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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

PROFESSOR: CLÁUDIO LUIZ GONÇALVES DE SOUZA

Da Competência Internacional

O modo de aplicação das regras de competência em relação ao direito


internacional
I. INTRODUÇÃO
O reconhecimento da personalidade jurídica do estrangeiro é uma
característica da Idade Moderna. Por muito tempo o contexto se
caracterizou pelo protecionismo nacional em litígios com estrangeiros,
até como demonstração de força perante as demais nações. Aqueles
que se arriscavam com negócios fora de seu território estavam sujeitos
a seguir as regras do Estado estrangeiro, sem a possibilidade de
pleitear o reconhecimento de seus direitos. Não se reconhecendo
direitos ao estrangeiro, não havia o problema da competência
internacional. Foi com o desenvolvimento do comércio que surgiram os
primeiros conflitos sobre o tema.

No Brasil, desde os tempos coloniais, a competência judiciária baseava-


se no territorialismo, sem distinção entre nacionais e estrangeiros.[1]
Aos poucos foram surgindo normas, decretos e leis que dispunham
sobre a noção de competência internacional e a inseria em nosso
ordenamento jurídico.

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Já no contexto atual, com o advento da globalização e a consequente
diminuição das distâncias, aumenta a incidência de relações
internacionais, assim como os próprios litígios dessa mesma natureza.
Portanto, a questão dos limites da jurisdição dos Estados se torna de
suma importância, já que será o fator que determinará o alcance
judiciário daquele Estado no plano internacional.

A determinação do direito aplicável à situação concreta é um meio para


alcançar a pacificação social, eliminando os conflitos através da
aplicação de uma solução justa dada pelo Estado, sendo, no Direito
Processual Civil brasileiro, a fixação da competência de âmbito interno
marcada por expressivo rigor.

Cabe começar definindo o próprio conceito de jurisdição. Para


Dinamarco, a jurisdição é ao mesmo tempo poder, função e atividade.
Como poder, é a manifestação do poder estatal, a capacidade de impor
decisões e decidir imperativamente. Como função, diz respeito ao
encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de
conflitos por meio de processo e com a realização do direito justo. Por
fim, como atividade, a jurisdição é o complexo de atos do juiz no
processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe
comete.

Competência internacional ou geral se refere ao exercício do poder


jurisdicional do Estado em relação a uma controvérsia que apresente de
qualquer maneira um elemento estrangeiro, o envolvimento de mais de
um país. Logo, quanto ao seu conteúdo, a jurisdição, como conceito,
não sofre, e nem deveria sofrer, diferenciações buscando um conceito a
parte só pela inclusão do âmbito internacional na equação.

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Quando tratamos de tal inclusão do fator ‘âmbito internacional’, faz
parte da pauta de muitos estudiosos do direito a elaboração de normas
que formem um verdadeiro direito processual internacional para facilitar
a aplicação envolvendo diferentes jurisdições internacionais; tarefa
árdua, uma vez que encontra inúmeras barreiras nas diferenças sociais,
econômicas e culturais de cada país.

O tema da competência internacional é permeado por tantas dúvidas e


divergências de opiniões, que as encontramos logo na classificação da
matéria que a rege.

A tradição de ensinar o Direito Processual Civil Internacional como


disciplina do Direito Internacional Privado é característica da Escola
Anglo-Americana, que insere a matéria dentro do chamado ‘conflict of
laws’[2], reafirmada também pela Alemanha.

A análise e aplicação do Direito Processual Civil Internacional deve ser


feita ‘de dentro para fora’, e não ao reverso, mesmo porque as normas
do mesmo pertencem ao direito interno de um determinado Estado, em
virtude da própria natureza dos problemas causados por tais normas.

Cabe inclusive frisar a diferença que se deve observar quanto à


denominação de ‘Direito Processual Civil Internacional’ e ‘Direito
Internacional Processual Civil’ na presente realidade, a medida que
entende-se de forma geral que a primeira opção é a mais correta, por
atribuir maior importância as normas internas de processo em relação
ao conflitos internacionais, evitando uma padronização que ignoraria
aquelas diferenças econômicas, sociais e culturais que se apresentam
como barreiras para os que vêm buscando uma unificação.

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Fato que concordam todos é a existência da dificuldade de enquadrar
as normas que tangenciam o Direito Processual Civil e o Direito
Internacional Privado.

Diz o posicionamento tradicional que cabe ao Direito Internacional


Privado reger as normas gerais envolvendo litígios transnacionais. Mas
também na delimitação do objeto do próprio direito internacional privado
encontramos controvérsias.

