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Higiene do Trabalho – Mó-

dulo II – Riscos Químicos


1. Apresentação 4
Conceitos Gerais 5
Exemplos de Fatores Ocupacionais de Risco 5
Riscos Químicos 7
As vias de Penetração dos Agentes Químicos 8
Os efeitos da Contaminação 9

2. Controle da Exposição a Agentes Químicos 11


Identificar os Produtos Químicos 12
Realizando o Inventário de Produtos Químicos 14
Materiais Complementares 17

3. Referências Bibliográficas 19

02
03
HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

1. Apresentação

Fonte: analysticsbrasil.com1

P rezado (a) aluno (a)


Durante essa disciplina vere-
mos alguns conceitos importantes
volta e meia há prolixidade, contudo
sempre com fito de reforço de um
pensamento central, que por vezes
sobre higiene do trabalho e riscos bi- passaria desapercebido, se não fosse
ológicos. esse o recurso. O principal objetivo
Note que antes de falar sobre da Higiene do Trabalho é o bom em-
os fatores de risco químicos, deve- prego de medidas apropriadas para
mos tratar sobre a gestão do meio acautelar e controlar os riscos no lo-
ambiente do trabalho como um cal de trabalho. As normas e regula-
todo, desse modo, faz-se indispensá- mentos quando não respeitados são
vel uma justaposição panorâmica, inúteis para resguardar a saúde dos
porquanto nem todos os alunos são trabalhadores, de maneira que para
ligados ao campo de EST - Engenha- sua efetiva prática, é solicitada a
ria de Segurança do Trabalho, sendo aplicação de estratégias de vigilân-
que alguns, até mesmo, terão o seu o cia, bem como as de controle.
primeiro contato neste curso. Assim, Logo, a falta de padrões nor-
algumas definições são corriqueiras mativos não precisa servir de pre-
como os três tomos da HT, por isso texto para não acautelar exposições

1 Retirado em analysticsbrasil.com

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

em que declaradamente exista riscos das nações, porém infelizmente


muitas vezes perdem sua saúde
graves, controles precisam ser aloca-
e até suas vidas neste processo,
dos antes mesmo de avaliações o que é inaceitável e pode ser
quantitativas. evitado se houver vontade polí-
tica para aplicar os conheci-
Desse modo, tendo alguma mentos existentes quanto a fa-
dúvida, não deixe de encaminhar as tores de risco e sua prevenção e
suas perguntas ao setor pedagógico para atuar dentro um contexto
de justiça social. Agentes peri-
por meio do protocolo ou atendi- gosos podem também sair dos
mento aos alunos. locais de trabalho (efluentes,
lixo tóxico e cargas perigosas,
bem como certos produtos para
Bons estudos! consumo), atingindo pessoas
fora dele e danificando o meio
ambiente (ar, água, solo) imedi-
Conceitos Gerais ato ou distante (até a estratos-
fera) e os recursos naturais
Note que lidar este tipo de trabalho (GOELZER, 2016).
é indispensável para o trabalhador,
bem como a sociedade e até mesmo
para o desenvolvimento dos países. Exemplos de Fatores Ocupaci-
onais de Risco
Atividades humanas imperativas -
agricultura, comercialização de mi-
Existem diversos tipos de
nerais, indústria, produção de ener-
agentes químicos, seja em formas lí-
gia, assim como o transporte e ou-
quida, gasosa ou de partículas:
tros serviços - estão repetidamente
conexas com a episódio de agentes Arsênico: refinação do cobre,
ou aspectos que podem ocasionar pesticidas, produtos farmacêu-
riscos para a saúde. ticos, fabricação de vidro, pre-
servação da madeira, indústria
Logo, estes riscos podem ser do couro Benzeno: coquerias,
de incidentes ou doenças profissio- indústria petroquímica, gaso-
nais; todavia, neste modulo mencio- lina (1-5%), impureza em certos
solventes, indústria do couro
naremos tão-somente aos fatores de (colas), indústria química
risco que podem induzir a doenças Chumbo: fabricação de baterias
profissionais (embora de extrema- e pilhas, mineração e refinação,
fundições, tintas e pigmentos,
mente importantes, os riscos de in- cerâmica, gasolina (orgânico),
cidentes do trabalho não serão tra- recuperação de sucata, indús-
balhados). tria química Mercúrio: pestici-
das, processo cloro-alcali, equi-
pamento eletrônico, fabricação
Os trabalhadores são a força
motora do desenvolvimento

