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Idade Média r
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A Idade Média ou Idade Medieval foi um período (
intermédio numa divisão esquemática da História da Europa o
em quatro "eras", a saber: a Idade Antiga, a Idade Média', a c
Idade Moderna e a Idade Contemporânea. i
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Índice e
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 1 Periodização t
 2 Filosofia e
 3 Arte )
 4 Ciência e Tecnologia Pr
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o 4.1 O legado medieval para o progresso H
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 5 Guerra e Armamento ia
 6 Gastronomia A
 7 Crises n
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o 7.1 Fim do Império Romano i
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o 7.2 Peste negra u
 8 Datas marcantes: i
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o 8.1 Transição do Período Clássico para a a
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Idade Média e
o 8.2 Transição da Idade Média para a Era
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 9 Cronologia dá
 10 Ver também as
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 11 Ligações externas a
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O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado u
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com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, ele teria se d
iniciado com a desintegração do Império Romano do a
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Ocidente, no século V (476 d. C.), e terminado com o fim do e
Império Romano do Oriente, com a Queda de
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Constantinopla, no século XV (1453 d.C.). a
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Castelo Lichtenstein, construído originalmente no século XII e reconstruído no XIX. Os
castelos são um dos ícones da Idade Média no imaginário das pessoas

A Era Medieval pode também ser subdividida em períodos menores, num dos modos
de classificação mais populares ela é separada em dois períodos:

1. Alta Idade Média, que decorre do século V ao X;


2. Baixa Idade Média, que se estende do século XI ao XV.

Uma outra classificação muito comum divide a era em três períodos:

1. Idade Média Antiga (ou Alta Idade Média ou Antigüidade Tardia) que decorre
do século V ao X;
2. Idade Média Plena (ou Idade Média Clássica) que se estende do século XI ao
XIII;
3. Idade Média Tardia (ou Baixa Idade Média), correspondente aos séculos XIV
e XV.

Esse período inicial da história medieval como "Primeira Idade Média", pois é uma fase
de transição e de adaptações da Europa. Períodos históricos "de transição" também
podem se denominados Idade Média, porém o período medieval é um evento
estritamente europeu.

O adjetivo relacionado com este período é: medieval (ver, por exemplo, música
medieval, arte medieval).

Filosofia

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Monge escriba medieval.

Principalmente a partir do século V, os pensadores cristãos perceberam a necessidade de


aprofundar uma fé que estava amadurecendo, com o intuito de harmonizá-la com as
exigências do pensamento filosófico. Desse modo a Filosofia, que até então possuía
traços marcadamente clássicos e helenísticos, passou a receber influências da cultura
judaica e cristã. Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento
grego, tais como: "Fé", "Salvação", "Providência e Revelação Divina" e "Criação a
partir do nada" passaram a fazer parte de temáticas filosóficas.

A partir do século IX, desenvolveu-se a principal linha filosófica do período, que ficou
conhecida como escolástica. Essa filosofia ganhou acentos notadamente cristãos,
surgidos da necessidade de responder às exigências de fé, ensinada pela Igreja,
considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade
e, por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da
mesma fé. A Escolástica teve uma constante de natureza neoplatônica, que combinava
elementos do pensamento de Platão com valores de ordem espiritual, reinterpretados
pelo Ocidente cristão. No século XIII, Tomás de Aquino incorporou elementos da
filosofia de Aristóteles no pensamento escolástico.

A questão chave que vai atravessar todo o pensamento filosófico medieval é a


harmonização de duas esferas; "a fé" e "a razão". O pensamento de Agostinho (século
V) reconhecia a importância do conhecimento, mas defendia uma subordinação maior
da razão em relação à fé, por crer que esta última venha restaurar a condição decaída da
razão humana. Já a linha de Tomás de Aquino (século XIII) defende maior autonomia
da razão na obtenção de respostas, apesar de não negar tal subordinação da razão à fé.

Arte

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O colorido e a exaltação da luz na rosácea de Sainte-Chapelle, Paris.
Ver artigo principal: Arte medieval

A maior parte da arte medieval que chegou aos dias de hoje tem um foco religioso —
fundamentado no Cristianismo. Essa arte era muitas vezes financiada pela Igreja; bem
como por figuras poderosas do clero, como bispos; por grupos comunais, como os dos
mosteiros; ou por patronos seculares ricos. Como no período a vasta maioria dos
camponeses era iletrada, as artes visuais, aliadas aos sermões, eram o principal método
para comunicar as idéias religiosas. Com a invasão dos povos bárbaros em Roma, as
pessoas foram para o campo, onde estariam mais seguras. Os grandes proprietários
então, construíram castelos medievais com grandes muralhas e segurança para se
protegerem dos bárbaros.

