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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DE PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: Releitura de fábulas na prática discursiva


Autor:Eliane Dalacosta
Disciplina/Área: Língua portuguesa

Escola de Implementação do Colégio Estadual do Campo São Luís-


EFM
Projeto e sua localização:
Município da escola: São João

Núcleo Regional de Educação: Pato Branco

Professor-Orientador: Dr. Maria Cleci Venturini

Instituição de Ensino Superior: Unicentro


Relação Interdisciplinar: Arte, História

Resumo: A leitura exerce uma função fundamental


na vida de nossos educandos. No entanto,
é vista como uma prática desvinculada do
seu cotidiano e da vida em sociedade.
Diante disso, os educadores devem-se
comprometer-se em trabalhar para que a
leitura se faça presente de forma
significativa, como prática social e
discursiva, tanto na escola como fora dela.
O presente projeto tem com intuito fazer
leituras de fábulas clássicas e modernas
dando condições de produção
diferenciadas e propiciar distintas leituras
para um mesmo texto, sinalizando que o
texto sempre encaminha para discursos e
que o domínio discursivo varia a partir de
cada leitor e da inscrição dele em
formações discursivas que determinam a
interpretação. Através da teoria da Análise
do Discurso brasileira tem como objetivo
trabalhar atividades de leitura,
interpretação e escrita, possibilitando um
leitor menos ingênuo e mais reflexivo, que
veja além da formulação e pense que no
que não está dito e que quando foi
silenciado constitui efeitos, através do
gênero literário fábula e dos efeitos de
sentido sobre os ensinamentos/ valores e
formação cidadã;
Palavras-chave: Leitura; fábulas; análise do discurso;

Formato do Material Didático: Unidade didática

Público: Alunos do 6ºano

APRESENTAÇÃO

A leitura exerce uma função fundamental na vida de nossos educandos mas é


vista como uma prática desvinculada do seu cotidiano e da vida em sociedade. Diante
disso, os educadores devem comprometer-se em trabalhar para que a leitura se faça
presente de forma significativa, como prática social e discursiva, tanto na escola como
fora dela.

A proposta de uma leitura como prática ancora-se na sociedade em constante


transformação, na qual a escola e os professores concorrem com a tecnologia e
testemunham dificuldades de relacionamento, de trabalhar em grupo, com alunos
individualistas e valores sendo esquecidos, em nome de uma formação social
capitalista, em que interessa o individual em detrimento do social, especialmente
porque os sujeitos lutando pelas mesmas causas são muito mais fortes e
consequentes.

O presente trabalho apoia-se na metodologia de leitura e interpretação no âmbito


da Análise do Discurso (AD), com atividades centradas na leitura e análise de fábulas,
em que o sujeito-leitor se constitui pela interpelação ideológica e pelo atravessamento
do inconsciente.

Partindo das diferentes formas de leitura, que vão desce o acesso ao texto
escrito, até o seu funcionamento discursivo, pelo qual se busca a explicitação dos
processos de significação que funcionam no texto e possibilita que se possa “escutar”
outros sentidos que ali estão compreendendo como eles se constituem. Orlandi
afirma:

[...] não há discurso que não se relacione com outros. Em outras


palavras, os sentidos resultam de relações: um discurso aponta para
outros que o sustentam, assim como para dizeres futuros. Todo
discurso é visto como um estado de um processo discursivo mais
amplo, contínuo. Não há, desse modo, começo absoluto nem ponto
final para o discurso. Um dizer tem relação com outros dizeres
realizados, imaginados ou possíveis. (ORLANDI, 2005, p.26)

Enfocamos a forma como discursos retornam e se relacionam com outros


dizeres para dar conta da leitura discursiva. Objetivamos colocá-la em suspenso, pelo
desenvolvimento do material didático, sob o formato (unidade didática) que forneça
caminhos metodológicos. Trabalhamos com o gênero fábulas, pelas quais se espera
que os sujeitos-alunos entendam que a fábula atende à emergência da formação
social da época e dá visibilidade a determinados aspectos ideológicos e apaga outros,
pelo funcionamento do silêncio. Isso pode ser verificado quando se contrapõe uma
fábula moderna a uma fábula clássica. Na fábula ‘A cigarra e a formiga’, por exemplo,
a primeira canta e descansa, enquanto a outra trabalha. A moral vem no final, quando
a cigarra fica sem abrigo e sem comida no inverno. Só que a mesma fábula em sua
versão moderna, diz que o canto da cigarra tem a sua importância social, pois alegra
o trabalho da formiga. Pode-se entender que cada uma das versões da mesma fábula
inscreve-se em uma formação discursiva diferenciada.

A leitura está presente no cotidiano escolar e ocupa um lugar de destaque. Sua


prática acompanha toda a caminhada do aluno. Apesar de toda a sua importância no
desenvolvimento das atividades orais e escritas, na interpretação e na expressão, a
leitura está desacreditada, passa por dificuldades e cabe à escola levar a uma
reflexão tanto de aprendizagem significativa, como de incentivo e de sentidos. Como
afirma Silva

Nunca é demais lembrar que a prática da leitura é um princípio de cidadania,


ou seja, leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo
quais são as suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além
de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessários para uma
sociedade justa, democrática e feliz (SILVA, 2003, p. 24)

Partindo dessa proposta a pesquisa prevê leitura, estudo, conhecimentos,


efeitos de sentido da língua, tendo em vista o intuito de contribuir, estimulando a
frequência do aluno à obra literária, ou outras materialidades de leitura com um olhar
menos ingênuo e, também com o propósito de pensar estratégias de que o professor
possa se valer em sala de aula, considerando o que a leitura representa.

Essa pesquisa parte das inquietações nas aulas de leitura e busca rever a prática
pedagógica da própria sala de aula, na relação professor/alunos. Partindo da Análise
do Discurso, teoria que norteará a problemática deste trabalho levantam-se
questionamentos: como incentivar a leitura reflexiva nas aulas de Língua Portuguesa,
superando o ensino que tende à homogeneização?

Trabalhar o gênero fábulas, considerando valores morais e socioculturais


possibilita a formação de um leitor menos ingênuo e mais reflexivo? Compreender que
um texto vai além do que está explícito, no caso das fábulas, a moral é cercada de
valores e significações implícitas.

