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Doenças e UNIFICADOS

ão
e
ç
Acidentes de Trabalho
C ol

TEMA 2

Sindicato Químicos Unificados


2009
Campinas - Osasco - Vinhedo
2 COLEÇÃO

Índice Como controlar o risco.................... 14


Reconhecimento do risco........................ 14
Avaliação do risco...................................15
Introdução..................................... 05 Controle do risco..................................... 16
Medidas de controle na fonte................... 16
O que as substâncias químicas Controle na propagação do agente...........18
podem causar .............................. 06 Medidas de controle relativas
Danos à saúde................................. 06 ao trabalhador.........................................18
Como as substâncias podem Os produtos químicos..................... 22
penetrar no corpo.................................. 06
Como podem afetar............................... 08 Defenda seus direitos
Que fatores contribuem para o risco....... 10 e proteja sua saúde......................... 24
Veja se tem direito a receber
Fatores ambientais........................ 10 o adicional insalubridade...................... 24
Produto químico. .............................. 10 Contato proibido - substâncias
Condições da exposição no cancerígenas........................... 25 a 31
local de trabalho.................................... 12
Características da exposição.................. 12 Outros agentes possíveis
Danos ao meio ambiente....................... 13 de gerar insalubridade.................... 32

INTOXICAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO


UNIFICADOS 3

Apresentação

O Sindicato Químicos Unificados desenvolve muitos programas e ações em


defesa da saúde e da vida dos trabalhadores. E isso é fundamental, pois, os
patrões, sempre com o propósito de acumular lucro a qualquer preço não in-
vestindo para que as trabalhadoras e trabalhadores fiquem livres da exposição
a risco à saúde, que podem levar a acidentes, invalidez e mesmo à morte.

E com o objetivo de divulgar junto à categoria informações e orientações


sobre como bem defender a saúde no local de trabalho é que o Unificados
programou a publicação de uma coleção especial sobre doenças e acidentes
de trabalho. O primeiro número, em formato de cartilha toda ilustrada, lança-
da em setembro de 2008, trata de questões relativas à LER/DORT (Lesões
por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho), verdadeira epidemia na categoria química.

Agora, o Sindicato Químicos Unificados apresenta a segunda cartilha.


Ela aborda a intoxicação no local de trabalho, um tema que preocupa muito
as trabalhadoras e trabalhadores químicos. A luta contra a contaminação
química, humana e ambiental, sempre foi prioridade para o Unificados. Uma
delas, que ganhou destaque internacional, é a dos ex-trabalhadores conta-
minados pela Shell Brasil e pela Basf S.A., na planta industrial localizada
no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia.

Se houver dúvidas, questionamentos ou necessidade de mais informações,


o Sindicato Químicos Unificados deve ser procurado.

O trabalhador vende a força de trabalho para o patrão. Isto não inclui sua
saúde e nem a vida!

A diretoria

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ciais. Existem cerca de um a dois


Introdução milhões de produtos comerciais.
Estas substâncias estão presentes
em várias atividades diárias, seja no
Existem mais de 20 milhões de trabalho ou em casa. São usadas
substâncias químicas conhecidas, para prevenir e controlar doenças, na
das quais cerca de 200 mil são usa- construção dos objetos, nos alimen-
das mundialmente. Estas substân- tos, no ar enfim, em inúmeras coisas
cias são principalmente encontradas que facilitam e até permitem a vida.
como misturas em produtos comer- Porém, ao lado dos benefícios que

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trazem, podem também provocar forma não apropriada podem pro-


danos a saúde, ao meio ambiente vocar graves danos ambientais ou
e até incêndios e explosões. Para à saúde. O detergente caseiro é um
avaliar os benefícios ou os problemas exemplo. É muito útil para a lavagem
possíveis é necessário considerar de roupas e na cozinha. Porém, se
todo o ciclo de vida da substância, descartado de forma descontrolada
da produção ao destino final. nos rios, pode provocar a mortan-
São muitas as substâncias consi- dade de peixes. Outro exemplo são
deradas úteis para uma determinada as baterias usadas em celulares e
atividade e que se descartadas de em outros aparelhos portáteis. São
muito úteis para que estes aparelhos
funcionem, mas, quando descarta-
das no lixo comum podem provocar
sérias contaminações ambientais
devido aos metais tóxicos usados na
sua fabricação.
Estes exemplos mostram que o
dano que uma substância química
pode provocar vai depender de uma
série de fatores. A simples presença
da substância não representa um
risco. A substância em si é um fator
de risco e, não necessariamente, um
risco. O risco que pode vir a apresen-
tar dependerá de existirem outras
condições. Por isso é que é enten-
dida como risco a possibilidade de
uma substância provocar dano. Por
exemplo: se em vez de se jogar as
baterias usadas no lixo comum elas
serem enviadas para o fabricante
para reaproveitamento, não deveria
haver risco de contaminação do meio
ambiente.

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O que as derão causar vão depender do tipo


de substância respirada.
substâncias Algumas poderão provocar irrita-
ção já no nariz e na garganta. Outras
químicas podem provocam dor e pressão no peito e
outras podem ir até o pulmão. As
causar substâncias que chegam ao pulmão
podem causar problemas como a
sílica e o amianto que causam a sili-
cose e a asbestose, doenças graves.
Danos à saúde Estas substâncias são normalmente
duras e não se dissolvem em água.
As substâncias químicas podem Outras substâncias que vão até
provocar vários tipos de danos à o pulmão podem ou não provocar
saúde. Mas a primeira condição para algum problema. Também podem
isso é que entrem em contato ou passar para o sangue e serem le-
penetrem no corpo. vadas para outras partes do corpo.
É o caso do benzeno, por exemplo.
Quando respirado, ele chega ao
pulmão e passa para o sangue que
Como as substâncias o carrega até a medula óssea, que é
o lugar onde o sangue é produzido.
podem penetrar no Aí, o benzeno pode provocar vários
tipos de danos.
corpo Outro modo de contaminação é
pela pele. Aí, a substância química
No trabalho, a forma com que pode agir de duas formas: direto na
mais freqüentemente a substância pele ou penetrando nela. Se a subs-
penetra no corpo é pela respiração. tância for corrosiva, pode provocar
Durante a respiração o ar entra pelo queimadura diretamente na pele. Al-
nariz e junto com ele podem vir várias gumas substâncias também causam
substâncias químicas que estiverem reação alérgica e a pele fica cheia de
no ambiente. ferimentos ou pode inchar.
Os danos que as substâncias po- Outras substâncias têm a capaci-

