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enigma contemporâneo
A PRECARIZAÇÃO ESTRUTURAL DO TRABALHO NA CIVILIZAÇÃO DO CAPITAL EM
!"#$% o precariado como enigma contemporâneo
núcleo constitutivo do sistema de sociometabolismo ,&$%+3" !" 6,&" &%6,6-&)*+" Z!9X=!-1" !2.$+" !" 6,"
do capital (MÉSZÁROS, 2002), atuando, de formas 2+=+"#& $*+" !"#$!%&$'(&)*+" &"7+$)&"06,&2&"56!"
!3#!%XG%&3" !" #!%6-'&$!31" 2+3" '7!$!2.!3" ,+,!2.+3" trabalha. Este revolucionamento homem-técnica,
de desenvolvimento da civilização do capital. !7!.'=& +" #!-+" 4f>>>g" %&#'.&-<,I56'2&1" ='3&" %+23.'.6'$"
Logo, o alardeado regresso do Estado é 6,"2+=+"2!9+"#3'%+7X3'%+"!",!.&/+-'3,+"3+%'&-"56!"
um falso regresso, ou melhor dizendo, encarna o permita a constituição de homens com pensamentos
paradoxo do regresso sem partida (CARVALHO, mais conformistas.” (ALVES, 2013, p. 24). Desse
2010). A rigor, a proclamação de tal regresso não é ,+ +1" %+," &" ,&56'2&7&.6$&" %+23.'.6'<3!" +" homo
senão a volta do Estado ao centro da cena pública, tecnologicus, a encarnar a ciberhominização. Repõe-
a partir do desmonte da mitologia neoliberal do livre 3!1"26,"#-&2+"='$.6&-1"&",I56'2&"%+,+"'23.$6,!2.+"!"
mercado a regular a vida social. +"0+,!,"%+,+"=';'&" &",I56'2&\"
?"56!3.*+" !%'3'=&"!,"#&6.&"@"&"'2%&#&%' & !"
!3.!"2!+S!R2!3'&2'3,+1"='&"'2.!$=!2)*+"G2&2%!'$&" V&"=!$ & !1".!2 +"!,"='3.&"56!"3!".$&.&"
maciça do Estado e das instituições globais, para de reposição meramente virtual, isto é,
resolver a crise. A rigor, novas regulações do posição de possibilidades contraditórias
%&#'.&-'3,+"e"%+,+"56!$!," !.!$,'2& +3"+$;&2'3,+3" contidas na nova base técnica, o novo
internacionais e proclamam ideólogos do capital – 0+,!," 56!" 36$;!" %+,+" o0+,!,"
tecnológico` é um feixe de contradições
não constituem alternativa de solução para essa
reais (o virtual é um modo de ser do real
crise global do sistema do capital na condição de efetivamente contraditório). (ALVES,
uma crise sistêmica. Assim, os detentores do capital 2013, p. 26).
!"+3".$&/&-0& +$!3"3*+"%+27$+2.& +3"D"'2!G%I%'&" &3"
medidas institucionais de enfrentamento da crise
Adentrando nesta nova forma de produção
!3.$6.6$&-" +"%&#'.&-"56!"3!" !3-+%&"!"3!"&#$+762 &1"
3+%'&-" +"%&#'.&-1"%+236/3.&2%'& &"2&",&56'2&7&.6$&1"
revolucionando a morfologia social do trabalho.
%+23.&.&<3!" 56!1" !," 36&" 2+=&" .!,#+$&-' & !"