Considerando a falta de leitura, o baixo percentual destinado às atividades de


leitura e a superficialidade dos alunos em relação à leitura, tem-se a preocupação de
rever as condições de produção, de sujeito e de formação discursiva. Assim, o que
norteia a pesquisa é o trabalho com o gênero fábulas, clássicas e modernas, buscando
estabelecer uma comparação histórico-social de forma crítica.

Dessa maneira, o estudo pretende constituir uma relação menos ingênua com a
leitura (linguagem) das narrativas fabulares por meio dos fundamentos da Análise do
Discurso de orientação francesa, salientando a possibilidade de uma mesma
materialidade autorizar várias interpretações. Ou seja, é pensar “como o texto/ a
materialidade de leitura significa”, considerando que a linguagem não é neutra e que
a Análise do Discurso considera a língua e a sua relação com a interioridade e
exterioridade.

Para contextualizar este propósito será elaborado uma Unidade Didática para
serem trabalhadas em 32 horas/aula descritas, nesse material, com uma abordagem
centrada no tema proposto: Releitura de fábulas na prática discursiva.
O trabalho será desenvolvido junto aos alunos do Ensino Fundamental, do
Colégio Estadual do Campo São Luís, do município de São João. A Análise de
Discurso de Linha francesa, teoria da leitura fundada por Michel Pêcheux, na década
de 60, na França, e trazida por Eni Orlandi, para o Brasil, fornecerá o embasamento
teórico para atingir os objetivos propostos.
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA - UNIDADE DIDÁTICA

PRIMEIRA AULA

Professor, esta aula é destinada à apresentação do projeto de intervenção


intitulado: “Releituras de fábulas na prática discursiva”.
A princípio, serão lançadas questões orais para a turma com o intuito de
obter informações dos alunos em relação ao gênero fábulas.

- Você já leu uma fábula?

-Qual era o título da fábula?

- Você sabe o nome dos autores que escreveram as fábulas? Quais?

- Quem são os personagens das fábulas?

-Quais são as características das fábulas?

ATIVIDADE EXTRACLASSE

Em duplas pesquisem uma fábula e tragam para a próxima aula. A fábula será lida e
discutida na turma.

SEGUNDA AULA
Primeiramente faremos a leitura das fábulas, em seguida apontaremos o que elas
têm em comum. Logo após, faremos a leitura do texto informativo sobre fábulas.

O QUE SÃO FÁBULAS?

As fábulas são pequenas histórias que transmitem uma lição de moral. As


personagens das fábulas são geralmente animais, que representam tipos humanos,
como o egoísta, o ingênuo, o espertalhão, o vaidoso, o mentiroso, etc.
A fábula é uma das mais antigas formas de narrativa. Muitos escritores dedicaram-se
às fábulas, mas três ficaram mundialmente famosos: o grego Esopo (século VI a.C.),
o latino Fedro (15 a.C. - 50 d.C.) e o francês Jean de La Fontaine (1621-1695).
No Brasil, Monteiro Lobato (século XX) foi quem as recriou. Millôr Fernandes é
um escritor carioca que recriou as antigas fábulas de Esopo e La Fontaine, de forma
satírica e engraçada.
A fábula se divide em 2 partes:
1ª parte - a história (o quê aconteceu)
2ª parte - a moral (o significado da história)
A origem da fábula perde-se na antiguidade mais remota. Os gregos citavam
Esopo como fundador da fábula. Os seus textos: A Raposa e as Uvas, A Tartaruga e
a Lebre, O Vento Norte e o Sol, O Menino que criava Lobo, O Lobo e o Cordeiro são
bem conhecidas pelo mundo afora.
Podem-se citar algumas fábulas imortalizadas por La Fontaine: "O lobo e o
cordeiro", "A raposa e o esquilo", "Animais enfermos da peste", "A corte do leão", "O
leão e o rato", "O pastor e o rei", "O leão, o lobo e a raposa", "A cigarra e a formiga",
"O leão doente e a raposa", "A corte e o leão", "Os funerais da leoa", "A leiteira e o
pote de leite".
O brasileiro Monteiro Lobato dedica um volume de sua produção literária para
crianças às fábulas, muitas delas adaptadas de Fontaine. Dessa coletânea, destacam-
se os seguintes textos: "A cigarra e a formiga", "A coruja e a águia", "O lobo e o
cordeiro", "A galinha dos ovos de ouro" e "A raposa e as uvas".
Sendo um gênero que explicita modos devidos e indevidos de comportamento,
atuando sobre o leitor numa perspectiva predominantemente ética, as fábulas não
deixam de lhe proporcionar, no entanto, uma leitura, a um só tempo, crítica e
prazerosa.

Fábulas mais conhecidas:


A Raposa e as Uvas - Esopo
A Lebre e a Tartaruga - Esopo
O Corvo e o Jarro - Esopo
A Cigarra e a Formiga - La Fontaine
A Raposa e a Cegonha - La Fontaine

LOBO, Maria de Fátima. O que são Fábulas. Disponível em:< http://contando-


historinhas.blogspot.com.br/2008/05/o-que-so-fbulas.html>. Acesso em 06/09/2016
Alguns sites sobre fábulas:

http://www.autores.com.br/5-literatura/36-fabulas.html
http://www.contandohistoria.com/fabulas.htm
http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=principal
http://sitededicas.ne10.uol.com.br/cfab.htm

TERCEIRA AULA.
Professor será apresentado os principais fabulistas em pequenos trechos
biográficos.