A concepção clássica francesa, representada por Antoine Pillet


identifica cinco matérias: nacionalidade, condição jurídica do
estrangeiro, conflito de leis, conflito de jurisdições e os direitos
adquiridos em sua dimensão internacional; o espanhol Adolfo Miaja de
la Muela acredita que o único ponto pacífico quanto tal delimitação é o
conflito de leis; na doutrina nacional, vem prevalecendo o entendimento
de que o objeto do Direito Internacional pode ser resumido em conflito
de leis e conflito de jurisdições, sendo as demais matérias apenas
reflexos naturais. Há também os que pensam como Amílcar de Castro e
entendem que “vários autores, inadvertidamente, atribuem ao direito
internacional privado a função de resolver conflitos de jurisdição,
totalmente deslembrados de que, na hora atual, não podem haver
conflitos de jurisdição na ordem internacional. É certo que, a respeito da
competência geral, o direito processual internacional de um Estado
pode dispor de um modo, enquanto o de outro disponha em sentido
contrário, mas nem essas divergências importam conflito de jurisdição,
nem é função do direito internacional privado remediar os
inconvenientes delas resultantes"[3]

Atribuir a uma mesma ciência o estudo, no plano internacional, do


conflito de normas e do conflito de jurisdições pode ser uma técnica
perigosa por misturar conceitos e acabar empregando os mesmos
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princípios para a resolução de tais conflitos, o que pode levar a
soluções incorretas ou cientificamente imprecisas. A universalidade da
jurisdição causaria vários problemas de ordem prática, impondo,
portanto, a necessidade de se considerar outros elementos como a
existência de outras jurisdições, a soberania territorial de cada país e o
próprio interesse em conhecer de conflitos absolutamente estranhos à
vida social de um país. Nesse sentido, a jurisdição internacional estará
sujeita a regras e princípios que lhe imponham um grau de limitação
suficiente para afastar o caráter universal e eventuais
desproporcionalidades a caracterizar uma tutela desconectada com
valores constitucionais como o acesso à justiça. A função de limitar o
exercício da jurisdição nesse sentido cabe às chamadas normas sobre
competência ou jurisdição internacional.

II -‘COMPETÊNCIA INTERNACIONAL’ COMO TERMINOLOGIA


Como visto até agora, os termos que circundam o tema em questão são
seguidos de dúvidas, questionamentos e posicionamentos distintos.
Portanto, não é de se espantar que sobre o próprio termo ‘ competência
internacional’ incidam diferentes visões doutrinárias.

As críticas ao termo provêm do fato de ‘competência’ ser uma


repartição interna da jurisdição em que o próprio Estado, orientado por
princípios gerais e adotando seus próprios critérios, elabora regras para
fixação dos limites jurisdicionais. Como não existe um órgão supra
estatal regulamentador da competência internacional dos Estados,
conclui-se teoricamente que não poderia existir uma ‘competência
internacional’.

Entende MORELLI, porém, que a expressão não é equivocada, já que


não se confunde com competência interna, apesar de poder conduzir a
ideologias errôneas com as normas internas.
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As normas de competência própria objetivam distribuir entre os órgãos,
individualmente considerados, as lides submetidas à jurisdição do
Estado, e estas, por sua vez, são determinadas com base na
competência internacional.

Ainda segundo os entendimentos de MORELLI, não seria possível a


diferenciação de competência concorrente e exclusiva, no sentido que
um Estado não poderia interferir na determinação jurisdicional de outro.
Não há como afirmar, por exemplo, que um país tem competência
exclusiva em dada matéria, já que nada impede que jurisdições
estrangerias conheçam e julguem referida matéria.

Mesmo nas demandas envolvendo partes nacionais e versando sobre


fatos ocorridos no próprio país, pode vir a ser necessário que a
sentença produza efeito fora dos limites de sua jurisdição (por exemplo,
se o vencido na demanda se mudar para o exterior e, não havendo
cumprimento espontâneo da sentença, o autor precisar executar bens
situados no estrangeiro).

III- LATERALIDADE DAS NORMAS DE COMPETÊNCIA


INTERNACIONAL
Uma vez disposto que a competência internacional é definida pelas
normas do próprio ordenamento interno de cada Estado, ou seja, que
para que um tribunal nacional afirme ou negue sua competência
internacional, deve se valer, em regra, unicamente do predeterminado
legalmente em seu próprio ordenamento jurídico, fica clara a assertiva
que tais normas são reflexos da soberania de cada Estado e, portanto,
têm caráter unilateral. O juiz nacional não irá tomar como base uma
norma estrangeira sobre competência para verificar sua própria
posição.

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Todavia, não podemos desdobrar do período acima que ocorre um total
isolamento da competência internacional de cada Estado em relação ao
ambiente internacional e as normas alheias sobre fixação de
competência, já que tal isolamento comprometeria a harmonia e a
própria efetividade das sentenças de um país.