A rigor, uma dimensão chave da crise estrutural
histórica, o sistema do capital, com a mediação
e sistêmica do capital é a corrosão do trabalho, com
da ciência e da tecnologia, vai prescindindo da
fortes expressões em nações europeias, atingidas
presença física e do próprio saber e do próprio fazer
nos circuitos da crise, nos Estados Unidos e com
do trabalhador, com o predomínio das chamadas
fortes repercussões no mundo do trabalho em
máquinas inteligentes, nos circuitos cibernético-
!3%&-&";-+/&->"Y"2!3.!"%!2I$'+"56!"3!"&G$,&1"%+,+"
informacionais, incorporadas a redes digitais.
fenômeno contemporâneo, a precarização estrutural
Gesta-se, assim, o crescimento e a ampliação da
do trabalho, a consubstanciar uma
precariedade laboral, materializada no desemprego
[...] nova forma de precarização do e nos múltiplos processos de precarização, a
.$&/&-0+1"56!"#!$#&33&"&3"!9#!$':2%'&3" alastrar-se no conjunto da classe trabalhadora, em
vividas de trabalhadores e trabalhadoras seus distintos segmentos e diferentes categorias
2&"36&"=' &"%+.' '&2&"!"56!" '("$!3#!'.+" #$+G33'+2&'3>"
D" !3.$6.6$&" &" #$C#$'&" #$I9'3" 06,&2&>" Graça Druck (2009), no intuito de captar, com
(ALVES, 2013, p.10). mais precisão, modalidades de precarização em
curso no mundo do trabalho na contemporaneidade
2 PRECARIZAÇÃO ESTRUTURAL DA FORÇA +" 3'3.!,&" +" %&#'.&-1" %&.!;+$'(&" %'2%+" .'#+3" 56!"
2.5&3&' M.$' -!&1&/2&% marco da nova delineiam vias de investigação: precarização das
temporalidade histórica do sistema do capital no formas de mercantilização da força de trabalho;
século XXI precarização da organização e das condições de
trabalho; precarização das condições de segurança
Hoje, sem paralelos em toda a era moderna, no trabalho; precarização das condições de
acirra-se, na civilização contemporânea do capital, representação e organização sindical; precarização
a contradição circunscrita por Marx, nos Grundrisse do processo de construção das identidades individual
[1857-1858] (2011): a crescente substituição do e coletiva."Y"#$!%'3+"!27&.'(&$"56!"!3.&"#$!%&$'(&)*+"
trabalho vivo de homens e mulheres pelo trabalho laboral ampliada adentra os diferentes domínios
morto1" +/J!.'=& +" 2&3" ,I56'2&3>"?" $';+$1" +" 3'3.!,&" da vida, capturando a própria subjetividade dos
+" %&#'.&-1" &+" &#$+#$'&$<3!" &3" %+256'3.&3" &" homens e mulheres trabalhadores(as), nesta nova
^!=+-6)*+"m@%2'%+<F'!2.XG%+<B27+$,&%'+2&-5, efetiva ordem do capital. Assim, a precarização do trabalho
o revolucionamento do homem-e-da-técnica, ou, 56!" +%+$$!" 0+J!1" 2+" 3@%6-+" AAB1" 3+/" +" %&#'.&-'3,+"
o revolucionamento da própria relação homem- global, seria não apenas precarização do trabalho,
.@%2'%&1" %+23.'.6'2 +" +" 56!" n'+=&22'" ?-=!3" ]KLMNk" no sentido da força-de-trabalho como mercadoria,
conceitua de maquinofatura, como terceira forma mas seria também a precarização do homem-que-
de produção social do capital6, circunscrevendo o trabalha, no sentido de precarização existencial,
novo (e precário) mundo do trabalho, ao longo dos atingindo o homem como ser genérico. Com efeito,
trinta anos perversos do capitalismo global, nos .!,<3!"6,&"#$!%&$'(&)*+"56!"3!"&,#-'&"!"3!" '762 !1"
capitalismo global, emerge e constitui-se a nova ?33',1" +" #$!%&$'& +" %+2G;6$&<3!" !,"
camada social da classe trabalhadora: o precariado, grupos de juventudes frustradas e revoltadas
a manifestar-se, com intensidade e amplitude, nos 56!" 3!" '33!,'2&," ,62 +" &7+$&1" 3+/$!,+ +" 2+3"
considerados países capitalistas centrais, com países capitalistas globais, nos circuitos da crise,
!3.&56!" #&$&" b2'*+" c6$+#!'&1" c3.& +3" b2' +3" 62'G%& +3" #!-&" '23!;6$&2)&1" #!-+" ,! +1" $'3%+" !"
