Você está na página 1de 13

1

Da Demência ao Transtorno Neurocognitivo Maior:


Aspectos Atuais
From Dementia to Major Neurocognitive Disorder: Current Aspects

Rebeca Mendes de Paula Pessoa1 INTRODUÇÃO


Stephanie Martins de Faria1
Daiene de Morais2
Marcos Hortes Nisihara Chagas1,2 A demência (transtorno neurocognitivo maior) é uma síndrome
clínica, que cursa com deterioração dos domínios cognitivos, alterações de
comportamento e prejuízo funcional.¹ Com o envelhecimento da população,
1
Departamento de Neurociências e Ciências do o número de casos de demência tem aumentado progressivamente,
Comportamento, Faculdade de Medicina de
2
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. principalmente nos países de média e baixa renda, elevando os gastos do
Departamento de Gerontologia, Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São sistema de saúde, com cuidados e tratamento.2-4 Desta forma, medidas de
Carlos.
detecção do transtorno em estágios iniciais, prevenção e tratamento poderiam
ser úteis e importantes na tentativa de amenizar os prejuízos e diminuir o
número de casos.5

Epidemiologia

Existe um aumento rápido e significativo da população brasileira


acima de 60 anos. Dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística de 2010 mostraram que existem mais de 20 milhões de brasileiros
com idade superior a 60 anos, o que corresponde a 10,8% da população. Este
percentual é mais que o dobro considerando os últimos 40 anos e em número
absoluto esta população aumentou mais que quatro vezes. É esperado que esta
faixa da população continue crescendo, com o aumento progressivo da
expectativa de vida. Concomitantemente, mesmo em um quadro otimista com
a melhora do controle dos fatores de risco cardiovasculares e mudança do

Correspondência: estilo de vida e, consequente, diminuição da prevalência de demência como


Marcos Hortes N. Chagas
Universidade Federal de São Carlos
tem ocorrido em alguns países da Europa, o número absoluto de casos deve
Departamento de Gerontologia - Centro de crescer e muito com o rápido envelhecimento da população brasileira.
Ciências Biológicas e da Saúde. Rodovia
Washington Luís, Km 235 - São Carlos – SP A prevalência de demência na população acima de 65 anos varia entre
CEP: 13565-905
Fone 55-16-98145-2367. 5 e 7%, com maiores valores (8,5%) encontrados na América Latina. 3
E-mail: mchagas@ufscar.br
Atualmente, existem mais de 30 milhões de pessoas com demência no mundo,
58% destas vivendo em países de baixa ou média renda como o Brasil, e
estimativas apontam que este número pode duplicar em 20 anos.3-6

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


No Brasil, os estudos de prevalência mais tarde, Emil Kraepelin cunhou o
7
encontraram taxas que variaram de 5,1% a epônimo doença de Alzheimer (DA) em seu
12,9%.8 As diferenças encontradas entre as Tratado de Psiquiatria,11 até então
taxas, possivelmente, estão relacionadas aos considerada demência pré-senil. Somente
diferentes métodos e instrumentos entre as décadas de 60 e 70, após constantes
utilizados, além de características próprias debates na comunidade científica, a
de cada região. Em número absoluto, estima- demência pré-senil e a senil passaram a ser
se que o Brasil seja o nono país com maior consideradas uma mesma entidade, pela
número de casos com demência, cerca de um vasta maioria dos estudiosos e ambas foram
3
milhão. denominadas como DA.12
O avanço tecnológico e o progresso
Breve histórico nas condições de saúde permitiram rápido
O termo demência é originado do aumento na expectativa de vida e a
latim, que significa de mais mentis demência, principalmente a DA,
(diminuição/falta da mente) e foi utilizado transformou-se em uma epidemia,
ao longo da história para caracterizar consequentemente o número de estudos na
indivíduos que apresentavam deterioração área aumentou exponencialmente. Os
de suas funções mentais cognitivas e critérios diagnósticos para demência desde o
comportamentais. DSM-III,13 possivelmente guiado pela DA,
O primeiro caso descrito de doença apresenta o prejuízo de memória como
de Alzheimer, causa mais comum da critério inclusivo e a necessidade de
demência, alteração em outro domínio cognitivo, além
foi feito por Alois Alzheimer em 1906 e disso não inclui alterações de
descrevia a paciente Auguste D., a qual foi comportamento como parte do quadro,
admitida com 51 anos no hospital de apesar de altamente prevalente nestes
Frankfurt com delírios de ciúmes, quadros.
persecutórios e alucinações auditivas e, Somente 30 anos mais tarde e mais
rapidamente, progrediu com prejuízos de de 20 mil estudos realizados, segundo
memória e desorientação.9,10 Deve-se pesquisa realizada na base de dados PubMed
chamar a atenção para a exuberância de com unitermo dementia, novos critérios para
sintomas comportamentais e psicológicos. A o diagnóstico de demência foram propostos
avaliação neuropatológica deste caso pela National Institute on Aging and
revelou a presença de emaranhados Alzheimer’s Association (NIA-AA) e pela
neurofibrilares e Associação de Psiquiatria Americana
placas senis, possibilitando a associação dos (APA), incluindo entre os critérios,
prejuízos cognitivos e comportamentais com alterações comportamentais e de
14
alterações neuropatalógicas. Cinco anos personalidade e cognição social. Desta