BBBIOGR´Fbiográficos.
Esopo foi um personagem grego que deu origem à fábula como gênero literário.
Ele foi um escravo libertado pelo seu dono (Xanto) que ficou encantado com suas
fábulas. Esopo possuía o dom da palavra e a habilidade de contar histórias de caráter
moral e alegórico onde os personagens eram animais. No século V a.C., as suas
fábulas eram editadas e citadas por vários autores. La Fontaine reescreveu suas
fábulas. A Raposa e as Uvas é um exemplo dos mais conhecidos entre as centenas
de fábulas que produziu (ESOPO,1999).
Fonte: http://www.golfinho.com.br/livrospnl/liv521.htm
Jean de La Fontaine (1621-1695) nasceu em Château-Thierry, na França, no
dia 8 de julho de 1621. Em 1641 ingressou no Oratório de Reins, mas logo saiu do
convento e entrou no curso de Direito, porém, o estudo das leis, não lhe agradou.
Então, só se tornou conhecido em 1664, com os contos e com suas primeiras fábulas,
dedicadas ao filho de Luís XIV. Em 1668, foram publicadas as "Fábulas Escolhidas",
uma coletânea de fábulas de fundo moral, divididas em 6 partes. A obra era composta
por estórias, cujos personagens principais eram animais. Fez grande sucesso na
França. Suas fábulas mais conhecidas são "A Lebre e a Tartaruga", "O Leão e o Rato",
e recontou a fábula "A Cigarra e a Formiga", atribuída a Esopo.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/jean-de-la-fontaine.jhtm
Monteiro Lobato (1882-1948), além de recontar as fábulas de Esopo e de La
Fontaine, criou suas próprias como a turma do Sítio do Pica-pau Amarelo. Foi o
criador da literatura infantil brasileira e no romance «Ideias de Jeca Tatu», em 1919,
criou uma figura do homem rural desamparado e pobre. A sua obra mais importante,
é a série de histórias que escreveu para crianças, iniciada com a publicação de
«Reinações de Narizinho», em 1921. Foi o primeiro escritor brasileiro a tratar a
literatura infanto-juvenil com seriedade. Escreveu variada literatura também para
adultos, mas os seus escritos para crianças, atualmente, estão reunidos em 21
volumes, entre os quais se destacam: Fábulas, Emília no País da Gramática,
Geografia de Dona Benta, O Pica-pau Amarelo, entre outros.
Fonte: http://WWW.suapesquisa.com/biografias/monteirolobato/[adaptado]

Professor para que os alunos compreendam a estrutura do gênero fábulas será


disponibilizada uma cópia para cada um que deverá ser colada no caderno

CARACTERÍSTICAS E ESTRUTURA DAS FÁBULAS


.Apresenta os elementos narrativos (ação, personagens, narrador, local e tempo);
.A narrativa é curta;
.As personagens, geralmente, animais;
.Traz uma reflexão;
.No final tem uma moral;

ESTRUTURA DA FÁBULA
Tem a estrutura de uma narrativa com: contexto inicial, problema, tentativa de
solução, resultado final e moral. .
POSTADO POR JAIZA HELENA ÀS 18:12
Disponível em:
http://lendoeescrevendofabulas.blogspot.com.br/2009/12/carcateristicas-e-estrutura-
das-fabulas.html acesso em 06/09/2016
O LEÃO E O RATINHO

Ao sair do buraco viu-se um ratinho entre as patas do leão. Estacou, de pelos em pé,
paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.
- Segue em paz, ratinho: não tenhas medo de teu rei.
Dias depois o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, debateu-se, mas
quanto mais se agitava mais preso no laço ficava.
Atraído pelos urros, apareceu o ratinho. - Amor com amor se paga - disse ele lá
consigo e pôs-se a roer as cordas. Num instante conseguiu romper uma das malhas.
E como a rede era das tais que rompida a primeira malha as outras se afrouxam, pôde
o leão deslindar-se e fugir. Moral: Mais vale paciência pequenina do que arrancos de
leão.
(LOBATO, Monteiro. Obra infantil completa. Volume Fábulas. São Paulo: Brasiliense)
Entendendo a estrutura da fábula:
-Localize na fábula:
-Conflito inicial:
-Problema:
-Solução:
-Moral:

quarta aula
Professor nesse momento leia a fábula “A cigarra e a formiga” escrita por Esopo. É
importante rever a biografia para contextualizar a época os costumes e os valores.

A Cigarra e a Formiga

Fábula de ESOPO

Num belo dia inverno, as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas
reservas de comidas. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados.
De repente aparece uma cigarra:
- Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de comida!
As formigas pararam de trabalhar, coisas que era contra seus princípios, e
perguntaram:
- Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar
comida para o inverno?
Falou a cigarra:
- Para falar a verdade, não tive tempo. Passei o verão todo cantando!
Falaram as formigas:
- Bom.... Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno
dançando? E voltaram para o trabalho dando risadas.
Moral da história:

Os preguiçosos colhem o que merecem.


ANALISANDO A FÁBULA:
A) Escreva as características das personagens;
B) Qual foi a atitude das formigas? Caso você fosse a formiga da fábula teria
essa atitude? Justifique.
C) O que você entende com a moral: Os preguiçosos colhem o que merecem.
D) No seu cotidiano, você se sente formiga ou cigarra?
E) Em que momentos da vida você tem preguiça? Já teve problema por ser
preguiçoso?

Quinta aula
Professor essa fábula é uma versão escrita por Jean La Fontaine, evidencia o
esforço e o trabalho.

A CIGARRA E A FORMIGA

Uma vez, ao chegar o inverno, uma cigarra que estava morta de fome se
aproximou à porta de um formigueiro pedindo comida. Ao seu pedido, as formigas
responderam fazendo a seguinte pergunta:
- Por que durante o verão você não fez uma reserva de alimentos como a gente
fez?
A cigarra respondeu:
- Estive cantando alegremente o tempo todo e desfrutando do verão plenamente.
Se soubesse como seria duro o inverno...!
As formigas lhe disseram:
- Enquanto a gente trabalhou duro durante o verão para ter as provisões e poder
passar o inverno tranquilamente, você perdia o tempo todo cantando. Assim, que
agora.... Continue cantando e dançando!
Mas as formigas sentiram pena pela situação e entenderam que a cigarra tinha
aprendido a lição e compartilharam o seu alimento com ela.
Moral da história: Quem quiser passar bem pelo inverno, enquanto for jovem,
deve aproveitar melhor o tempo. Existe tempo para se divertir e para trabalhar.
Fonte:http://br.guiainfantil.com/materias/cultura-e-lazer/contos-infantis/a-
cigarra-e-a-formiga-fabulas-de-la-fontaine/

COMPREENDENDO A FÁBULA:
A) O que aconteceu com a cigarra quando o inverno chegou?

B) O que a cigarra poderia ter feito para que sua situação fosse diferente no
inverno?
C) Qual foi a atitude da formiga em relação à cigarra?