!" q&#*+>" ?" $';+$1" +" #$!%&$'& +" @" 6," !2';,&" 56!" desencantamento e pela indignação a expressar-se
permeia o sistema do capital em crise a interpelar a de forma crescente. Este precariado encarna o perigo
imaginação dialética. O precariado é a multidão da de uma Bolha Educacional Global (STANDING,
!$&" +"%&#'.&-'3,+";-+/&-1" +"%&#'.&-'3,+"Z!9X=!-"56!" 2013; ALVES, 2013): milhões de jovens-adultos
marca as últimas décadas do século XX, adentrando %+," 2X=!'3" !-!=& +3" !" 56&-'G%&)*+" #$+G33'+2&-1"
2+" 3@%6-+" AAB" %+," Z!9'/'-' & !" !3 +/$& &1" &" 56!" .'=!$&," 3!63" 3+20+3" !" '23!$)*+" 3&-&$'&-"
assumir novas proporções, intensidade e amplitude. frustrados pela nova dinâmica do capitalismo global,
?" $';+$1" 56!," @" !3.!" #$!%&$'& +" !" %+,+" encarnando a frustração com a educação como via
se circunscreve no cenário contemporâneo, na de inserção no mundo do trabalho.
condição de uma camada social de classe? É esta Em verdade, este precariado é uma
6,&"56!3.*+"#$!-','2&$"&"$!,!.!$"&"6,&" !3%$')*+" expressão peculiar, no contexto das juventudes, do
!"&.$'/6.+3" !"=' &1"&"6,&"%+2G;6$&)*+" !".$&)+3" %$!3%!2.!" %+2.'2;!2.!" !" .$&/&-0& +$!3" 36#@$Z6+3"
históricos no plano da existência social. Senão – a chamada população sobrante"&".!2.&$"!56'-'/$&$<
vejamos! se no .*+ #%+ "%1%&4% das exclusões e inclusões
São milhões de trabalhadores jovens-adultos #$!%I$'&3" e" ;!3.& +" #!-+" 3'3.!,&" +" %&#'.&-" 56!1"
com alta escolaridade, desempregados ou inseridos como contradição em processo, nesta sua nova
!,"%+2.$&.+3" !".$&/&-0+"#$!%I$'+3"56!".$&23'.&," !" temporalidade histórica, atingiu um estágio em
6,&" +%6#&)*+" &" +6.$&1" 56&3!" 3!,#$!" %+," /&'9+3" 56!" @" 2!%!33I$'+" !9#6-3&$" %!2.!2&3" !" ,'-0E!3"
salários, sem projetos de vida e perspectiva de futuro. de homens e mulheres do próprio processo de
É uma multidão de jovens proletários assalariados, .$&/&-0+1" .+$2&2 +<+3" 36#@$Z6+3" &+" 3!6" ,+ +" !"
vinculados a camadas médias, com níveis elevados funcionamento e revelando-se incapaz de incluir esta
!" 56&-'G%&)*+" #$+G33'+2&-1" !2.$&2 +" !" 3&'2 +" população sobrante, condenando, assim, amplos
de empregos precários, a viver em situação de %+2.'2;!2.!3" !".$&/&-0& +$!3"D"$! 62 P2%'&"3+%'&-"
insegurança econômica e social, sem identidade ]F?^_?`Wa1" KLMK&k>" c" +" .+$2&$<3!" 36#@$Z6+" #&$&"
ocupacional, sem garantia de direitos e tomados juventudes, na condição de um exército global de
pelo sentimento de ansiedade perante o futuro. É excedentários, imersos na insegurança do presente
uma camada da classe trabalhadora em construção, e sem perspectivas de futuro, constitui uma enfática
a vivenciar a precarização do trabalho e da própria autocondenação do próprio sistema do capital,
vida, precisamente nesta articulação contemporânea desvelando a natureza estrutural da sua crise
entre faixa geracional (jovens-adultos), grau (MÉSZÁROS, 2009).
