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Como as paletas de cores determinam o clima dos filmes


Ana Freitas 27 Mai 2016 (atualizado 27/Mai 18h26)

Escolha das cores é capaz de transmitir climas e emoções e até aparece como elemento central da
narrativa em certas obras

Na teoria do audiovisual, é bem estabelecido (http://www.ee.columbia.edu/ln/dvmm/publications/04/ICMEjune04_nelson.pdf) o conceito


de que cores são um elemento eficaz na comunicação de emoções subjetivas para a audiência. A base é a teoria das cores, que sugere que
cores e tons são capazes de influenciar ou comunicar certos espectros de emoções.

A série “Harry Potter” é um bom exemplo. A paleta dos filmes vai ganhando tons mais frios, como azul, preto, verde-escuro e cinza, filme a
filme, na medida em que a história vai se tornando mais sombria.
Esse é (https://youtu.be/aXgFcNUWqX0) o uso mais comum das cores em produções audiovisuais. Outro uso, menos comum pelo desafio
que representa, é o uso da cor como um elemento narrativo mais sofisticado.

Nesse caso, as paletas dão dicas sobre as conexões entre personagens e indicam o rumo da história, se o telespectador se mantiver atento a
elas.

“É fácil fazer uma paleta que seja esteticamente agradável, mas difícil fazer com que ela preste um
serviço à história.”
Roger Deakins
Diretor de fotografia britânico, conhecido pelos trabalhos com os Irmãos Coen

Na série Breaking Bad, as cores têm essa função desde o primeiro episódio. A enciclopédia colaborativa da série, feita por fãs
(http://breakingbad.wikia.com/wiki/Color), identifica os personagens e os elementos associados a cada paleta de cores usada na série.

O verde, por exemplo, aparece ligado a momentos de ganância, que envolvem dinheiro e inveja - e sempre nos personagens Walter White,
Skyler White e Saul Goodman. O azul predomina em cenas que simbolizam lealdade, poder, tristeza e frieza, com personasagens como Skyler,
Walter, Todd Alquist e Lydia Rodarte-Quayle. Em “Breaking Bad”, nenhuma paleta de cor é escolhida por acaso.
E há as obras em que a paleta de cores representa um elemento (https://www.quora.com/What-are-the-best-movies-that-use-color-as-a-
predominant-theme) central na narrativa. Os filmes de Wes Anderson (http://www.elon.edu/docs/e-
web/academics/communications/research/vol6no2/04_Vaughn_Vreeland.pdf) são facilmente reconhecíveis pela escolha da paleta de cores.
Longas como Traffic, Sin City, Precisamos Falar Sobre O Kevin, Matrix e A Vida Em Preto E Branco têm nas paletas, cada um de maneira
diferente, informações importantes sobre a história em si.
Em Matrix, por exemplo, a paleta de cores é diferente antes de depois de Neo escolher a pílula azul; em Sin City, o espectador é capaz de
identificar em qual narrativa paralela o filme se encontra pela paleta de cores.

No Twitter, o usuário @CINEMAPALETTES (https://twitter.com/CINEMAPALETTES) está compilando as paletas de cores de cenas de


centenas de filmes e está fazendo sucesso entre designers e profissionais do audiovisual. E ele aceita pedidos de outros usuários. Veja as
paletas de cores identificadas em alguns filmes pelo perfil:

Cena de "Aladdin" (1992), da Disney

"Frozen" (2013), Disney


"O Grande Hotel Budapeste" (2014), Wes Anderson
"Cidade de Deus" (2002), Fernando Meirelles e Kátia Lund
"Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2" (2011), David Yates
"Bonequinha de Luxo" (1961), Blake Edwards
"Mad Max: Estrada da Fúria" (2015), George Miller

"Meninas Malvadas" (2004), Mark Waters


"Moonrise Kingdom" (2012), Wes Anderson
"A Noiva Cadáver" (2005), Tim Burton
"Edward Mãos de Tesoura" (1990), Tim Burton
"Titanic" (1997), James Cameron
"O Silêncio dos Inocentes" (1991), Jonathan Demme
"O Iluminado" (1980), Stanley Kubrick
"Star Wars: O Despertar da Força" (2015), J.J. Abrams
"Taxi Driver" (1976), Martin Scorsese
"Ela" (2013), de Spike Jonze
"Melancolia" (2011), Lars von Trier
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