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RG.

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PREVENÇÃO DE RISCOS
PP. 1/8

FICHAS DE PROCEDIMENTO – PREVENÇÃO DE RISCOS

1 TAREFA

TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS

2 DESCRIÇÃO

Em muitos locais de trabalho, existem áreas fechadas e de acesso difícil nas quais os
trabalhadores têm de executar tarefas onde correm alguns riscos que podem impedir a sua
missão. Essas áreas são geralmente classificadas como espaços confinados quando não
existe nenhum sistema de ventilação natural ou sistema de entrada e saída de ar construído
pelo homem, ou se estão abaixo dos dois metros de comprimento, largura, altura ou diâmetro.
O facto da entrada e saída desses espaços normalmente só se efectuar por buracos do
tamanho de um homem torna a tarefa frequentemente difícil, devido à falta de espaço e à
possível presença de substâncias gasosas perigosas.

3 ACTIVIDADES

• Colocar EPI´s e EPC´s adequados;


• Descarregar materiais e ferramentas;
• Monitorizar e controlar atmosfera;
• Aceder ao espaço confinado, após confirmação que outro trabalhador está fora deste;
• Intervir/reparar;
• Concluir os trabalhos, com o adequado condicionamento de todos os materiais e
equipamentos utilizados, incluindo EPI´s e EPC´s.

4 PARTICULARIDADES
CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE DE ALGUNS GASES E VAPORES
Temperatura Temperatura Limites de
SUBSTÂNCIAS de de Inflamabilidade da
Inflamação Ignição mistura gás/vapor - ar
Inferior Superior
(LII) (LSI)
º.C º.C % %
ACETILENO Gás 300 2,5 81
ACETONA -17 535 2,6 12,8

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ÁLCOOL METÍLICO 11 460 7,3 36


BENZENO -11 560 1,4 7,1
BUTANO Gás 405 1,9 8,5
ÉTER ETÍLICO -45 160 1,9 36
ÉTANO Gás 515 3 12,5
ÉTILENO Gás 490 2,7 36
HIDROGÉNIO Gás 400 4 75
n-HEXANO -21 230 1,1 7,5
METANO Gás 5 5 15
MONOXIDO DE Gás 605 12,5 74
CARBONO
PROPANO Gás 450 2,2 9,5
GASOLINA -42 280 1,4 7,6
TEREBENTINA 35 253 0,8
(Aguarrás)
o Temperatura de Inflamação: (para os vapores) é a mínima temperatura à qual uma
mistura (vapor - ar) nas condições normais de pressão pode ser inflamada;
o Temperatura de ignição (ou auto-inflamação): temperatura mínima à qual uma
mistura (gás/vapor - ar) se inflama espontaneamente;
o Limite Inferior de Inflamabilidade (ou de Explosividade) (LII): de um gás ou vapor no
ar é a sua concentração mínima em volume na mistura (gás/vapor - ar) acima do qual
pode haver inflamação;
o Limite superior de Inflamabilidade (ou de Explosividade) (LSI): de um gás ou vapor no
ar é a sua concentração mínima em volume na mistura (gás/vapor - ar) abaixo do
qual pode haver inflamação.

VALORES LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA ALGUNS GASES VAPORES E PARTÍCULAS


Valor Limite de
SUBSTÂNCIAS Exposição
(VLE)
ppm mg/m3 Obs

ACETONA 750 1780 -


ÁCIDO NÍTRICO 2 5 -
ÁLCOOL ETÍLICO 1000 1900 -
ÁLCOOL METÍLICO 200 260 P
BENZENO 10 30 C

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BUTANO 800 1900 -


ÉTER ETÍLICO 400 1200 -
GASOLINA 300 900 -
SF6 (Hexafluoreto 1000 6000 -
de enxofre)
n-HEXANO 50 180 -
HIDRÓXIDO DE - 5 -
CÁLCIO
MONOXIDO DE 50 55 -
CARBONO
PROPANO 1000 1800
TEREBENTINA 100 560 -
(Aguarrás)
FUMOS DE - 5 -
SOLDADURA
Solvente WHITE 100 525 -
SPRIT
ANIDRIDO 2 5 -
SULFUROSO
ANIDRIDO 5000 9000 -
CARBÓNICO
o Valor Limite de Exposição (VLE): concentrações que representam as condições às
quais se julga que a quase totalidade dos trabalhadores possa estar exposta, sem
efeitos prejudiciais para a saúde;
o P - indica que são necessárias medidas de prevenção que impeçam a absorção
cutânea;
o C - indica acção cancerígena reconhecida ou suspeita.