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


forma, o critério passaria a ser mais sensível, pela observação clínica. O DSM-5 ainda
possibilitando a identificação de maior salienta a importância de que o desempenho
número de casos. Além disso, foi proposta cognitivo seja documentado por teste
pela APA a substituição do nome demência neuropsicológico padronizado ou avaliação
por transtorno neurocognitivo maior, clínica quantificada, de forma
fornecendo descrição mais ampla do quadro. complementar.¹
Outra mudança foi que o
Diagnóstico comprometimento de memória não é mais
Mudanças nos critérios de demência no apreciado como critério essencial, conforme
DSM-5 tabela 1. No DSM-IV, a memória deveria
Em 2013, a Associação de Psiquiatria estar prejudicada independentemente da
Americana publicou um novo Manual de etiologia da síndrome demencial, o que
Diagnóstico e Classificação dos Transtornos satisfazia principalmente os casos de DA
Mentais (DSM), com mudanças com evolução típica.2-5 Entretanto, até 64%
significativas no tópico sobre demência e dos casos de DA de início precoce têm uma
transtornos cognitivos.¹ A primeira grande apresentação atípica ou sem prejuízo de
mudança refere-se à nomenclatura. A memória, o que já vinha sendo levado em
denominação demência foi substituída por consideração pelos critérios do National
transtorno neurocognitivo maior e os casos Institute on Aging- Alzheimer´s Association,
mais leves de prejuízo cognitivo sem mas não pelo DSM-IV.14,15
interferência funcional, antes diagnosticados Além disso, houve um rearranjo
como comprometimento cognitivo leve, geral nos domínios cognitivos do DSM-5
receberam a denominação de transtorno com destaque para atenção que aparece
neurocognitivo leve. Neste, apesar de uma como critério independente.
independência nas atividades cotidianas, Comparativamente com o DSM-IV, mais
pode haver estratégias compensatórias, duas importantes mudanças devem ser
necessidade de maior esforço ou notadas: é possível fazer o diagnóstico com
acomodação. A utilização do termo o prejuízo de apenas um domínio cognitivo
demência ficou restrita aos transtornos e a inclusão de cognição social.
neurocognitivos devido ao processo A cognição social é um domínio
neurodegenerativo. complexo, que inclui a capacidade de
Segundo os critérios do DSM-5, os entender as crenças e intenções de outra
transtornos neurocognitivos são pessoa e de compreender normas,
diagnosticados a partir de um declínio procedimentos e regras sociais, as quais
cognitivo em relação a um nível de permitem as pessoas conviverem em
desempenho anterior, reforçado pelo relato sociedade. Segundo recomendações do
do próprio indivíduo, de um informante ou DSM-5, este domínio pode ser avaliado pelo

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


reconhecimento de emoções faciais e pela diversos testes foram propostos para
17
teoria da mente. Em relação ao último, investigação. Pacientes com demência
Premack e Woodruff (1978) foram os apresentam pior desempenho nos testes de
primeiros pesquisadores a investigarem a teoria da mente, inclusive com alguns
teoria da mente em estudo com chipanzés.16 estudos demonstrando que diferentes testes
A partir deste estudo, a teoria foi estudada podem indicar o comprometimento de
em diversos transtornos neuropsiquiátricos e regiões cerebrais distintas.18

Tabela 1 - Critérios para o diagnóstico de demência segundo o DSM-IV e transtorno


neurocognitivo maior segundo o DSM-5.

DSM-IV DSM-5
Déficits cognitivos múltiplos: Prejuízo em uma ou mais das seguintes
· Comprometimento de memória de fixação e áreas:
evocação; · Atenção;
Um ou mais das seguintes: · Funcionamento executivo;
· Afasia; · Aprendizado e memória;
· Apraxia; · Linguagem;
· Agnosia; · Percepção motora;
· Prejuízo de funções executivas. · Cognição social.
I Interfere no funcionamento social e ocupacional. Interfere no funcionamento social e
ocupacional.