Com a queda do Império romano, técnicas artísticas da Grécia antiga acabaram


perdidas, entre elas estava muito do que se sabia sobre a noção de perspectiva. A pintura
medieval passa a ser predominantemente bidimensional, e as personagens retratadas
eram pintadas maiores ou menores de acordo com sua importância. Esse caráter
estilizado das obras do período é também entendido como um reflexo próprio daquele
contexto cultural, que enxergava a vida com forte ênfase no seu aspecto simbólico. Os
artistas medievais não estavam primariamente preocupados com o realismo, a intenção
de passar uma mensagem religiosa pedia imagens claras e didáticas ao invés de figuras
desenhadas com precisão fotográfica.

Ao lado da pintura, a tapeçaria foi a mais importante forma de arte medieval. Isso
decorre em muito por sua utilidade ao manter o calor interno dos castelos, construídos
de pedra, no inverno. A mais famosa tapeçaria medieval é o ciclo d' A senhora e o
unicórnio. As duas principais manifestações arquitetônicas, principalmente relacionadas
à construção de catedrais, foram o estilo românico e mais tarde o gótico. Destaca-se
também a formação das corporações de ofícios, reunindo artesãos.

Ciência e Tecnologia

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Ver artigos principais: Ciência medieval, tecnologia medieval.

No início da era medieval a vida cultural concentrou-se nos mosteiros.

Como resultado das migrações bárbaras e da implosão do Império Romano do Ocidente,


a Europa Ocidental do início da Idade Média era pouco mais que uma manta de retalhos
de populações rurais e tribos bárbaras. Perdeu-se o acesso aos tratados científicos
originais da antiguidade clássica (em grego), ficaram apenas versões resumidas, e até
deturpadas, que os romanos tinham traduzido para o latim. A única instituição que não
se desintegrou juntamente com o falecido império, a Igreja Católica, manteve o que
restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica. O homem instruído
desses séculos era quase sempre um clérigo para quem o estudo dos conhecimentos
naturais era uma pequena parte de sua escolaridade. Esses estudiosos viviam numa
atmosfera que dava prioridade à fé e tinham a mente mais voltada para a salvação das
almas do que para o questionamento de detalhes do universo físico.

Em alguns aspectos, no século IX, o retrocesso causado pelas migrações já estava


revertido. No século X ocorre a contenção das últimas ondas de invasões estrangeiras. E
por volta de 1100 d. C. ocorre uma revolução que combinou renascimento urbano e
comercial, ampliação de culturas e fronteiras agrícolas, crescimento econômico,
desenvolvimento intelectual e grandes evoluções tecnológicas. Começam a ser abertas
novas escolas ao longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas menores. Por
volta de 1200 são fundadas as primeiras universidades – Paris, Coimbra, Bolonha e
Oxford – (em 1500 já seriam mais de 70). Começa um forte movimento de tradução de
documentos em língua árabe e grega, que tornam o conhecimento do mundo antigo
novamente disponível para os eruditos europeus. Tudo isso possibilitou um grande
progresso em conhecimentos como a Astronomia, a Matemática, a Biologia e a
Medicina.

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O período de 1100 a 1300 já foi chamado de Revolução Industrial da Idade Média.

Causavam espanto e admiração inovações tais como grandes relógios mecânicos que
transformaram a noção de tempo nas cidades. Presenciaram-se descobertas como as dos
óculos, em 1285, e da prensa móvel, em 1448. Houve também muitas inovações na
forma de utilizar os meios de produção, com as técnicas de serralheria e incisão de
pedras, a fundição de ferro, e os avanços nas técnicas de construção aplicadas ao estilo
gótico. No setor agrícola, temos o desenvolvimento de ferramentas como a charrua,
melhorias em carroças e carruagens, arreios para animais de carga, e a utilização de
moinhos d'água. Avanços em instrumentos como a bússola e o astrolábio, na confecção
de mapas e a invenção das caravelas tornaram possível a expansão marítimo-comercial
Européia na Idade Moderna.

O legado medieval para o progresso científico

A tecnologia das grandes navegações permitiria, em séculos futuros, a descoberta de um


número extraordinário de novas espécies de animais e plantas, além de novas formações
geológicas e climáticas. Os avanços obtidos na óptica logo iriam gerar aparelhos como o
microscópio e o telescópio, que, juntamente com a prensa móvel, (outro fruto
medieval), são vistos como os equipamentos mais importantes já criados para o avanço
do conhecimento humano. Mas a herança mais importante do período provavelmente foi
o nascimento e multiplicação das universidades, juntamente com o surgimento das
primeiras sementes da metodologia científica contemporânea.

Antes de 1500, a visão do mundo dominante na Europa, assim como na maioria das
outras civilizações, era orgânica. As pessoas viviam em comunidade pequenas e coesas,
e vivenciavam a natureza em termos de relações orgânica, caracterizadas pela
interdependência dos fenômenos espirituais e materiais e pela subordinação das
necessidades individuais às da comunidade.[...] A natureza da ciência medieval [...]
baseava-se na razão e na fé, e sua principal finalidade era compreender o significado das
coisas e não exercer a predição ou o controle da história.

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Guerra e Armamento

Espadas do período final da Idade Média.

Ver também: Infantaria medieval, Cavalaria medieval.