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dade de penetrar através da pele. ou outra parte do corpo. Como a pele


Neste caso, elas entram na corrente é razoavelmente resistente, a quanti-
sanguínea e vão para outras partes dade de substância que penetra por
do corpo, da mesma forma que na ela é menor, em geral, do que a que
respiração. O dano vai depender do invade pela respiração.
tipo de substância. Algumas, como Algumas substâncias exercem ação
o benzeno, provocam problemas na irritante ou corrosiva diretamente
produção do sangue. Outras levam a nos olhos, e outras, como o álcool
problemas nos rins, fígado, coração metílico ou metanol, quando caem no

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olho podem provocar grande irritação


levando até a perda da visão.
Como podem afetar
A substância química também pode
penetrar no corpo pela forma diges- A ação da substância no corpo,
tiva, isto é, pela boca. Em geral, isto então, vai depender muito das suas
ocorre acidentalmente, por contami- características químicas.
nação quando se tem o hábito de co- Se a substância for, por exemplo,
mer, beber ou fumar no ambiente de um ácido forte, como o ácido muri-
trabalho. Por isto, é muito importante ático usado para limpar restos de
sempre lavar as mãos antes das re- cimento quando se faz uma aplicação
feições. Outras formas contaminação de cerâmica no chão, podem ocorrer
por esta via seriam relativas a formas queimaduras na pele se o ácido cair
inadequadas de trabalho, como a na mão ou outra parte do corpo.
prática que ainda se vê em alguns Ou queimaduras no nariz e até na
laboratórios onde o trabalhador faz garganta se respirado o gás que sai
transferência de líquidos sifonando- do frasco.
os (chupando-os) com a boca. É o Quando é usada uma tinta com
que ocorre também, quando se chupa solvente que tem um cheiro forte,
gasolina do carro com um tubinho de se respirado o vapor que sai da tinta
plástico. Neste caso, a substância pode-se ter dor de cabeça, tontura,
pode provocar queimadura ou irrita- enjôo, sentir dificuldade para dormir,
ção já na boca, ou no caminho entre fraqueza e, com o tempo, perda de
a boca e o estômago. memória e outros sintomas.
Algumas não provocam estes tipos Existem algumas doenças que
de problemas nestes locais, mas, às vezes só aparecem depois de
serão levadas pelo sangue para muitos anos de exposição. Nestes
outras partes do corpo. Por isso casos, podem surgir problemas na
que depois que se ingere alguma pele, no estômago, rins, fígado e no
bebida alcoólica e ela ser absorvida sangue. Alguns destes problemas,
e o álcool carregado até o sistema quando descobertos a tempo pelos
nervoso, aparecem os sintomas de médicos, podem ser curados com o
bebedeira: tontura, euforia, mudança simples afastamento do trabalha-
de personalidade e, muitas vezes, dor do contato com a substância.
uma grande dor de cabeça. Outras vezes, o tratamento é mais

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complexo e algumas vezes a desco- do que na primeira vez. E às vezes


berta da doença só ocorre em seu podem aparecer doenças graves,
estágio avançado. como o câncer, que nem sempre
Mas, mesmo no caso das doen- tem cura.
ças que podem ser curadas com Nem sempre é fácil para o médico
medicamento é necessário que o descobrir se uma doença é devido ao
trabalhador não fique mais em am- trabalho com um produto químico.
biente contaminado. Se assim não Isto porque os sintomas de muitas
for, ele ficará novamente doente, intoxicações são comuns a várias
normalmente mais rapidamente doenças que não têm origem no

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trabalho. Por exemplo, se um tra- mesmo produto, todos os trabalha-


balhador vai ao medico e se queixa dores estão saudáveis. E há outras
de dor de cabeça, tontura, que não ainda nas quais existem poucos deles
consegue dormir a noite, que anda com alguma reclamação. Isto ocorre
muito irritado, o médico pode achar porque o risco de se ter um dano
que ele anda muito cansado, ou com trabalhando com produto químico
algum problema psicológico. depende de vários fatores.São os
Mas, às vezes, o que ocorre é que chamados de fatores de risco.
o trabalhador é pintor e cheira tinta
o dia todo. O cheiro da tinta é que
provoca os sintomas e as queixas. Aí
não adianta tomar remédio. É pre-
ciso parar de cheirar tinta. Existem
Fatores
formas de se trabalhar sem sentir o ambientais
cheiro.
As intoxicações químicas podem Os fatores ambientais são aqueles
ocorrer durante um determinado que estão presentes no ambiente
período, mas a doença pode vir a se de trabalho, incluindo os produtos
manifestar em até 20 anos após a químicos.
intoxicação.

Que fatores Produto químico


contribuem Como já visto, o dano possível de-
pende, em primeiro lugar, do tipo de
para o risco substância com a qual se lida. Algu-
mas poderão provocar queimaduras,
Muitas vezes, porém, no ambien- outras irritações, asfixia (quando
te no qual que se trabalha com um a pessoa fica sem poder respirar),
tipo de substância química existem problemas na pele, tontura, e em
muitos trabalhadores doentes, ou várias outras partes do corpo que
pelo menos com queixas. Enquanto às vezes causam doenças facilmente
isso, em outra empresa que usa o curáveis e outras mais graves, como

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o câncer, silicose, asbestose, e que onde um carro ficou funcionando