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

de pilhas, indústria farmacêu- (climas quentes), trabalhos ao


tica, indústria de termômetros, sol Radiações ionizantes: hos-
manômetros, barômetros Sol- pitais, raios-X industrial Radia-
ventes (hidrocarbonetos alifáti- ções não-ionizantes: solda elé-
cos, clorados, aromáticos), uti- trica (UV), radares Pressões at-
lizados para diferentes finalida- mosféricas anormais: trabalhos
des como limpeza a seco, de- em caixas de ar comprimido,
sengraxamento de peças, lim- mergulhos (GOELZER, 2016).
peza de metais, indústria quí-
mica Agrotóxicos: agricultura, Logo, os agentes biológicos
preservação de madeiras, ar-
(bem como os vírus, ricketsias, bac-
mazenamento de grãos CIH =
certificada pelo American Bo- térias, parasitas, fungos e seus espo-
ard of Industrial Hygiene, EUA ros) também podem ser:
(GOELZER, 2016).
Vírus: VIH (Vírus da Imunode-
Também podemos citar poei- ficiência Humana), Vírus das
ras minerais e vegetais: Hepatites virais; Flavivirus
Bactérias: Bacillus anthracis,
Brucellas, Clostridium tetani
Asbesto: mineração do asbesto, Parasitas: os Plasmodium,
manufatura de produtos têxteis Schistosoma mansoni, Ancylos-
de amianto, lonas de freios, fa- toma duodenale e Necator ame-
bricação e uso de cimento ami- ricanus Fungos e seus esporos:
anto Sílica livre e cristalina: pe- Micropolyspora faeni, Thermo-
dreiras de granito ou de arenito, actinomyces vulgaris, Histo-
minas de cobre, fábrica de abra- plasma capsulatum (GOEL-
sivos, jateamento de areia, fun- ZER, 2016).
dições, construção civil Carvão:
minas de carvão Algodão: pre-
paração, cardas, fiação Sisal: fa- Ainda, existem os fatores Er-
bricação de cordas Poeiras de gonômicos:
madeira: serrarias, fábricas de
moveis e outros artefatos de Cargas estáticas ou dinâmicas
madeira, construção Poeiras de excessivas e/ou manejadas ina-
grãos: silos (GOELZER, 2016). dequadamente, como resultado
de posições e posturas incorre-
Ainda, devemos considerar os tas (devido a equipamentos,
máquinas e móveis inadequa-
agentes físicos:
dos, ou a falta de treinamento
quanto à maneira correta de
Ruído: caldeirarias, prensas, executar as tarefas); velocidade
rebitagem, utilização de marte- excessiva de trabalho ou mono-
los pneumáticos, fiação e tece- tonia; carregamento de pesos
lagem, construção, aeroportos excessivos e/ou mal feito (cons-
Vibrações: utilização de marte- trução civil, agricultura e traba-
los pneumáticos, tratores Ca- lhos rurais, trabalhos em hospi-
lor: fundições, forjas, fábricas tais levantando pacientes);
de vidro, fornalhas, construção