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5 FOTOS

6 EPC 7 EPI

• Medidas de informação, sensibilização e • Calçado de segurança com protecção


formação; mecânica ou Calçado de segurança com
• Extinção portátil (se aplicável); protecção mecânica, impermeável;
• Lanternas portátil; • Capacete de segurança com franquelete
(Avaliar necessidade);
• Cones ou flat cones sinalizadores (ET 6);
• Vestuário de alta visibilidade/reflector ou
• Fita sinalizadora, anteparos ou barreiras;
Colete reflector;
• Linha de vida e seus acessórios de acordo
• Luvas de protecção mecânica;
com “Manual de Trabalhos e Resgate em
Altura – EDA” (Avaliar necessidade); • Detector de gás com alarme (Avaliar
necessidade);
• Equipamento de medição de gases (Se
aplicável); • Arnês com cinto/sistema de pára-
quedas/sistema anti-quedas de acordo
• Ventilação mecânica.
com “Manual de Trabalhos e Resgate em
Altura – EDA” (Avaliar necessidade).

8 RISCOS

• Afogamento (avaliar face à localização da tarefa);


• Asfixia;
• Atropelamento;
• Choque com objectos;
• Electrização ou electrocussão;
• Entalamento;

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• Explosão;
• Exposição a ambientes quentes;
• Exposição ao ruído;
• Golpe, perfuração e/ou corte;
• Inalação de poeiras;
• Incêndio;
• Intoxicação;
• Irritação;
• Postural;
• Queda ao mesmo nível;
• Queda de objectos;
• Queda em altura;
• Sobreesforços;
• Soterramento;
• Biológico.

9 MEDIDAS PREVENTIVAS

• Gerais
o Analisar o trabalho a efectuar em função das condições climatéricas;
o Validar a habilitação profissional para a tarefa a executar;
o Validar periodicamente a existência de formações para a tarefa a executar;
o Assegurar que a composição da equipa é adequada às tarefas a executar;
o Todos os equipamentos e materiais utilizados na tarefa, incluindo EPI´s e EPC´s
devem ser certificados;
o O trabalho em espaço confinado só pode ser executado com pelo menos 2
trabalhadores. O trabalhador que entra no espaço confinado deve contar com
elementos de ajuda no exterior, incluindo a vigilância de um trabalhador instruído. Em
caso de emergência este deve detectá-la de imediato e promover o resgate rápido do
trabalhador;
o Todos os trabalhadores envolvidos no trabalho devem conhecer os perigos que
poderão aparecer no local de trabalho e estar treinados no uso dos equipamentos
para a detecção e controlo dos perigos;
o Ter em atenção situações em que os trabalhadores possam não estar fisicamente ou

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psiquicamente em condições para trabalhar em espaços confinados;


o Impedir que pessoas estranhas ao trabalho entrem na zona de trabalho delimitada
que inclui o espaço ou o acesso ao espaço confinado;
o Informar da proibição de fumar dentro ou perto dos acessos a espaços confinados;
o Em qualquer local de trabalho caracterizado como espaço confinado devem ser
sempre tomadas precauções para evitar uma insuficiência de oxigénio e a presença
de gases tóxicos e vapores inflamáveis;
o Para efeitos de protecção, qualquer espaço confinado que não pode isolar-se
completamente de um processo capaz de desprender gases ou vapores prejudiciais,
deve ser tratado como se realmente os contivesse;
o Todas os trabalhos a realizar em espaços confinados só poderão ter início depois de
sido obtida uma autorização de trabalho para a correspondente entrada;
o A autorização deve conter, nomeadamente:

