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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIENCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

GIULIA DE SOUZA ANTERO


GUSTAVO TREML
GUSTAVO BAHENA BENCK
NICOLE CALESSO PEREIRA
WILLY ANDERSON PENTEADO FRANCO JUNIOR

ANÁLISES TÉRMICAS

PONTA GROSSA
2019
GIULIA DE SOUZA ANTERO
GUSTAVO TREML
GUSTAVO BAHENA BENCK
NICOLE CALESSO PEREIRA
WILLY ANDERSON PENTEADO FRANCO JUNIO

ANÁLISES TÉRMICAS

Relatório apresentado à disciplina de


Ensaios e Caracterização de Materiais do
Curso de Engenharia de Materiais, 3o
ano, da Universidade Estadual de Ponta
Grossa – UEPG.

Professor: Leonardo Pacheco Wendler

PONTA GROSSA
2019
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1:Curva TG do CaC2O4.H2O; m = 8,704; amostra dinâmica de ar, 150 mL min-1.................... 6


Figura 2: Curva DTA da temperatura real da amostra e da temperatura diferencial em função de T ou
t...............................................................................................................................................................6
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Análise térmica da Caulinita ....................... Erro! Indicador não definido.


Gráfico 2: Análise térmica do Oxalato de cálcio .......... Erro! Indicador não definido.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 7
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 8
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 9
4.1 CAULINITA ....................................................................................................... 9
4.2 OXALATO DE CÁLCIO................................................................................... 10
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 14
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1 INTRODUÇÃO

O termo análise térmica abrange diversas técnicas em que as propriedades


físicas e químicas de uma substância ou de seus produtos de reação, vem a ser
monitorados a partir de um determinado tempo ou temperatura, de forma que a
temperatura da amostra em uma determinada atmosfera, tem controle constante. (1)
Atualmente tem-se que sistemas termoanalíticos são dispostos em ambientes
controlados por dispositivos programadores, estes vêm a gerar diversos dados para
que posteriormente se tenha a leitura de uma aferição em determinada situação. A
temperatura pode vir a ser ajustada conforme a necessidade a partir do
programador, tendo assim temperatura constante (operação isotérmica) ou variando
linearmente com o tempo. (1)
Para uma análise térmica ser considerada como termoanalítica, alguns
requisitos devem vir a ser atendidos, estes critérios são citados Ionashiro (1) em
que: “1- Uma propriedade física tem que ser medida, 2-A medida deve ser expressa
(direta ou indiretamente) como função da temperatura, 3- A medida tem que ser
feita sob um programa controlado de temperatura. ” (1)
Existem diversas técnicas que podem vir a ser utilizadas no âmbito das
análises térmicas, em que se tem diferentes parâmetros medidos e por
consequência dados e curvas a partir destes a virem a ser analisados. Algumas
dessas técnicas são a termogravimetria (TG), determinação isobárica de variação
de massa, análise térmica diferencial (DTA), termodilatometria, entre outras. Para
este estudo faz-se necessário o aprofundamento nos aspectos da TG e DTA.
A termogravimetria é uma técnica que acompanha a variação da massa da
amostra (perda e/ou ganho de massa), em função da programação de temperatura.
Pode-se dizer que a TG tem como equipamento principal a termobalança, este
aparato permite a pesagem contínua de uma amostra em função da temperatura, ou
seja, a medida que ela é aquecida ou resfriada. De maneira geral as curvas de TG
assumem as características a seguir como exemplificado nesta curva TG do
CaC2O4. H2O.
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Figura 1: Curva TG do CaC2O4.H2O; m = 8,704; amostra dinâmica de ar, 150 mL min-1

Fonte: IONASHIRO, M. Giolito: Fundamentos da Termogravimetria, Análise Térmica


Diferencial e Calorimetria Exploratória Diferencial. São Paulo: Giz Editorial, 2004, 82 p.

A análise térmica diferencial é uma técnica que estabelece uma relação entre
um material de referência tecnicamente inerte e uma amostra em estudo, em que se
verifica continuamente a diferença de temperatura de ambos a medida em que se
tem um aquecimento ou resfriamento do sistema. Esta variação é obtida a partir de
um aquecimento linear, sendo a diferença registrada então em função da
temperatura do forno ou do tempo. De maneira geral as curvas de DTA assumem as
seguintes características. (1)
Figura 2: Curva DTA da temperatura real da amostra e da temperatura diferencial em função
de T ou t.