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traumas cumulativos; movi- por um grande número de ativi-


mentos e esforços repetitivos dades. Estima-se que mais de
(digitadores, caixas de super- 200 agentes biológicos e vege-
mercado, trabalhos com equi- tais - como vírus, bactérias, pa-
pamentos vibratórios leves, rasitas, fungos e poeiras orgâni-
músicos) (GOELZER, 2016). cas, podem se encontrar em lo-
cais de trabalho (OMS, 1995). A
OMS, em sua publicação “Sa-
Por fim, podemos citar os fato-
úde e Ambiente no Desenvolvi-
res Psicossociais: mento Sustentável – Cinco
anos depois da Reunião de Cú-
Problemas socioeconômicos, pola da Terra” (OMS, 1997)
psicológicos, más relações de destaca a importância dos ris-
trabalho, ritmo de trabalho ina- cos químicos, que continuam
dequado, isolamento, trabalho aumentando, sem que haja um
excessivo e/ou não gratificante, desenvolvimento paralelo
falta de pausas para repouso, quanto à prevenção da exposi-
nível de responsabilidade ina- ção aos mesmos (GOELZER,
dequado (muita ou pouca), falta 2016).
de controle sobre o resultado do
trabalho, sub ou super capaci- Do mesmo modo, permanece a
tação, falta de treinamento para
exposição a riscos de natureza física,
as tarefas, turnos inadequados;
assédio moral e sexual (GOEL- podemos citar o ruído e as radiações.
ZER, 2016). Aspectos de risco ergonômicos e psi-
cossociais, o que até anos atrás eram
Logo, os requerimentos cres- ignorados, mas tem se tomando im-
centes do mundo moderno e assim portância crescente sendo motivos
como no próprio mercado de traba- para doenças, como dificuldade
lho, como a precisão de maior pro- com a leitura, depressão, ansiedade,
dutividade, diminuição continua do terrores noturnos, entre tantos ou-
contingente de colaboradores nas tros e sintomas ligados ao estresse
empresas, expectativas inexequí- no trabalho concebem como as prin-
veis, relações de trabalho densas, co- cipais implicações ocupacionais em
branças excessivas quanto às com- certos países (onde os riscos mais
petências individuais e ao mesmo manifestos, como os químicos e bio-
tempo disponível para cumprir as lógicos) uma vez que são bastante
tarefas, e diversos outros fatores co- evitados/controlados.
locam os indivíduos em circunstân-
cias de grande stress ocupacional, o 1.2. Riscos Químicos
que induze a uma série de implica-
Note que os risco químicos são
ções.
Mais de 100.000 substancias
as substâncias químicas encontra-
são utilizadas ou produzidas das em diferentes estados: líquido,

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sólido ou gasoso. Como já vimos nos 1.3. As vias de Penetração dos


exemplos elas podem estar contidas Agentes Químicos
no ar, na água ou em elementos em-
pregados pelas pessoas. Quando Note que esses agentes podem
presentes no local de trabalho, essas contagiar o trabalhador de diferen-
substâncias podem trazer riscos à tes formas:
saúde do profissional.  Contato com a pele;
Logo, esses agentes químicos,  Aspiração de gases tóxicos;
em regra, estão em produtos que  Contato com a mucosa, ao in-
usam conservantes, solventes ou mi- gerir alimentos ou itens em
ambientes nos quais é feito o
nerais nas amplas empresas.
manuseio de produtos quími-
A indústria farmacêutica, ali- cos.
mentícia, industriais em geral, a tí-
tulo de exemplo, emprega diversos Diversos agentes podem ocasi-
reagentes químicos para produzir onar graves irritações no sujeito ou
medicamentos ou produzir material implicar em reações corrosivas. De
de limpezas, combustíveis, solven- acordo com a substância química e
tes, tintas, polímeros, entre tantos do tempo de exposição, a decorrên-
outros. cia pode ser devastadora no profissi-
Logo, as empresas de pesquisa onal. Daí a importância de se ter
científica, além disso empregam chuveiros de emergências nos labo-
substâncias para separação de ratórios.
amostras biológicas, como os ácidos,
bases EDTA, (extremamente tó- Chuveiro de emergência, para olhos
e corpo inteiro
xico). Na agricultura, os trabalhado-
res além disso estão expostos a ris-
cos químicos provenientes dos de-
fensivos agrícolas, fertilizantes e fo-
leares.
Os produtos podem ocasionar
alergias e complicações à saúde dos
trabalhadores que possui o contato
todos os dias.