A Idade Média surge-nos, em termos bélicos, como um período de grandes


desenvolvimentos tecnológicos, essencialmente provindos de dois grandes laboratórios,
o Médio Oriente e a Península Ibérica. As duas zonas, que desde muito cedo se
tornaram palcos de violentas batalhas entre mouros e cristãos, fazem com que a prática,
a filosofia, a tecnologia e a própria génese da guerra evoluam. Temos que ter
consciência que os termos cruzada e jihad surgem nesta época, e embora ambas tenham
um significado extremamente semelhante, são dois paradigmas de uma realidade muito
peculiar.

Quando da invasão da Península Ibérica por parte das hostes mouras, o povo dominante
eram os Visigodos, cujos exércitos se apoiavam essencialmente numa infantaria pesada,
muito lenta. Os exércitos mouros, todavia, utilizavam uma cavalaria extremamente
veloz, com armamento defensivo muito ligeiro, que lhes permitia uma rápida evolução
no terreno e que deu a estes exércitos a vantagem, pelo menos numa fase inicial, e
permitiu a conquista da maior parte da península a um ritmo apenas observado nos
conflitos contemporâneos.

Gastronomia
Ver artigo principal: Alimentação na Idade Média

O Cristianismo começou a mudar os hábitos. Os conventos incentivavam o uso de frutas


e legumes em refeições muito simples. Nos séculos VII e IX, a comida se sofisticou,
passando a incluir massas, ovos recheados, carne e peixe. As Cruzadas, entre os séculos
XI e XIII, permitiram aos europeus entrar em contato com produtos do Oriente, logo
incorporados na culinária: trigo-sarraceno, açúcar, anis, cominho, canela, gengibre, noz-

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moscada, açafrão, cebolinha e ameixa. Esses novos ingredientes possibilitaram o
desenvolvimento da salsicharia e das técnicas de preparação de vinagre, mostarda e
molhos especiais.

Crises
Ver artigo principal: Crise do século XIV

Fim do Império Romano

Ver artigo principal: Queda do Império Romano

Por volta do século III, o Império Romano passava por uma enorme crise econômica e
política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o
investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o
número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma
proporção, caía o pagamento de tributos originados das províncias. Em crise e com o
exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos
soldados, sem receber soldo, deixavam as obrigações militares. Os povos germânicos,
tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras
do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império
em : Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente
(Império Bizantino), com capital em Constantinopla. Em 476, chega ao fim o Império
Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos,
vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos, etc. Era o fim da Antiguidade
e início de uma nova época chamada de Idade Média, uma etapa necessária na História
e que abriu caminho para o Renascimento.

Peste negra

Ver artigo principal: Peste negra

Em meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores


calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram entre esta doença,
guerras e fome. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos
doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como
as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se
espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de
vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do
doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram
pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos
atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos. Muitos fugiam
para o meio rural com medo de serem infectados.

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Datas marcantes:
Transição do Período Clássico para a Idade Média

 193 - Tem início a crise do terceiro século no Império Romano.


 285 - Diocleciano salva o Império Romano do colapso, dando a ele seu último
fôlego.
 313 - Com o Édito de Milão, o cristianismo deixa de ser perseguido.
 391 - Com o Édito de Tessalónica, Teodósio I torna o cristianismo a religião
oficial do Império Romano.
 451 - A Batalha dos Campos Cataláunicos na qual o exército romano sai
vencedor porém com enormes perdas.
 476 - Queda definitiva do Império Romano do Ocidente.

Transição da Idade Média para a Era Moderna

O fim da Idade Média está relacionado a grandes transformações como:

 a ascensão das monarquias nacionais européias;


 o início da recuperação demográfica e econômica após a Peste Negra;
 os Descobrimentos Marítimos;
 o movimento de redescoberta da cultura clássica, por volta do século XV;
 a Reforma Protestante, a partir de 1517.

Cronologia
 1415 - A conquista de Ceuta pelos portugueses marca o início da expansão
marítimo-comercial européia.
 1429 - Santa Joana D'Arc liberta a França
 1440 - Johannes Gutenberg inventa a prensa móvel
 1453 - A Tomada de Constantinopla, pelos Turcos Otomanos, põe fim ao
Império Bizantino, terminando com o pouco que restava do antigo Império
Romano.
 1453 - Fim da Guerra dos Cem Anos
 1492 - Viagem de Cristóvão Colombo à América Central
 1498 - Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para a Índia.
 1500 - Viagem de Pedro Álvares Cabral à América do Sul, e assim,
descobrimento do Brasil.
 1517 - Publicação das 95 Teses de Martinho Lutero, que dá início à reforma
protestante.
 1534 - O "Act of Supremacy" de Henrique VIII dá origem à Igreja Anglicana.

Ver também
 Europa Feudal
 Feudalismo
 Migrações dos povos bárbaros

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Ligações externas
 Reflexões sobre o estudo da Idade Média

 Informações sobre a vida na Idade Média - Em Inglês


 Arte, Biografias, vida diária, mapas, imagens e pesquisas sobre a Idade Média -
Em Inglês
 Idade Média - Instituto Grupo Veritas de Pesquisa em História e Antropologia

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