O teste de reconhecimento de As alterações cognitivas podem ser


emoções faciais tem sido extensivamente ou não resultantes de comprometimento no
estudado em pacientes com prejuízos Sistema Nervoso Central (SNC). Entre as
cognitivos e parece piorar com a idade.19-21 patologias que acometem o SNC e estão
Diferentes métodos e procedimentos foram relacionadas com a síndrome demencial,
utilizados para investigar a capacidade de pode-se citar: DA, demência com Corpos de
reconhecimento de emoções básicas Lewy (DCL), doença de Parkinson, doença
(alegria, nojo, tristeza, surpresa, medo e de Huntington e a paralisia supranuclear
raiva), a maioria delas utiliza as faces progressiva.22
propostas por Ekman e Friesen (1976). Na DA, principal causa de
A inclusão do domínio cognição demência,23-25 a deposição de beta-amiloide
social, juntamente com as demais alterações e consequente formação de placas senis e os
nos critérios diagnósticos, possivelmente emaranhados neurofibriliares são
exigirão adaptação nos meios de responsáveis pelo desencadeamento do
investigação do quadro, tanto nos processo neurodegenerativo. Em exames de
instrumentos de rastreamento, quanto na neuroimagem, especialmente ressonância
investigação da demência. magnética de encefálica, as alterações mais
Etiologia comuns são: atrofia cortical difusa, redução

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


do volume do hipocampo, aumento de sulcos progressiva e demência com corpos de
corticais e aumento dos ventrículos Lewy.
laterais.26 Em geral, outras condições médicas
A DCL, atualmente é considerada a podem causar demências. São exemplos
segunda causa de demência degenerativa, dessas condições: tumores cerebrais,
27
atrás apenas da DA. Nessa demência, hematoma subdural, hidrocefalia de pressão
proteínas neurofilamentares como normal, hipotireoidismo, hipercalcemia,
ubiquitina e alfa-sinucleína agregam-se hipoglicemia, deficiências nutricionais de
constituindo os corpos de Lewy, os quais se vitaminas (B12, tiamina ou niacina),
distribuem no córtex cerebral difusamente e infecção por HIV, neurosífilis,
nos núcleos monoaminérgicos do tronco cryptococose, distúrbios da função renal e
encefálico.28 hepática, esclerose múltipla, efeitos de
A demência vascular é caracterizada medicamentos, doenças autoimunes, toxinas
por alterações vasculares, que podem ser em ambientais e efeito tóxico de substâncias de
pequenos vasos ou microangiopatia, com uso crônico como o álcool. 34
lesões especialmente na substância branca
cerebral (leucoaraiose); devido a infartos Exames complementares
estratégicos ou, ainda, por lesões A avaliação do paciente com
subcorticais extensas, comprometendo as suspeita de transtorno neurocognitivo deve
redes neurais.29 ter início por uma anamnese adequada e
O parkinsonismo, por sua vez, difere detalhada, de preferência com a presença de
em sua etiologia e pode ser classificado em um informante com conhecimento sobre o
primário ou idiopático, secundário e paciente, além de um exame físico
atípico.30 Na DP idiopática ocorre uma série minucioso. Deve-se atentar para início dos
de alterações funcionais resultantes de sintomas, evolução da condição,
disfunções nos gânglios basais, relacionadas comorbidades, medicações em uso,
ao controle motor.31,32 No parkinsonismo incluindo as substâncias psicoativas, e
secundário, há uma causa específica como outros sintomas comportamentais e
infecções, medicamentos, intoxicações psicológicos associados.
exógenas, doença vascular cerebral, Os exames complementares
hidrocefalia, traumatismo cranioencefálico, necessários em um paciente com suspeita
processos expansivos do SNC e distúrbios diagnóstica são hemograma completo,
metabólicos.33 Enquanto, no parkinsonismo creatinina, hormônio tireo-estimulante,
atípico, existe associação com outras albumina, enzimas hepáticas, vitamina B12,
neurológicas degenerativas como: atrofia de ácido fólico, cálcio, reações sorológicas para
múltiplos sistemas, paralisia supranuclear sífilis e, em pacientes com idade inferior a
60 anos, com apresentações clínicas atípicas

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


ou com sintomas sugestivos, sorologia para físico pode resultar em desgaste emocional
HIV. Um exame de neuroimagem, de e, consequente, sobrecarga do cuidador.37
preferência ressonância magnética, também Não obstante ao apresentado, o
deve ser solicitado. Em alguns casos, com isolamento social por parte do cuidador pode
sintomatologia atípica, se faz necessário a ser resultante de sua abnegação.38-40
coleta de líquido cefalorraquidiano e a Outrossim, diz respeito a mudança na rotina
realização de um eletroencefalograma.35 doméstica, não somente do cuidador, mas de
O objetivo de uma avaliação todos os integrantes familiares,
completa é não apenas realizar um desencadeando a perda da atividade social
diagnóstico diferencial adequado, como da família. Além disso, pode ocorrer o
também descartar causas reversíveis de afastamento de amigos da família que não
declínio cognitivo. entendem o processo demencial.41
De modo geral, estudos têm
Impacto socioeconômico apresentado o impacto social da DA sobre a
O desenvolvimento da DA traz saúde e bem-estar de cuidadores formais e
consigo implicações sobre a vida do paciente informais.37-40 Entretanto, pouco tem sido
e de sua rede de apoio social.36 Assim, a DA, abordado sobre outras implicações. Nessa
bem como outras doenças que têm um linha, dificuldades sociais também podem
grande impacto psicossocial, são ser associadas a alterações econômicas do
consideradas doenças também idoso e de seu núcleo familiar. Deve-se
familiares.39,40 considerar ainda que, a sobrecarga do
Um estudo que teve como objetivo cuidador e outros fatores como a
compreender o conteúdo da representação necessidade de cuidados específicos de
social, de cuidadores familiares de pacientes saúde podem levar à institucionalização do
com DA, realizou entrevistas com 26 idoso.42,43
cuidadores familiares em relação à Além de questões familiares, outros
percepção da DA, aos cuidados prestados e fatores podem relacionar-se com aumento de
aos fatores que ajudam e dificultam o custos com DA. Em países de baixo
atendimento proporcionado diariamente. A rendimento, o rápido aumento do número de
análise das entrevistas mostrou que muitos pessoas com demência, o aumento
cuidadores se privam de viver suas próprias substancial dos salários médios para
vidas para dedicar-se à pessoa doente. Nesse substituição do cuidado informal pelo formal
cenário, “abnegação” parece ser uma e custos muito elevados com os cuidados de
consequência significativa de cuidado, que saúde, são aspectos que têm e terão impacto
afeta suas vidas na perspectiva pessoal, na economia.42 Para se ter uma ideia, o gasto
profissional e social. Além disso, o desgaste no cuidado de pessoas com demência em
2009 foi estimado em U$ 422 bilhões,

