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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO

TRABALHO DE GUARAPUAVA/PR.

Autos nº 1111/2020

ORGANIZAÇÃO LTDA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem


à presença de Vossa Excelência, por seu advogado (procuração em anexo), com
escritório profissional na Rua XV de novembro, nº 1015, Centro, Guarapuava –
PR, CEP 85090-100, com fundamento no art. 847 da CLT, combinado art. 335 e
seguintes do CPC, oferecer

CONTESTAÇÃO

Aos termos da Reclamatória Trabalhista ajuizada por AUGUSTO ANTUNES,


também já qualificado nos autos, pelas razões de fato e de direito que passa a
expor.

DA PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

A presente ação foi ajuizada em 25 de fevereiro de 2020, sendo que o


reclamante começou a trabalhar para a reclamada em 20 de dezembro de 2010.
Deste modo, há que ser reconhecida a prescrição quinquenal, que atinge as
pretensões anteriores a cinco anos contados do ajuizamento da ação, conforme
o Art. 7º, inciso XXIX, da CRFB/88, Art. 11, da CLT e Súmula 308, inciso I, do
TST. Logo, as pretensões anteriores a 15 de dezembro de 2015 estão prescritas.
Diante do exporto, requer a extinção do feito com resolução de mérito, nos
termos do art. 487, II do CPC, das pretensões anteriores aos últimos cinco anos,
contados do ajuizamento da ação.

DA DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA


Alega o reclamante que fora despedido sem justa causa em 20/02/2020.
Ocorre que, tal fato é inverídico, haja vista que o reclamante fora despedido com
justa cauda, uma vez que no horário de trabalho, costumava enviar aos colegas
e-mails de conteúdo pornográfico. Motivo pelo qual viola o artigo 482, “b” da CLT,
o qual dispõe que “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho
pelo empregador: incontinência de conduta ou mau procedimento”.
Diante disso, requer-se o reconhecimento da demissão por justa causa, com
fulcro no artigo 482, “b” da CLT.

DAS HORAS EXTRAS

O reclamante alega que trabalhava trabalhadas além da 8ª diária e 44ª semanal,


e por esta razão faz jus ao pagamento das horas extras. No entanto, não
comprova tais horas excedentes.
Ocorre que, todas as horas excedentes laboradas, foram devidamente pagas ao
reclamante.
Desta forma, cabe ao reclamante comprovar as horas extras laboradas que não
foram pagas, com fulcro no artigo 818, I, da CLT e 373, I, do CPC.

DO INTERVALO INTRAJORNADA

O reclamante pleiteia o pagamento do intervalo intrajornada, com reflexos nas


férias acrescidas de 1/3, no 13º salário, no FGTS, na multa de 40% do FGTS, no
aviso prévio, nos DSR.
Ressalta-se que o pagamento do intervalo intrajornada trata-se de verba
indenizatória, não incidindo em reflexo sobre as verbas de natureza salarial.
Outrossim, não foram juntados comprovantes para comprovar tais fatos.
Desta forma, cabe ao reclamante comprovar o intervalo intrajornada devido, com
fulcro no artigo 818, I da CLT e 373, I, do CPC.

DAS VERBAS DEVIDAS


O reclamante pleiteia o Pagamento das verbas rescisórias – 13º salário
proporcional, férias proporcionais, aviso prévio, multa de 40% do FGTS e saldo
de salário, assim como o pagamento da multa do artigo 477 da CLT.
No entanto, haja vista que sua demissão foi por justa causa, com fulcro no artigo
482, “b” da CLT, conforme supramencionado, este faz jus tão somente ao
recebimento do saldo de salários, férias vencidas, com acréscimo de 1/3
constitucional, salário-família (quando for o caso), horas extras (tais quais já
foram pagas) ou pagamento de saldo de banco de horas (se houver) e depósito
do FGTS do mês anterior e/ou do mês da rescisão.
Diante disso, as verbas devidas são tão somente sobre o saldo de salários, férias
vencidas, com acréscimo de 1/3 constitucional, salário-família (quando se for o
caso) e depósito do FGTS do mês anterior e/ou do mês da rescisão.

DA PARTICIPAÇÃO DOS LUCROS

O reclamante pleiteia na exordial o pagamento de participação nos lucros, com


reflexos nas férias acrescidas de 1/3, no 13º salário, no FGTS, na multa de 40%
do FGTS e no aviso prévio.
No entanto, pelo entendimento majoritário, a participação nos lucros não tem
natureza salarial e, portanto, não haverá os reflexos ora pleiteados pelo
reclamante.
Ressalta-se que fora concedido participação nos lucros apenas no ano de 2018,
pois, no ano seguinte a reclamada não obtivera lucro.
Diante disso, requer a improcedência do pedido, haja vista que estes não
possuem natureza salarial e, portanto, não refletem às verbas pleiteadas pelo
reclamante.

DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

Os pedidos do reclamante devem ser julgados improcedentes, conforme a


fundamentação supra, e, em razão disso, deve ser julgado improcedente seu
pedido de honorários de sucumbência, e condenado ao pagamento de horários
de sucumbência para o advogado que subscreve, conforme art. 791-A da CLT
em 15%.
DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Seja acolhida a prejudicial de prescrição parcial, extinguindo-se com


resolução de mérito as parcelas anteriores aos últimos 5 anos que antecedem o
ajuizamento da ação;
b) O reconhecimento da demissão por justa causa, com fulcro no artigo 482, “b”
da CLT;
c) Seja julgado improcedente o pedido de horas extras, haja vista que esta não
foram provadas, com fulcro no artigo 818, I da CLT e 373, I, do CPC;
d) Seja julgado improcedente o pedido do pagamento do intervalo intrajornada,
haja vista que não refletem nas sobre as verbas pleiteadas pelo reclamante;
e) Sejam julgados totalmente improcedentes os pedidos do reclamante, pelas
razões apresentadas;
f) Seja julgado improcedente o pedido de participação de lucros haja vista que
estes não possuem natureza salarial e, portanto, não refletem às verbas
pleiteadas pelo reclamante;
g) A condenação do reclamante ao pagamento de honorários de sucumbência
conforme art 791-A no importe de 15%;
h) A produção de todas as provas em direito admitidas.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Guarapuava, data...

LUIZ DE CAMÕES
OAB/PR Nº 109
QUESTÃO – Não está correta, conforme dispões a Súmula 388 TST “A
Massa Falida não se sujeita à penalidade do art. 467 e nem à multa do § 8º
do art. 477, ambos da CLT.”

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