educacional (alta escolaridade) e forma de inserção De fato, o
no trabalho e no mundo social (precarizada, instável
e insegura)(ALVES, 2012a; 2013a; 2013b; 2013c). “[...] surgimento e ampliação do
No mundo do capital em seu tempo histórico precariado expõe a verdadeira natureza
da crise estrutural, isto é, a contradição
de crise estrutural, o proletariado circunscreve uma
radical entre desenvolvimento das forças
coletividade de despojados1" 3!2 +" ' !2.'G%& +31" produtivas e irrealização estrutural das
no caso da Geração à Rasca de Portugal, como a promessas civilizatórias do capital”
Geração Sem-Sem: sem trabalho, sem casa, sem (ALVES, 2013a, p.196).
acesso a direitos... ou, então, como na condição
dos Indignados, na Espanha, como a Geração Ni- Assim, o precariado, ao dar visibilidade
Ni: ni estudia, ni trabaja>"c2G,1"3!$"#$!%I$'+1"2!3.!" %&2 !2.!" D" %+2 ')*+" !" #$+-!.&$'! & !1" %+,+"
,62 +" +" .$&/&-0+" Z!9X=!-1" '23.I=!-1" ,&$%& +" #!-&" condição existencial a universalizar-se no mundo
-'56' !("!"#!-&"$& '%&-"'23!;6$&2)&1"@".!$"6,"76.6$+" social do capital em processo de crise estrutural,
continuamente hipotecado, com a impossibilidade &G$,&<3!" %+,+" &" !9#$!33*+" 3+%'&-" 36#$!,&"
de fazer planos, vivendo imerso no dia a dia, no aqui do estranhamento, aviltando e dilacerando o
e no agora1" 56&3!" 2+" 0+$&<&<0+$&" ]?`_cH1" KLMK&l" desenvolvimento da personalidade humana de
2013a). Em verdade, tem-se em curso um novo modo ,'-0E!3" !" J+=!23<& 6-.+3" 56!" 3!" #!$%!/!," 3!,"
de controle sociometabólico do capital, operando rumo, sem perspectiva e sem projeto de vida, em
fraturas salientes na experiência do tempo social, meio a uma crescente precarização existencial.
7&(!2 +" !,!$;'$" +" 7!2r,!2+" &" #$!3!2.'G%&)*+"
%$r2'%&"56!"&.'2;!"7+$.!,!2.!"+"#$!%&$'& +>"h'-0E!3" N'(!$ &!"&0,%'&G2&-1" +"56!"3!".$&.&s
de trabalhadores jovens-adultos, vivem numa
espécie de presentismo contínuo, sem uma relação O precariado, a mundializar-se no século
+$;P2'%&"%+,"+"#&33& +"#[/-'%+" &"@#+%&"!,"56!" XXI, ganha visibilidade no cenário contemporâneo,
vivem e sem perspectiva de futuro. &G$,&2 +" &" 36&" %+2 ')*+" !" #$+-!.&$'! & !1"
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6
Giovanni Alves (2013, p. 23), ao tomar, como
NOTAS
referência, a demarcação de Karl Marx, no livro I de
1 O Capital, das duas formas históricas de produção
_%&6,A.)%#4 .I#&"#$%&(.!*%)"&.,A"A.I#%#$"*,("3,6!%#
social do capital – manufatura e grande indústria
mundializado, na imbricação dialética do modo de
– sugere, como terceira forma social da produção
produção e do modo de vida, constitui um regime
A%# $"*,("3I# %# 4 .# A.&%!,&"# A.# maquinofatura. E,
civilizacional, a estender a lógica do capital aos
.6$3").$.# 4 .I# &"# "&b3,6.# !")T,"&"I# %# *%&(%# A.#
