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DIREITO PENAL

Lei Penal no Tempo

1) Premissa
- Uma lei só pode surtir efeitos se for anterior ao Fato (Anterioridade da Lei
Penal.
- Regra: A lei penal não retroage, ou seja, não alcança fatos ocorridos antes
da sua entrada em vigor

2) Retroatividade da Lei Penal


(Art. 2º: Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória.)

- Excepcionalmente a lei vai retroagir quando beneficiar o réu (Art. 2º CP), ou


seja, pode alcançar fatos ocorridos antes da sua entrada em vigor.
Art.2 º Artigo Único: Alcança, inclusive fatos amparados pela coisa julgada.
Fato se dará inclusive se já tiver sido julgado o transito em julgado (Nesse caso
ao Juízo da Execução Penal aplicar a Lei mais benéfica).

(Art 2º; Parágrafo Único: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado).

3) Crime permanente, Crime Continuado e Lei Penal no Tempo


- Crime Permanente: é aquele cuja consumação se prolonga no tempo a
depender da vontade do agente (Ex: Extorsão mediante sequestro – art. 159
do CP). (Art 159: Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate).
- Crime continuado: Espécie de concurso de Crimes (Art. 71 CP) ou seja,
comete vários crimes em diversos tipos penais (é aplicada a pena maior, e não
a junção deles). (Art 71: Quando o agente, mediante mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
devem o subsequentes ser havidos como continuação do primeiro,
aplica-se lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços).
Obs.: se durante o crime permanente ou crime continuado, surgir lei nova
prejudicial ao réu, ela será aplicada desde que tenha surgido antes da
cessação da permanência ou da continuidade.

4) Combinação de Leis Penais


- Art. 12. Lei 6.368/76  3 a 5 anos
- Art 33, Lei 11343/06  5 a 15 anos
Obs: Nesse caso deverá ser analisado a situação mais benéfica ao Réu, não
podendo ser possível a combinação de Leis, pois seria “criado uma
terceira”.
5) Lei Excepcional e Lei Temporária (Art. 3, CP). (Art. 3: A lei excepcional ou
temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstancias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vigência).
- Lei Excepcional: É aquela criada para reger fato anormal com duração
indeterminada (Ex: Crimes em tempo de Guerra.
- Lei Temporária: é aquela criada para reger fato anormal com duração
determinada (Ex: Lei Geral da Copa).

 Características: Estas leis tem ULTRA ATIVIDADE (continuam aplicáveis


aos fatos ocorridos durante a situação anormal).

6) Norma Penal em Branco


É aquela cujo conteúdo precisa ser complementado por outro ato normativo.
 Espécies: a) Imprópria/homogênea – O complemento se dá por norma de
mesma hierarquia (ex: art 312 CP – Crime de Peculato) (Art. 312:
Apropriar-se o funcionário publico de dinheiro, valor, ou qualquer
outro bem móvel, públicos ou particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou desvia-lo, em proveito próprio ou alheio.
 b) Norma Penal Própria/ Heterogênea: o complemento emana de norma de
hierarquia diferente (ex: Art 33 da Lei de Drogas) Tráfico de Drogas (Rol de
Drogas: Portaria 344/98 ANVISA)

7) Tempo do Crime (Art 4º do CP) (Art.4: Considera-se praticado o crime no


momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o resultado).
- Só faz sentido se discutir o tempo do crime se conduta e resultado ocorrerem
em tempos diferentes. (Ex: Menor atirou em uma pessoa, e ela morreu depois
de alguns dias, porem o menor completou 18 anos quando do falecimento da
vítima, qual pena deverá ser cumprida??).

- Teoria da Atividade: Considera-se tempo do crime o momento da ação


ou omissão, ainda que outro seja do resultado.

Lei Penal no Espaço


1) Lugar do crime (Art 6º do CP) (Art. 6: Considera-se praticado o crime no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado).

- Crimes a distância: São os que ocorrem ou 2 ou mais países


- Não se confunde a competência (art 69 e seguintes do CPP)

Quanto ao lugar do Crime foi criado a TEORIA DA UBIQUIDADE/ MISTA:


é considerado o lugar do crime tanto o local da conduta, quanto o local em
que ocorreu ou deveria ter ocorrido resultado.

2) Territorialidade da Lei Penal (Art 5º do CP) (Art. 5: Aplica-se a lei


brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional).

- Aos crimes ocorridos em território nacional, aplica-se a Lei Penal


Brasileira, ressalvado o disposto em tratados, convenções e regras de
direito Internacional.
 Territorialidade Mitigada/temperada: conforme ressalva supracitada.