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


incluindo U$ 142 bilhões para cuidados estudos explorando os benefícios
42
informais (34%). especificamente em idosos com demência.
Estudos demonstram que a
Tratamento estimulação cognitiva também tem impacto
O tratamento do transtorno positivo na qualidade de vida do idoso. Isso
neurocognitivo irá depender de sua etiologia é comprovado pela melhora do paciente no
e deverá contemplar medidas desempenho de testes cognitivos e em
farmacológicas e não-farmacológicas. Desta aspectos emocionais, bem como diminuição
forma, o tratamento necessita de uma equipe das queixas cognitivas.45-49 Vale ressaltar
multiprofissional, com capacidade de que agitação psicomotora, depressão,
trabalhar de maneira interdisciplinar, psicose e apatia são sintomas que surgem na
considerando não só o paciente de maneira evolução da demência e causam sofrimento
integral, mas também familiares e ao paciente, à família e aos cuidadores, além
cuidadores. de gerar maiores custos para a assistência
médica.50 O uso de atividades com música,
Medidas não-farmacológicas - aspectos terapia comportamental, terapia com luz,
preventivos educação do cuidador e mudanças no
Os cuidados terapêuticos, ambiente físico tem se mostrado eficaz na
destinados ao paciente com transtorno melhora dos comportamentos inapropriados
neurocognitivo, envolvem uma série de do paciente com demência.51
estratégias que podem ir além do uso de Em relação a estudos com
drogas. Maiores esforços no tratamento dos estimulação cognitiva realizados no Brasil, a
sintomas, uma adequada estruturação do maioria utilizou como participantes
ambiente, uma equipe multiprofissional e o saudáveis. Um estudo realizado com 32
suporte da família são fatores essenciais para idosos, divididos em grupo caso e grupo
o tratamento não farmacológico das controle, demonstrou que antes da
demências.43 intervenção os grupos não apresentaram
Diversos estudos trazem as opções diferenças no desempenho dos testes
terapêuticas não farmacológicas disponíveis, cognitivos aplicados. Após 10 encontros, o
como por exemplo, a estimulação cognitiva, grupo caso apresentou melhoras no
os exercícios físicos e a musicoterapia.44 A desempenho dos testes cognitivos e nas
estimulação cognitiva vem sendo utilizada queixas subjetivas de memória.48 Outro
como uma proposta terapêutica, uma vez que estudo de intervenção realizado com 79
poderia promover o aumento da densidade indivíduos com 40 anos ou mais concluiu
sináptica e plasticidade cerebral, pois requer que após 20 sessões de intervenção, houve
o desenvolvimento de novas estratégias melhora no desempenho dos testes de
45
cognitivas, apesar de existirem poucos memória, redução dos sintomas depressivos