D) Você concorda com qual a atitude da formiga? Por quê?

E) Você já teve sentimento de pena por alguém? Como foi sua reação em relação a
esse sentimento?

F) “Na moral da fábula a seguinte expressão: ” Existe tempo para se divertir e para
trabalhar”. Escreva seus momentos de diversão e de trabalho. Você tem se divertido
ou trabalhado mais?

G) ATIVIDADE EXTRACLASSE: Pesquise com seus familiares, vizinhos e demais


amigos momentos de trabalho e lazer. Anotem o tipo de trabalho e diversão.

Professor sugira que nessa pesquisa os alunos perguntem para as pessoas de


diferentes faixas etárias para melhor compreender a relação trabalho e lazer.

Sexta aula
Professor disponibilize revistas para recorte, folha sulfite, tesoura,
lápis de cor, canetas coloridas para montar o painel do trabalho e do lazer.

Conversa com os alunos sobre a pesquisa realizada. Cada aluno terá


oportunidade de expor o quê as pessoas falaram em relação o trabalho e o lazer. A
seguir teremos dois painéis: do trabalho e do lazer. Cada aluno poderá escolher
recortes ou desenhar o que as pessoas relataram dos tipos de trabalho e diversão.
Assim que terminarem os painéis iremos expor na sala.

sétima aula

Professor essa aula é destinada a produção dos painéis.

oitava aula
Professor, conforme ORLANDI, 2001, p.71, há, pois, muitas versões de leitura
possíveis. São vários os efeitos-leitor produzidos a partir de um texto. São
diferentes possibilidades de leitura que não se alternam, mas coexistem
assim como coexistem diferentes possibilidades de formulação em um
significação.
mesmo sítio de significação.
P
Para isso, vamos ler o fragmento: ‘A EVOLUÇAO HISTÓRICA DO TRABALHO e um
BREVE CONCEITO DE TRABALHO.

A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TRABALHO

A história do trabalho é uma das mais dramáticas de ser estudada. O trabalho


sempre esteve presente na história do desenvolvimento do ser humano, sendo que
nos mais diversos períodos da história, desde a antiguidade, o ser humano com ele
se relacionou sob as mais diferentes condições: ora foi escravo, ora servo, ora
artesão.
A origem da palavra “trabalho” revela, por si só, o conceito que possuía na
antiguidade. Do latim tripalium era um instrumento composto de três paus que servia
para torturar réus e segurar cavalos por ocasião de ferrar (SOIBELMAN, 1981).
Na antiguidade, os egípcios, gregos e romanos utilizaram do trabalho escravo
para as mais diversas funções: seja na fabricação de utensílios, em trabalhos
domésticos, seja na condição de gladiadores, músicos, filósofos e até poetas.
O trabalho na Antiguidade representava punição, submissão, em que os
trabalhadores eram os povos vencidos nas batalhas, os quais eram escravizados. O
trabalho não era dignificante para o homem. A escravidão era tida como coisa justa e
necessária. Para ser culto, era necessário ser rico e ocioso (JORGE e CAVALCANTE,
2005, p.3).
http://www.ibamendes.com/2011/06/evolucao-historica-do-trabalho.html

TRABALHO: BREVE CONCEITO

O trabalho é a atividade ou ação humana que necessita do uso de capacidades


físicas e mentais, destinada a satisfazer diversas necessidades. Existe desde a Pré-
História, quando o homem inventou instrumentos como a pedra lascada e o machado
para sobreviver e, posteriormente, no desenvolvimento de atividades de caça, pesca,
coleta e agricultura.
Trabalhar é uma atividade que tem um propósito e pode ter como fim a criação
de bens materiais que supram as necessidades de sobrevivência (moradia,
alimentação e proteção) ou necessidades culturais e psicológicas (arte, lazer,
educação, etc.).
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/trabalho-o-
conceito-e-a-relacao-com-o-tempo-livre-ao-longo-da-historia.htm
Professor depois de entender a relação trabalho/homem/sociedade, vamos ler a
versão da fábula a cigarra e a formiga de Monteiro Lobato.

A cigarra e as formigas - Fábula de Monteiro Lobato

Havia uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro.
Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na
eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos,
arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros,
deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu -
-- tique, tique, tique... aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de
paina.
- Que quer? Perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
- E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
A pobre cigarra toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse:
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah!... Exclamou a formiga recordando-se. Era você então que cantava nessa
árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
Isso mesmo, era eu...
- Pois entre amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua
cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraia e aliviava o trabalho. Dizíamos
sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá
cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

A FORMIGA MÁ

Já houve, entretanto, uma formiga má que não sobe compreender a cigarra e


com dureza a repeliu de sua porta.
Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o
seu cruel manto de gelo. A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio
inteiro, e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se,
nem folhinhas que comesse.
Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou --- emprestado, notem! ---
uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de
empréstimo, logo que o tempo o permitisse.
Mas a formiga era uma usurária, sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não
soubesse cantar, tinha ódio da cigarra por vê-la querida de todos os seres.
- Que fazia você durante o bom tempo?
- Eu... eu cantava! ...
- Cantava? Pois dance agora, vagabunda! E fechou-lhe a porta no nariz.
Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o
mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som
estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usurária
morresse, quem daria pela falta dela?
Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da humanidade.
http://byblosfera.blogspot.com.br/2015/01/a-cigarra-e-as-formigas-fabulas-de.html

Após a leitura da fábula de Monteiro Lobato nas versões: A formiga boa e a


formiga má, identifique as características da formiga e da cigarra:
A FORMIGA BOA
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
.......................................................................................................................................
A FORMIGA MÁ
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................

Professor, para dar um tom mais discursivo, problematizar as profissões,


perguntando por que, por exemplo, as profissões mais intelectualizadas ou
relacionada às artes não são valorizadas e problematizar isso...

Trabalhar, o fato de que as fábulas ‘trazem’ um fundamento ideológico...


constituindo evidências de que, especialmente, em relação à formiga má, só é
valorizado o trabalho que ‘rende’ lucros...