Um reflexo processual prático dessa unilateralidade existe na situação


em que uma parte apresenta exceção declinatória de competência
internacional perante o órgão jurisdicional que conheceu a demanda. Se
procedente, o órgão declarará sua incompetência, mas nunca poderá
indicar impositivamente a Tribunais de outros Estados a competência
de receber a demanda em questão.

Há casos de exceção em que as normas apresentam caráter bilateral


ou multilateral; quando de fonte convencional, firmadas em tratados
internacionais, bastando, para a eficácia, que o Estado tenha firmado,
ratificado e positivado os instrumentos internacionais.

Esses dois casos diferenciam a competência autônoma da


convencional. A primeira, elaborada de maneira livre e soberana por
cada um dos Estados, com base em seu contexto político, social,
cultural, econômico, etc. Enquanto a segunda tem origem em um
convênio ou tratado internacional, com sua elaboração condicionada
aos termos do acordo, não apresentando uma realidade única, mas um
acúmulo de características que diluem as delimitações particulares.

IV – PRINCÍPIOS DO MODELO BRASILEIRO DE COMPETÊNCIA


INTERNACIONAL
IV.1 – Princípio da Efetividade
Para o legislador, o Estado brasileiro é interessado quando i) o réu for
domiciliado no Brasil; ii) o Brasil for local de cumprimento da obrigação;
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iii) a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil; iv) a
ação versar sobre imóveis situados no Brasil; e, v) quando se tratar de
inventário, a partilha de bens aqui situados. A extensão desse interesse
é definida pelo principio da efetividade, que atua no sentido de excluir
da competência de um estado causas que a lei nacional nela incluiu.
Defende Botelho de Mesquita, serem essas causas que, mesmo
inseridas nas hipóteses dos artigos 88 e 89 do CPC, poderiam ser
recusadas pelo Juiz brasileiro, pelo fato de ser o Brasil juridicamente
indiferente perante as mesmas. É o caso I) das causas cuja decisão
demande a aplicação do Direito Nacional, mas cuja sentença só possa
ser utilmente executada no exterior, em território de Estado que, em
geral ou no caso particular, não reconheça eficácia à sentença
estrangeira; II) das causas cuja decisão demande a aplicação do direito
estrangeiro e sua sentença não tenha que produzir efeitos dentro do
território nacional; III) as execuções de sentença ou título executivo que
devam versar sobre bens situados, ou pessoas domiciliadas, fora do
território nacional, bem como as execuções de títulos executivo
extrajudicial que não indicarem o Brasil como local de cumprimento de
obrigação.
IV.2 – Princípio da Submissão
O pressuposto de existência do princípio de submissão é o desinteresse
do Estado. O mesmo se aplica, então, nas hipóteses que não se achem
expressamente incluídas legalmente entre os casos de sua
competência internacional exclusiva ou concorrente. Sua validade
constitucional, por sua vez, provém da combinação dos princípios da
duração razoável do processo, da instrumentalidade das formas e da
autonomia da vontade, já que se resume ao ato voluntário de uma
pessoa submeter-se à jurisdição de tribunal que não estava sujeita. De
certa forma, podemos fazer uma aproximação do conceito, de direito
interno, de prorrogação de competência na competência territorial.

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IV.3 – Princípio da Não Denegação de Justiça
Este princípio estabelece uma garantia fundamental de todo indivíduo,
não somente enquanto cidadão de determinado país, mas enquanto,
simplesmente, habitante, não necessitando ter residência, podendo até
estar de mera passagem.

Nesse diapasão, fato é que o Estado, enquanto ente soberano, pode


estabelecer certos privilégios para os seus nacionais. Porém, este
privilégio não pode exceder os limites impostos pelas garantias e
direitos fundamentais, devendo estes, ser assegurados a todos os
indivíduos, incluindo aqui os estrangeiros.

Isto posto, o Princípio da Não Denegação da Justiça impõe o acesso,


de todos, a um provimento jurisdicional. Este princípio está intimamente
ligado à questão da inafastabilidade do poder judiciário, onde este,
enquanto possuidor do poder de julgar, não pode se abster de conceder
um provimento jurisdicional para aquela pretensão que rompera a sua
inércia, pretensão provinda tanto de nacional, quanto de estrangeiro.

Contudo, apesar do exposto, cumpre esclarecer que a ideia de


provimento jurisdicional não se limita, apenas, ao direito de ação que os
indivíduos, nacionais ou estrangeiros, se utilizam para ter satisfeita sua
pretensão. Este princípio é muito maior que isso, pois engloba as
questões de que todos têm o direito, além do de ação, de defesa, de ser
ouvido e de ter a sua causa examinada e julgada por um juiz imparcial.

