Você está na página 1de 26

ÍNDICE:

Introdução ............................................................................................................... 3
Multiplexação ......................................................................................................... 4
Tecnologia PDH ..................................................................................................... 5
Princípio de Funcionamento ............................................................................ 5
Hierarquia ........................................................................................................ 7
Rede PDH ........................................................................................................ 8
Formato Físico ................................................................................................. 8
Vantagens ....................................................................................................... 9
Desvantagens ................................................................................................... 9
Tecnologia SDH .................................................................................................... 10
Como e porque surgiu .................................................................................... 10
Características SDH ....................................................................................... 10
Taxas de Transmissão .................................................................................... 11
Estrutura generalizada do quadro STM-1 ..................................................... 11
Trama STM-1 em SDH ................................................................................. 12
Elementos básicos de uma rede SDH ............................................................ 14
Arquiteturas da rede SDH ............................................................................. 15
Os Contentores na rede SDH ........................................................................ 17
O Contentor Virtual ...................................................................................... 19
Estrutura de multiplexagem da rede SDH ..................................................... 20
Estrutura de uma trama STM-4 .................................................................... 21
A rede SDH vista a diversos níveis ............................................................... 22
Desvantagens da rede síncrona ..................................................................... 24
Vantagens da rede síncrona .......................................................................... 24
Formato Físico ............................................................................................. 25
Relação SDH x PDH ........................................................................................... 25
Conclusão ............................................................................................................ 26
Referências Bibliográficas..................................................................................... 27
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

INTRODUÇÃO:

Esse trabalho visa mostrar as tecnologias PDH e SDH. Essas hierarquias são utilizadas
em equipamentos de rádio, fibra óptica, transmissão via satélite e outros.

Assim, mostraremos, de forma simplificada, um pouco dessas duas tecnologias, suas


vantagens e desvantagens e seu tipo de aplicação, princípio de funcionamento. Também
descreveremos alguns conceitos técnicos obtidos através da bibliografia depois mencionada e
dos profissionais que trabalham nessa área.

É esperado, com esse trabalho, que ele possa servir de tutorial e consiga ajudar a
esclarecer os conceitos e características básicas dessas duas hierarquias.

2
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Multiplexação:

Primeiro será explicado como ocorre a multiplexação (FDMA), utilizada tanto em


PDH como SDH:

O processo de multiplexação consiste na conversão paralelo série de sinais. Supondo


que tenhamos 4 sinais digitais que variam aleatoriamente no tempo com freqüência de 100Hz, a
multiplexação juntaria estes 4 sinais num novo sinal digital de não mais 100Hz, mas de 400Hz.
No intervalo de tempo em que apenas um bit era transmitido em um dos quatro sinais iniciais,
agora 4 bits são transmitidos no sinal multiplexado, sendo que o primeiro bit pertence ao
primeiro sinal de entrada, o segundo bit pertence ao segundo sinal de entrada, o terceiro bit
pertence ao terceiro sinal de entrada e finalmente o quarto bit pertence ao quarto sinal de entrada,
como na figura abaixo:

No sistema telefônico, juntou-se 32 sinais de 64Kbit/s em um único sinal de


2048Kbit/s com o uso de multiplexadores. Com essa técnica é possível transmitir
simultaneamente 32 conversas telefônicas num único meio de transmissão. Logo, novas
multiplexações podem ser realizadas, juntando vários sinais de 2Mbit/s em um novo sinal
multiplexado em freqüência ainda maior. Dessa maneira podem haver vários níveis de
multiplexação e demultiplexação.
Para que a multiplexação de vários sinais seja perfeita é necessário que todos os sinais
de entrada tenham exatamente a mesma freqüência e a mesma fase. Por sua vez, o multiplexador
também precisa ter uma freqüência de leitura exatamente igual ao número de entradas
multiplicado pelo valor nominal da freqüência das mesmas. Devido a diversos fatores como
desgaste do equipamento, temperatura de operação, imprecisão de osciladores e mesmo a
variação de fabricante para fabricante, os sinais que chegam às entradas de um multiplexador
nem sempre têm a mesma freqüência e a mesma fase. Tal fato pode acarretar na perda de
informações e na invalidade de uma transmissão.

Suponhamos que na entrada do multiplexador, da figura acima, o primeiro sinal seja


maior que 100Hz, o segundo seja menor que 100Hz e os dois últimos sejam exatamente 100Hz.
O multiplexador ira comutar as entradas de leitura a uma razão de 400 vezes por segundo. Já que
a primeira entrada tem uma velocidade de comutação maior que a esperada, o multiplexador vai
ler um bit e vai para as próximas entradas. Quando tornar a ler a primeira entrada, em vez de ler
o segundo bit, ele pode acabar lendo o terceiro ou o quarto bit da seqüência e o segundo bit
acabará sendo perdido. Com o segundo sinal da entrada ocorre o contrário. Por ser menor que
100Hz, o multiplexador acaba lendo duas vezes o mesmo bit. Somente o terceiro e quarto sinais
serão transmitidos corretamente.