causam morte. Outras substâncias algum tempo. Do escapamento do
também são causa de incêndios ou veículo sai um gás chamado monó-
explosões. xido de carbono, que é muito tóxico.
Algumas substâncias provocam Alguns poucos minutos neste am-
efeitos a curto prazo. Logo que pene- biente podem provocar desmaio e
tram no corpo ou caem sobre a pele até a morte.
já causam danos. É o caso de ácido Outras intoxicações são chama-
forte, que queima a pele logo após das de crônicas. Os sintomas não
ter caído sobre ela. aparecem rapidamente e podem
Outras apresentam efeitos retar- demorar até anos para o surgimen-
dados. Os danos só começam a apa- to. Normalmente, começam com
recer após alguns anos de trabalho, sintomas leves e que aumentam
ou mesmo após a aposentadoria. É com o tempo. É o caso dos traba-
o caso de grande parte dos casos de lhadores em fábricas de recuperação
câncer. O câncer que é provocado de baterias de chumbo. Os danos
pelo amianto, por exemplo, pode do chumbo aparecem após algum
aparecer de 15 a até 30 anos após tempo e, em geral, são motivos de
a exposição. leves dores no estômago ou outras
Algumas substâncias têm efeitos queixas e que pioram com o tempo.
locais. São as que provocam pro- Podem se tornar muito graves se o
blemas na pele ou no pulmão, por trabalhador não for diagnosticado, se
exemplo. Outras vão provocar lesões o médico não descobrir a causa da
em alguma parte do corpo. São os doença e não houver o afastamento
chamados efeitos sistêmicos, isto é, do trabalho. Pode chegar a provocar
que vão aparecer em algum sistema danos que deixam o trabalhador sem
do organismo: sistema respiratório, possibilidade de cura.
sistema digestivo ou outro. O esforço físico exercido durante
Outras substâncias causam intoxi- o trabalho também pode aumentar
cação aguda. Os danos são sentidos a probabilidade de algum dano. No
assim que o produto penetra no cor- trabalho leve a respiração é menos
po. Este tipo de intoxicação ocorre, intensa do que no trabalho pesado.
por exemplo, quando se entra em um Assim, se houver alguma contamina-
local fechado, como uma garagem, ção no ar, será respirado muito mais

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dela quando o trabalho é pesado do


que quando é leve.

Condições da
exposição no
local de trabalho
Entre estes fatores se incluem
todas as condições do ambiente de
trabalho: a dos equipamentos onde
estão os produtos, sua manutenção,
se são usado abertos ou fechados,
se possuem sistemas de exaustão
para gases ou poeiras eventual-
mente formadas, se existem formas
seguras para descartar os resíduos
entre outras condições.
Situações em que possam ocorrer
derrames, vazamentos, acidente de
transporte como o tombamento de
caminhão com produto químico, locais
com gases com origem em decompo- Características
sição como silos de armazenamento
de grãos, ambientes confinados da exposição
(fechados) como bueiros, poços,
manuseio inadequado, armazenagem O risco de o trabalhador apresen-
inadequada e descarte não apropria- tar um dano também dependerá da
do de substâncias são alguns dos intensidade da exposição ao produto,
fatores que aumentam a possibilidade de sua quantidade que contamina o
de aparecer um dano à saúde. ar respirado, o quanto cai na pele, ou,

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Danos ao
meio ambiente
Quando se preocupa em evitar os
danos provocados pelos produtos
químicos, deve-se levar em conta
também o meio ambiente, todo o
entorno do local onde o produto é uti-
lizado, assim como para onde serão
levados os resíduos do uso.
Há necessidade de se evitar que
haja contaminação do ar, do solo e
da água.
Se o produto químico vai para o
ar, pode ser respirado pelos traba-
lhadores, mas, a população vizinha,
animais e plantas também estarão
expostos a danos.
Se ele é jogado no solo, com a ação
do tempo e das condições climáticas
pode criar problemas. Quando cho-
ve, é possível que uma parte penetre
na terra e atinja o lençol de água
ainda, quanto é tomado pela boca. subterrâneo (freático) que abastece
Depende também do tempo que a população e é usado por diversas
o trabalhador fica exposto. Quanto plantas. O vento carrega parte para
maior o tempo de exposição, maior a outros locais e os contamina.
possibilidade de ocorrência de dano. Se jogada no esgoto normal, a
Depende ainda da freqüência com substância química chegará a al-
que se trabalha com o produto. gum rio e matará peixes e plantas,
Quanto mais vezes trabalhar, maior provocará mau cheiro e até conta-
a chance de ficar doente. minará pessoas que utilizam a água.

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A contaminação pode chegar até ao qual produto este vem a formar. Se


mar, que a levará a lugares bastan- o produto é modificado, quais ficam
te distantes. Já foram encontradas na própria empresa para uso e quais
contaminações em pinguins do Pólo são vendidos.
Sul, onde praticamente não se usa Ë um direito de todo trabalhador
produto químico. saber quais produtos manipula.
Este trabalho de conhecimento vai
permitir saber o que existe. Mas, a
Como controlar simples presença do produto quími-
co, como já foi visto, não significa
o risco risco ou possibilidade de acontecer
algum dano à saúde, ao meio am-
Controlar o risco significa diminuir biente ou acidente.
e, se possível, eliminar a possi- Sabendo o que existe, é preciso
bilidade do produto químico vir a conhecer que tipo de problemas os
provocar algum dano. No entanto, produtos poderão causar. Que tipo
só é possível controlar aquilo que é de ação ele provocará no corpo ou
conhecido. Então, a primeira ação é o no meio ambiente. Ou ainda, se pode
reconhecimento dos riscos presentes explodir ou pegar fogo.
no ambiente de trabalho. Nos produtos prontos e embala-
dos estas informações estão em
seus rótulos. Isto se for um rótulo
Reconhecimento bem feito. É possível conseguir
mais informações nas Fichas de
do risco Informações de Segurança de
Produto Químico (FISPQ), que
É preciso conhecer quais os devem acompanhar os materiais.
produtos químicos que estão na Porém, nem sempre se consegue
empresa, se são usados como che- isso, pois, muitas vezes, o produto
gam ou se são modificados. Quando tem um nome, dado pelo fabrican-
modificados, que outros produtos te, que não tem nada a ver com a
foram formados. É preciso também composição química e é vendido
saber se sobra algum resíduo, e sem a FISPQ.

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Isso exige procurar saber a com- onde e como são guardadas, como
posição por outras formas: fazen- são usadas, como os resíduos são
do contato com o fabricante, com jogados fora ou, se são vendidas,
alguma associação de fabricantes, como são guardadas até a venda
consultando instituição pública como e como são transportadas tanto
a Fundação Jorge Duprat Figuei- dentro da empresa até a entrega ao
redo de Segurança e Medicina do comprador.
Trabalho (Fundacentro) ou algum É preciso também se informar
centro de atendimento de intoxica- sobre as queixas e sintomas que os
ções ou de saúde do trabalhador. trabalhadores relatam, como são
Este trabalho pode ser ajudado pelo suas atividades, qual a duração da
sindicato. jornada de trabalho, se é em turnos,
Quando o produto é fabricado qual é a atividade física, hábitos de
na empresa para seu próprio uso, higiene, se há revezamento no tra-
ou quando se forma algum resíduo balho, se usa algum Equipamento
para ser descartado, as informações de Proteção Coletiva (EPC) ou In-
sobre a substância devem ser procu- dividual (EPI), se existe informação
radas em livros e banco de dados que de algum trabalhador doente ou
podem ser encontrados na internet afastado por acidente com produto
ou biblioteca especializada. químico no local.
O conhecimento dos fatores rela-
cionados à empresa também ajudam
a saber se o trabalhador corre algum
Avaliação do risco risco. E estes dados devem ser leva-
dos em consideração.
Depois de saber o que existe e o Às vezes é preciso fazer alguma
que as substâncias podem causar, é avaliação com aparelhos especiais
necessário avaliar o risco. Se o risco para saber qual é a quantidade de
é pequeno, médio ou grande. O risco, substância química presente no
como já visto, depende de uma série ar que o trabalhador respira. É a
de fatores. Nem sempre se consegue chamada avaliação quantitativa,
conhecer bem as substâncias. E, feita por pessoal especializado.
além do tipo, é necessário conhecer Ela, porém, é uma avaliação cara e
como elas são recebidas na empresa, que, quando necessária, deve ser