IV.4 – Princípio da Cooperação Judicial


Trata-se de um princípio do Direito Internacional como ciência geral que
tem papel delimitador quanto à liberdade dos Estados no exercício de
fixação de suas regras de competência internacional. Diz respeito a
atos, práticas e regras de boa vontade, amizade e cortesia no
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intercâmbio mútuo entre os Estados soberanos. Num mundo
juridicamente dividido, se apresenta como exigência fundamental para
prestação de tutela jurisdicional efetiva.

Há entre os povos uma obrigação de assegurar o que seria o objetivo


geral de todas as sociedades, a consecução da justiça. Justamente aí
que encontram base o respeito de imunidades, o reconhecimento de
sentenças estrangeiras, além da própria cooperação entre jurisdição
dos diferentes Estados. Case ressaltar inclusive que o dever de
cooperação entre os Estados encontra-se refletido na própria Carta das
Nações Unidas, na definição de seus propósitos.[4]

Caso as autoridades deixem de observar e considerar os princípios e


valores que guiam a comunidade nacional que lhes delegou dada
jurisdição, surge o risco de transformar as leis em uma espécie de
manifestação ditatorial e mesmo usurpadora da autoridade originária.

Em vista da necessidade de coexistir, surgem limites à vontade do


Estado. Ao restringir sua jurisdição e reconhecer a existência de outros
ordenamentos jurídicos independentes, o Estado admite que pode ter
de recorrer a esses outros ordenamentos, como procedimento
necessário para o exercício de sua própria função jurisdicional. Como
não pode por si assegurar o cumprimento de notificações, produção de
provas ou mesmo efetivação de sentenças fora de suas fronteiras, o
Estado, para cumprir seu papel, terá que se socorrer da cooperação
das autoridades de outros Estados.

A cooperação internacional é uma necessidade à ideia de soberanias


que convivem pacificamente numa comunidade internacional, o que
revela uma importante diretriz ao processo civil internacional, em
especial a competência internacional. No Brasil, o princípio da
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cooperação é objeto de disposição constitucional expressa,
artigo 4º, IX da CF, de modo a influenciar de forma substancial as
normas sobre competência internacional, condicionando-as a uma
pacífica convivência, buscando evitar conflitos ou
desproporcionalidades.
IV.5 – Princípio da Inconveniência do Foro
Quando ocorrer que duas justiças, uma nacional e uma estrangeira,
forem declaradas igualmente competentes, será necessário analisar
qual delas é mais adequada ao caso, ou seja, qual a lei mais
conveniente para que haja a perfeita realização do princípio da justiça.

Quando uma ação é proposta em determinado foro, de determinado


país, aquela lei será aplicável, mas poderá haver situações em que,
dependendo da matéria tratada, a lei daquele país tenha competência
concorrente com a de outro. Nesses casos, o juiz deverá analisar se a
lei estrangeira será melhor aplicável ao caso e, se o for poderá declarar
de ofício ou a requerimento da parte, sua incompetência para julgar a
causa em razão da competência de outro país.

Mas, para que possa haver a determinação da competência de outro


país por ser mais convenientemente aplicável, será necessário que se
analise três pontos, fundamentais para a determinação da matéria em
questão: I) se as justiças são concorrentemente competentes e se não
existe competência exclusiva de uma ou outra justiça; II) o processo
não seja extinto, em razão da incompetência do país que se trava a
demanda, por foro não conveniente, seja apenas suspenso até que o
outro país declarado competente de manifeste; III) a inconveniência
deve ser significativa, de forma que, se não decretada, prejudicará a
eficiência da prestação jurisdicional.

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Portanto, acima de tudo, este princípio visa a consecução da justiça na
sua amplitude, na medida em que, através do direito comparado, aplica
a lei mais conveniente, de forma a fazer com que a prestação
jurisdicional seja proporcionada da melhor maneira possível.

IV.6 – Princípio da Territorialidade


As normas de Direito Processual Civil que têm como objeto um
elemento estrangeiro são, em todos os países, de disposição interna,
uma vez que todos eles possuem soberania e usufruem de liberdade e
independência, decorrentes da autonomia inerente à ideia de Estado
soberano. Em sendo assim, nenhum país pode interferir e impor regras
de processo civil, e nem de qualquer outra matéria, a outros países, sob
pena de menoscabo da soberania.

Esta regra pode sofrer exceções, como ocorre quando é firmado um


tratado ou uma convenção a respeito de determinada matéria.
Entretanto, essa exceção é relativa, uma vez que não há uma
imposição de regras de um Estado a outro, e sim uma avença entre
eles, caracterizando o Princípio da Cooperação Judicial.

Portanto, em territórios alheios, um Estado estaria, em princípio,


impedido de exercer qualquer poder no território de outro Estado, salvo
com a concordância da ordem política ali instituída ou por meio do uso
abusivo da força.

O poder/dever de conceder a prestação jurisdicional, nos limites de seu


território, é pleno e ilimitado, assim proclamado como regra geral pelo
Direito Internacional, excepcionado apenas pelas limitações
estabelecidas por sua própria legislação e, em alguns casos, por
construção jurisprudencial.