NONA AULA
Professor, iremos organizar um debate formal na sala, dividindo a sala em três grupos:
GRUPO 1- A FORMIGA BOA
GRUPO 2- A FORMIGA MÁ
GRUPO 3- JURADOS

Professor para melhor conduzir o debate consulte o site:


http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/como-organizar-
conduzir-um-debate-formal-sala-aula.htm acesso em 20/09/2016

Após a divisão dos grupos o professor será o mediador do debate. Em um primeiro


momento, organizará os grupos para que discutam e defendam a ação de cada formiga
,através de evidências e exemplos, os jurados devem estar atentos a fala de cada grupo
e ser imparcial para dar o parecer.

décima aula

Professor organize a sala previamente para realização do debate. Lembre-se de


estipular o tempo para cada grupo.
Agora chegou a ora de argumentar, discutir, refletir, questionar as ações das
formigas. E os jurados tentarão manter o foco e dar um parecer segundo a exposição
de cada grupo.
Após o término do debate, a turma fará suas colocações referente as ações de
cada personagem e também poderá fazer seu posicionamento independentemente
ao grupo que pertenceu levando as condições de sobrevivência.

décima primeira aula

CONTRAFÁBULA DA CIGARRA E DA FORMIGA

A formiga passava a vida naquela formigação, aumentando o rendimento da


sua capita e dizendo que estava contribuindo para o crescimento do Produto
Nacional Bruto. Na trabalheira do investimento, sempre consultando as cotações
da Bolsa, vendendo na alta e comprando na baixa, sempre atenta aos rateios e às
subscrições. Fechava contratos em Londres já com um pé no Boeing para
Frankfurt ou Genebra, para verificar os dividendos de suas contas numeradas.
Mas vivia também se roendo por dentro ao ver a cigarra, com quem estudara no
ginásio, metida em shows e boates, sempre acompanhada de clientes libidinosos
do Mercado Comum.
E vivia a formiga a dizer por dentro:
– Ah, ah! No inverno, você há de aparecer por aqui a mendigar o que não
poupou no verão! E vai cair dura com a resposta que tenho preparada para você!
Ruminando sua terrível vingança, voltava a formiga a tesourar e entesourar
investimentos e lucros, incutindo nos filhos hábitos de poupança, consultando
advogados e tomando vasodilatadores.
Um dia, quando voltava de um almoço no La Tambouille com os japoneses
da informática, encontrou a cigarra no shopping Iguatemi, cantarolando como de
costume.
Lá vem ela dar a sua facada, pensou a formiga. “Ah, ah, chegou a minha vez!”
Mas a cigarra aproximou-se só querendo saber como estava ela e como
estavam todos no formigueiro.
A formiga, remordida, preparando o terreno para sua vingança, comentou:
– A senhora andou cantando na tevê todo este verão, não foi, dona Cigarra?
– É claro! – disse a cigarra. – Tenho um programa semanal.
– Agora no inverno é que vai ser mau – continuou a formiga com toda
maldade na voz. – A senhora não depositou nada no banco, não é?
– Não faz mal. Os meus discos não saem das paradas. E acabei de fechar
um contrato com o Olympia de Paris por duzentos mil dólares...
– O quê?! – exclamou a formiga. – A senhora vai ganhar duzentos mil dólares
no inverno?
– Não. Isso é só em Paris. Depois, tem a excursão a Nova York, depois
Londres, depois Amsterdam...
Aí a formiga pensou no seu trabalho, nas suas azias, na sua vida
terrivelmente cansativa e nas suas ameaças de enfarte, enquanto aquela inútil da
cigarra ganhava tanto cantando e se divertindo! E perguntou:
– Quando a senhora embarca para Paris?
– Na semana que vem...
– E pode me fazer um favor? Quando chegar a Paris, procure lá um tal La
Fontaine.
E diga-lhe que eu quero que ele vá para o raio que o parta!
O texto “Contrafábula da cigarra e da formiga” foi escrito pelo autor português
Antônio Baptista, na década de 90, e adaptado por Pedro Bandeira. Faz
intertextualidade com a fábula “A cigarra e a formiga”.

Adaptação feita por Pedro Bandeira do texto do escritor português Antônio A.


Batista.

http://escrevendoofuturo.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html

O texto “Contrafábula da cigarra e da formiga” foi escrito pelo autor português


Antônio Baptista, na década de 90, e adaptado por Pedro Bandeira.
Houve uma atualização, isto é, uma releitura da fábula de La Fontaine, em
relação a vários aspectos, tais como: linguagem, tema, valores financeiros e moral
da história.
a) Comprove com passagem do texto;
b) Em que meio social a cigarra e a formiga vivem? Quais são esses
meios? Descreva-os.
c) Como é discutida a relação de trabalho nas fábulas?
d) A ação da formiga difere nas fábulas. Justifique.
e) Explique a relação do dinheiro presente entre as personagens nas
fábulas. Você considera positivo ou negativo.
f) Escreva o desfecho de Jean La Fontaine e do português Antônio
Baptista para a fábula “A cigarra e a formiga”

décima segunda aula

Professor no decorrer das releituras percebe-se a relação de trabalho entre as


personagens- formiga e a cigarra e o encaminhamento de cada escritor no
desfecho das fábulas. Nesse momento vamos assistir um vídeo da música
Trabalho de Legião Urbana e o enfoque que o homem dá ao trabalho no seu
cotidiano.

1- Agora vamos assistir ao vídeo da música Trabalho de Legião Urbana, prestando


atenção nas imagens e na letra da música:
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=wfuqOyp1bIo

Professor para acompanhar o vídeo disponibilizaremos a letra da música para cada


2-Segue
aluno.
o fragmento da música:

MÚSICA DE TRABALHO
LEGIÃO URBANA
Sem trabalho eu não sou nada
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho
É só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade
Tem gente que não tem nada
E outros que tem mais do que precisam

Disponível em https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/46956/

3-Escolha o verso da música que mais chamou sua atenção. Sublinhe e registre sua
escolha.
4- Você concorda com o que os compositores dizem na primeira estrofe. Justifique.
5- Na música como o trabalho é visto? É a mesma forma vista pelas personagens a
cigarra e a formiga da fábula? Exemplifique.
6-O que é ter dignidade para você?
7- Você acredita que muitas pessoas vivenciam essa realidade da música? Por quê?
8- O trabalho contribui na construção da identidade? De que forma?

décima terceira aula


n
Se [...] o real da história não fosse passível de ruptura não haveria transformação, não
haveria movimento possível, nem dos sujeitos nem dos sentidos. [...] Por isso, (...) a
incompletude é a condição da linguagem: nem os sujeitos nem os sentidos, logo, nem o
discurso, já estão prontos e acabados. Eles estão sempre se fazendo... (ORLANDI, 1999,
p.36-37).