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


e de ansiedade e nas queixas subjetivas de Um estudo caso controle, realizado
45
memória. em quatro cidades americanas, avaliou 5888
A literatura ressalta que as indivíduos com 65 anos ou mais e, após seis
atividades físicas e de lazer, o consumo anos de acompanhamento, demonstrou que o
moderado de álcool, a dieta do mediterrâneo consumo moderado de álcool tem uma
e a prevenção de obesidade e hipertensão relação inversa com risco de demência.
arterial sistêmica também são fatores que Idosos que consumiram de uma a seis doses
podem contribuir para a prevenção das por semana tiveram menor probabilidade de
demências,52,53ressaltando a importância de demência. O estudo concluiu que o consumo
medidas de prevenção e promoção de saúde de leve a moderado, tem um efeito protetor
e a necessidade de controle eficaz destes sobre a função cognitiva, a longo prazo. No
fatores de risco mesmo em indivíduos com entanto, os resultados da pesquisa sugerem
declínio cognitivo. um maior risco de demência com consumo
Um estudo prospectivo, com superior a duas bebidas diárias.55
duração de 5 anos, realizado com 469 A dieta do mediterrâneo é
indivíduos com idade entre 75 e 85 anos, caracterizada pela alta ingestão de peixes,
avaliou a relação entre as atividades de lazer vegetais, legumes, frutas, cereais, e baixa
e o risco de demência. Ao longo do tempo, ingestão de produtos lácteos, carne e
124 indivíduos desenvolveram algum tipo de moderado consumo de álcool.52,53 Estudos
demência, a saber: 61 indivíduos demonstram que quanto maior a aderência à
desenvolveram DA; 30, demência vascular; dieta do mediterrâneo, menor o risco de
25, demência mista e 8 indivíduos desenvolver DA.56,57 É importante manter
desenvolveram outros tipos de demência. uma dieta saudável, uma vez que o risco de
Entre as atividades de lazer realizadas, jogar demência é maior em obesos ou pessoas com
jogos de tabuleiro, ler, aprender um sobrepeso.53 Além disso, a hipertensão
instrumento musical e a dança foram arterial sistêmica também é considerada
associados a um risco reduzido de fator importante a se controlar, visto que um
demência.54 efeito positivo vem sendo observado com o
Além das atividades de lazer, os uso de anti-hipertensivos para a redução do
exercícios físicos também podem ser um comprometimento cognitivo.53 Apesar disso,
fator protetor para o desenvolvimento de não há provas suficientes para recomendar o
demências, uma vez que a prática regular uso de uma classe específica desses
diminui os fatores de risco para doenças fármacos.53
vasculares e podem regular o sistema Cabe ressaltar também, a
endócrino e imunológico, atuando importância da interação entre a rede de
possivelmente como fator protetor do saúde e a equipe multiprofissional, para a
52
sistema neurológico. resolutividade de cada caso. As atividades

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


com a família e com o cuidador também têm medicação para uma melhora da
61
se mostrado efetivas, na melhoria da tolerabilidade.
qualidade de vida dos pacientes, bem como Não existem evidências de
as atividades de estimulação cognitiva.58 diferenças na eficácia entre as drogas desta
classe.61 A donepezila é recomendada para
Medidas farmacológicas casos leves até moderadamente graves de
As medidas farmacológicas DA. A dose varia de 5 a 10 mg/dia, e deve
apresentadas referem-se em grande parte ao ser progredida em torno de um mês.63 A
transtorno neurocognitivo maior devido à galantamina possui as mesmas indicações
DA, considerando esta patologia a principal que a donepezila para DA, sendo a dose
causa de demência, conforme citado recomendada de 16mg/dia até o máximo de
anteriormente. 32mg/dia, e com sugestão de introdução
Desta forma, com relação à DA, o lenta também. E a rivastigmina é indicada
tratamento pode ser dividido em em doses de 6 a 12 mg/dia.63
sintomáticos, como os inibidores da O uso de anticolinesterásicos em
acetilcolinesterase (rivastigmina, donepezila casos de demência vascular ainda requer
e galantamina) e antagonistas dos receptores mais estudos, com relatos de benefícios em
N-metil-D-aspartato (NMDA), como a alguns indivíduos. O uso dessa classe de
memantina, e baseados na etiologia da drogas em paciente com demência devido à
doença.59 Infelizmente, com relação a esse doença de Parkinson ou por corpúsculos de
último, não existem ainda drogas capazes de Lewy também deve ser considerado, apesar
influenciar o curso da doença através de das modestas evidências. Já na demência
tratamentos seguros e efetivos. Todavia, os frontotemporal, não existem evidências que
imunomoduladores parecem ser substâncias justifiquem o uso de anticolinesterásicos.64
promissoras no tratamento futuro dessa O uso de outras medicações, como
60
condição. estatinas, anti-hipertensivos, anti-
Com relação ao uso de inflamatórios não esteroidais, suplementos
anticolinesterásicos, estas são drogas usadas hormonais, não são recomendados no
há mais de 30 anos, e ainda hoje com um tratamento dos transtornos
64
papel crucial no tratamento dos sintomas da neurocognitivos. Apesar disso, deve-se
DA.61 Uma desvantagem da adesão a este lembrar que o controle de fatores de risco
tratamento são os efeitos colaterais. Com cardiovasculares é essencial para o sucesso
relação a estes, pode-se citar: sintomas do tratamento.
gastrintestinais (diarreia, náuseas e Os transtornos neurocognitivos, em
vômitos), dor abdominal, anorexia, tonturas, geral, em fases mais avançadas podem
cefaleia e insônia.61,62 Deve-se ressaltar a apresentar durante a sua evolução alterações
importância de uma introdução mais lenta da comportamentais, como por exemplo: auto e