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IV.7 – Princípio da Imunidade de Jurisdição
O professor HAROLDO VALLADÃO conceitua ‘imunidade de jurisdição’
como sendo “a isenção, para certas pessoas, da jurisdição civil, penal,
administrativa, por força de normas jurídicas internacionais
originalmente costumeiras, praxe, doutrina, jurisprudência, ultimamente
convencionais, constantes de tratados e convenções.” A imunidade
jurisdicional dos Estados, em regra, não tem caráter universal, mas
impede que eles sejam demandados juridicamente perante os tribunais
de outro Estado por atos praticados no exercício de seu jus imperii –
salvo em caso expresso de renúncia a essa imunidade. Os atos típicos
da atividade civil/comercial internacional, cuja prática é irrestrita a
qualquer particular, estariam excluídos da imunidade, por escaparem ao
seu próprio fundamento.
Nesses casos, o Estado estaria equiparando-se a um simples particular,
permitindo seu chamamento perante um tribunal estrangeiro. Nesse
sentido, deixa a imunidade dos Estados de ter uma natureza
meramente subjetiva (o Estado era imune por sua própria condição de
Estado) para exigir que também sejam levados em conta os aspectos
objetivos do ato praticado (o Estado é imune apenas na hipótese
daqueles atos praticados no exercício de sua soberania). Os principais
pressupostos da imunidade jurisdicional são três: a) imunidade do
Estado estrangeiro e seus órgãos; b) imunidade das missões
diplomáticas e consulares; c) imunidade de organismos internacionais.

IV.8 – Princípio do Acesso à Justiça


No Brasil esse princípio foi elevado à condição de direito fundamental
na Constituição da República e possui um conteúdo amplo, com bases
expressas no artigo 5º, XXXV, da Constituição da República. Está
relacionado com a necessidade de se assegurar que todos tenham
acesso ao Judiciário, independentemente de sua condição econômica e
que essa tutela seja efetiva.
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Deve-se garantir aos litigantes estrangeiros o amplo acesso ao
Judiciário e uma efetiva tutela jurisdicional. Esse princípio deve ser
analisado juntamente com o da igualdade processual das partes o qual
possui como um de suas diretrizes o não estabelecimento de custas ou
cauções especiais para litigantes estrangeiros. Esse tipo de
determinações para litigantes estrangeiros viola o princípio do acesso à
justiça.

É possível que em determinadas situações, em razão da própria


presença de elementos de internacionalidade da relação jurídica, um
tribunal nacional não venha a se mostrar, do ponto de vista de uma das
partes envolvidas, como o mais adequado para a solução do litígio
pendente. Portanto, uma vez que a norma de fixação da competência,
no plano internacional, funciona como uma chave de acesso aos órgãos
jurisdicionais de um determinado Estado, ela deve, forçosamente, levar
em consideração esses aspectos.

Contudo, essa análise do Tribunal mais adequado não significa que a


lei nacional vá determinar qual o juiz competente para a apreciação da
matéria, o que não lhe cabe de todo. Com mais propriedade, sua inação
apenas aponta, implicitamente, para a provável existência de um outro
sistema que, conforme suas próprias regras legais, estime-se, contrario
sensu, em condições de melhor erigir sua competência para a matéria.
V – A COMPETÊNCIA INTERNACIONAL NO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVILE NA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
O Estado brasileiro tem motivos jurídicos para querer solucionar
determinados litígios em que, muitas vezes, somente o interesse é
suficiente para justificar a sua atuação em regime de não exclusividade
com a justiça de outros países. São estas as chamadas hipóteses de
competência concorrente na justiça do Brasil, nas quais, como explícito
no próprio nome, existem hipóteses em que a Justiça brasileira
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considera-se competente para julgar uma demanda, não isolando a
possibilidade de ser julgada também por um Juízo estrangeiro. Nos
casos em que há competência concorrente, não cabe a prorrogação,
considerando-se que é termo utilizado na competência interna.

As hipóteses de competência exclusiva, por outro lado, tem como única


solucionadora do litígio a autoridade judiciária brasileira, de forma a
excluir qualquer juízo estrangeiro por ineficácia no território brasileiro, já
que não cabe às normas de competência internacional dizer aos
Estados estrangeiros quais causas eles podem ou não processar.

V.1 – AS HIPÓTESES DE COMPETÊNCIA CONCORRENTE


As hipóteses de competência concorrente encontram-se dispostas no
Art. 88do CPC, são elas: 1-domicílio do réu no Brasil; 2- o Brasil for o
local de cumprimento da obrigação; 3- O Brasil for o local onde ocorreu
o fato ou se praticou o ato em que se embasa a ação.
A partir do artigo mencionado, é possível constatar que o Brasil não
considera, portanto, a nacionalidade das partes como elemento de
conexão para fixar a competência de seus Tribunais.