- a identificação do espaço confinado;

- a natureza do trabalho;

- a identificação dos perigos e as respectivas medidas de segurança para os


controlar, antes da entrada dos trabalhadores e durante a sua permanência no
espaço confinado;

- a identificação dos intervenientes, incluindo de quem autoriza a realização do


trabalho e de quem autoriza a entrada dos trabalhadores no espaço confinado.
o No local o responsável de trabalhos, juntamente com os trabalhadores que vão
trabalhar no espaço confinado, proceder à comparação entre os resultados de todas
as medições feitas com os valores limites indicados, só depois de assegurar que os
perigos não existem ou estão devidamente controlados o responsável de trabalhos
autoriza a entrada dos trabalhadores;
o Enquanto estiverem trabalhadores dentro do espaço confinado, se existir a
possibilidade de vir a ocorrer a insuficiência de oxigénio e/ou o aparecimento de
gases tóxicos ou inflamáveis a monitorização deve ser feita de forma contínua;
o O trabalhador deve contar com iluminação adequada para trabalhar no espaço

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confinado. Deve ter à mão uma lanterna portátil para o caso de não existir ou falhar a
iluminação normal;
o Se o espaço confinado tem abertura superior, o trabalhador deve estar equipado com
um arnês antiquedas e uma corda linha de vida.
o Não voltar a entrar no espaço confinado por qualquer razão depois de ter sido
completado o trabalho. Isto só deve acontecer com autorização do responsável de
trabalhos, depois de verificar que a atmosfera não se tornou perigosa e que o
trabalhador que entra usa dispositivos de protecção respiratória e de escape
adequados;
o Tomar as precauções adequadas antes de tentar resgatar uma vítima no interior do
espaço confinado, por exemplo usar uma máscara de respiração autónoma, um arnês
com a corda linha de vida (nunca supor que consegue, sustendo a respiração, entrar
num espaço confinado sem ventilação por um curto espaço de tempo, sem usar a
protecção respiratória adequada);
o Não utilizar solventes no interior do espaço confinado.

• Monitorização e controlo de atmosfera


o Proceder ao levantamento da atmosfera do espaço confinado. Fazer a identificação e
avaliação de cada um dos agentes químicos que possam estar presentes (de fora
para dentro);
o Os testes devem ser realizados antes de entrar e de forma contínua enquanto o
trabalhador está num local em que exista a possibilidade de vir a ocorrer a
insuficiência de oxigénio e/ou o aparecimento de gases tóxicos ou inflamáveis;
o O nível de oxigénio deve estar compreendido entre 19,5% e 23,5%;
o O nível de concentração de gases/vapores inflamáveis não deve exceder o Limite
Inferior de Inflamabilidade (LII);
o As concentrações das substâncias tóxicas devem ser inferiores aos respectivos Valor
Limite de Exposição (VLE ou TLV);
o Se durante a realização dos trabalhos algum dos valores limites fixados for atingido,
os trabalhos devem ser suspensos e todos os trabalhadores devem imediatamente
abandonar o local.

• Purga e ventilação do local

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o Se os resultados da avaliação indicam que existem contaminantes perigosos na


atmosfera do espaço confinado, é necessário purgar o espaço para eliminar os
agentes perigosos, para que o trabalhador possa entrar sem perigo. Deve haver o
cuidado de assegurar que a purga foi feita em todas as partes do espaço, incluindo as
tubagens;
o Ter em atenção que a máscara de protecção respiratória com filtro contra partículas e
gases tóxicos não torna o ar puro em caso de falta de oxigénio;
o No caso de poderem existir vapores inflamáveis deve haver muito cuidado para
prevenir a acumulação de electricidade estática. Entre as medidas preventivas
incluem-se uma adequada ligação equipotencial à terra dos equipamentos utilizados
para purgar e ventilar o espaço.

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