3
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

TECNOLOGIA PDH (Plesiochronous Digital Hierarchy):

Princípio de Funcionamento:

A solução encontrada para solucionar o problema da falta de sincronismo dos sinais de


entrada do multiplexador foi usar a multiplexação plesiócrona (quase síncrono). A palavra
plesiócrona vem do grego:
PLESÍOS (QUASE) + KRONOS (TEMPO)
O funcionamento do multiplexador plesiócrono está baseado numa memória chamada
memória elástica. Esta memória pode ser imaginada como uma fila circular. Uma fila é uma
memória do tipo FIFO (First In, First Out), em que o primeiro elemento a entrar é o primeiro a
sair. A figura abaixo ilustra o esquema de uma memória elástica:

Em linhas gerais, o multiplexador plesiócrono pode ser imaginado como um


multiplexador comum, mas que possui uma memória elástica em cada uma de suas entradas.
Cada sinal de entrada é então gravado na memória elástica com a mesma velocidade com que
chega. O multiplexador, por sua vez, lê o conteúdo da memória sempre na mesma velocidade.

4
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Como a memória elástica evita a perda de informação devido às diferenças entre as freqüências
de leitura/escrita, o multiplexador não corre o risco de perder ou repetir algum bit.
A figura 3 mostra o esquema de um multiplexador plesiócrono que recebe 4 entradas
de 2048 Kbit/s e produz uma saída de 8448Kbit/s.

Podemos observar que o sinal de saída do multiplexador plesiócrono neste nível da


hierarquia não tem exatamente um valor igual ao número de entradas multiplicado pelo valor
nominal da freqüência esperada. O sinal de saída tem uma freqüência igual a 8448 KHz, ou seja,
o sinal de saída é de 8448Kbit/s. Vemos então que a freqüência de leitura das memórias elásticas
é ¼ de 8448, o que resulta em uma freqüência de 2112KHz.
A freqüência de 2212KHz é gerada através da divisão por 4 de um sinal de 8448KHz
gerado por um relógio (sinal de clock). O sinal de 8448KHz alimenta o multiplexador para que
este gera o sinal de saída na mesma freqüência. O sinal de 2112KHz alimenta um gerador de

5
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

endereço de leitura, que diz qual o próximo endereço da memória elástica será lido pelo
multiplexador. Como a freqüência de leitura da memória elástica é superior a freqüência de
escrita (que tem que estar em torno de 2048KHz), haverá um momento em que o ponteiro de
leitura irá se aproximar do de escrita e poderá mesmo ultrapassá-lo, fazendo com que uma
informação inválida seja transmitida. Para solucionar este problema, existe um comparador que
verifica constantemente a diferença entre os endereços de leitura e escrita, este último gerado
através do sinal de entrada. O resultado do comparador é enviado ao multiplexador. Quando o
ponteiro de leitura se aproxima do de escrita, o multiplexador envia um sinal a um chave
eletrônica que existe entre o gerador de endereço de leitura e o gerador de sinal de 2112KHz,
fazendo com que a mesma interrompa a ligação entre ambos. Desta maneira o gerador de
endereço de leitura não será atualizado e o ponteiro de leitura não irá ultrapassar o de escrita. Em
conseqüência da não leitura de um bit, não haverá informação válida para ser transmitida, o que
o multiplexador faz então é enviar um bit de JUSTIFICAÇÃO POSITIVA. Torna-se claro que o
demultiplexador que receber o sinal contendo a justificação positiva, terá que saber que tal existe
e eliminá-la para recompor a informação original. Para avisar ao demultiplexador que existem
bits de justificação, o multiplexador envia códigos especiais junto com a informação transmitida.
Como os sinais que chegam aos multiplexadores plesiócronos podem variar, foram
definidos limites para esta variação, para permitir a interconexão de equipamentos. O TSB
(Telecommunication Standards Bureau) criou as recomendações para os limites de variação.
Para a hierarquia CEPT (Conference Européenme des Administrations des Postes et
Telecommunications) vale a recomendação G.703 que especifica os seguintes limites:

Taxa de bits nominal em Kbit/s  Variação máxima permissível em partes por milhão (PPM) 
64  64 ± 100 ( 64 ± 100.10-6) 
2048  2048 ± 50 ( 2048 ± 50.10-6) 
8448  8448 ± 30 ( 8448 ± 30.10-6) 
34368  34368 ± 20 ( 34368 ± 20.10-6) 
139264  139264 

Hierarquia:

JAPÃO USA BRASIL /


EUROPA
397 Mbit/s 5a hierarquia
x4

97 Mbit/s 274 Mbit/s 139,264 Mbit/s 4a hierarquia


x 3 x 6 x 4

32 Mbit/s 44 Mbit/s 34,368 Mbit/s 3a hierarquia


x5 x 7 x 4

6,312 Mbit/s 6,312 Mbit/s 8,448 Mbit/s 2a hierarquia


x 4
x4 x4
REDE PDH:
2,048 Mbit/s 1a hierarquia
1,544 Mbit/s
6
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

34 Mbps
140 140
F.O. F.O.
34 34

DEMUX MUX

8 Mbps
Equipamento 34 34
adaptador de
transmissão 8 8

DEMUX MUX

2 Mbps
8 8

2 2

DEMUX MUX


PABX 
Cliente

Neste sistema, para retirar um canal de voz de 64 kbps de um sinal de 140 megabits/s ,
por exemplo, é primeiro necessário demultiplexar de 140 para 34 megabits/s, depois de 34 para 8
megabits/s, de 8 para 2 megabits/s, e finalmente de 2 megabits para os 64 kbps pretendidos.