A,`.).&(.6# A%!a&,%6# A"# B,A"# 6%$,"3I# !.6!%# -4 .3.6#
partida do revolucionamento do modo de produção
4 .I# % ()%)"I# A,>$,3!.&(.# 6.),"!# $%&$.7,A%6# $%!%#
capitalista na manufatura é a força de trabalho e já
capitalistas: religião, relações afetivas, concepção do na grande indústria é o meio de trabalho, ou seja, a
(.!*%#3,B).I#"B"3,"U[%#A%#!K),(%#$,.&(a>$%#.#"B"3,"U[%# (K$&,$"2#C66,!I#6 6(.&("#C3B.6#d:;<]I#*2#:]g#4 .I#6%7#
moral dos comportamentos. "6# $%&A,UV.6# A%# 4 .# $\"!"# i(.)$.,)"# !%A.)&,A"A.#
A%# $"*,("3I# %# *%&(%# A.# *")(,A"# A"# !"4 ,&%`"( )"#
2
Uma discussão sobre a natureza da crise estrutural do [...] não é o revolucionamento da força de trabalho
capital no século XXI, seus elementos determinativos (como na manufatura), nem o revolucionamento
e sua dinâmica interna nos circuitos da acumulação da técnica (como na grande indústria), mas sim o
rentista encontra-se consubstanciada no texto da revolucionamento do homem-e-da-técnica, ou o
Mesa Temática Coordenada !"#$%&'()*+!,- .#- revolucionamento da própria relação homem-técnica.”
Estado e das Políticas Públicas no contexto da crise
estrutural do capital, de autoria de Alba Carvalho, 7
Uma chave analítica decisiva é ter clareza da distinção
Alcides Gussi e Carlos Américo Moreira, apresentada entre a categoria condição de proletariedade e o
na V Jornada Internacional de Políticas Públicas, no conceito de classe social. Esclarece Giovanni Alves
período de 23 a 26 de agosto de 2011. 4 .# ij222k# $3"66.l# A,c# ).6*.,(%# "%# 6 '.,(%# \,6(+),$%I#
capaz de ação social e política, em si e para si (e
3
# P6(Bb&#EK6cb)%6#d:;;ef#:;<]g#6 6(.&("#4 .#.6("#$),6.# para além de si), capaz de ´negação da negação` da
.6() ( )"3# A%# 6,6(.!"# $%!%# !# (%A%# h# 4 .# K# %# 4 .# alienação e suas múltiplas determinações; a ´condição
A.>&.# %# "( "3# *.)a%A%# \,6(+),$%# h# .6(b# B,&$ 3"A"# "%# de proletariedade` designa a condição existencial
>&"3# A%6# "&%6# <e?;I# "*)%` &A"&A%56.# A.6A.# .&([%I# objetiva historicamente constituída pelo modo de
a exigir mudanças estruturais para uma solução *)%A U[%#A%#$"*,("3#.#&%#,&(.),%)#A"#4 "3#*%A.#d% #&[%g#
duradoura possível. se constituir o sujeito histórico de classe”. Assim, estar
imerso na condição existencial do proletariado não
4
Nesta perspectiva, Giovanni Alves (2013), em seu 6,8&,>$"# &.$.66"),"!.&(.# *.)(.&$.)# -# $3"66.# 6%$,"3#
livro de 2013 de ensaios críticos, intitulado Dimensões A%# *)%3.("),"A%2# R,8&,>$"I# 6,!I# B,B.&$,")# "# $%&A,U[%#
.)-/(!")(01)*2#-.#-3()4)56#-7-8$,)0#,-.!-9#"0#5#&0)- de alienação e estranhamento social da ordem do
Política, apresenta um sistema categorial novo capital, no sentido do trabalho estranhado e da vida
para tratar do novo (e precário) mundo do trabalho 6%$,"3#.6()"&\"A"I#6 7'"$.&(.#-#*)%A U[%#A%#$"*,("32#