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custeada pela empresa. A avaliação


quantitativa pode fornecer infor-
Medidas de
mação importante sobre os siste- controle na fonte
mas de controle instalados, como
exaustores, cabines fechadas etc. A medida mais eficiente de con-
Permite saber se estão funcionando trole é a substituição do produto
bem ou não. perigoso por outro menos perigoso.
Sempre que possível deve-se procu-
Se o trabalhador tiver os dados
rar substituir o produto. Por exemplo:
citados acima poderá saber o quanto
em vez de lavar as mãos cheias de
está exposto ao produto. Isto o ajuda
graxa com gasolina, usar água e
a saber se corre risco de sofrer al-
sabão. Graxa e mesmo sujeira de
gum acidente ou dano à saúde.
tinta também podem ser tiradas com
Feita a avaliação de risco, é preciso pano ou algodão embebido em óleo
saber como controlar. de cozinha. E depois lavar as áreas
com água e sabão.
Quando não dá para substituir o
produto deve-se fazer a substitui-
Controle do risco ção ou a modificação de processos
e de equipamentos. Por exemplo:
Para que o controle do risco seja quando é necessário o uso de uma
eficiente é preciso primeiro restringir empilhadeira em ambientes fecha-
sua manipulação, para que ele não dos, é preferível que ela seja elé-
se espalhe pelo ambiente (medidas trica a motor a combustão. Quando
de controle na fonte). Se não for ocorre queima do combustível para
possível, é preciso evitar que entre a empilhadeira funcionar gases
em contato com o trabalhador (me- tóxicos são produzidos, soltos no
didas de controle na propagação do ar, e serão respirados pelos traba-
produto no ambiente) e, finalmente, lhadores. Claro que neste caso é
caso isto também não seja possível, preciso verificar se a eletricidade
ainda, a solução é proteger direta- não irá causar um outro risco,
mente o trabalhador (medidas no como em ambientes com vapores
trabalhador). de solventes.

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UNIFICADOS 17

Outra forma importante de dimi- poluente para o ambiente. A manu-


nuição do risco na fonte é fazer o tenção não deve ser feita só quan-
controle e manutenção de proces- do o equipamento estiver vazando
sos e equipamentos. O controle de ou quebrar. É preciso fazer sempre
equipamentos, como, por exemplo, manutenção preventiva, isto é, de
o ajuste de motores que funcionam tempos em tempos, mesmo que
com gasolina ou óleo diesel, permi- o aparelho ainda não apresente
te que se libere menos substância problemas.

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Controle na Medidas de
propagação controle relativas
do agente ao trabalhador
Para evitar que a substância se As medidas de controle diretamen-
esparrame pelo ambiente é possível te sobre o trabalhador precisam com-
trabalhar de várias formas. Uma plementar as medidas ambientais.
delas é colocar algum tipo de venti- Os trabalhadores não podem ser
lação. Esta ventilação pode ser feita vistos como os principais responsá-
com trabalho em local bem aberto, veis na prevenção dos acidentes e
sem paredes, como um galpão, ou doenças. Raramente estes tipos de
com portas e janelas abertas, ou medidas substituem as relativas ao
ainda com a ajuda de ventilador. ambiente de trabalho.
Este processo é chamado de venti-
lação geral ou diluidora. A ventilação Veja as medidas relativas ao pró-
também pode ser feita colocando um prio trabalhador:
exaustor em cima da fonte, isto é
no lugar de onde o produto químico l Limitação no tempo de exposi-
pode sair, a chamada ventilação local ção;
exaustora.
l Educação;
Pode-se também fazer um isola-
mento. A fonte de produto químico l Capacitação;
é isolada ao se colocá-la em um l Vigilância médica;
lugar fechado, ou isolar o traba- l Último recurso – equipamento de
lhador, fazendo com que ele fique proteção individual (EPI)
dentro de uma cabine de operação.
Deixar a fonte longe do trabalhador Limitação do tempo significa fazer
também é alternativa. O trabalho com que o trabalhador fique menos
com produtos perigosos deve ser tempo exposto ao produto perigo-
realizado em momentos e locais so. Isto pode ocorrer por meio da
onde houver o menor número pos- diminuição da jornada ou da rotação
sível de trabalhadores. das pessoas que trabalham com

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UNIFICADOS 19

o produto. Esta medida pode, em ficou alérgico qualquer quantidade


alguns casos, diminuir o risco de dela fará com que os sintomas apa-
aparecimento de danos, mas, não é reçam.
muito eficiente para alguns tipos de Os trabalhadores devem receber
substâncias como as que provocam orientação sobre como evitar se
câncer ou reações alérgicas. intoxicar com o produto. Ele precisa
Uma substância cancerígena pode ser informado sobre:
provocar o desenvolvimento de cân-
cer mesmo que o trabalhador fique l Medidas de higiene pessoal e das
exposto a pequenas quantidades. Em roupas;
relação às substâncias que provocam l Lavagem das mãos antes de se
alergia, depois que o trabalhador já alimentar;