Formato físico:

Visão frontal de um equipamento PDH


Vantagens:
7
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

 A principal vantagem da hierarquia PDH é o baixo custo em relação ao SDH.

 Outra vantagem é a não necessidade de gerência, a qual tem um custo muito elevada.

Desvantagens:

 Conforme evidenciado na ilustração da rede PDH, para conseguir um enlace E1 (2Mbps), é


necessário demultiplexar desde o enlace de 140Mbps, onde é feita uma demultiplexação
sucessiva até o ponto em que é retirado o enlace desejado, e depois para seguir caminho é
feita a multiplicação de tudo novamente. Essa multiplexação/demultiplicação toma parte
devido à inserção de bits de justificação. Com isso, torna-se impossível determinar
exatamente onde os bits do enlace E1 estão.

 Inserir ou retirar um canal de 2Mbps não é tarefa simples e barata; foram necessários, no
diagrama da rede PDH, três demultiplexadores e três multiplexadores. Sem contar sistemas
de energia para que os novos equipamentos fossem interligados, e a energia gasta em
agendar tudo isso.

 Controle é outro problema associado a grandes quantidades de equipamentos Multiplex. Um


enlace E1 pode percorrer grande quantidade de rotas, dentro da rede, até chegar ao seu
destino. A única maneira de garantir que será possível, numa eventualidade, acompanhar
essa rota, é manter registros atualizados sobre a interconexão dos equipamentos. Conforme
aumentam as ordens de serviço para inserir ou retirar enlaces E1, aumentam as chances de
alguém se enganar ou de os registros ficarem desatualizados. Um erro mais grave pode
interromper toda a linha de transmissão.

 Outra limitação das redes PDH é a gerência. Como é difícil identificar onde estão os enlaces
E1 nos níveis hierárquicos maiores, também é difícil saber se tudo está correndo bem. Para
fazer funcionar um sistema de gerência, seria necessário “espaço” dentro de cada quadro,
mas os quadros da PDH não tem bits suficientes para assegurar uma gerência abrangente.

 Os standards existentes são apenas para interfaces elétricos. Deste modo, um equipamento
de fibra óptica dum fabricante pode vir a não comunicar com outro de fabricante diferente,
devido à inexistência de normas comuns para a sua construção

8
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

TECNOLOGIA SDH (Synchronous Digital Hierarchy):

Como e por que surgiu:

As primeiras pesquisas começaram em 1984, nos EUA. Desde o começo, os fabricantes


americanos reuniram-se em comitês para chegar a uma solução padronizada, que permitisse
alguma forma de conexão entre máquinas de fabricantes diferentes. Dois comitês (o T1X1 e o
T1M1) acabaram publicando, em 1985, a proposta do Bellcore: o Synchronous Optical Network,
ou Sonet. Os documentos padronizavam a interface ótica, o formato do quadro de transmissão e
as velocidades de cada sinal. Como muitos fabricantes já estavam adiantados em respostas
próprias, houve muita discussão.
Os trabalhos para padronização da Hierarquia Digital Síncrona (SDH) tiveram início no
XVIII grupo de estudos do CCITT (atual ITU-T) em junho de 1986. O objetivo desses estudos
era criar um padrão mundial para os sistemas de transmissão síncrona que proporcionasse aos
operadores de rede, uma rede mais flexível e econômica.Em novembro de 1988 foram aprovadas
as primeiras recomendações de SDH: G.707, 708 e 709. Essas recomendações definem as taxas
de transmissão, o formato do sinal, as estruturas de multiplexação e o mapeamento de tributários
para a interface dos nós de rede (NNI). A NNI é um conjunto de padronizações necessárias à
interligação do elemento de rede da SDH.
Além das definições das recomendações que controlam a NNI, o CCITT também
definiu uma série de recomendações que controlam a operação dos multiplexadores síncronos e
Gerência de Rede SDH. É a padronização desses aspectos dos equipamentos SDH que vai
fornecer a flexibilidade necessária aos operadores de rede para gerenciar eficientemente o
crescimento na largura de banda e o provisionamento de novos serviços a clientes esperados para
as próximas décadas.

Características SDH

O funcionamento da SDH está baseado nos princípios de multiplexação síncrona direta,


que é a chave para uma rede de telecomunicações mais eficiente e flexível. Isso significa que
sinais tributários individuais podem ser multiplexados diretamente em um sinal SDH de taxa
superior, sem a necessidade de estágios de multiplexação intermediários.
Portanto, os elementos de rede da SDH podem ser interconectados diretamente,
resultando em uma economia no custo e nos equipamentos utilizados, principalmente quando
comparado com a rede quase síncrona atual ( PDH ). O controle efetivo da flexibilidade
proporcionada pela SDH requer um gerenciamento de rede e uma capacidade de manutenção
mais avançada. Aproximadamente 5% da estrutura do sinal SDH está alocado para dar suporte às
práticas e procedimentos de gerenciamento de rede avançado. O sinal SDH é capaz de
transportar todos os sinais tributários encontrados nas redes de telecomunicações atuais. Isso
significa que a SDH pode ser empregada como uma ponte para os tipos de sinais existentes.
Além disso, a SDH tem a flexibilidade para rapidamente acomodar novos tipos de serviços a
clientes que as Operadoras de Rede desejarem fornecer no futuro.
Os sistemas síncronos podem ser encarados como o último estágio na hierarquia dos
sistemas de transmissão, pois possibilitam a inserção e extração de enlaces sem a necessidade de

9
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

uma demultiplexação. Uma rede onde há um perfeito sincronismo entre todos os enlaces, é
possível saber exatamente a que enlace pertence determinado bit, assim como saber quando
começa e quando termina um enlace.