Fonte: lojazeusbrasil.com

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1.3.1. Os efeitos da Contamina- câncer são gerados em ambien-


tes de risco químico devido à
ção
exposição aos produtos. Algu-
mas substâncias, como níquel,
Desse modo, quando a conta- cromo e urânio, têm forte in-
minação acontece por um breve mo- fluência nessa doença (CO-
NECT, 2018).
mento, pode acarretar em uma irri-
tação nas vias aéreas. Geralmente, Além disso, não são raros os
isso ocorre com determinadas subs- problemas de visão originados pela
tâncias, bem como ácido clorídrico contaminação por substâncias quí-
ou sulfúrico, amoníaco, clorídrico ou micas. O problema pode ser compre-
soda cáustica. endido quando o funcionário relata
Logo, o contato com gases sentir muito desconforto nos olhos.
pode ocasionar dores de cabeça, Dessa forma, se ele não for tratado a
náuseas, modorra, convulsões, po- tempo, terá a possibilidade de de-
dendo até ocasionar a morte. Os senvolver catarata ou cegueira.
principais ocasionadores dessas
consequências são os gases hidrogê-
nio, nitrogênio, hélio, metano e dió-
xido de carbono.

Fonte: aquecenorte.com.br

O profissional de segurança do
trabalho deve ficar atento ao
ambiente em que os colabora-
dores atuam. O contato prolon-
gado com substâncias químicas
pode prejudicar o colaborador
pelo resto da vida. Muitos ga-
ses, como o butano, propano,
acetona e aldeídos, têm ação no
sistema nervoso central e po-
dem gerar danos nos órgãos dos
indivíduos. Muitos casos de

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

2. Controle da Exposição a Agentes Químicos

Fonte: getwer.com.br2

N ote que são os diversos obstá-


culos ao se começar a imple-
mentação de formas para controle
 Falta de informação adequada
sobre qualidade, quantidade e
toxicidade dos produtos em
dos agentes químicos no local de tra- uso;
 Falta de treinamento apropri-
balho. Por esse motivo, diversas ve-
ado;
zes este processo é incógnito. Dentre
 Recursos humanos e financei-
os principais empecilhos identifica- ros escassos;
dos, pode-se mencionar:  Dificuldade ao acesso de infor-
 Insuficiente conscientização mações (RIBEIRO, 2011).
de empregadores e emprega-
dos; Para começar à implementa-
 Falta de procedimentos docu- ção de formas para gestão dos agen-
mentados e organizados de tes químicos no local de trabalho, é
maneira sistemática;
imprescindível:
 Rotulagem inapropriada ou
inexistente dos produtos quí-  Conhecer as propriedades fí-
micos; sico-químicas de todos os