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l Banho e troca de roupa após a jorna- l Práticas adequadas de trabalho


da de trabalho (às vezes necessário para armazenamento, transporte,
mesmo antes das refeições); manuseio, descarte ou derrame
l Nunca comer, fumar ou beber no acidental de produtos químicos;
ambiente de trabalho; l Procedimentos que assegurem a
l Nunca levar roupas ou outros ma- eficiência das medidas de controle
teriais contaminados para casa. e sobre as eventuais limitações da
proteção que ofereçam;
A empresa deve fornecer instalações l Leitura e compreensão dos rótulos
adequadas para as refeições, e os dos produtos;
banheiros. Caso contrário, de nada l Uso de fichas de segurança de
vale orientar sobre a necessidade de leitura fácil e compreensível e
higiene se os trabalhadores são obri- mantidas à sua disposição;
gados a comer em locais sujos e sem l Primeiros socorros;
banheiros limpos para usar. Ela precisa
l Uso adequado de equipamento de
também providenciar a lavagem e troca
proteção individual (EPI);
constante de roupas contaminadas. Os
trabalhadores não devem levar para l Combate a incêndio.
casa roupa contaminada, que poderá
Os trabalhadores precisam tam-
atingir toda sua família.
bém da chamada vigilância médica.
Outro fator importante e que
Devem passar por exame médico
nunca deve ser deixado para trás é
admissional, periódico e demissional.
a capacitação do trabalhador para
Estes exames devem ser feitos de
manusear com o produto perigoso.
forma apropriada para possibilitar que
Todo trabalhador têm o direito de qualquer alteração de saúde seja per-
conhecer os riscos a que está ex- cebida o mais cedo possível. Devem
posto no ambiente de trabalho. E também ajudar a identificar possíveis
de ser capacitado adequadamente trabalhadores mais sensíveis ao pro-
para evitar a exposição, ou pelo duto usado, além de facilitar a desco-
menos minimizá-la, quando isso dele brir mudanças na saúde, mesmo que
depender. não sejam devido ao trabalho.
O trabalhador deve receber orien- Os exames que o trabalhador deve
tação sobre: fazer dependem dos materiais com que

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UNIFICADOS 21

trabalha e dos outros fatores de risco poucos trabalhadores estão expostos,


que podem estar no ambiente. Por ou ainda como solução temporária para
isso, o médico da empresa deve fazer o casos de emergência. Mas quando o
Programa de Controle Médico de Saú- EPI for necessário é preciso que ele
de Ocupacional (PCMSO) levando em seja de muito boa qualidade, próprio
conta os fatores realmente existentes. para o agente químico presente no
Estes fatores deveriam estar relacio- ambiente e que os trabalhadores
nados no Programa de Prevenção de saibam usá-lo de forma certa. Eles de-
Riscos Ambientais (PPRA). vem estar sempre limpos. E como são
O EPI só deve ser usado como último equipamentos de proteção individual é
recurso, quando todas as outras medi- preciso que cada trabalhador tenha o
das não puderem ser feitas. Por isso seu próprio EPI.
ele só deve ser indicado para opera- Além disso, o EPI é uma solução
ções esporádicas, isto é, feita uma vez temporária, para usar enquanto se
ou outra, por exemplo: para trabalhos providencia o EPC (Equipamento de
de manutenção, quando apenas um ou Proteção Coletiva).

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22 COLEÇÃO

Os produtos químicos
Veja a seguir a lista com os produtos mais freqüentes a que as trabalha-
doras e trabalhadores estão expostos na indústria química.

Tabela 1 – Poluentes Orgânicos

Substância De onde vem Efeitos


poluente
Aminas aromáticas Indústria química Câncer de bexiga
Amônia Utilizada como matéria-prima na Reações inflamatórias agudas nos
indústria de fertilizantes e outras olhos, nariz, laringe e traqueia até
obstrução das vias aéreas; edema
pulmonar e hemorragia
Ascarel (polifenila Utilizado em transformadores de Câncer de fígado; aborto; defeitos
bicromada) energia elétrica em recém-nascido
Benzeno Refinarias de petróleo; side- Leucemia (câncer do sangue); leu-
rúrgicas (coqueria) e indústria copenia, anemia e plaquetopenia;
química distúrbios do comportamento
Cloreto de vinila Indústria química e de plásticos Câncer de fígado
Cloro (Cl2) Acidentes nas indústrias ou no Conjuntivite; dor de garganta;
transporte de produtos clorados dor torácica; falta de ar; tosse;
expectoração rósea; asfixia e
edema pulmonar
Formaldeído Matéria-prima da indústria quí- Câncer; irritação dos olhos, nariz
mica e têxtil; presente em colas, e garganta e crise de bronquite
compensados, fibras plásticas e
forros de tapetes
Tolueno e xileno Solventes; tintas; colas; resinas Irritação dos olhos, nariz e gar-
e cosméticos ganta

INTOXICAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO


UNIFICADOS 23

Tabela 2 – Metais pesados

Substância De onde vem Efeitos


poluente
Alumínio Produção de artefatos de alumí- Anemia por deficiência de ferro;
nio; serralheria; soldagem e de intoxicação crônica
medicamentos (antiácidos) e tra-
tamento convencional de água
Arsênico Metalurgia; manufatura de vidros Câncer (seios paranasais)
e fundição
Cádmio Soldas; tabaco; baterias e pilhas Câncer de pulmões e próstata;
lesão nos rins
Chumbo Fabricação e reciclagem de bate- Saturnismo (cólicas abdominais,
rias de autos; indústria de tintas; tremores, fraqueza muscular,
pintura em cerâmica; soldagem lesão renal e cerebral)
Cobalto Preparo de ferramentas de corte Fibrose pulmonar (endurecimento
e furadoras do pulmão) que pode levar à morte
Cromo Indústria de corantes, esmaltes, Asma (bronquite); câncer
tintas, ligas com aço e níquel;
cromagem de metais
Fósforo amarelo Veneno para baratas; rodenticidas Náuseas; gastrite; odor de alho;
(tipo de inseticida usado na lavou- fezes e vômitos fosforescentes;
ra) e fogos de artifício dor muscular; torpor; choque;
coma e até morte
Mercúrio Moldes industriais; certas indús- Intoxicação do sistema nervoso
trias de cloro-soda; garimpo de central
ouro; lâmpadas fluorescentes
Níquel Baterias; aramados; fundição e Câncer de pulmão e seios pa-
niquelagem de metais; refinarias ranasais
Fumos metálicos Vapores (de cobre, cádmio, ferro, Febre dos fumos metálicos
manganês, níquel e zinco) da (febre, tosse, cansaço e dores
soldagem industrial ou da galva- musculares) – parecido com
nização de metais pneumonia