Tendo em vista que o primeiro critério para determinação da


competência internacional da Justiça brasileira é o domicílio do réu, é
necessário perceber a independência de sua nacionalidade. A regra é a
de “maior amplitude e menor intensidade” no que concerne as hipóteses
de determinação da competência internacional.

A função de ter a competência determinada pelo domicílio do réu é


dificultar que brasileiros sejam demandados no exterior, além de deixar
mais acessível para que sejam demandados aquia. Deve ser ressaltado
ainda que domicílio não se confunde com residência, de forma que o
local que deve ser levado em consideração é aquele em que o réu teve
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vontade definitiva de se estabelecer, onde presume-se que a pessoa
esteja.

No caso de haver litígio envolvendo pessoas jurídicas que possuem


diversos estabelecimentos, deve ser adotado cada um como domicílio
para os atos nele praticados, ressaltando-se ainda que é necessário
que as demandas sejam relativas a atos próprios da agência, filial ou
sucursal localizadas no Brasil.

No caso de haver mais de um réu e apenas um ser domiciliado no


Brasil, a Justiça brasileira será competente para julgar somente se tal
réu não se insurjir. A aplicação balanceada dos princípios informativos é
o que proporcionará solução adequada para conflitos de jurisdições.

Outro fator importante para a fixação da competência internacional tem


como base o fato de o réu não ter nem domicílio nem residência no
Brasil, fica disposto neste caso que será feita a propositura da ação no
foro de domicílio do autor, que caso também resida fora do Brasil, será
proposta em qualquer foro.

Ainda quanto ao domicílio do réu na fixação da competência


internacional fica disposto que no caso de o réu mudar de país no curso
da ação não modifica a regra de competência.

A segunda regra para fixação de competência internacional dispõe que


a Justiça brasileira é competente quando no Brasil tiver de ser cumprida
a obrigação, sendo irrelevante o domicílio do réu, e estando disposto
ainda que o local de pagamento da prestação deve seguir os seguintes
critérios: 1- a vontade expressa ou tácita dos figurantes; 2- a natureza
da obrigação; 3- a lei.

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O local de cumprimento da obrigação abrange também as ações que
versam sobre o descumprimento de obrigação a ser cumprida no Brasil,
sendo necessário que pelo menos a parte do contrato que se refere à
obrigação que é objeto da ação seja cumprida em território brasileiro.

A terceira e última regra para fixação de competência internacional


versa a respeito de fato ocorrido ou ato praticado no Brasil, na qual está
disposta a competência da autoridade judiciária brasileira para julgar;
sendo que deve ser entendido como fato todo e qualquer acontecimento
em território nacional, suscetível de provocar consequências jurídico-
materiais.

O local onde o ato foi praticado entende-se ser aquele que, segundo a
lei de direito material aplicável, considera-se que o negócio jurídico se
aperfeiçoou. No caso de o fato danoso ter ocorrido fora do território
brasileiro, a justiça brasileira não tem competência para processar e
julgar ação indenizatória.

V.2- AS HIPÓTESES DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA


O CPC dispõe como primeira hipótese de competência exclusiva, as
ações relativas a imóveis situados no Brasil, e que tem como critério a
proteção do território nacional, uma vez que sentenças estrangeiras
sobre imóveis situados nó país seria a mutilação do território, o que é
vedado na CF.
Estão inclusas nas ações relativas a imóveis além das ações reais, as
ações de despejo e possessórias, ficando disposto ainda que um Juiz
brasileiro pode negar a sua competência para versar a respeito de ação
sobre imóvel localizado no exterior, somente se a Justiça do foro em
que está o imóvel seja exclusivamente competente para lidar com a
causa.