2 Retirado em getwer.com.br

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

agentes químicos armazena- Uma forma prática de identifi-


dos e utilizados na empresa; car tais circunstâncias é acompa-
 Conhecer as quantidades fre- nhar o “fluxo” dos produtos quími-
quentemente utilizadas; cos no ambiente da empresa: obten-
 Calcular as quantidades real-
ção, recebimento/entrega, armaze-
mente utilizadas no processo
produtivo; nagem, manipulo, processamento e
 Avaliar as quantidades perdi- rejeite. Para tanto, necessita-se pro-
das e/ou desperdiçadas; gramar “auditoria exploratórias” pe-
 Identificar situações em que a los múltiplos setores da empresa, ao
utilização da substância tenha longo de diferentes dias e horários
potencial para causar danos à durante a semana por um período.
saúde do trabalhador; No decorrer destes passeios,
 Identificar se há alternativa de precisa-se avaliar as atividades dos
substituição de produtos clas-
sificados como muito tóxicos trabalhadores e as circunstâncias de
por produtos menos tóxicos; emprego dos produtos químicos,
 Identificar meios de utilizar os procurando ressaltar, a título de
produtos químicos de modo exemplo:
mais eficiente e seguro;  Se há desperdício ou perda de
 Monitorar a implementação material. Há algum registro
de ações para melhoria contí- das quantidades utilizadas
nua das condições de SST da para cada produto químico
empresa; e presente no processo? A etapa
 Quantificar os resultados al- de pesagem é eficiente? Há
cançados (RIBEIRO, 2011). derramamento? Quais as prin-
cipais causas de perdas e der-
2.1. Identificar os Produtos ramamentos?
 Se a maneira como os produ-
Químicos
tos são armazenados, manuse-
ados e transportados repre-
Esta é a primeira fase para a sentam riscos à saúde e à segu-
concepção de um processo sistemá- rança dos trabalhadores. É
tico para aplicação de formas de possível melhorar a qualidade
controle dos agentes químicos no lo- das ferramentas de trabalho e
cal de trabalho. Logo, para a identi- de transporte? É possível
ficação todas as circunstâncias de manter a área de trabalho des-
obstruída?
perigo na empresa, necessita-se
 Se há formação de nuvens de
ponderar desde a armazenamento poeiras durante a transferên-
dos produtos, seu emprego no pro- cia ou a pesagem de material
cesso, até o rejeite de material. sólido.

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

 Se há recipientes mal vedados organização nos departamen-


ou deixados abertos. Verifi- tos, onde há altos índices de
cam-se emissões fugitivas em absenteísmo por motivo mé-
função de vedação inadequada dico, estão adequadas. Os tra-
ou ausência de exaustão? É balhadores reclamam de mal-
possível melhorar a vedação estar constantemente? As
dos recipientes mal vedados? substâncias utilizadas estão
 Se há embalagens danificadas, causando danos ao meio ambi-
não rotuladas ou reutilizadas. ente e aos trabalhadores? É
 Se há situações em que os tra- possível substituir a substân-
balhadores “criam” seus pró- cia em questão?
prios EPIs, como, por exem-  Se há registro dos locais onde
plo, toalhas ao redor da face. ocorreram incidentes no pas-
Os EPIs fornecidos são real- sado. Qual a qualidade desses
mente adequados ao trabalho? registros? Quais foram as cau-
Os trabalhadores receberam sas e as soluções adotadas?
treinamento adequado para (RIBEIRO, 2011).
utilizar e conservar seus EPIs?
 Se as condições de ventilação O ideal é realizar a inscrição
(natural e artificial) e tempera- em uma ficha como apresentada a
tura estão adequadas. seguir, anotando o que foi observado
 Se as condições de limpeza e

Fonte: Fundacentro

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

Assim, esta ficha descritiva é quais dados sobre os produtos quí-


um dos componentes imprescindí- micos aproveitados na empresa e os
veis para a concepção de um método que estão a sua disposição.
sistemático para implicação de me- Vale ressaltar que precisam
didas de controle das substâncias ser discriminados TODOS os produ-
químicas no local de trabalho. tos químicos viventes e/ou produ-
Além de reproduzir informa- zido dentro da empresa, uma vez
ções oriundos da observação, os pro- que um único produto pode ser ino-
fissionais envolvidos nas atividades fensivo, todavia, ao entrar em con-
delineadas necessitam relatar o seu tato com os demais, pode causar re-
dia a dia. ações químicas toxicas.
Os resultados alcançados ne- Bem como:
cessitam ser publicados a todos que,  Matéria-prima;
de forma que os profissionais envol-  Preparações especiais;
vidos com o tema SST dentro do em-  Vapores emanados durante o
preendimento (técnicos e engenhei- manuseio e a preparação de
ros de segurança, administradores, produtos;
médicos responsáveis, membros da  Fumos, poeiras, névoas gera-
das durante as atividades/pro-
CIPA etc.) tenham o total conheci- cessos;
mento da matéria.  Substâncias coadjuvantes (ca-
talisadores, corantes, tintas,
2.2. Realizando o Inventário adesivos, secantes etc.);
de Produtos Químicos  Substâncias utilizadas na lim-
peza dos equipamentos e do
A segunda fase do procedi- local de trabalho (resíduos); e
mento para implementação de for-  Produto final. Figura 1 Ficha
mas de controle das substâncias quí- descritiva: utilização de pro-
dutos químicos (RIBEIRO,
micas no local de trabalho incide em
2011).
uma vez compreendido todo o fluxo
dos produtos químicos no recinto, Dessa forma, para cada agente
deve-se criar um inventário dos químico identificado, é necessário
mesmos. Para realizar um inventá- fazer uma ficha descritiva tal como a
rio, primeiramente é conciso saber da figura abaixo:

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

Fonte: Fundacentro

A Ficha de Informação de Segu- FISPQ ou serem fornecidos di-


rança de Produtos Químicos retamente pelo fabricante do
(FISPQ) deve acompanhar o produto. O número CAS dos
produto. Nela é possível locali- produtos químicos (solicitado
zar muitas das informações so- na ficha da Figura 2) pode ainda
licitadas no quadro da Figura 1. ser encontrado no endereço ele-
Além disso, o rótulo apropriado trônico http://ecb.jrc.it/esis
para os produtos deve conter o (apud, RIBEIRO, 2011).
nome comercial, o nome cientí-
fico, as frases R e S (ver Anexo
Dessa forma, para as substân-
1) e os pictogramas utilizados
para identificar substâncias no- cias sem rótulo e não identificadas,
civas à saúde (ver Anexo 2). aprovisionar uma etiqueta para cada
Caso estes dados não estejam
presentes no rótulo, devem es-
recipiente com as seguintes frases:
tar claramente descritos na “Produto Desconhecido 01”, “Pro-

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

duto Desconhecido 02” etc. Logo, porque é através dela que se


tem condição de decidir o que
com todas essas informações em
será colocado em prática para
mãos, a próxima fase é determinar reduzir a exposição. Ainda que
quais são as atuações que precisam o ideal seja a eliminação com-
pleta de qualquer agente ou fa-
ser seguidas para implementar um tor de risco que possa afetar a
sistema eficaz para o controle da ex- saúde nos ambientes de traba-
posição aos agentes químicos no lo- lho, isto nem sempre é possível.
A proposta, ao se implementar
cal de trabalho. um sistema efetivo de controle
A proposta deste subitem é de- da exposição aos agentes quí-
finir essas medidas de controle por micos no ambiente de trabalho,
é buscar a redução máxima da
meio da avaliação qualitativa da ex- exposição e, consequente-
posição a substâncias químicos, pro- mente, do risco. A fonte de pe-
cedimento no qual se afere o perigo rigo, a propagação através do
ambiente de trabalho e a expo-
proporcionado pelo contato com de- sição do trabalhador devem ser
terminado agente e o grau de expo- interrompidas de alguma forma
sição a esta mesma substância ao (RIBEIRO, 2011).
longo da execução das tarefas funci-
onais. No decorrer do processo de
avaliação, é indispensável conside-
Esta avaliação é o primeiro
passo para se chegar às medi- rar a seguinte hierarquia de con-
das de controle adequadas trole:
(também chamadas de ações),

Fonte: Fundacentro

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

Materiais Complementares

Links “gratuitos” a serem con-


sultados para um acrescentamento
no estudo do aluno de assuntos que
não poderão ser abordados na apos-
tila em questão.
Higiene ocupacional: Índices
de intolerância
avaliação-qualitativa-de-ris-
cos-químicos/
HIGIENE_E_TOXICOLO-
GIA.pdf

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HIGIENE DO TRABALHO – MÓ-DULO II – RISCOS QUÍMICOS

3. Referências Bibliográficas
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MAS REGULAMENTADORAS NRS, químicos: orientações básicas para o con-
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SALIBA, Tuffi Messias; DE FREITAS


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CONECT. Riscos químicos no ambiente de


trabalho: conheça os mais perigosos!.

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