2009
24 COLEÇÃO

Defenda seus direitos


e proteja sua saúde
Veja se tem direito a receber
o adicional insalubridade

Vários companheiros e companhei- um curso e treinamento para seus


ras constantemente procuram o sin- dirigentes, no qual um engenheiro do
dicato para obter informações se têm trabalho deu informações e orienta-
ou não direito a receber o adicional ções sobre a insalubridade no local
insalubridade devido à atividade que de trabalho.
exercem e aos produtos que manipu- Nas páginas seguintes, veja uma
lam ou a que estão expostos. lista com alguns produtos químicos
Nossa luta sempre tem sido no e atividades que podem gerar a insa-
caminho da eliminação dos riscos no lubridade, que deve ser comprovada
local de trabalho, para que ninguém por laudo técnico. Além destes, po-
exponha sua saúde e sua vida a ris- dem existir ainda outras causas mais
cos. Entretanto, muitas empresas, como o ruído e o calor.
além de continuarem a expor os Se você tem alguma dúvida sobre a
trabalhadores ao risco ocupacional, questão insalubridade ou contamina-
ainda arranjam inúmeras formas ção em seu local de trabalho, procure
ou despistes para não pagar o adi- imediatamente um dirigente do Uni-
cional a que têm direito, conforme ficados nas regionais de Campinas,
garantido no acordo coletivo e na Osasco ou Vinhedo. Você receberá
legislação. todas as orientações e informações
Para melhor se preparar no en- necessárias para defender seus
frentamento desta questão, o Sin- direitos, principalmente sua saúde
dicato Químicos Unificado realizou e sua vida.

INTOXICAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO


UNIFICADOS 25

Contato proibido l Amido difenil (p-xenilamina).


l Produção de Benzidina.
- substâncias l Betanaftilamina.
cancerígenas l Nitrodifenil.

Para as seguintes substâncias Nenhuma exposição ou contato


ou processos não é permitida ne- significa tornar hermético, bem fe-
nhuma exposição ou contato, por chado, o processo ou operação, por
qualquer via: meio dos melhores métodos prati-

2009
26 COLEÇÃO

cáveis de engenharia, sendo que o Insalubridade de grau


trabalhador deve ser protegido ade- médio
quadamente de modo a não permitir
nenhum contato com a substância l Bronzeamento em negro e verde
causadora de câncer. com compostos de arsênico.
Sempre que os processos ou
l Conservação e peles e plumas;
operações que envolvem as quatro
depilação de peles à base de com-
substâncias citadas não forem her-
postos de arsênico.
metizados, será considerada como
situação de risco grave e iminente l Descoloração de vidros e cristais à
para o trabalhador, além de insalu- base de compostos de arsênico.
bridade de grau máximo. l Emprego de produtos parasitici-
das, inseticidas e raticidas à base
de compostos de arsênico.
Arsênico l Fabricação de cartas de jogar, pa-
péis pintados e flores artificiais à
Insalubridade de grau base de compostos de arsênico.
máximo l Metalurgia de minérios arsenicais
(ouro, prata, chumbo, zinco, ní-
Extração e manipulação de arsêni-
l quel, antimônio, cobalto e ferro).
co e preparação de seus compos- l Operações de galvanotécnica à
tos. Fabricação e preparação de base de compostos de arsênico.
tintas a base de arsênico. l P intura manual (pincel, rolo e
l Fabricação de produtos parasiti- escova) com pigmentos de com-
cidas, inseticidas e raticidas con- postos de arsênico em recintos
tendo compostos de arsênico. limitados ou fechados, exceto com
pincel capilar.
l Pintura a pistola com pigmentos
de compostos de arsênico, em
recintos limitados ou fechados.
Insalubridade de grau
l Preparação do Secret. mínimo
l Produção de trióxido de arsêni-
co. l Empalhamento de animais à

INTOXICAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO


UNIFICADOS 27

base de compostos de arsênico. fícies nas operações a seco, com


l Fabricação de tafetá sire. britadores, peneiras, classificado-
res, carga e descarga de silos, de
l Pintura a pistola ou manual com
transportadores de correia e de
pigmentos de compostos de arsê-
teleférreos.
nico ao ar livre.

Carvão Chumbo
Insalubridade de grau Insalubridade de grau
máximo máximo
l F abricação de compostos de
l Trabalho permanente no subsolo
chumbo, carbonato, arseniato,
em operações de corte, furação
cromato mínio, litargírio e outros.
e desmonte, de carregamento no
local de desmonte, em atividades l Fabricação de esmaltes, vernizes,
de manobra, nos pontos de trans- cores, pigmentos, tintas, ungüen-
ferência de carga e de viradores. tos, óleos, pastas, líquidos e pós à
base de compostos de chumbo.
l F abricação e restauração de
Insalubridade de grau acumuladores, pilhas e baterias
médio elétricas contendo compostos de
chumbo.
l Demais atividades permanentes
l Fabricação e emprego de chumbo
do subsolo compreendendo servi-
tetraetila e chumbo tetrametila.
ços, tais como: operações de loco-
motiva, condutores, engatadores, l Fundição e laminação de zinco
bombeiros, madeireiros, trilheiros velho, cobre e latão.
e eletricistas. l Limpeza, raspagem e reparação de
tanques de mistura, armazenamen-
Insalubridade de grau to e demais trabalhos com gasolina
mínimo contendo chumbo tetraetila.
l Pintura a pistola com pigmentos
l Atividades permanentes de super- de compostos de chumbo em re-

2009
28 COLEÇÃO

cintos limitados ou fechados. l Fabricação de cromatos e bicro-


l Vulcanização de borracha pelo matos.
litargírio ou outros compostos de l Pintura a pistola com pigmentos
chumbo. de compostos de cromo, em re-
l Insalubridade de grau médio cintos limitados ou fechados.
l Aplicação e emprego de esmaltes,
vernizes, cores, pigmentos, tintas,
Insalubridade de grau
ungüentos, óleos, pastas, líquidos
médio
e pós à base de compostos de
l Cromagem eletrolítica dos me-
chumbo.
tais.
l Fabricação de porcelana com es-
l Fabricação de palitos fosfóricos
maltes de compostos de chumbo.
à base de compostos de cromo
l Pintura e decoração manual (pin-
(preparação da pasta e trabalho
cel, rolo e escova) com pigmentos
nos secadores).
de compostos de chumbo (exceto
l Manipulação de cromatos e bicro-
pincel capilar), em recintos limita-
matos.
dos ou fechados.
l Pintura manual com pigmentos de
l Tinturaria e estamparia com pig-
compostos de cromo em recintos
mentos à base de compostos de
limitados ou fechados (exceto
chumbo.
pincel capilar).
Insalubridade de grau l Preparação por processos fotome-
mínimo cânicos de clichês para impressão
à base de compostos de cromo.
l Pintura a pistola ou manual com l Tanagem a cromo.
pigmentos de compostos de chum-
bo ao ar livre.
Fósforo
Cromo Insalubridade de grau
máximo
Insalubridade de grau
máximo l Extração e preparação de fósforo

INTOXICAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO


UNIFICADOS 29

branco e seus compostos. das de hidrocarbonetos cíclicos.


l Fabricação de defensivos fosfora- l Pintura a pistola com esmaltes, tin-
dos e organofosforados. tas, vernizes e solventes contendo
l Fabricação de projéteis incendiá- hidrocarbonetos aromáticos.
rios, explosivos e gases asfixiantes
à base de fósforo branco. Insalubridade de grau
l Insalubridade de grau médio
médio
l Emprego de defensivos organo- l Emprego de defensivos organoclo-
fosforados. rados: DDT (diclorodifeniltriclore-
l Fabricação de bronze fosforado. tano) DDD (diclorodifenildiclore-
l Fabricação de mechas fosforadas tano), metoxicloro (dimetoxidife-
para lâmpadas de mineiros. niltricloretano), BHC (hexacloreto
de benzeno) e seus compostos e
isômeros.
Hidrocarbonetos e l Emprego de defensivos derivados
outros compostos do ácido carbônico.
l Emprego de aminoderivados de
de carbono hidrocarbonetos aromáticos (ho-
mólogos da anilina).
Insalubridade de grau l Emprego de cresol, naftaleno e
máximo derivados tóxicos.
l Emprego de isocianatos na for-
l Destilação do alcatrão da hulha.
mação de poliuretanas (lacas de
l Destilação do petróleo. desmoldagem, lacas de dupla
l Manipulação de alcatrão, breu, be- composição, lacas protetoras de
tume, antraceno, óleos minerais, madeira e metais, adesivos espe-
óleo queimado, parafina ou outras ciais e outros produtos à base de
substâncias cancerígenas afins. poliisocianetos e poliuretanas).
l F abricação de fenóis, cresóis, l Emprego de produtos contendo
naftóis, nitroderivados, aminode- hidrocarbonetos aromáticos
rivados, derivados halogenados e como solventes ou em limpeza
outras substâncias tóxicas deriva- de peças.

2009
30 COLEÇÃO

l Fabricação de artigos de borracha, manentes no subsolo, em minas


de produtos para impermeabiliza- e túneis (operações de corte, fu-
ção e de tecidos impermeáveis à ração, desmonte, carregamentos
base de hidrocarbonetos. e outras atividades exercidas no
l Fabricação de linóleos, celulóides, local do desmonte e britagem no
lacas, tintas, esmaltes, vernizes, subsolo).
solventes, colas, artefatos de l Operações de extração, trituração
ebonite, guta-percha, chapéus de e moagem de talco.
palha e outros à base de hidrocar- l Fabricação de material refratário,
bonetos. como refratários para fôrmas, cha-
l Limpeza de peças ou motores com minés e cadinhos; recuperação de
óleo diesel aplicado sob pressão resíduos.
(nebulização).
l Pintura a pincel com esmaltes, tin-
tas e vernizes em solvente conten- Operações diversas
do hidrocarbonetos aromáticos.
Insalubridade de grau
Fósforo máximo
Operações com cádmio e seus
Insalubridade de grau
compostos, extração, tratamento,
máximo
preparação de ligas, fabricação e
emprego de seus compostos, solda
l Fabricação e manipulação de com-
com cádmio, utilização em fotografia
postos orgânicos de mercúrio.
com luz ultravioleta, em fabricação
de vidros, como antioxidante, em
Silicatos revestimentos metálicos, e outros
produtos.
Insalubridade de grau
máximo Operações com as seguintes
substâncias
l Operações que desprendam poei-
ra de silicatos em trabalhos per- l Éter bis (clorometílico).

INTOXICAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO


UNIFICADOS 31

l Benzopireno. l Operações com bagaço de cana


l Berílio. nas fases de grande exposição à
poeira.
l Cloreto de dimetilcarbamila.
l O perações de galvanoplastia:
l Diclorobenzidina.
douração, prateação, niquelagem,
l Dióxido de vinil ciclohexano. cromagem, zincagem, cobreagem,
l Epicloridrina. anodização de alumínio.
l Hexametilfosforamida. l Telegrafia e radiotelegrafia, ma-
l Metileno bis (2-cloro anilina). nipulação em aparelhos do tipo
l Metileno dianilina. Morse e recepção de sinais em
fones.
l Nitrosaminas.
l Trabalhos com escórias de Tho-
l Propano sultone.
más: remoção, trituração, moagem
l Betapropiolactona. e acondicionamento.
l Tálio. l Trabalho de retirada, raspagem a
l Produção de trióxido de amônio seco e queima de pinturas.
ustulação de sulfeto de níquel. l Trabalhos na extração de sal (sa-
linas).
Insalubridade de grau
l Fabricação e manuseio de álcalis
médio
cáusticos.
l Aplicação a pistola de tintas de l Trabalhos em convés de navios.
alumínio.
l Fabricação de pós de alumínio
Insalubridade de grau
(trituração e moagem).
mínimo
l Fabricação de emetina e pulveri- l Fabricação e transporte de cal
zação de ipeca. e cimento nas fases de grande
l Fabricação e manipulação de ácido exposição a poeiras.
oxálico, nítrico sulfúrico, bromídri- l Trabalhos de carregamento, des-
co, fosfórico, pícrico. carregamento ou remoção de
l Metalização a pistola. enxofre ou sulfitos em geral, em
l Operações com o timbó. sacos ou a granel.