Nessa aula vamos


A CIGARRA E Atrabalhar
FORMIGA com a adaptação da fábula a cigarra e a formiga de La
Fontaine.
(ADAPTADO DA OBRA DE LA FONTAINE)

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se
preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha
pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar!
O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso
trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o
bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada
folha.
A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha,
vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava
e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou
feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar
fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem
pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento?
Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo
gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das
formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque
e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=9
Analisando as versões das fábulas apresentadas até aqui responda:
a) As personagens mantem o mesmo comportamento? Explique.
b) . Como vimos, em geral, há, no final da fábula, uma moral. Como poderia
ser escrita essa moral?
c) Qual das personagens é mais solidária e qual é mais egoísta? Por quê?
d) Quem a cigarra e a formiga representam nos dias de hoje?
e) Se você fosse assumir uma das personagens com qual se identificaria?
Justifique.
f) Você acha que o canto da cigarra pode ser considerado uma
profissão?
Por quê?
g) Como são vistas as atividades manuais e artísticas nessa versão da
fábula? Exemplifique.
h) Nessa versão as personagens tiveram um final feliz. Por que isso
acontece?

Professor após leitura e análise da adaptação da fábula, referencie a questão


artística abordada e como a atitude formiga em relação ao canto da cigarra.

Décima quarta aula

Professor de acordo com a Análise de Discurso, todo texto remete para outro,
que também o constitui. Por isso, é importante ir além da superfície da fábula,
observando como os discursos já feitos e esquecidos retornam, produzindo o
efeito do novo. Nessa aula mostraremos a história da fábula em outro
formato. Veja a seguir o cordel da cigarra e a formiga.

A cigarra e a formiga
Aquele que trabalha
E guarda para o futuro
Quando chega o tempo ruim
Nunca fica no escuro
Durante todo o verão
A cigarra só cantava
Nem percebeu que ligeiro
O inverno já chegava
E quando abriu os olhos
A fome já lhe esperava
E com toda humildade
À casa da formiga foi ter
Pediu-lhe com voz sumida
Alguma coisa pra comer
Porque a sua situação
Estava dura de roer
A formiga então lhe disse
Com um arzinho sorridente
Se no verão só cantavas
Com sua voz estridente
Agora aproveitas o ritmo
E dance um samba bem quente.
(Cordel: Severino José, São Paulo: Editora Hedra, 2004)
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=37908

Professor para melhor ilustrar a literatura de cordel iremos disponibilizar dois


vídeos- o primeiro com a versão da fábula a cigarra e a formiga- disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=qWpijQ5VJbk e a seguir o vídeo informativo-
Literatura de cordel disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bQt1dxETW-8

1- Agora faremos uma reflexão da produção escrita do cordel e os vídeos


apresentados- faremos um paralelo da produção escrita e do cordel apresentado no
https://www.youtube.com/watch?v=bQt1dxETW-
vídeo-1, analisando as duas versões;
8Vhttps://www.youtube.com/watch?v=bQt1dxETW-
2- Depois de assistir o vídeo-2, os alunos farão apontamentos do que é a
8https://www.youtube.com/watch?v=bQt1dxETW-
literatura de cordel;
8https://www.youtube.com/watch?v=bQt1dxETW-8

Décima quinta aula

Professor para que os alunos conheçam mais sobre cordel disponibilizaremos


vídeos para terem subsídios para futura produção.

Relação de vídeos para assistir com os alunos:


https://www.youtube.com/watch?v=dEPYrikJyQ4
https://www.youtube.com/watch?v=gXHhNksN5M&list=PLpuqOBRx5uxJYkV8sPa
hnszRNZ3PtnnSY&index=4
https://www.youtube.com/watch?v=hrSKG5tEAEI
https://www.youtube.com/watch?v=fHWZ1_JRSEg&index=10&list=PLpuqOBRx5
uxJYkV8sPahnszRNZ3PtnnSY
Após cada vídeo faremos comentários analisando a estrutura, assunto de cada
vídeo, reflexões e apontamentos.
REGISTRE NO SEU CADERNO:
- O QUE MAIS LHE CHAMOU ATENÇÃO NOS VÍDEOS ASSISTIDOS?

Décima sexta aula


ATIVIDADE DE PRODUÇÃO

Professor após assistir aos vídeos da aula anterior chegou o momento de propor
aos alunos a produção de um cordel. Sugira alguns temas atuais que remeta ao
que já foi trabalhado entre eles: trabalho, solidariedade, família, amigos...

O cordel é poesia popular de tradição nordestina que leva a reflexões sociais,


valoriza a cultura e a educação, levanta questões importantes na formação do
cidadão. Baseado no que você aprendeu sobre a literatura de cordel, escolha um
colega e forme uma dupla e produza um cordel com os seguintes temas propostos:
FAMÍLIA- SOLIDARIEDADE- TRABALHO- AMIZADE-

DÉCIMA SÉTIMA AULA

Professor essa aula é destinada ao término das produções, correções e ensaio


para apresentação dos cordéis na próxima aula.

Décima oitava aula

Professor organize a sala em círculo e combine com a turma como será a


Professor nesse momento vamos inserir duas fábulas: O leão e o ratinho e o
ordem das apresentações. A seguir as duplas apresentarão os cordéis.
beija-flor e o incêndio, formando um paralelo destas fábulas com as trabalhadas
anteriormente, observando as relações estabelecidas e dando novos
significados.
Décima nona aula

O LEÃO E O RATINHO

Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da sombra boa de


uma árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou.
Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu debaixo da pata.
Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que
fosse embora. Algum tempo depois o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não
conseguindo se soltar, fazia a floresta inteira tremer com seus urros de raiva. Nisso
apareceu o ratinho, e com seus dentes afiados roeu as cordas e soltou o leão.
Moral: Uma boa ação ganha outra.