3) Tratamento dados a navios e aeronaves


 Públicos: Quando o navio for público, ele é considerado extensão do
território nacional, segue a Lei da Bandeira (o pais em que ele estiver).
 Particulares: Quando o navio for particular, se estiver em território neutro,
também segue a Lei da Bandeira. Se ele estiver em território estrangeiro,
segue a lei do País em que se encontra.

L U T A (Macete)
L: lugar
U: ubiquidade
T: Tempo
A: atividade
Teoria do Crime: crime é fato típico, ilícito e culpável

AULA 2

TEORIA DO CRIME
Fato Típico: -Conduta: Pode se apresentar de 2 formas: Ação ou omissão – Própria
ou Imprópria (Art. 13, parágrafo 2 CP) (Art. 13, 2: A omissão é penalmente
relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever
de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do
resultado).
- Nexo Causal: Art. 13 “caput” e parágrafo 1º CP (Art 13, 1: A superveniência de
causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só,
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os
praticou.)
- Resultado:
- Tipicidade: - Tipicidade Objetiva: Formal e Material
Tipicidade Subjetiva: Dolosa e Culposa
Formal: é a mera adequação da conduta ao tipo penal incriminador
Material: é a lesão ou perigo de lesão relevante ao bem jurídico.
Obs:Crime impossível ou insignificância se dá a junção das duas matérias, ou seja,
impossível de se acontecer.

Tipicidade Objetiva
1) Consumação e tentativa – Art 14, I CP (Consumação) art 14 II e paragrafo
único do CP). (Art 14, I: Diz se o crime: I – Consumado, quando nele se
reúnem todos os elementos de sua definição legal / II – Tentado, quando,
iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente).

Consumação: Se dá no momento em que são preenchidas as elementares da


definição legal de crime.
Tentativa: o agente inicia a execução de um crime mas não o consuma por
circunstancia alheias (ex: efetua os disparos, mas a vítima sai correndo).
- Diminuição da pena de 1/3 a 2/3 (quando houver a tentativa).

INFRAÇOES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA:


a) Crimes Culposos
b) Crimes preterdolosos (art. 129, paragrafo 3 CP). – Lesão corporal com
resultado morte. (Art 129, 3: Ofender a integridade corporal ou a saúde de
outrem; $3 – Se resulta morte e as circunstancias evidenciam que o
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo.
c) Contravenções penais
d) Crimes uni subsistentes: (se praticam por uma conduta que não pode ser
fracionada) (ex: omissão de socorro, crimes contra a honra praticados
verbalmente).
e) Crimes Habituais: São aqueles que se caracterizam com a reiteração da
pratica delitiva. (ex: art 229 – casa de prostituição) (ex: exercício ilegal da
medicina). (Art. 229: Manter, por conta própria ou de terceiro,
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito
de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente).

Desistência voluntaria e arrependimento eficaz (Art 15 do CP) (Art 15: O


agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados).
- Inicio de Execução
- Não consumação do crime por ato voluntario do agente. (Tentativa: o agente
quer mas não pode) (Ato voluntario: Ele pode mas não quer)
Desistência voluntária: O agente não esgota os atos executórios (possui 9
tiros porem só utiliza 7) / Basta que ele cesse a execução
Arrependimento Eficaz: Esgota os atos executórios (utilizada até o final) / Ele
deve agir para evitar o resultado (ex: caso atire e chame o resgate, ou seja ele
só será beneficiado se evitar o resultado).
Obs: para que seja beneficiado, deve haver a VOLUNTARIEDADE, não se
exigindo a espontaneidade.

 Consequência: O agente responde pelos atos praticados, afastando-se a


tentativa.
CRIME IMPOSSIVEL (Art 17 do CP): Causa de exclusão da tipicidade
material por que não há risco de lesão ao bem jurídico.
(Art 17: Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime).

- Tentativa inidônea
 Espécies de crime impossível
1) Absoluta ineficácia do meio: ao meio empregado para a pratica do
crime (ex: envenenar alguém com farinha).
2) Absoluta impropriedade do objeto (ex: matar um cadáver).

AULA 2
Ilicitude / Antijuridicidade
1) Conceito: É a contrariedade da conduta em relação ao
ordenamento jurídico.
2) Excludentes – Art 23 CP (Exemplificativo)  Art 128 CP (Outra
excludente).
(Art. 23: Não há crime quando o agente pratica o fato: I – Em
estado de necessidade; II – em legítima defesa; III – Em estrito
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
(Art 128: Aborto necessário: Se gravidez vier em virtude de
Estupro).