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A segunda hipótese de competência exclusiva disposta no inc. II do
art. 89, do CPC, versa a respeito do inventário e partilha de bens
situados no Brasil, tendo como base o Art. 5º, XXXI, da CF, que visa a
proteção do cônjuge ou filhos brasileiros, de forma que a lei brasileira
regulará a sucessão de bens estrangeiros situados no Brasil.
O CPC ao dispor a respeito de bens, inclui não apenas bens imóveis
como disposto na primeira hipótese, mas inclui também bens
semoventes e móveis, tornando a abrangência do dispositivo ainda
maior, tendo-se em vista ainda que são bens móveis situados no Brasil
as empresas brasileiras e estrangeiras com filial ou agência no Brasil,
os títulos cambiários, e o dinheiro que esteja depositado no Brasil.
Além das hipóteses de competência exclusiva taxadas no
Art. 89 do CPC, há que considerar-se também aquelas presentes em
legislação extravagante como: Anulação de patente registrada no Brasil
ou falência de comerciante domiciliado no Brasil, sendo que a primeira
dispõe a respeito da proteção dos direitos relativos à propriedade
industrial, sendo necessário que o titular da patente registre perante o
órgão federal competente, de forma que possam ser assegurados os
direitos do autor ou inventor no Brasil; quanto à falência de comerciante
domiciliado no Brasil, estão consagrados dois sistemas: no primeiro
está disposto que a falência declarada em um país deve-se estender
em seus efeitos aos outros países, de forma a atrair para só um juízo a
competência para administrar a massa falida e resolução dos litígios. O
segundo sistema concerne a pluralidade, de forma que a falência
declarada em uma jurisdição não tem efeitos em outra.
A justiça brasileira é competente para decretar falência do devedor que
tem no Brasil seu principal estabelecimento e para decretar falência de
filial de empresa com sede fora do Brasil; de forma que é possível
perceber que a competência da autoridade judiciária brasileira para
processar a falência de devedores aqui domiciliados é concorrente, não

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exclusiva, no entanto, quanto aos efeitos da falência pode-se verificar
competência exclusiva.

V.3- COMPETÊNCIA DIRETA E INDIRETA. HOMOLOGAÇÃO DE


SENTENÇA ESTRANGEIRA E CARTAS ROGATÓRIAS.
A competência internacional classifica-se além de como concorrente e
exclusiva que dizem respeito à sua prevalência em face de outras
jurisdições, como direta e indireta no que diz respeito à sua forma e
momento de afirmação. A direta concerne as regras de determinação de
quando os Tribunais domésticos são competentes no âmbito
internacional perante um processo com conexão internacional
instaurado no próprio país. A afirmação da competência internacional se
dá de forma indireta no caso de litígios transnacionais julgados por juiz
ou Tribunal estrangeiro, em que a competência internacional é
verificada no processo de deliberação e homologação de sentença
estrangeira, uma vez que, a inexistência de competência exclusiva da
Justiça brasileira para causa é requisito para homologação,
considerando-se que é uma questão de ordem pública.

A necessidade de verificar se a sentença estrangeira não ofende a


competência exclusiva do poder judiciário brasileiro é requisito negativo
para homologação, pois cabe ao STF, exercer o juízo de deliberação,
analisando de quem deve ser a competência para julgar.

VI- CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA


INTERNACIONAL
VI.1- LITISPENDÊNCIA INTERNACIONAL
O Art. 90 do CPC dispõe que “a ação intentada contra tribunal
estrangeiro não induz litispendência, nem obsta que a autoridade
brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas”, de

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forma que deve-se analisar a relevância ou irrelevância da
litispendência no exterior e no território nacional.
A questão da litispendência só faz sentido ao considerarem-se ambos
os juízes competentes, sendo um problema de competência
concorrente, uma vez que se em um dos países em que se processam
as demandas idênticas, a competência para a causa é exclusiva, de
forma que a existência da lide estrangeira no outro país é
completamente irrelevante.

O que acontece na prática no Brasil quanto à litispendência


internacional é que se a ação estrangeira se encerrar antes da brasileira
e a sentença estrangeira for homologada pelo STJ, o processamento da
ação brasileira será obstado, com extinção da ação em razão da
existência de “coisa julgada”.

O ART. 90 do CPC não apresenta equívoco algum no que tange à


questão de que não seria correto obstar o andamento de uma ação no
Brasil devido ao simples fato de existir uma demanda idêntica
tramitando perante juízo estrangeiro, no entanto tal regra não deveria
ser indiscriminadamente aplicada, sem serem admitidas exceções,
sendo que não é irrelevante sempre para o Juiz brasileiro o trâmite da
ação estrangeira, ainda mais considerando-se situações de evidente
abuso processual. A norma do ART. 90, portanto, mesmo sendo uma
regra geral, deve ser analisada no caso concreto.
A questão da litispendência internacional, apesar de disposta no
ART. 90 do CPC de forma geral, tem também disposições mais
específicas presentes em convenções e tratados internacionais. O
primeiro diploma convencional aplicável é o Código Bustamante que
deixa taxado: “a litispendência por motivo de pleito em outro Estado
contratante, poderá ser alegada em matéria civel, quando a sentença
proferida em um deles deva produzir no outro os efeitos da coisa
20
julgada”. O Código prevê, portanto, a possibilidade de alegação da
litispendência internacional entre ações tramitando perante juízos dos
países signatários, sendo no entanto necessária a determinação do
juízo que deve prevalecer e as regras de direito interno de determinado
país.
No que diz respeito ao Brasil, foi celebrado no Mercosul o Protocolo de
Buenos Aires sobre jurisdição internacional em matéria Contratual, de
forma a estabelecer uma série de regras a respeito do exercício da
jurisdição entre as partes signatárias.