(in: Fábulas de Esopo. Companhia das Letrinhas. 1990, p. 61. Trad. Heloisa Jahn)

Disponível em http://diariodeumeducadorbaiano.blogspot.com.br/2010/07/reescrita-
de-fabulas-producao-de-texto.html

O Beija-flor e o Incêndio
Havia um grande incêndio na floresta.
As chamas se elevavam a uma enorme altura e as árvores começavam a ser
pouco a pouco destruídas pelo fogo.
Os animais, apavorados, corriam em busca de abrigo, fugindo
desesperadamente da catástrofe. Enquanto isso, um pequenino beija-flor voava
velozmente até o rio, pegava no minúsculo bico uma gota de água e trazia-a até a
borda da floresta, deixando-a cair sobre as chamas.
Observando o vai-e-vem da ave, uma coruja velha e ranzinza que ia passando
por ali interrogou-o:
- O que você está fazendo, beija-flor?
- Não está vendo? Estou trazendo água do rio para apagar o incêndio antes que
ele destrua toda a floresta – respondeu a avezinha.
- Você deve ser maluco – disse a coruja. – Não está vendo que é impossível
apagar esse incêndio enorme com essa gotinha de água?
- Sei disso – o beija-flor falou. – Estou apenas fazendo a minha parte.
(Retirado da página Clotilde News)

Disponível em
http://temosatitude.blogspot.com.br/2011/04/o-beija-flor-e-o-incendio.html

1- Agora vamos realizar um paralelo entre as seguintes as fábulas: A


cigarra e a formiga (Adaptação de La Fontaine), o leão e o ratinho- Fábula de Esopo,
o beija-flor e o incêndio;
- Relate e discuta as atitudes das personagens:
Cigarra-
Formiga-
Leão-
Ratinho-
Beija-flor-

Professor após realizar o comparativo das fábulas e as atitudes das


personagens proponha a dinâmica: “ Auxílio mútuo”. A seguir faça as
reflexões que julgar pertinente.

vigésima aula
- Segue a dinâmica:
Dinâmica: "Auxílio mútuo"
Material: Pirulito para cada participante.
Procedimento: Todos em círculo, de pé. É dado um pirulito para cada
participante, e os seguintes comandos: todos devem segurar o pirulito com a mão
direita, com o braço estendido. Não pode ser dobrado, apenas levado para a direita
ou esquerda, mas sem dobrá-lo. A mão esquerda fica livre, para trás e não poderá ser
usada. Primeiro solicita-se que desembrulhem o pirulito, já na posição correta (braço
estendido, segurando o pirulito e de pé, em círculo). Quando a maioria conseguir (se
a estiver demorando demais deixe que abram usando a mão esquerda) dê a seguinte
orientação: sem sair do lugar em que estão, mão esquerda atrás, direita segurando o
pirulito e esticado sem poder dobrá-lo, todos devem chupar o pirulito! Aguardar até
que alguém tenha a iniciativa de imaginar como executar esta tarefa, que só há uma:
oferecer o pirulito para a pessoa ao lado!!! Assim, automaticamente, os demais irão
oferecer e todos poderão chupar o pirulito. Encerra-se a dinâmica, cada um pode
sentar e continuar chupando, se quiser o pirulito que lhe foi oferecido.
- APONTAMENTOS SUGERIDOS:
- Qual foi sua atitude ao ter o pirulito na mão e não poder chupá-lo?
-Foi fácil executar a tarefa dada pelo professor?
- Compare a atitude da turma em relação as atitudes das personagens da anterior.

Vigésima primeira aula

Professor segundo ORLANDI, 2008, p.14), a AD permite pensar a leitura


(escrita) além da interpretação: o sujeito, que interpreta, lê a partir de sua
posição sujeito, o sujeito leitor crítico lê refletindo sobre sua posição sujeito,
sobre as condições de sua leitura, por isso ele não interpreta apenas, ele
compreende. Partindo desse contexto vamos assistir ao vídeo: Fábula do beija-
flor.

-Segue o link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=LF00Zj4q8sU

- AGORA É SUA VEZ!!!


- O que mais chamou atenção no vídeo? Justifique.
- Escolha uma imagem do vídeo e ilustre-a.
- A música faz referência a quem? Por quê?
- Quem você considera um vencedor?
-Para ser um vencedor que características você julga importante ter?

Vigésima segunda aula

Professor, nessa aula, vamos trabalhar com um vídeo da fábula a cigarra e a


formiga para que os alunos possam levar em conta alguns fatores entre eles:
local, tempo, época...

-Segue o link do vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=E2ZzTXIrUzc


1-Como reagiam a formiga e a cigarra em relação ao trabalho?
2-Descreva o comportamento da cigarra enquanto a formiga trabalhava arduamente.
3-Você concorda com a atitude da formiga em relação a cigarra? Justifique.
4-E você se considera a formiga ou a cigarra da história? Exemplifique.

Vigésima terceira aula

Professor nesse momento vamos propor um pouco de escrita, observando o


conhecimento adquirido a respeito de algumas versões da cigarra e a formiga e
seus intertextos.

1- AGORA É SUA VEZ!!! HORA DA PRODUÇÃO!!!

1-Escolha uma das propostas abaixo a partir da fábula "A cigarra e a formiga" e
desenvolva um texto em forma de verso ou prosa.
A- Produção da fábula com um final diferente do enredo tradicional;
B-. Produção do texto a partir do foco narrativo da formiga;
C-. Produção do texto a partir do foco narrativo da cigarra;
D- Produção da fábula a partir do enfoque da formiga boa/ ou/ formiga má;
E- Agora você é um fabulista escreva sua versão;

Vigésima quarta aula

Professor essa aula é destinada a realização das produções, para facilitar


o trabalho dos alunos sugira dicas para a produção textual.

Ao produzir a fábula lembre-se que:


-Que o narrador conta a história como se estivesse ouvindo as personagens
falando;
-Usar situações ou conflitos atuais;
-Usar aparelhos tecnológicos entre as personagens;
-Usar personagens com características marcantes e interesses opostos;
-Criar diálogos;
-Evitar repetições de palavras, usando pronomes;
-Que no final, uma moral deve explicar o texto;
-Colocar um título.

Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pd
e/2013/2013_uem_port_pdp_roselei_aparecida_camilo.pdf acesso em 27/10/16

Vigésima quinta aula


- Nessa aula, os alunos estarão dispostos em círculo e farão a leitura de suas
produções. Os colegas poderão fazer apontamentos, sugestões para melhoria da
produção.

Vigésima sexta aula

Professor agora é o momento de fazer a correção individual das produções e


apontar as mudanças necessárias.

Vigésima sétima aula


DRAMATIZAÇÃO DAS FÁBULAS
- Depois das produções corrigidas os alunos escolherão algumas fábulas para
dramatizar;
-Assim que escolherem as fábulas formarão os grupos, distribuirão os papéis com os
respectivos personagens;

Vigésima oitava aula

Professor essa aula é destinada a organização dos grupos, ensaios e


planejamento do cenário.

Vigésima nona aula/ trigésima aula

Professor é o momento de orientar nos ensaios, fazer o cenário, dar dicas de


postura no palco, entonação de voz e organizar a ordem das apresentações.
Trigésima primeira aula/ trigésima segunda aula

CHEGOU O GRANDE MOMENTO!!!

É a hora de apresentar para todo o colégio as novas versões da fábula “ a


cigarra e a formiga” levando em conta as condições sócio históricas.

AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada por meio da participação dos alunos em sala de aula,
nas atividades extraclasse, no debate, nas produções artísticas (painel-cordel-versões
da fábula a cigarra e a formiga e nas demais atividades propostas nessa unidade.
Esse acompanhamento é fundamental, principalmente porque desenvolverá a leitura
que supere a mera decodificação, considerando o funcionamento da memória,
oportunizando leituras que sinalize possibilidades interpretativas a partir de diferentes
materialidades, também reconhecer os efeitos de sentido numa perspectiva sócio
histórica e propiciar reflexão acerca do funcionamento da língua na história,
destacando que o sentido/interpretação sempre pode ser outro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta Unidade Didática, trabalharemos várias versões da fábula a cigarra e a


formiga, observando a interdiscursividade presente nas diversas versões, atribuindo
novos significados. Formaremos um paralelo desta fábula, desde a produção escrita
dos fabulistas Esopo, La Fontaine, Monteiro Lobato entre outros mais recentes.
Trabalharemos a estrutura da fábula, observando os elementos da narrativa
próprios deste gênero discursivo.
No decorrer das atividades propostas, entre elas: produção de painéis,
realização de debates, produção de cordel e para finalizar produzirão uma releitura da
fábula “a cigarra e a formiga “que será apresentada para as turmas do colégio e
comunidade escolar”..
A metodologia está descrita no corpo do texto, como é possível observar através
das explicações antes das atividades propostas no decorrer desta unidade Didática.
A leitura é um dos principais instrumentos para a aprendizagem significativa, mas
é necessário formar um leitor menos ingênuo e mais reflexivo que compreenda,
interprete e busque estabelecer uma comparação histórico-social de forma crítica por
meio do gênero fábulas.
Nesta perspectiva, o trabalho pretende constituir uma relação menos ingênua
com a leitura (linguagem) das narrativas fabulares através dos fundamentos da
Análise do Discurso de orientação francesa, salientando a possibilidade de uma
mesma materialidade autorizar várias interpretações.
Logo, nosso objetivo, para que tenhamos êxito na implementação desta Unidade
Didática, trabalharemos com práticas de leitura de textos de diferentes materialidades
textuais, considerando a língua e a sua relação com a interioridade e exterioridade.
Faremos encaminhamentos de discussões e reflexões acerca dos efeitos de sentido,
observando as ressignificações, percebendo os meios de circulação da produção do
texto, o suporte, a fonte, os interlocutores, a finalidade e a época.

REFERÊNCIAS

ORLANDI, Eni Puccinelli.. Discurso e Texto. Campinas/SP: Pontes, 2008.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de discurso: princípios e procedimentos.


Campinas: Pontes, 1999.

ORLANDI, Eni. Discurso e Texto: formação e circulação do sentido. Campinas,


SP: Pontes, 2001.

SILVA, E. T. da.Ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia


de leitura. São Paulo, Cortez – Autores Associados, 1981.

REFERÊNCIAS ON LINE
http://www.golfinho.com.br/livrospnl/liv521.htm

http://WWW.suapesquisa.com/biografias/monteirolobato/[adaptado]

http://lendoeescrevendofabulas.blogspot.com.br/2009/12/carcateristicas-e-estrutura-
das-fabulas.html

http://br.guiainfantil.com/materias/cultura-e-lazer/contos-infantis/a-cigarra-e-a-
formiga-fabulas-de-la-fontaine/

http://www.ibamendes.com/2011/06/evolucao-historica-do-trabalho.html

http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/trabalho-o-conceito-e-
a-relacao-com-o-tempo-livre-ao-longo-da-historia.htm

http://byblosfera.blogspot.com.br/2015/01/a-cigarra-e-as-formigas-fabulas-de.html

http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/como-organizar-conduzir-
um-debate-formal-sala-aula.htm

http://escrevendoofuturo.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html

https://www.youtube.com/watch?v=wfuqOyp1bIo

https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/46956/

http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=9

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=37908

https://www.youtube.com/watch?v=qWpijQ5VJb
https://www.youtube.com/watch?v=bQt1dxETW-8

https://www.youtube.com/watch?v=dEPYrikJyQ4

https://www.youtube.com/watch?v=gXHhNksN5M&list=PLpuqOBRx5uxJYkV8sPahn
szRNZ3PtnnSY&index=4

https://www.youtube.com/watch?v=hrSKG5tEAEI

https://www.youtube.com/watch?v=fHWZ1_JRSEg&index=10&list=PLpuqOBRx5uxJ
YkV8sPahnszRNZ3PtnnSY

http://diariodeumeducadorbaiano.blogspot.com.br/2010/07/reescrita-de-fabulas-
producao-de-texto.html

http://temosatitude.blogspot.com.br/2011/04/o-beija-flor-e-o-incendio.html

https://www.youtube.com/watch?v=LF00Zj4q8sU

https://www.youtube.com/watch?v=E2ZzTXIrUzc

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pd
e/2013/2013_uem_port_pdp_roselei_aparecida_camilo.pdf

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