2.1 – Estado de necessidade (art 24 do CP). (Art. 24: Considera-


se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício,
nas circunstancias, não era razoável exigir-se).
A um conflito de bens jurídicos, de modo que não há como salvar
ambos e um deve ser sacrificado para que o outro seja resguardado.
Requisitos:
a) Perigo atual: é o presente naquele momento
b) O perigo deve ser inevitável: se evitar outra maneira de evitar o
crime, não há estado de necessidade.
c) Próprio ou Alheio
d) Não provocação voluntaria do perigo: Se o agente provocar
dolosamente a situação de perigo, não cabe estado de necessidade.
e) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo: o sujeito que
tem o dever legal de enfrentar o perigo (ex: bombeiro), não pode alegar
estado de necessidade sob o argumento de que há risco de dano.
Contudo se o dano for certo, ele pode se recusar (Verificar que aquela
situação ira tirar sua vida).
f) Ponderação dos bens em conflito: deve haver uma
proporcionalidade dos bens em conflito para que se possa falar em
estado de necessidade.
2.2 – LEGITIMA DEFESA: art. 25 do CP (Art 25: Entende-se em
legitima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem.
É a reação proporcional contra uma agressão injusta.
Requisitos: a) Agressão; pressupõe conduta humana
b) Atual ou iminente; é a que está acontecendo, ou está prestes a
acontecer.
c) Injusta; deve ser ilícita
d) Direito Próprio ou Alheio; ou seja, tbm cabe legitima defesa a
terceiros.
e) Meio Necessário; é o meio menos lesivo a disposição do agente e
eficaz para afastar a agressão.
f) Moderação; Significa exercer a reação até o momento em que se
cessar a agressão.

2.3 Estrito Cumprimento do Dever Legal


Quem pratica fato cumprimento dever imposto por Lei, não comete
crime. (ex: Policial que prende em flagrante).
2.4 Exercício Regular do Direito
O exercício adequado de um direito não pode ser ao mesmo tempo
proibido pela ordem jurídica (ex: violência esportiva) (ex: Autodefesa da
posse no Direito Civil).

OFENDICULOS???
São mecanismos voltados a defesa do patrimônio (ex: cacos de vidro,
cercas elétricas). Natureza jurídica: Caracterizam Legitima Defesa Preordenada.

CULPABILIDADE

1) Conceito: é o juízo de reprovação que se faz ao agente que poderia ter agido
conforme a norma e não o fez.
2) Elementos:
a) Imputabilidade: Conceito; é a capacidade de ser culpável
b) Potencial consequência da ilicitude: é a possibilidade de compreender o
caráter ilícito do fato
- Aqui é feito uma análise cultural( é questionado se o agente tinha condições
de saber se aquela conduta era proibida no ordenamento jurídico).
- Erro de Proibição (Art 21, CP). (Ex: holandês que vem ao brasil fumar
maconha, e não sabe que aqui é proibido). (Art 21: O desconhecimento da
lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de
pena. Se Evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.)

Reconhecido o erro de proibição, deverá analisar se o erro é


escusável/inevitável (o agente não tinha condições de saber que a conduta era
proibida, ENTÃO NÃO HÁ CRIME).
Se reconhecido o erro, e este for inescusável ou evitável a pena é reduzida de
1/6 a 1/3, ou seja, o agente tinha condições de saber que a conduta era
proibida.

c) Exigibilidade de conduta adversa: Está relacionada a 2 hipóteses do art.


22 do CP; (Art 22: Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior
hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.)
 Coação moral irresistível: o agente pratica a conduta compelido
psicologicamente por outrem; nesta hipótese, o coagido NÃO RESPONDE.
(Responde apenas o autor da coação).
 Coação moral resistível: o coagido também responde, conforme art. 65 do
III, “c” do CP. (ex: sujeito coloca a arma na cabeça de outrem e pede para
que lhe de um tapa, e o tapa acontece, porém o mesmo não responde por
isso).
Obediência hierárquica: Requisitos:
a) Relação de hierarquia
b) Ordem Superior
c) Ordem Ilegal
d) Ilegalidade não manifesta

CONCURSO DE PESSOAS (Arts 29 a 31 do CP).


1) TEORIA ADOTADA
- Art 29 – Monista ou Unitária, segundo a qual embora praticado por
diversas pessoas, o crime permanece uno e indivisível, de modo em
que todos respondem pelo mesmo crime, mas cada um na medida de
sua culpabilidade (Ex: em um assalto, 1 ladrão aponta a arma, outro
bate, e outro rouba, porem todos responderam pelo crime de ROUBO).
(Art 29: Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide
nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade).