VI.2- CONEXÃO E CONTINÊNCIA


A conexão e a continência podem servir algumas vezes para determinar
a competência do juiz brasileiro, mesmo não estando diante das
hipóteses de competência previstas nos Arts. 88 e 89 do CPC.
Na hipótese, por exemplo, de exercício de direitos processuais
constitucionalmente assegurados por parte em processo tramitando no
Brasil, é necessária a extensão da competência do Juiz brasileiro para
uma causa que a princípio não lhe caberia, é a chamada conexão, que
pode atuar também como fator de exclusão da competência do juiz
brasileiro.

A verificação de ação conexa à de um juiz no Brasil, sendo concorrente


a competência, pode acarretar, portanto, a exclusão da competência do
juiz brasileiro. Por outro lado, não se pode atribuir a um juiz
determinada causa que ordinariamente não lhe pertenceria, mesmo
ocorrendo a conexidade, quando o outro país a tem por
EXCLUSIVAMENTE sua.

A conexão e continência podem atuar, portanto, como critério de


modificação da competência, tanto para atribuir ao juiz brasileiro causa

21
para a qual, a princípio ele não seria competente, como para excluir sua
competência para causa que, a princípio lhe caberia.

VII. CONCLUSÃO
A finalidade deste trabalho foi conceituar, ainda que basicamente, tendo
em vista a amplitude da matéria e as diversas posições doutrinárias
divergentes sobre alguns temas, os pressupostos da questão da
competência internacional, explicitando seus princípios básicos e
fazendo um paralelo da matéria com o direito brasileiro, visando trazer
para a prática os conceitos teóricos trabalhados.

Foi visto que, dependendo do objeto da demanda, a jurisdição de um


país pode ser exclusivamente competente, casos em que, se negativa,
o país terá de se declarar incompetente, respeitando a questão da
submissão, ou, se positiva, terá de julgar a lide, sob pena de violação
do princípio da denegação da justiça; ou poderá ter competência
concorrente e, nestas situações, o juiz e as partes analisarão a melhor
lei a ser aplicada, levando em consideração o Princípio da
Inconveniência do Foro.

Não se pode deixar de evidenciar que o estrangeiro, embora seja


indivíduo estranho à sociedade nacional, deverá usufruir das mesmas
garantias fundamentais dos nativos, exercendo seu direito enquanto ser
humano e habitante de determinado país.

Nessa vereda, cumpre salientar que quem disciplina qualquer lei é o


próprio Estado, enquanto ente soberano, usufruindo da sua
independência e autonomia para delimitar os limites e conceder os
direitos e deveres aos seus nacionais e estrangeiros, não podendo
haver distinção entre eles quando se tratar de direitos e garantias
fundamentais.
22
Contudo, em se tratando de relações jurídicas que tenham como parte
uma pessoa, física ou jurídica, estrangeira, o Estado irá disciplinar,
através de seu ordenamento jurídico, como determinado caso será
examinado e julgado. E são nessas situações em que mister se faz a
introdução de normas de direito internacional privado em tal
ordenamento.

As normas de direito internacional privado não são normas materiais,


substantivas, mas meramente indicativas, que buscam estabelecer qual
o direito aplicável a determinado caso, e não resolvê-lo. É por isso que
a questão da competência exclusiva ou concorrente deve ser
minuciosamente analisada, de forma a evitar decisões injustas,
simplesmente pelo fato de haver uma lei que poderia ter sido melhor
aplicada e não o foi.

É com essa finalidade (aplicação de uma “justiça mais justa”) que cada
Estado visa regulamentar matérias ligadas às relações jurídicas de
direito internacional privado com conexão internacional, além das
questões de competência, exclusiva ou concorrente, dos Estados
participantes da lide.

No caso do direito processual brasileiro, as normas sobre competência


internacional estão disciplinadas na Lei de Introdução às normas do
Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil ). Lá estão
dispostas normas que versam sobre quando o Brasil possui
competência exclusiva e quando possui competência concorrente, além
de estabelecer os elementos de conexão das diferentes relações
jurídicas de direito internacional privado, quando for verificado que uma
lei estrangeira é melhor aplicável do que a lei interna.
Portanto, resta evidente que a competência internacional não é
simplesmente uma questão jurídica, onde se aplicarão normas
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positivadas, sem que se faça uma análise mais apurada do caso
concreto, levando em consideração também os elementos subjetivos
que abrangem a relação jurídica.

Antes de mais nada, o direito internacional privado é uma disciplina que


tem, como seu escopo principal, a consecução da justiça, verdadeira e
limpa, de modo a proporcionar o melhor provimento jurisdicional
possível à relação em questão. Para isso, será necessário que haja
uma cooperação judicial internacional, onde os países devem se unir
para que possam conceder um melhor amparo às relações jurídicas
internacionais.

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