Taxas de Transmissão:

Definiu-se que a taxa de transmissão básica do SDH seria 155,52 Mbps. Essa
velocidade foi chamada de STM-1, sigla de modo de transporte síncrono-1 (Synchronous
Transport Module-1). Esta estrutura define o primeiro nível de hierarquia. As taxas de bit dos
níveis superiores são múltiplos inteiros de STM-1. Atualmente são padronizados quatro
módulos, conforme a figura abaixo:

Níveis Hierárquicos
Hierarquia Taxa de velocidade
STM 1 155,52 Mbps
STM 4 622,08 Mbps
STM 16 2488,32 Mbps
STM 64 9953,28 Mbps

Estrutura Generalizada do Quadro STM:

Para explicar as características do quadro STM, será utilizado como exemplo o Quadro
STM –1. Para as demais velocidades, basta multiplicar pelo número correspondente.

10
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Trama STM-1 em SDH:

Uma das diferenças fundamentais entre o PDH e o SDH é que, neste novo sistema,
todas as tramas tem igual duração, de 125 microsegundos, qualquer que seja a velocidade
selecionada para sua transmissão. Essa duração de trama corresponde ao seu envio para a linha
de transmissão, ao ritmo de 8000 tramas por segundo.
A trama básica do SDH, designada por STM-1, encontra-se organizada em 9 conjuntos
de de270 bytes, que se seguem uns aos outros. Cada um destes blocos de 270 bytes é, por sua
vez, constituído por 9 bytes de cabeçalho (section overhead) e de 261 outros destinados a
transportar informação, carga útil (payload).
Por uma questão de comodidade, é costume fazer uma representação bidimensional da
trama, tal como se mostra na figura, sendo os blocos referidos colocados empilhados uns em
cima dos outros, dando assim, origem a 9 linhas, cada uma das quais com 270 bytes.

A seguir, a trama STM-1 é melhor detalhada:

11
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Esta trama é a que corresponde à menor velocidade de transmissão possível em SDH,


ou seja, cerca de 155 Mbps. Para este bit rate ainda é possível transmiti-la utilizando sinais
elétricos. É contudo freqüente a sua transmissão utilizando fibras ópticas, tal como se torna
obrigatório proceder para as tramas de ordem superior de 620 Mbps e 2,4 Gbps. Devemos
reparar que na sua constituição existe uma secção de cabeçalho composta por ( 9 x 9 ) = 81
bytes.
De igual modo, no espaço de carga, existe uma região com o tamanho de 9 bytes ( na
gravura evidenciada a amarelo ), que para efeitos práticos funciona como se fosse um rótulo,
com informações sobre a carga transportada e o caminho por ela seguido.
Os 6 primeiros bytes da trama, designados por A1 (11110110) e A2 (00101000) , e que
são também os primeiros a ser transmitidos, são de 2 tipos diferentes, repetindo-se 3 vezes cada
um . Permitem, tal como em PDH , efetuar o que se designa por alinhamento de trama . Esta
operação consiste na detecção por parte do equipamento receptor, da seqüência de 48 bits
referida, permitindo-lhe assim saber quando começa cada trama STM-1 , e identificando-a deste
modo no meio da "corrente de bits " que se encontra a receber.
As tramas repetem-se tal como já foi referido, ao ritmo de 8000 por segundo, assim,
fazendo uma conta simples:

9 x 270 = 2430 bytes por trama


2430 x 8 = 19 440 bits enviados em 125 us
19440 : ( 125 x10 -6) = 155 520 000 bps

1byte ( a preto na figura ) = 8bits enviado em cada trama. Uma vez que são enviadas
8000 tramas por segundo, isto significa 8000 bytes por segundo, ou seja 64 000 bps.

A importância deste fato está em que, conforme acabamos de ver, podemos retirar
diretamente um canal de voz de 64 Kbps desta trama sem ter de proceder a demoradas e caras
operações de demultiplexagem, bastando-nos, para tal, saber a sua localização dentro da trama
STM-1.

12
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Elementos Básicos de uma Rede SDH:

Uma Rede SDH é em geral formada pelos equipamentos ( em geral designados por
"Elementos de Rede" ) que a seguir se descriminam :

 Multiplexadores Terminal de Linha (SDH TMUX) – sua função é a de combinar sinais


tanto plesiócronos como síncronos ( tributários SDH, por exemplo), dando origem à
formação de sinais STM de ordem superior. São em geral, equipamentos de acesso à rede
SDH. Como por exemplo, podemos indicar a multiplexagem de sinais provenientes do
PDH de 2,34 e 140 Mbps com outros do tipo STM-1, numa portadora óptica de transporte
do tipo STM-4.

 Regeneradores SDH ( REG ) - Estes Elementos de Rede atuam como repetidores,


extraindo o seu sinal de relógio , bem como a energia necessária ao seu funcionamento ,
do fluxo de dados que recebem. Regeneram também o sinal, tanto no que se refere à
amplitude, como ao desvio de fase, ou alteração do período do clock devido à dispersão
de sinal nas fibras ópticas e correspondente distorção. O espaçamento entre si dos
regeneradores, tipicamente na ordem dos 50 Km, depende sobretudo, do comprimento de
onda utilizado, da potência do sinal na emissão, e da sensibilidade do receptor.