Cooperação dolosamente distinta – Art 29, 2 do CP


O agente combina de praticar o crime menos grave, e ele só
responderá por aquilo que ele combinou. (Responderá apenas por
aquilo que cometeu). Se o resultado mais gravoso for previsível,
aumenta-se a pena até a metade.
( I – Se a participação for de menor importância, a pena
pode ser diminuída de um sexto a um terço; II – Se algum
dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada
até a metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave).
2) REQUISITOS PARA O CONCURSO DE PESSOAS
a) Pluralidade de Sujeitos; de modo que a denúncia individualizar as
condutas do agentes.

b) Relevância causal da conduta: A conduta deve ter contribuído


para o êxito da pratica delitiva (ex: a empregada que está em casa,
e sabe que irão entrar, porem deixa a porta dos fundos aberta,
porem se a conduta for irrelevante ao fato, não há conduta causal)

3) Crime continuado (art 71 do CP) – Política


Criminal. (Art 71: Quando o agente, mediante mais de uma
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie
e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de um sexto a dois terços.)

Nada mais é que uma ficção jurídica, para punir de forma mais branda,
condutas, desde que preenchidas certos requisitos.
Requisitos:
a) devo ter mais de uma conduta
b) Crimes da mesma espécie – (mesmo tipo Penal; furto e furto)
c) devem ser praticados nas mesmas condições de: tempo (não mais
de 30 dias entre uma conduta e outra); devem ter as mesmas
condições de local (cidades vizinhas ou na mesma região
metropolitana); modo de execução deve ser semelhante

obs. Caso o crime preencha os requisitos acima, aplica-se a pena


do crime mais grave aumentada de 1/6 a 2/3. O critério para que
seja aumentada a pena, é o número de infrações.
- Crime continuado especifico (art 71, parágrafo único do CP): -
Crimes dolosos com violência ou grave ameaça cometidos contra
vitimas diferentes.
(Art 71, parágrafo único: Nos crimes dolosos, contra vítimas
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa,
poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a
conduta social e a personalidade do agente bem como os motivos
e as circunstancias, aumentar a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 do CP).

(Art. 75: O tempo de cumprimento das penas privativas de


liberdade não poderá ser superior a 30 anos.
CRIME CONTRA PESSOAS

Homicídio – Art. 121 CP


1) Conceito: é a eliminação da vida humana alheia, praticada por
outrem
Considera-se ocorrido a morte, com a cessão da atividade encefálica.
Aborto x Homicídio
Deixa a haver aborto, e passa a haver homicídio, com o início do
trabalho de parto, que se dá com o rompimento do saco amniótico
2) Homicídio Privilegiado – Art. 121, parágrafo 1º
- Causa de diminuição de Pena
Hipóteses:
a) Relevante valor moral: é aquele que diz respeito ao interesse
do sujeito que pratica o crime (Ex: Eutanásia)
b) Relevante valor social: é aquele que diz respeito ao interesse
da coletividade (Ex: Matar o traidor da pátria).
c) Homicídio Emocional: O agente age sob domínio [estado de
ira, de fúria] de violenta emoção logo em seguida a injusta
provocação da vítima.
3) Homicídio Qualificado – Art. 121, Parágrafo 2º)
I – Motivo: Pela paga ou promessa de recompensa (Chamado de
homicídio sicário) ou outro motivo torpe (matar por conta de tráfico
de drogas).
II – Fútil: motivo pífio, insignificante (marido que mata mulher
porque a sopa esta fria, briga de futebol).
III) Homicídio qualificado pelos MEIOS: Homicídio causado
através de algum meio, de forma sorrateira (Ex: Colocar veneno na
bebida de alguém).
Também podemos encaixar o exemplo da TORTURA, pois é um
meio.
IV) Modo de Execução:
a) Traição: Significa quebra de confiança, de modo que deve
haver uma anterior relação de confiança entre as partes para
que incida esta qualificadora.
b) Emboscada: Significa Tocaia, é espera ocultamente a vítima
para matá-la.
c) Dissimulação: O sujeito não se esconde, mas camufla a sua
intenção, para atingir a vítima desprevenida.

