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Microfones No Palco, Vamos Ao Começo
Microfones No Palco, Vamos Ao Começo
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MICROFONES NO ESTÁGIO:
vamos para o início
Por Mario Montellano
Como sempre, é um prazer cumprimentá-lo nesta edição dedicada a um componente do sistema de
áudio cujo conhecimento e compreensão são vitais para otimizar nosso trabalho de áudio ao vivo: o
microfone. Abordaremos aspectos como: tipos de microfones utilizados para reforço sonoro, bem
como seus princípios básicos de funcionamento e, claro, as características de cada modelo que
devemos levar em consideração na escolha de um para uma determinada aplicação.
O que é um microfone?
O microfone é um dispositivo de áudio que pertence à família dos transdutores , ou
seja, sua função é ser o elo de ligação entre dois mundos distintos: o acústico e o
elétrico. É aqui que as vibrações físicas produzidas pelo som natural de uma voz
humana ou instrumento musical são transformadas em impulsos elétricos que
posteriormente serão amplificados e processados pelo sistema de áudio.
Dinâmico
Na figura 1 temos o diagrama simplificado de um microfone dinâmico ou tipo bobina
móvel. Seu princípio de funcionamento é muito simples: as ondas sonoras fazem
vibrar o diafragma, que está preso a uma bobina que por sua vez fica submersa e
envolvida pelo campo magnético produzido pelo ímã permanente que vemos na
figura. Como o diafragma vibra como resultado dos sons que recebe, a bobina oscila
dentro do ímã e isso produz uma corrente de indução na bobina, que será
proporcional em intensidade e frequência ao som captado pelo diafragma. A corrente
produzida passa da bobina para o transformador, que tem duas funções:
1. Acople a bobina de alta impedância ao circuito de baixa impedância e balanceado
da saída que vai para o console ou pré-amplificador.
2. Isole a possível presença de tensões de corrente contínua em consoles que não
possuem chaves phantom power independentes em cada canal de entrada, o que
poderia danificar a bobina ou imobilizá-la completamente.
Finalmente, da saída do transformador, o sinal vai para o console ou pré-amplificador
para processamento. Entre os microfones deste tipo mais usados estão os Shure
SM57 e 58, bem como os Sennheiser MD421 e e604 ou o Electro-Voice RE-20.
Condensador
Na figura 2 mostramos o diagrama simplificado de um microfone
condensador. Vemos que a principal diferença com relação ao microfone dinâmico é
que no tipo condensador temos uma fonte de alimentação externa de + 48V que
normalmente é fornecida pelo console ou pré-amplificador, ou em alguns casos por
uma bateria. O princípio de funcionamento também é completamente diferente, pois
em vez de uma bobina móvel, este tipo de microfone emprega um condensador ou
capacitor, um dos elementos é fixo e polarizado com uma tensão de corrente
contínua, e o outro elemento é móvel., atuando como o diafragma.
Os elementos condensadores normalmente consistem em duas folhas de metal finas
separadas por uma distância muito pequena, normalmente da ordem de alguns
mícrons. A vibração produzida pelas ondas sonoras que incidem sobre o diafragma
faz com que a separação entre os dois elementos varie, o que por sua vez provoca
uma variação no valor da capacitância existente entre os dois elementos do
diafragma, que se traduz numa variação proporcional a a tensão recebida pelo pré-
amplificador, que faz com que a tensão de saída varie na mesma proporção também.
Dependendo do modelo e faixa de preço do microfone, o pré-amplificador pode ser
bulbo, estado sólido, com ou sem transformador, etc. Mesmo em alguns modelos de
estúdio caros, o pré-amplificador está alojado em uma caixa fora do corpo do
microfone. Entre os microfones deste tipo mais usados para apresentações ao vivo
estão o Shure SM81, Beta 87 e 98, bem como o AKG C414.
Sensibilidade
Este parâmetro determina a quantidade de voltagem que um determinado microfone
fornecerá na saída de acordo com um som de uma intensidade específica que ele
recebe. Nesse sentido, existem variações muito importantes de um modelo de
microfone para outro, bem como no método que cada fabricante utiliza para medir a
sensibilidade de cada microfone, então em caso de dúvida é melhor consultar o
fabricante.
Resposta de freqüência
Este fator é extremamente importante. Este parâmetro determina a resposta ou
sensibilidade que um microfone apresenta a sons de diferentes frequências. Este
parâmetro depende das características do microfone como: som mais “brilhante”, ou
com mais “corpo”, “metálico”, etc. Nesse sentido, as variações existentes entre um
modelo e outro são ilimitadas. Como regra geral, o microfone condensador tem faixas
de frequência mais ricas e mais amplas do que o dinâmico, o que favorece o
microfone condensador para certas aplicações onde um som mais fino e detalhado é
necessário ou bem carregado para as faixas de alta frequência.
Conclusões
Uma ajuda muito importante na escolha de um microfone para uma aplicação
específica pode ser dada pelas recomendações do próprio fabricante do microfone,
de acordo com suas características. Sabemos que não existe um microfone perfeito
ou adequado para todas as situações, por isso podemos aplicar critérios derivados do
que expusemos acima para determinar o que funciona melhor para nós. Falando em
termos de som ao vivo, na opinião de um servidor, o parâmetro mais importante a ter
em conta é a direccionalidade, acima de uma maior riqueza de frequências, pois
tende a gerar mais problemas de feedback, o que constitui o maior inimigo do
Engineer. Como sempre, lembramos que seus comentários, opiniões, críticas e
sugestões são vitais para o desenvolvimento de nosso trabalho.
17 de janeiro de 2019 às 23h01