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08/04/2021 Salmo 111 - Os Deveres dos Verdadeiros Adoradores

Quinta, 08 de Abril de 2021

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Salmo 111 - Os Deveres dos Verdadeiros Adoradores
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Um dos personagens políticos mais marcantes da história brasileira foi


Getúlio Dornelles Vargas (1882-1954). Chefe de Estado por cerca de
dezenove anos (1930-1945 e 1951-1954), instituiu leis trabalhistas que
lhe renderam o apelido de “pai dos pobres” – termo cunhado a partir da
bondade de Jó para com os necessitados (Jó 29.16). Em 2010, uma lei
federal garantiu o direito de seu nome ser inscrito no Livro dos Heróis da
Pátria que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, em
Brasília, ao lado de personalidades como Dom Pedro I, marechal Manoel
Deodoro da Fonseca e Tiradentes. Apesar de Getúlio Vargas ter morrido
na década de 1950, mais de meio século depois ainda há partidos
políticos que se apresentam como seus herdeiros políticos. Na verdade,
há pessoas que, apaixonadamente, defendem o ex-presidente e se
denominam “getulistas”. De algum modo, esses ainda se sentem
devedores ao político gaúcho. A lembrança do seu legado as move a
tomar atitudes que, por um lado, transmitem um grau de politização e, por outro, certo fanatismo. De
qualquer modo, pouca gente que viveu em seus dias conseguiu ficar indiferente a ele.

Se um político polêmico pode causar tanto impacto nas pessoas, quanto mais o próprio Senhor Deus, eterno
e perfeito soberano! Entretanto, o que impele os adoradores do Senhor ao seu louvor não é uma
personalidade carismática, uma política agradável ao povo ou um partidarismo regionalista. Nada disso! O
que o Salmo 111 enfatiza é que a admiração dos seguidores do Deus verdadeiro vem da observação das
suas obras, dos seus atributos e das suas palavras. Portanto, expondo essas qualidades louváveis de Deus,
o salmista acaba por exemplificar quatro deveres dos verdadeiros servos.

Em primeiro lugar, os servos de Deus devem adorá-lo publicamente (v.1). Esse é um salmo de louvor.
Assim como os salmos 112 e 113, seu início se dá com a declaração do objetivo central do escritor (v.1):
“Que o Senhor seja exaltado!” (hallû yah). Porém, esse não é um desejo recluso ou tímido. Em lugar disso,
há um grande anseio por se efetivar o louvor ao Senhor Deus diante de todos – escrever um salmo para ser
cantado publicamente é um dos recursos que o escritor utiliza para externar sua adoração. Mas não é só
isso: ele também se propõe a participar do louvor público junto a outros servos: “Celebrarei ao Senhor de
todo o coração na companhia dos retos e assembleia” (’ôdeh yhwh bekol-levav besôd yesharîm we‘edâ). Não
somente o público aqui mencionado – homens “retos” – como também a ocasião – a “assembleia” era um
ajuntamento do povo normalmente com intenção de prestar culto a Deus – demonstram o reconhecimento
do dever que o salmista tinha de cumprir seu papel dentro do povo do Senhor. Por isso mesmo, ele não se
isenta de elevar sua voz publicamente e proclamar, no meio dos seus irmãos, as glórias do Todo-poderoso.

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Em segundo lugar, os servos de Deus devem atentar para suas qualidades (vv.2-6). Esse é um trecho em
que há uma grande ênfase nos feitos do Senhor. Entretanto, eles agem como agentes reveladores do seu
caráter. Seguindo essa ideia, o primeiro atributo é a supremacia do Senhor (v.2): “Grandes são os feitos do
Senhor, almejados por todos os que se comprazem neles” (gedolîm ma‘asê yhwh derûshîm lekol-heftsêhem).
Além de mostrar que as obras de Deus são incomparáveis, o salmista acrescenta aos feitos de Deus as
qualidades (v.3a) de “majestade e glória” (hôd-wehadar), evidenciando que o Senhor está maravilhosamente
acima de tudo que conhecemos. Outro atributo divino é a justiça (v.3b): “Sua justiça permanece para
sempre” (wetsidqatô ‘omedet la’ad). A afirmação sobre a perenidade do caráter justo de Deus faz o conceito
de justiça surgir em um molde perfeito e pleno. Por outro lado, os atributos de Deus não lhe conferem
apenas dureza contra o mal, mas calor de um coração marcado por atributos como “amor” e “misericórdia”,
mostrando que essa disposição já havia produzido resultados que seu povo jamais esqueceria (v.4): “Ele faz
seus prodígios serem memoráveis. O Senhor é gracioso e compassivo” (zeker ‘asâ lenifle’otayw hannûn
werahûm yhwh).