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


heteroagressividade, comportamento entre outros. Exemplos de antipsicóticos que
desorganizado e sintomas psicóticos. Nesses poderiam ser usados são olanzapina,
casos, além das medidas não-farmacológicas quetiapina, risperidona, aripiprazol e
que são essenciais, pode-se fazer uso, em clozapina, sempre averiguando de forma
casos refratários, de antipsicóticos. O uso sistemática a presença de efeitos adversos e
desta classe de medicações deve ser sempre interações medicamentosas.65 O uso de
na menor dose possível e em um período de antidepressivos ainda está sendo estudado
tempo breve, visando minimizar efeitos para outros sintomas além da depressão,
adversos, como sintomas extrapiramidais, como em casos de agitação e agressividade.
aumento da mortalidade nessa faixa etária, Um estudo evidenciou benefícios no uso de
sedação, hipotensão postural, síndrome citalopram em caso de agitação de pacientes
metabólica, síndrome neuroléptica maligna, com demência.64

REFERÊNCIAS

1. American Psychiatric Association. 7. Scazufca M, Menezes PR, Vallada HP,


Diagnostic and statistical manual of Crepaldi AL, Pastor-Valero M,
mental disorders. 5th ed. Washington Coutinho LMS, et al. High prevalence of
DC: American Psychiatric Press; 2013. dementia among older adults from poor
2. Allegri RF, Butman J, Arizaga RL, socioeconomic backgrounds in São
Machnicki G, Serrano C, Taragano FE, Paulo, Brazil. Int Psychogeriatr.
et al. Economic impact of dementia in 2008;20(2):394-405.
developing countries: an evaluation of 8. Bottino CMC, Azevedo D, Tatsch M,
costs of Alzheimer-type dementia in Hototian SR, Moscoso MA, Folquitto J,
Argentina. Int Psychogeriatr. et al. Estimate of dementia prevalence in
2007;19(4):705-18. a community sample from São Paulo,
3. Prince M, Bryce R, Albanese E, Wimo Brazil. Dement Geriatr Cogn Disord.
A, Ribeiro W, Ferri CP. The global 2008;26(4):291-9.
prevalence of dementia: a systematic 9. Goedert M, Spillantini MG. A century of
review and metaanalysis. Alzheimers Alzheimer’s disease. Science.
Dement. 2013;9(1):63-75.e2. 2006;314(5800):777-81.
4. Wang G, Cheng Q, Zhang S, Bai L, 10. Ramirez-Bermudez J. Alzheimer’s
Zeng J, Cui P-J, et al. Economic impact disease: critical notes on the history of a
of dementia in developing countries: an medical concept. Arch Med Res.
evaluation of Alzheimer-type dementia 2012;43(8):595-9.
in Shanghai, China. J Alzheimers Dis. 11. Weber MM. Aloys Alzheimer, a
2008;15(1):109-15. coworker of Emil Kraepelin. J Psychiatr
5. Feldman H, Gauthier S, Hecker J, Vellas Res. 1997;31(6):635-43.
B, Hux M, Xu Y, et al. Economic 12. Förstl H. Uncommon causes of
evaluation of donepezil in moderate to dementia: an historical account. Int
severe Alzheimer disease. Neurology. Psychogeriatr. 2005;17 Suppl 1:S3-15.
2004;63(4):644-50. 13. American Psychiatric Association.
6. Sosa-Ortiz AL, Acosta-Castillo I, Prince Diagnostic and statistical manual of
MJ. Epidemiology of dementias and mental disorders. 3th ed. Washington
Alzheimer’s disease. Arch Med Res. DC: American Psychiatric Press; 1980.
2012;43(8):600-8. 14. Jack CR, Albert MS, Knopman DS,
McKhann GM, Sperling RA, Carrillo