 Add and Drop Multiplexers ( SDH ADD MUX ) - São multiplexadores que permitem ,
estando por exemplo inseridos num anel SDH, retirar ( Drop ) ou inserir ( Add )
tributários de ordem inferior , sem serem necessários a "cascata" de demultiplexadores e
multiplexadores que o PDH exigia para o mesmo efeito final.

 Cross Connectors Digitais Síncronos ( SDH SDXC) - Conhecidos em língua inglesa por "
Synchronous Digital Cross Connectors " são sem sombra de dúvida a unidade mais
complexa e evoluída de entre todos os elementos duma Rede SDH. Têm funções
semelhantes ao dos comutadores digitais, podendo nomeadamente passar tributários
síncronos ou plesiócronos, dos mais diversos níveis hierárquicos (até mesmo canais de
64Kbps), dum anel para o outro, sob a ação de comando remoto centralizado. Eles podem

13
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

ser rapidamente configuráveis por software para o estabelecimento de linhas dedicadas


digitais de largura de banda variável, eliminando a quantidade de ligações ponto-a-ponto
estabelecidas para o efeito em repartidores adequados (DDF’s), existentes nas redes PDH.

Arquiteturas da Rede SDH:

A figura a seguir mostra uma configuração típica de uma rede SDH:

14
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Em primeiro lugar poderemos ver na " Rede de Acesso ", que designamos aqui por
"Rede Local", tributários ( sinais, ou "portadoras" de mais baixo débito ) não síncronos,
provenientes por exemplo, duma Rede PDH .
Os "ADD & Drop Multiplexers" que fazem a ligação entre a rede regional e a rede
local desempenham funções de "Gateway" entre as 2 redes, ou seja, garantem a conectividade
entre elas. A mistura de tributários de diversos tipos (síncronos e plesiócronos) é usual em redes
SDH. Um sinal de 2 Mbps, que viajasse de A até B, por exemplo, teria de percorrer toda a
estrutura de multiplexadores da rede de acesso (normalmente plesiócrona), sendo depois
incorporado num anel SDH síncrono, do tipo STM-1, por exemplo, por meio dum " ADD &
DROP Multiplexer ". Passaria depois da rede local para uma rede regional de débito superior
(eventualmente STM-4) e desta, através de SDXC (Comutadores Síncronos Cruzados) para a
rede Backbone, que seria o “esqueleto dorsal” de toda a rede. É de notar que os ADD MUX
incorporam e permitem a saída de sinais das 2 hierarquias (PDH e SDH) e com débitos
diferentes, a partir dos anéis em que estão incorporados. É vulgar existirem dois anéis, para
garantirem a continuidade do serviço, mesmo no caso de avaria de funcionamento de um deles
(anel de reserva ou de backup). A estrutura de rede em anel é muito freqüente em SDH, sendo os
mesmos, em geral, de fibra óptica e podendo eventualmente comportarem regeneradores de sinal
(não citados na figura). Ao mais alto nível, contudo, a rede apresenta uma topologia tipo “malha”
(mesh) em que cada “nó” da rede tem ligações com diversos outros . Assim se garante uma
fidelidade elevada no seu funcionamento, visto existir sempre mais de um caminho possível para
o sinal atingir seu destino.

Arquitetura da Rede SDH vista de uma forma um pouco diferente:

A figura mostra as camadas fisicamente. Uma sessão representa, como no SNA, um


link estabelecido entre dois receptores/transmissores (porém aqui esses links são ópticos). Para
distâncias pequenas, a fibra pode ser ligada diretamente entre usuários, mas se a distância for
maior, há a necessidade da utilização de regeneradores. Uma linha é composta de uma ou mais
sessões (de modo que a estrutura do canal permanece a mesma), e o path (caminho) é o circuito
completo, fim-a-fim.

15
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

A arquitetura SDH é composta de uma hierarquia de quatro níveis:

 Camada Fotônica: nível físico, inclui especificações sobre o tipo da fibra óptica utilizada,
detalhes sobre a potência mínima necessária, características de dispersão dos lasers
transmissores e a sensibilidade necessária dos receptores. É responsável, ainda, pela
conversão eletro-óptica dos sinais.

 Camada de Seção: responsável pela criação dos quadros SDH, embaralhamento e controle de
erro. É processada por todos equipamentos, inclusive os regeneradores.

 Camada de Linha: cuida da sincronização, multiplexação dos quadros e comutação. É


responsável, ainda, pela delimitação de estruturas internas ao envelope de carga. Seu
processamento ocorre em todos os equipamentos, exceto os regeneradores.

 Camada de Caminho: responsável pelo transporte de dados fim-a-fim e da sinalização


apropriada. Processada apenas nos terminais.

Os " Contentores " na Rede SDH:

Ao incluir a informação no " espaço de carga " ( payload ) duma trama STM-N, os
dados têm de ser "arrumados" na zona disponível para tal. Assim foram definidos para o efeito,
diversos tipos de " contentores " com lugar para acomodar as várias cargas síncronas ou
plesiócronas normalizadas. O tamanho do contentor medido em bytes, representa a capacidade
que ele tem para transportar informação útil no intervalo de tempo da trama que é de 125
microsegundos.