2009
32 COLEÇÃO

Outros agentes Sílica livre cristalizada


possíveis de gerar l S empre será entendido que
“quartzo” significa sílica livre
insalubridade cristalizada.

l Poeiras minerais Agentes químicos


Asbesto l Acetaldeído
l Acetato de cellosolve
l A plica-se a todas e quaisquer
l Acetato de éter monoetílico de etileno
atividades nas quais os trabalha-
glicol
dores estão expostos ao asbesto
l Acetato de etila
no exercício do trabalho.
l Acetato de 2- etóxi etila
l Acetileno
Manganês e seus l Acetona
compostos l Acetonitrila
l Ácido acético
l O limite de tolerância para as
l Ácido cianídrico
operações com manganês e seus
l Ácido clorídrico
compostos referente à extração,
l Ácido crômico (névoa)
tratamento, moagem, transporte
do minério, ou ainda a outras ope- l Ácido etanóico
rações com exposição a poeiras do l Ácido fluorídrico
manganês ou de seus compostos é l Ácido fórmico
de até 5mg/m3 no ar, para jornada l Ácido metanóico
de até 8 (oito) horas por dia. l Acrilato de metila
l O pagamento do adicional de insa- l Acrilonitrila
lubridade por parte do empregador l Álcool isoamílico
não o desobriga da adoção de l Álcool n-butílico
medidas de prevenção e controle l Álcool isobutílico
que visem minimizar os riscos dos l Álcool sec-butílico (2-butanol)
ambientes de trabalho. l Álcool terc-butílico

INTOXICAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO


UNIFICADOS 33

l Álcool etílico l Cianeto de vinila l Dicloroetileno


l Álcool furfurílico l Cianogênio l Diclorometano
l Álcool metil amílico l Ciclohexano l Dicloro - nitroetano
l Álcool metílico l Ciclohexanol l Dicloropropano
l Álcool n-propílico l Ciclohexilamina l D iclorotetrafluoretano
l Álcool isopropílico l Cloreto de carbonila (freon 114)
l Aldeído acético l Cloreto de etila l Dietil amina
l Aldeído fórmico l Cloreto de fenila l Dietil
l Amônia l Cloreto de metila l Diisocianato de tolueno
l Anidro sulfuroso l Cloreto de metileno (TDI)
l Anilina l Cloreto de vinila l Diisopropilamina
l Argônio l Cloreto de vinilideno l Dimetilacetamida
l Arsina (arsenamina) l Cloro l Dimetilamina
l Brometo de etila l Clorobenzeno l Dimetiformamida
l Brometo de metila l Clorobromometano l Dimetil hidrazina
l Bromo l Cloroetano l Dióxido de carbono
l Bromoetano l Cloroetílico l Dióxido de cloro
l Bromofórmio l Clorodifluometano (freon l Dióxido de enxofre
l Bromometano 22) l Dióxido de nitrogênio
l Butadieno l Clorofórmio l Dissulfeto de carbono
l Butano l Cloro - nitropropano l Estibina
l Butano l Cloroprene l Estireno
l sec-Butanol l Cumeno l Etanol
l Butanona l Decaborano l Etano
l Butanotiol l Demeton l Etanol
l Butilamina l Diamina Dibramoetano l Etanotiol
l Butil cellosolve l Diclorobenzeno l Éter decloroetílico
l Butil mercaptana l D iclorodifluormetano l Éter etílico
l Butóxi etanol (freon 12) l Éter monobutílico do eti-
l Cellosolve l Dicloroetano leno glicol
l Chumbo l Dicloroetano l Éter monoetílico do etile-
l Cianeto de metila l Dicloreotileno no glicol

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34 COLEÇÃO

l É ter monometílico do l Mercúrio (todas as for- l Piridina


etileno glicol mas, exceto orgânicas) l n-Propano
l Etilamina l Metacrilato de metila l n-Propanol
l Etilbenzeno l Metano l Iso-Propanol
l Etileno l Metanol l Propanona
l Etilenoimina l Metilamina l Propileno
l Etil mercaptana l Metil cellosolve l Propileno imina
l Etil morfolina l Metil ciclohexanol l Sulfato de dimetila
l Etoxietanol l Metilclorofórmio l Sulfeto de hidrogênio
l Fenol l Metil demeton l Systox
l Fluortriclorometano (fre- l Metil etil cetona l Tetrabromoetano
on 11) l Metil isobutilcarbinol l Tetracloreto de carbono
l Formaldeído (formol) l Metil mercaptana (meta- l Tetracloroetano
l Fosfina (fosfamina) notiol) l Tetracloroetileno
l Fosgênio l Metoxi etanol l Tetrahidrofurano
l Freon l Monometil hidrazina l Tolueno (toluol)
l Freon 12 l Monóxido de carbono l T olueno - diisocianato
l Freon 22 l Negro de fumo (TDI)
l Freon 113 l Neônio l Tribromometano
l Freon 114 l Níquel carbonila (níquel l Tricloreto de vinila
l Gás amoníaco tetracarbonila) l Tricloroetano
l Gás carbônico l Nitrato de n-propila l Tricloroetano
l Gás cianídrico l Nitroetano l Tricloroetileno
l Gás clorídrico l Nitrometano l Triclorometano
l Gás sulfídrico l Nitropropano l Tricloropropano
l Hélio l Óxido de etileno l T ricloro - trifluoretano
l Hidrazina l Óxido nítrico (NO) (freon 113)
l Hidreto de antimônio l Óxido nitroso (N2O) l Trietilamina
l Hidrogênio l Ozona l Trifluormonobramometa-
l Isobutanol l Pentaborano no
l Isopropilamina l n-Pentano l Vinibenzeno
l Isopopil benzeno l Percloroetíleno l Xileno (xilol)

INTOXICAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO


UNIFICADOS 35

Bibliografia
l Cadernos de Saúde do Tra-
balhador, Riscos Devido a
Substâncias Químicas – Ins-
tituto Nacional de Saúde
no Trabalho (INST) – ju-
nho/2000.

l Revista Meio Ambiente, Saú-


de e Trabalho – Central Única
dos Trabalhadores (CUT)
- Rio de Janeiro/2000.

l Riscos Químicos- Fundação


Jorge Duprat Figueiredo de
Segurança e Medicina do
Trabalho (Fundacentro)- São
Paulo/1995.

EXPEDIENTE

A COLEÇÃO - DOENÇAS E ACIDENTES DE TRABALHO é uma publicação do Sindicato


Químicos Unificados (Campinas, Osasco e Vinhedo). O TEMA 2 - INTOXICAÇÃO NO
LOCAL DE TRABALHO foi compilado e organizado pelo gestor ambiental José Vitor
Charaba e revisado pelo doutor Roberto C. Ruiz, consultor em Medicina do Trabalho.

Contatos: Regional Campinas - fone (19) 3735.4900; Regional Osasco - fone (11)
3608.5411; Regional Vinhedo (19) 3876.2915

quimicosunificados@quimicosunificados.com.br www.quimicosunificados.com.br

2009
Sindicato Químicos Unificados
Campinas - Osasco - Vinhedo

www.quimicosunificados.com.br

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