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


MC, et al. Introduction to the Estado de São Paulo, Brasil. Rev
recommendations from the National Psiquiatr Clin. 1998;25:70-3
Institute on Aging-Alzheimer’s 25. Hamdan AC, Bueno OFA. Relações
Association workgroups on diagnostic entre controle executivo central e
guidelines for Alzheimer's disease. memória episódica verbal no
Alzheimers Dement. 2011;7(3):257-62. comprometimento cognitivo leve e na
15. 15. Tay L, Lim WS, Chan M, Ali N, demência tipo Alzheimer. Estud Psicol
Mahanum S, Chew P, et al. New DSM- (Natal). 2005;10:63-71.
V neurocognitive disorders criteria 26. Serrano-Pozo A, Frosch MP, Masliah E,
and their impact on diagnostic Hyman BT. Neuropathological
classifications of mild cognitive alterations in Alzheimer disease. Cold
impairment and dementia in a memory Spring Harb Perspect Med. 2011
clinic setting. Am J Geriatr Psychiatry. Sep;1(1):a006189.
2015;23(8):768-79. 27. Hansen LA, Masliah E, Galasko D,
16. Premack D, Woodruff G. Does the Terry RD. Plaque-only Alzheimer
chimpanzee have a theory of mind? disease is usually the Lewy body
Behav. Brain Sci. 1978;1(04):515-26· variant, and vice-versa. Int J Geriatr
17. Call J, Tomasello M. Does the Psychiatry. 2003;18(11):988-93.
chimpanzee have a theory of mind? 30 28. Teixeira Jr. AL, Cardoso F. Demência
years later. Trends Cogn Sci. com corpos de Lewy: abordagem clínica
2008;12(5):187-92. e terapêutica. Rev Neurociênc.
18. Kemp J, Després O, Sellal F, Dufour A. 2005;13(1):28-33.
Theory of mind in normal ageing and 29. Parmera JB, Nitrini R. Da investigação
neurodegenerative pathologies. Ageing ao diagnóstico. Rev Med (São Paulo).
Res Rev. 2012;11(2):199-219. 2015;94(3):179-84.
19. Isaacowitz DM, Stanley JT. Bringing an 30. André ES. Moléstia de parkinson –
ecological perspective to the study of Parkinson’s Disease. Fisioter Mov.
aging and recognition of emotional 2004;7(1):11-25.
facial expressions: Past, Current, and 31. Fahn S. Parkinsonism. In: Rowland LP.
Future Methods. J Nonverbal Behav. Merritt’s neurology, 10ª ed.
2011;35(4):261-78. Philadelphia: Lippincott Williams &
20. Spoletini I, Marra C, Di Iulio F, Gianni Wilkins; 2000. p.679-93.
W, Sancesario G, Giubilei F, et al. Facial 32. Lang AE. Movement disorders
emotion recognition deficit in amnestic symptomatology. In: Bradley WG,
mild cognitive impairment and Daroff RB, Fenichel GM, Marsden CD
Alzheimer (eds). Neurology in clinical practice. 2ª
disease. Am J Geriatr Psychiatry. ed. Boston: Butterworth-Heinemann;
2008;16(5):389-98. 1996. p.299-320.
21. Varjassyová A, Hořínek D, Andel R, 33. Barbosa ER, Sallem FAS. Doença de
Amlerova J, Laczó J, Sheardová K, et al. parkinson - diagnóstico. Rev
Recognition of facial emotional Neurociênc. 2005;13:158-65.
expression in amnestic mild cognitive 34. Lishman WA. Organic psychiatry: the
impairment. J Alzheimers Dis. psychological consequences of cerebral
2013;33(1):273-80. disorder. 3rd ed. Oxford: UK Blackwell
22. Nitrini R, Caramelli P. Demências. In: Publishing; 1998.
Nitrini R, Bacheschi LA. A neurologia 35. Caramelli P, Teixeira AL, Buchpiguel
que todo médico deve saber. 2ª ed. São CA, Lee HW, Livramento JA,
Paulo: Atheneu; 2003; p.323-34. Fernandez LL, et al. Diagnosis of
23. Caramelli P, Barbosa MT. Como Alzheimer´s disease in Brazil. Dement
diagnosticar as quatro causas mais Neuropsychol. 2011;5(3):167-77.
frequentes de demências? Rev Bras 36. Rabins PV, Rovner BW, Rummans T,
Psiquiatr. 2002;24(supl.1):7-10. Schneider LS, Tariot PN. Guideline
24. Herrera E, Caramelli P, Nitrini R. watch: practice guideline for the
Estudo epidemiológico populacional de treatment of patients with Alzheimer´s
demência na cidade de Catanduva, Disease and other dementias.