16
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

As capacidades estabelecidas e normalizadas , correspondem aos sinais tributários plesiócronos


mais usuais, recebendo assim os contentores distintas designações, que se referem :

Designação Sinal PDH a transportar Capacidade do " Contentor "


C-11 1544 kbps 1600 Kbps
C-12 2048 Kbps 2176 Kbps
C-2 6312 Kbps 6784 Kbps
C-3 44736 Kbps ou 34368 Kbps 48384 Kbps
C-4 139264 kbps 149760 Kbps

Não se encontra definido nenhum contentor para o sinal plesiócrono de 8Mbps


existentes na rede européia. Ele terá que ser multiplexado na rede plesiócrona, em conjuntos com
outros sinais de 8Mbps, numa portadora de débito maior (34Mbps, por exemplo) antes de ser
“arrumado” no espaço de carga de um contentor adequado(C3 ou C4).
Para determinarmos a capacidade possível de carga de um contentor C 4, por exemplo,
basta-nos verificar que ele cabe exatamente no espaço de carga (payload) duma trama STM-1,
sendo por isso constituído por 260 x 9 bytes ou seja 18720 bits . Dado que estes bits têm de ser
transmitidos em 125 microsegundos (duração da trama STM-1 ), teremos uma capacidade de
carga de

18720 : ( 125 x 10 - 6 ) = 149 760 000 bps ;

ou seja 149 760 Kbps para este contentor.

TRAMA STM - 1

Para acomodar a informação dos sinais plesiócronos referidos, dentro do contentor,


este terá assim, de ser completado com bytes de enchimento de natureza fixa (stuffing bits) , que
permitam o seu alinhamento, ou seja, adaptação do ritmo de transporte plesiócrono ao débito
mais elevado correspondente a cada tipo de contentor . Para acerto final e como regulação fina,
haverá ainda lugar a bits de justificação, que podem ser de 2 tipos :

17
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

 Bits de Oportunidade de Justificação: designam-se deste modo os bits de justificação


propriamente ditos , que podem ( ou não ) transportar consigo informação ( data ) .
Neste último caso , não são lidos pelo receptor , e comportam-se como vulgares bits de
enchimento.

 Bits de Control de Justificação: estes bits indicam se os bits de " Oportunidade de


Justificação " transportam ou não consigo informação válida no espaço de carga do
contentor .

O Contentor Virtual VC (Virtual Container):

A cada Contentor é acrescentado um cabeçalho (região indicada a amarelo na figura


abaixo), que se designa em língua inglesa por POH , ou "Path Overhead", e que contém
informação sobre o percurso do contentor ( PATH ) e outros dados relativos ao seu conteúdo .
É importante notar que este cabeçalho acompanha sempre o contentor até ao seu
destino final, momento em que ele é desmembrado e a sua carga abandona a rede SDH.

CONTENTOR VIRTUAL
VC4

O conjunto " Contentor + POH " recebe agora a designação de Contentor Virtual.

A título de exemplo, apresenta-se na figura o Contentor Virtual VC4. Todos os outros


contentores normalizados pela ITU-T, têm uma estrutura semelhante, ou seja, uma região para
transporte de informação, com os respectivos dados ocupando posições fixas bem definidas no
espaço de carga(Contentor propriamente dito) e a outra de cabeçalho (POH).
Se quisermos proceder a uma analogia, podemos pensar no Contentor SDH como um
contentor real (uma encomenda). O conteúdo da encomenda será a informação que pretendemos
transportar até o destino e o POH uma etiqueta ou guia de encomenda com indicações diversas
sobre o caminho percorrido e seu conteúdo.

18
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Se considerarmos a hierarquia de multiplexagem européia (da ETSI), podemos


classificar os contentores virtuais de duas formas distintas.

 Contentores Virtuais de Ordem Baixa (low order) : VC12, VC2 e VC3

 Contentores Virtuais de Ordem Elevada (high order) : VC4

Estrutura de Multiplexagem da Rede SDH:

A recomendação da União Internacional de Telecomunicações ( ITU-T ) G-707


propõe um mapeamento (distribuição e arrumação) dos sinais para efeitos de transporte através
da rede, conforme definido na figura anexa.

139,264Mbps
139,264 Mbps

139,264Mbps
44,736 Mbps
34,368 Mbps

139,264Mbps
6,312Mbps

2,048 Mbps

1,544 Mbps

Podemos notar que é atribuído um contentor de formato bem definido a cada tipo de
carga plesiócrona, a partir do qual um Contentor Virtual é construído, por meio da junção dum
cabeçalho (POH). Este contentor é transmitido, conforme já foi referido, sem quaisquer
alterações através de toda a rede SDH , num caminho definido (PATH), até ao seu destino final.

19
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Para localizar corretamente o contentor virtual de baixa ordem dentro do espaço de carga do
contentor virtual de ordem mais elevada que o transporta, é necessário criar um " ponteiro ". Este
ponteiro (na verdade é uma indicação de posição de memória) e inserido numa unidade tributária
ou administrativa (em verde na figura), vai ocupar uma posição fixa dentro do espaço de carga
do contentor virtual de ordem mais elevada em que se aloja e indicará ,em princípio , a distância
que o separa do início do contentor virtual de ordem mais baixa .
Ao conjunto “Contentor Virtual de baixa ordem + Ponteiro” dá-se o nome de Unidade
Tributária ( TU ).