V) Finalidade: O homicídio é para assegurar a:


a) Execução
b) Ocultação
c) Impunidade
d) Vantagem de outro crime

VI) Feminicídio – Art. 121, parágrafo 2º “A”


É o homicídio contra a mulher por razoes da condição do sexo
feminino.
 Sujeito ativo: Homem ou a mulher que cometer este crime, abrangendo
inclusive a união homo afetiva
 Sujeito Passivo: Necessariamente Mulher
1) Violência doméstica e familiar –Art. 5, Lei 11.340/06
2) Menosprezo ou discriminação a condição de mulher.

VII) Homicídio Funcional – Deve haver nexo entre o delito


praticado e a função do Agente.

Sujeitos passivos:
a) Membros das forças armadas
b) Policiais
c) Guardas Municipais
d) Sujeitos que trabalham na unidade prisional
e) Força Nacional de Segurança Publica
f) Cônjuge, companheiro ou Parente consanguíneo até o 3º
grau

 É possível o homicídio privilegiado e qualificado


(Hibrido)???
R= Sim, é possível, desde que nas qualificadoras dos
incisos III e IV, uma vez que estas são objetivas.

HOMICIDIO CULPOSO – Art. 121, parágrafo 3º)


 Admite Perdão Judicial Art. 121, Parágrafo 5º, CP
 Art. 121, Parágrafo 4º - Homicídio Majorado (Casos de Aumento de
Pena)

Culposo:
Doloso: Se a vítima for menor de 14 ou maior de 60 anos, ai ocorre o
aumento.

 Art. 121, Parágrafo 6º - Homicídio Majorado (Aumento de 1/3 da Pena)


- Se o motivo do homicídio for praticado por milícia privada ou grupo de
extermínio. (Grupo de extermínio se dá no mínimo por 3 pessoas).

Participação em Suicídio – Art. 122 CP

Sujeito Passivo: Qualquer pessoa que tenha discernimento para entender o suicídio
e que tenha pelo menos 14 anos.
Condutas:
a) Induzir: é criar a ideia no pensamento de alguém
b) Instigar: Reforçar uma ideia já existente
c) Auxiliar: Prestar apoio material (Fornecer a arma, preparar a corda para o
indivíduo). Porem se o apoio for direito, ou seja, emprestar a arma e atirar, ou
empurrar o banco para se enforcar, ai é HOMICIDIO.
d) Consumação: Lesão Grave ou morte, e prevalece que não se admite tentativa.

Delito de Infanticídio – Art. 123 CP


É a morte do nascente ou do neonato, executada pela própria mãe sob influência do
estado puerperal.
Duração do Estado Puerperal: Cessa o Estado Puerperal, quando atingida a fase de
bonança.

Aborto – Art. 124 a 128 do CP


1) Observações Gerais: Aborto é interrupção da gravidez com a morte do
produto da concepção.
- é possível falando em aborto a partir da NIDAÇÃO (é o momento em que o
ovulo fecundado se acopla a parede interina).
2) Auto Aborto – Art. 124
 Sujeito Ativo: Gestante (provoca o aborto em si mesmo, ou consente que
terceiro o faça).
3) Aborto por 3º sem consentimento – Art. 125
Não há consentimento ou o consentimento for inválido (menor de 14 anos,
fraude, violência ou grave ameaça.
4) Aborto por 3º com consentimento – Art. 126  deve ser válido
5) Aborto Qualificado – Art. 127 do CP: a pena é aumentada a 1/3 se houver
lesão grave ou aumentada em dobro se houver morte. (Somente aplicável por
abortos praticados por 3º.
6) Hipóteses de Aborto Permitido – Art. 128
- Excludentes de ilicitude: Médico, e há duas possibilidades:
1) Necessária/terapêutica: Para salvar a vida da gestante (nessa hipótese
não é necessária a autorização da gestante).
Se terceira pessoa cometer o aborto, que não seja medico, incidirá o Estado de
Necessidade, do Art. 24.
2) Aborto Sentimental, Ético ou Humanitário: é permitido nos casos da
gravidez resultada de Estupro. (É necessária o consentimento da gestante ou
de seu representante legal).
7) Aborto de Feto Anencefálico: Crime Impossível

LESÃO CORPORAL – Art. 129 do CP

Perícia – Art. 168 CPP: Deve ser submetido a perícia para que seja
comprovada a lesão, podendo esta lesão ser: (Leve– Art. 129, Caput,
Parágrafo 9º); (Grave 129, parágrafo 1º), e (Gravíssima – Art. 129, Parágrafo
2º).
 Em regra, a lesão corporal LEVE é Pública Condicionada
(Art. 88, da Lei 9.099/95)
 Caso a lesão envolver violência doméstica, a
representação será INCONDICIONADA

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