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


Washington, DC: American Psychiatric idosos baseado em estratégias de
Press; 2014. categorização e cálculos semelhantes a
37. Folle AD, Shimizu HE, Naves JOS. tarefas do cotidiano. Rev Bras Geriatr
Social representation of Alzheimer’s Gerontol. 2011;14(1):65-74.
disease for family caregivers: stressful 48. Lira JOD, Rugene OT, Mello PC.
and rewarding. Rev Esc Enferm USP. Desempenho de idosos em testes
2016;50(1):79-85. específicos: efeito de grupo de
38. Oliveira AP, Caldana RHL. As estimulação. Rev Bras Geriatr Gerontol.
repercussões do cuidado na vida do 2011;14(2):209-20.
cuidador familiar do idoso com doença 49. Chariglione IPF, Janczura GA.
de Alzheimer. Saúde Soc. Contribuições de um treino cognitivo
2012;21(3):675-85. para a memória de idosos
39. Martorell-Poveda MA, Reverol CLP, institucionalizados. Psico USF.
Montes-Muñoz MJ, Jimenez-Herrera 2013;18(1):13-22.
MF, Burjalés-Marti MD. Alzheimer: 50. Tamai S. Tratamento dos transtornos
sentidos, significados y cuidados desde ratamento dos transtornos do
una perspectiva transcultural. Index comportamento de pacientes com
Enferm. 2010;19(2-3):106-10. demência Treatment of behavioral
40. Cerquera Córdoba AM, Granados disorders reatment of behavioral
Latorre FJ, Buitrago Mariño AM. disorders in dementia patients. Rev Bras
Sobrecarga en cuidadores de pacientes Psiquiatr. 2002;24(Supl I):15-21.
con demencia tipo Alzheimer. Psychol 51. Caramelli P, Bottino CM. Tratando os
Av Discip. 2012; 6(1):35-45. sintomas comportamentais e
41. Caldas CP. O idoso em processo de psicológicos da demência (SCPD). J
demência: o impacto na família. In: Bras Psiquiatr. 2007;56(2):83-7.
Minayo MCS, Coimbra Jr CEA. 52. Brucki SMD. Does prevention for
Antropologia, saúde e envelhecimento. Alzheimer’s disease exist. Dement
Rio de Janeiro: Fiocruz; 2002. p.51-71. Neuropsychol. 2009;3(3):209-13.
42. Wimo A, Winblada B, Linus JL. The 53. Brucki SMD Ferraz AC, Freitas GR,
worldwide societal costs of dementia: Massaro AR, Radanovic M, Schultz RR.
estimates for 2009. Alzheimers Dement. Tratamento da demência vascular.
2010;6(2):98-103. Recomendações do Departamento
43. André C. Demência vascular: Científico de Neurologia Cognitiva e do
dificuldades diagnósticas e tratamento. Envelhecimento da Academia Brasileira
Arq Neuropsiquiatr. 1998;56(3A):498- de Neurologia. Dement Neuropsychol.
510. 2011;5(Suppl 1):78-90.
44. Silva CB, Silva EM. A demência de 54. Verghese J, Lipton RB, Katz MJ, Hall
Alzheimer e suas terapêuticas não CB, Derby CA, Kuslansky G. et al.
farmacológicas: um estudo sobre as Leisure activities and the risk of
estratégias e intervenções em dementia in the elderly. N Engl J Med.
reabilitação neuropsicológica. Cad 2003;348(25): 2508-16.
Discente. 2014;1(1): 55. Mukamal KJ, Kuller LH, Fitzpatrick
45. Gil G, Busse AL, Shoji FT, Martinelli AL, Longstreth Jr WT, Mittleman MA,
PD, Mercadante EF. Efeitos de um Siscovick DS. Prospective study of
programa de estimulação cognitiva alcohol consumption and risk of
multidisciplinar intergeracional. Rev dementia in older adults. JAMA.
Bras Geriatr Gerontol. 2015;18(3):533- 2003;289(11):1405-13.
43. 56. Scarmeas N, Stern Y, Mayeux R, Manly
46. Brum PS, Forlenza OV, Yassuda MS. JJ, Schupf N, Luchsinger JA.
Cognitive training in older adults with Mediterranean diet and mild cognitive
mild cognitive impairment. impairment. Arch Neurol.
Neuropsychologia. 2009;3:124-31. 2009;66(2):216-25.
47. Silva TBLD, Oliveira ACVD, Paulo 57. Scarmeas N, Stern Y, Mayeux R,
DLV, Malagutti MP, Danzini VMP, Luchsinger JA. Mediterranean diet,
Yassuda MS. Treino cognitivo para Alzheimer disease, and vascular

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016


mediation. Arch Neurol. Efficay and safety of donepezil,
2006;63(12):1709-17. galantamine, and rivastigmine for the
58. Camara VD, Gomes S, Ramos F, Moura treatment of Alzheimer´s disease: a
S, Duarte R, Costa AS, et al. systematic review and meta-analysis.
Reabilitação cognitiva das demências. Clin Interv Aging. 2008;3:211-25.
Rev Bras Neurol. 2009;45(1):25-39 63. American Psychiatric Association:
59. Mendiola-Precoma J, Berumen LC, Practice guideline for the treatment of
Padilla K, Garcia-Alcocer G. Therapies patients with Alzheimer´s disease and
for prevention and treatment of others dementias. EUA: American
Alzheimer´s Disease. Biomed Res Int. Psychiatric Association; 2007.
2016;2016:2589276. 64. Rabins PV, Rovner BW, Rummans T,
60. Cazarim MS, Moriguti JC, Ogunjimi Schneider LS, Tariot PN. Guideline
AT, Pereira LR. Perspectives for watch (October 2014): practice
treating Alzheimer´s disease: a review guideline for the treatment of patients
on promising pharmacological with Alzheimer´s Disease and other
substances. Sao Paulo Med J. dementias. EUA: American Psychiatric
2016;134(4):342-54. Association; 2014.
61. Birks J. Cholinesterase inhibitors for 65. Reese TR, Thiel DJ, Cocker KE.
Alzheimer´s disease. Cochrane Behavioral disorders in dementia:
Database Syst Rev. 2006 Jan appropriate nondrug interventions and
25;(1):CD005593. antipsychotic use. Am Fam Physician.
62. Hansen RA, Gartlehner G, Webb AP, 2016;94(4):276-82.
Morgan LC, Moore CG, Jonas DE.

Correspondência: Marcos Hortes N. Chagas. Universidade Federal de São Carlos Departamento de Gerontologia -
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Rodovia Washington Luís, Km 235 - São Carlos – SP. CEP: 13565-905
Fone: 55-16-98145-2367. E-mail: mchagas@ufscar.br

Revista Ciências em Saúde v6, n 4, 2016

Você também pode gostar