Estrutura de uma trama STM-4:

Após alinhamento ( ou sincronização ) dos 4 sinais STM-1, as tramas dão entrada num
multiplexador síncrono, sendo a mutiplexagem efetuada byte a byte ! A velocidade de
transmissão é agora rigorosamente 4 vezes superior à de cada trama STM-1, ou seja:

4 x 155 520 = 622 080 Kbps, cerca de 622 Mbps

Na verdade o espaço de carga duma trama STM-4 resulta da multiplexagem byte a byte de 4
contentores VC4, devendo portanto comportar 4 x 261 = 1044 colunas por 9 linhas de altura , em
representação bidimensional, ou seja 9396 bytes.
O cabeçalho de secção, (como se designam em STM) terá 4 x 9 = 36 colunas e 9
linhas de extensão, o que perfaz 324 bytes. No total a trama é pois composta por 9720 bytes ou
seja 77 760 bits. Se considerarmos que estes bits são enviados em 125 microsegundos podemos

20
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

facilmente achar a velocidade de transmissão dum sinal STM-4 , achando o mesmo valor acima
indicado.
O cabeçalho é reconstruído pelo multiplexador, sendo por isso novo na sua formação.
Não é de mais recordar que no que respeita aos contentores virtuais, estes permanecem
unos e indivisíveis , só sendo desmantelados à chegada, ou seja ao deixarem a rede SDH ! Do
mesmo modo, é ainda possível, apesar da velocidade elevada de transporte, retirar um canal de
64 kbps, ou seja aceder a um dos seus bytes, sem haver necessidade de ter de submeter a trama
STM-4 à cascata de (de)multiplexadores que seria necessário utilizar numa rede PDH . Isto é
possível fundamentalmente por 2 razões :
 Multiplexagem síncrona byte a byte das tramas STM-1 (sem haver lugar ao acrescento de
bits de justificação )
 Acomodação perfeita das cargas na trama STM-1, tendo presente :

1. uso de contentores virtuais para o transporte das cargas em posições bem definidas no seu
interior;
2. A utilização de Unidades Tributárias ( TUs e TUGs ) , que funcionando como verdadeiras
mini-tramas dentro da trama STM-1 ocupam uma posição fixa dentro do contentor de ordem
mais elevada ;
3. O uso de ponteiros de valor ajustável de modo a compensar qualquer " deslize " do
contentores de baixa ordem em relação à TU ou TUG
4. O uso de um ponteiro ajustável de Unidade Administrativa para referenciar a posição do
contentor de ordem superior na estrutura da trama STM-1.

A formação de tramas de ordem "STM-N", como as tramas STM-16 e STM-64, faz-se


de modo semelhante ao indicado para a STM-4 , por multiplexagem síncrona de 4 tramas STM-4
ou STM-16, respectivamente.
O tempo de transmissão de cada trama é sempre para todas elas de 125 microsegundos.

A Rede SDH vista a diversos níveis :

À semelhança de outras tecnologias, existe interesse em considerar a repartição de


responsabilidades por uma transmissão correta dos dados na rede SDH, tendo em conta as
diversas fases e operações envolvidas.
Criou-se para isso, um modelo em camadas ou níveis, cada um deles com as suas
funções específicas, desempenhadas por um mesmo tipo de equipamento de rede.
A camada mais baixa é a camada física, representada pelo meio de transmissão
utilizado, em geral um link em fibra óptica . Os tributários de 155 Mbps de ordem mais baixa na
hierarquia SDH, podem também ser transportados em cabo de cobre, sendo então utilizado um
sinal elétrico .
Ao longo deste meio de transmissão, vários equipamentos desempenham um papel
preponderante, tendo presente o objetivo comum de fazer chegar o sinal ao destino em boas
condições . Assim, cada equipamento, ou elemento de rede (Network Element - NE), é
responsável pela criação do seu próprio "cabeçalho de secção " ( Section Overhead ) , dialogando
com o próximo elemento de rede do mesmo nível , existente no percurso a percorrer pelo sinal .

21
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Componentes de uma rede Síncrona SDH

De entre os vários equipamentos de rede que estudamos, encontramos os


Regeneradores, que geram o seu próprio cabeçalho, transportado pela trama STM-1 em local
próprio. Este cabeçalho designa-se por " RSOH " (Regenerator Section OverHead) e é formado
por 27 bytes.
Assim na figura podemos notar que se encontram também definidas como " Seções de
Regeneração " os percursos compreendidos entre regeneradores e multiplexadores, ou ainda
entre regeneradores e SDXCs, visto estes equipamentos procederem também localmente à
regeneração dos sinais.
A parte compreendida entre 2 Multiplexadores , ou equipamentos que desempenhem
também essa função ( SDXC , por exemplo ), designa-se por " Secção de Multiplexadores ".
Estes equipamentos também trocam diretamente informações entre si , usando para o efeito o "
Cabeçalho de Secção de Multiplexadores - MSOH " , ou " Multiplexer Section OverHead " .
Finalmente, o percurso compreendido entre os multiplexadores da ponta, ou seja, entre
o elemento de rede onde se forma a trama SDH e o elemento em que esta abandona esta rede,
designa-se por " Caminho " ou " PATH ". Dados relativos ao "Path" são apenas lidos ou
modificados nos equipamentos atrás indicados e constam da zona reservada para o efeito em
cada contentor designada por " Path OverHead - POH ".
Dentro de cada nível, ou camada referida, ( Regeneradores, Multiplexadores e Path )
os equipamentos de rede ( NEs ) trocam informações entre si, relativas a erros detectados ou a
alarmes de funcionamento, permitindo assim monitorizar remotamente o estado geral da rede
SDH, e tomar as medidas necessárias para a manter em bom funcionamento .

