constitucional que, com aguerrido
compromisso, se levanta como paráclito do Estado, dos cidadãos e dos direitos individuais,
coletivos e difusos.
Corroborando o amiúde exposto, incoemos transcrevendo o imprescindível e tão
nimiamente esquadrinhado dispositivo constitucional. Ad litteris et verbis:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.1 (Grifo nosso)

Na mesma toada, vejamos o que enuncia o art. 5º, I, da Lei Complementar nº 75, de
20 de maio de 1993. Verbatim:

Art. 5º São funções institucionais do Ministério Público da União:


I - a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e dos
interesses individuais indisponíveis, considerados, dentre outros, os seguintes
fundamentos e princípios:
[…]2 (Grifo nosso)

Por postremo, invalescendo os dispositivos suso trasladados eis o que prescreve o art.
1º, da Lei nº 8.625/93. Verbo ad verbum:

Art. 1º O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.3 (Grifo nosso)

Pelos excertos legais transcritos, evidencia-se que o legislador conferiu ao Ministério


Público a incumbência de zelar pela ordem jurídica, pelo regime democrático e pelo interesses
sociais e individuais indisponíveis.

1
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em:
17 de fevereiro de 2011.
2
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/LCP/Lcp75.htm> Acesso em: 17 de fevereiro de 2011.
3
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8625.htm> Acesso em: 17 de fevereiro de 2011.
Com o escopo de garantir ao Órgão Ministerial esse seu mister, inúmeros princípios
e garantias foram insertos no Texto Magno, mais especificamente nos arts. 127, §1º, e 128,
§5º, I. Litteratim:

Art. 127. […]


§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional.
[…]
Art. 128. […]
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada
aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a
seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do
órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de
seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o
disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998).4 (Grifo nosso)

Através da excogitação dos artigos acima elencados, lobriga-se o ingente e


magnificente papel do Ministério Público no Estado democrático de direito. Vejamos:
Ab initio, infere-se, por meio da leitura do caput do art. 127 da Constituição Federal,
que o Ministério Público é uma instituição permanente, levando-nos à ilação lógica de que
não plausibilidade de obliteração da referida instituição por qualquer ato do poder constituinte
derivado.
O mesmo dispositivo da Lex Fundamentalis ao asseverar que incumbe ao Ministério
Público propugnar pelos interesses sociais e individuais indisponíveis, torna diáfano que o
Órgão Ministerial destina-se à defesa das principais formas de interesse público, convertendo-
o em órgão essencial ao Estado democrático, pois, à luz dos dispositivos da Lei Maior,
procura disciplinar a atuação estatal conforme a prescrições constitucionais.
No atinente à defesa do regime democrático, tal múnus foi imputado ao Ministério
Público, pois a ordem democrática pressupõe a satisfação das leis e a obtemperação aos
direitos constitucionais do cidadão, tarefa pelas quais deve o Parquet envidar todos os
esforços. Exempli gratia, podemos mencionar a promoção da ação penal e das ações civis
públicas, quando os princípios democráticos careçam de preservação pela via jurisdicional.

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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em:
17 de fevereiro de 2011.
Desse modo, percebe-se, após a promulgação da Constituição Federal de 1988, a
imprescindibilidade do Ministério Público à função jurisdicional do Estado, pois ao atribuir-
lhe a defesa dos interesses indisponíveis, consistentes no desvelo dos mais graves interesses
sociais, relacionados à coletividade e às pessoas determinadas, com fito no interesse geral, o
Parquet assumiu o papel de fiscalizador e garantidor da execução das leis basilares da ordem
jurídica, tendo, por consectário lógico, o precípuo escopo da defesa do regime democrático,
cabendo ao Ministério Público opor-se às vituperações ou ameaças da paz, da liberdade e do
respeito entre as pessoas e das garantias democráticas contidas na Constituição.
Dessarte, vislumbra-se que o Ministério Público é indispensável à função
jurisdicional do Estado, pois, ao resguardar, exempli causa, as cláusulas pétreas, os direitos e
garantias individuais e a própria existência da Federação, o Parquet está, irrefragavelmente,
promovendo a defesa da própria sociedade e da perpetuidade da democracia brasileira.
Ex positis, conclui-se que a Constituição Federal de 1988 representa um
incomensurável para o Órgão Ministerial e para a sociedade brasileira, pois com a
promulgação da Carta Magna aquela instituição sofreu profundas transformações, passando a
ser possuidora da função de paracleto da sociedade e dos valores constitucionais, não havendo
espaço para dubitações que, com espeque na mens legis conata à Constituição de 1988, o
Ministério Público tornou-se essencial à democracia no Brasil.

REFERÊNCIAS

• CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível


em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso
em: 17 de fevereiro de 2011.
• LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1993. Institui a Lei Orgânica Nacional do
Ministério Público, dispõe sobre normas gerais para a organização do Ministério Público
dos Estados e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/Leis/L8625.htm> Acesso em: 17 de fevereiro de 2011.
• LEI COMPLEMENTAR Nº 75, DE 20 DE MAIO DE 1993. Dispõe sobre a
organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/LCP/Lcp75.htm> Acesso em: 17 de fevereiro de 2011.
• LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 13. ed., rev., atual. e ampl. São
Paulo: Saraiva, 2009.

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