A “fidelidade” divina também é um atributo a ser notado e louvado, de modo que o salmista a evidencia na
provisão do Senhor (v.5): “Ele dá sustento aos que o temem” (teref natan lîre’ayw). O ato de prover as
necessidades dos servos, além de mostrar naturalmente sua “bondade”, é associado à fidelidade no
cumprimento daquilo que prometeu: “Ele se lembrará para sempre da sua aliança” (yizkor le‘ôlam berîtô).
Finalmente, a fidelidade de Deus nada seria caso um de seus atributos não fosse a poderosa “soberania”
(v.6): “Ele prova ao seu povo o poder dos seus feitos ao dar-lhes a possessão das nações” (koah ma‘asayw
higgîd le‘ammô latet lahem nahalat gôyim). A posse das nações é um dos pontos ligados às alianças que o
Senhor fez com Israel. Nesse caso, o texto mostra que não basta ter a disposição de cumprir o que foi
prometido. É também preciso ter o poder de controlar e guiar soberanamente a história a fim de cumprir o
que foi dito.

Em terceiro lugar, os servos de Deus devem valorizar a sua palavra (vv.7,8). O salmo valoriza muito as
obras maravilhosas de Deus, mas não deixa de, ao lado delas, apresentar os ensinos do Senhor como
evidência das suas perfeições e como razão de um louvor genuíno (v.7): “Os feitos das suas mãos são
verdade e justiça. Todos os seus preceitos são confiáveis” (ma‘asê yadayw ’emet ûmishpat ne’emanîm kol-
piqqûdayw). Os “preceitos” de Deus são suas “ordens” ou “disposições”. Nos dias do salmista, essa era uma
referência à lei mosaica dada na forma de uma aliança, no Sinai. Desse modo, o que é dito aqui é que o fato
de os israelitas obedecerem as palavras de Deus registradas por Moisés os tornava alvos de bênçãos. Eles
podiam confiar que seria bom para eles assumirem uma postura de submissão aos ensinos do Senhor. Além
do mais, a confiança que eles deveriam ter nos preceitos divinos derivava do caráter fiel do Senhor. Por isso
mesmo, eles deveriam observar não apenas as disposições requeridas pelo Senhor, mas suas promessas
de bênçãos temporais e eternas (v.8): “Eles estão firmados para todo o sempre, estabelecidos em verdade e
retidão” (semûkîm la‘ad le‘ôlam ‘asûyim be’emet weyashar). O teor das orientações divinas são “verdade e
retidão”, assim como aquilo que leva o Senhor a cumprir o que disse. Sua palavra provém da verdade, é
verdadeira e conduz à verdade.

Finalmente, os servos de Deus devem temer seu Senhor (vv.9,10). O salmista aponta os benefícios
produzidos pela graça de Deus e, em lugar de ser negligente por causa da libertação, sente-se temeroso
diante da grande demonstração do poder divino (v.9): “Ele enviou a redenção ao seu povo. Decretou a sua
aliança perpetuamente. Seu nome é santo e temível” (pedût shalah le‘ammô tsiwwâ- le‘ôlam berîtô qadôsh
wenôra’ shemô). Nisso tudo, parece que o temor é o tema que ele agora quer abordar, de modo que
prossegue dizendo (v.10): “O temor do Senhor é o início da sabedoria” (re’shît hokmâ yir’at yhwh). A palavra
traduzida tradicionalmente como “temor” (yir’ah) também significa “reverência” quando utilizada para
descrever o relacionamento do homem com Deus. Isso quer dizer que, além de medo de ser repreendido
por Deus tão poderoso, justo e santo, os servos do Senhor também nutrem um profundo respeito e devoção
por ele. Esse misto de temor e devoção é o que produz, na vida dos crentes, ações sábias que condizem

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com o ensino e com o caráter de Deus: “O bom senso está em todos os que os praticam” (sekel tôv
lekol-‘osêhem). Ao dizer “os praticam” se faz uma referência aos “preceitos” de Deus (v.7), podendo ser
entendido “os que praticam seus preceitos”. Assim, o que se está ensinando é que a sabedoria e o bom
senso se manifestam na obediência às orientações de Deus, as quais revelam o temor e a reverência dos
servos.

Nós, como adoradores do Senhor, temos os mesmos deveres do salmista. A dificuldade tem sido colocá-los
em prática em tempos quando a igreja é desvalorizada, como se fosse mera aplicação de uma religiosidade
vazia ou de uma característica cultural; em tempos em que não importam mais os atributos de Deus, mas os
desejos dos homens; em tempos em que as Escrituras sofrem todo tipo de ataque, desde a negação da
inerrância por vir diretamente de Deus até seu uso ilegítimo por pessoas que deliberadamente as distorcem
a fim de atingir objetivos pessoais; e em tempos quando o temor e a devoção a Deus passaram a ser
conceitos desconhecidos. É por isso que, mais que nunca, devemos nos voltar a Deus e à simplicidade do
evangelho. Necessitamos desenvolver as práticas da oração e da meditação na verdade. Carecemos de um
caráter que produza cada vez mais temor, arrependimento e adoração. Precisamos, a exemplo do salmista,
lembrar como somos devedores ao nosso Deus e proclamar, com nossas vozes e com nossas vidas,
sozinhos e entre os irmãos: “Que o Senhor seja exaltado!” (hallû yah).

Pr. Thomas Tronco

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