22
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Desvantagens da hierarquia síncrona:

 A técnica elaborada é complexa devido à necessidade de registrar a relação de fase


entre o sinal tributário e o overhead;

 Devido à origem americana, algumas inadequações perduram para a transmissão


dos sinais da hierarquia CEPT; por exemplo, apenas 3 x 34 Mbps podem ser
transportados dentro de um STM-1, conquanto a capacidade deveria permitir a
transmissão de 4x o sinal de 34 Mbps.

 A justificação de byte-a-byte conduz mais jitter intrínseco que a justificação bit-a-


bit

 Não há uma estrutura de multiplicação uniforme para transmitir os atuais sinais


pelsiócronos das hierarquias USA e CEPT; são suportadas várias opções de
multiplexação, algumas exigindo diferentes implementações de hardware

 O relógio deve ser fornecido externamente

Vantagens da hierarquia síncrona:

 Uma rede síncrona traz vários benefícios, mas, de longe, o principal deles é a
simplificação da rede. Um único multiplexador síncrono substitui uma cadeia de
multiplexadores plesiócronos, uma estação de SDH é mais simples, sua
manutenção é mais barata, ela ocupa menos espaço e consome menos energia
Como é fácil extrair enlaces PCM da SDH e inseri-los, a operadora pode vender
serviços de banda larga mais facilmente, porque não é necessário enviar uma
equipe só para rotear um novo enlace. Uma nova rota pode ser estabelecida por um
ponto central, pela simples digitação de um comando num terminal de rede.

 Todos os elementos de uma rede de SDH estão constantemente supervisionando o


funcionamento de transmissão. As informações que coletam são usadas por
softwares que vigiam a integridade dos dados. Qualquer degradação, violenta ou
suave, pode fazer com que o sistema de gerência opte por uma rota de transmissão
alternativa.

 O código de transmissão de sinal óptico pela linha está padronizado, fazendo com
que equipamentos de linha de diversos fabricantes sejam compatíveis

 Um grande número de canais de overhead para supervisão de rede, gerenciamento


e controle.

 Não precisa demultiplexar um sinal de um STM – 1, por exemplo, até 2Mbps para
extrair um sinal E1

23
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Formato Físico:

Relação SDH x PDH:

 A rede SDH transmite os sinais STM-n sincronamente e em fase, enquanto a PDH é


plesiócrona

 Organização do SDH é feita em bytes, já o entrelaçamento em PDH é feito em bits;

 Os comprimentos dos quadros da SDH são uniformes (sempre 125µs), o que não ocorre
no sistema PDH;

 São usados ponteiros para indicar o início de cada quadro e processar eventuais
justificações. A PDH usa palavras de alinhamento;

 Alta capacidade de gerência (supervisão, operação, manutenção, etc.). Aproximadamente


5% dos bytes SDH são reservados para fins de supervisão e gerência, o que é um índice
infinitamente maior que num sistema PDH;

 O sistema SDH pode acomodar os feixes plesiócronos nos quadros STM-n com total
compatibilidade;

 O SDH possui compatibilidade com tecnologias atuais e futuras, além de aceitar e ser
capaz de transmitir todos os sinais tributários existentes nas redes atuais. Sua
padronização já prevê que possa também ser usado para transportar serviços ainda não
existentes;

 O SDH possui um único padrão mundial, enquanto que a PDH tem várias padronizações;

 As redes SDH permitem acesso direto aos tributários, o que não é possível em PDH;

 A transmissão pode se dar por Cross-Conections e Add/Drop. Em PDH, só é possível


transmitir ponto-a-ponto.

24
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Conclusão:

Constantemente o ser-humano procura melhorias no mundo em que vive. Na saúde, no


lazer, na tecnologia, pessoas vêm descobrindo novos caminhos e meios de aprimoração.
A tecnologia é um exemplo dessa dinâmica. E é por isso que devemos, principalmente
para pessoas que trabalham ou se interessam no ramo da tecnologia, ficar a par dos
acontecimentos .
Embora venham a existir tecnologias futuras superiores, em telecomunicações, às
descritas nesse trabalho (hierarquias PDH e SDH), faz-se importante, em primeira instância,
conhecer as raízes das futuras inovações.
E esse foi o objetivo desse documento: mostrar as características básicas de PDH e SDH
e servir de alicerce para a compressão de outras tecnologias de rede de telecomunicações.

25
Planejamento de Redes Comutadas - PDH e SDH

Referências Bibliográficas:

MIYOSHI, Edson Mitsugo. SANCHES, Carlos Alberto. Projeto de Sistemas Rádio.


São Paulo: Érica, 2002

Manual Equitel. Curso UD2237. Multiplexação Síncrona Conceitos Básicos para


SMA

Manual Telefônica. Transmissão SDH Conceitos Básicos

Manual Alcatel. Hierarquia SDH

26

Você também pode gostar