Fonte: IONASHIRO, M. Giolito: Fundamentos da Termogravimetria, Análise Térmica Diferencial


e Calorimetria Exploratória Diferencial. São Paulo: Giz Editorial, 2004, 82 p.
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2 OBJETIVOS

Realizar as análises térmicas e compreender as técnicas empregadas no estudo


das propriedades térmicas dos materiais cerâmicos, e analisar seu comportamento
em função da temperatura.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Os dados utilizados, foram fornecidos prontos pelo professor de um teste já


realizado, portanto não foi efetuada a parte pratica laboratorial.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir de resultados obtidos através de análises de DTA/TG, serão


discutidos sobre as propriedades térmicas da caulinita e do oxalato de cálcio. A
análise das propriedades através das técnicas térmicas, são relacionadas com sua
temperatura, aquecendo ou resfriando lentamente. Com valores fornecidos foram
plotados gráficos de análise termogravimetria e análise térmica diferencial, para que
se observasse a variação de massa em relação a temperatura, assim como eventos
envolvendo a troca de calor. (2)

4.1 CAULINITA

Assim, com valores obtidos realizou-se o gráfico das curvas de


termogravimetria e de análise térmica diferencial, apresentado no gráfico 1, que
apresenta as transições que a caulinita passa durante a mudança de temperatura.
Gráfico 1 - Análise térmica da Caulinita.

Fonte: Os autores.

Assim, por TG demarcada pela linha alaranjada podemos visualizar a perda


de massa relacionada com uma faixa de temperatura. Inicialmente para
temperaturas menores ou iguais a 400°C, ocorre a eliminação de moléculas de água
absorvida sobre as superfícies externas da caulinita, a perda de massa durante
essa faixa de temperatura é baixa, próxima a 3%. (2)
Durante a faixa de temperatura de 450 a 650°C ocorre a perda de massa
mais significativa, cerca de 10%. Nesta faixa ocorre a perda de hidróxidos, ou perda
de água, dada pela reação abaixo. Abaixo da temperatura de 400°C observa-se um
pico em aproximadamente 300°C na curva DTA, com uma reação endotérmica. (3)
(4)
Al2Si2O5(OH)4Al2O3.2SiO2+2H2O
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Podemos visualizar a eliminação de duas moléculas de água por


desidroxilação dos grupos OH ligados às folhas octaedrais do Al. Durante esta faixa
de 450 a 650°C aproximadamente, a curva de análise térmica diferencial demarcada
de cor azul apresenta um pico endotérmico, que caracteriza a desidroxilação para a
caulinita. Nesta condição forma-se a metacaulinita, que contém uma estrutura
amorfa. (3) (5)
Assim, a metacaulinita agora passa por uma transformação para espinélio
(Al2O3) ou de sílica amorfa (SiO2), dada pela união dos grupos de SiO4 com AlO6. A
transformação é dada pela reação abaixo. (3)
2(Al2O3.2SiO2)2Al2O3.3SiO2+SiO2
Essa reação ocorre em temperaturas elevadas, entre 925 a 1050°C, durante
essa transformação a perda de massa é mínima aproximadamente 1%. Pela curva
de DTA, vemos um pico entre 950 a 1000°C característico de uma reação
exotérmica. (3) (5)
A partir de temperaturas acima de 1000°C ocorre o início da formação da
mulita, onde sua reação está mostrada a seguir. (3)
3(2Al2O3.3SiO2)2(3Al2O3.2SiO2) +5SiO2
Acima da temperatura de 1100°C começa a cristalização da cristobalita,
proveniente da sílica amorfa. A reação da formação da cristobalita é:
SiO2SiO2
Durante essa reação a sílica amorfa do lado dos reagentes, começa a
aumentar a sua cristalinidade, formando em temperaturas maiores que 1200°C uma
estrutura de alta cristalinidade, a cristobalita do lado dos produtos (SiO 2). Durante
essas duas últimas reações não se notou nenhum pico significativo na curva de
análise térmica diferencial. (3) (5)
De maneira geral, durante o aumento da temperatura a caulinita tende a
aumentar sua cristalinidade.

4.2 OXALATO DE CÁLCIO


Assim como na caulinita, foi representado o comportamento do oxalato de
cálcio com mudanças de temperatura nas curvas de termogravimetria e de análise
térmica diferencial no gráfico 2, apresentado abaixo.
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Gráfico 2 - Análise térmica do Oxalato de cálcio.

Fonte: Os autores.

Observa-se no gráfico 3, a curva alaranjada que corresponde a análise


termogravimétrica (TG) mostra três perdas de massa bastante significativas, sendo:

1) Perda de 11 a 12% de massa na faixa de 180 a 240°C;

2) Perda de aproximadamente 20% de massa na faixa de 420 a 500°C;

3) Perda de 27 a 28% de massa na faixa de 640 a 860°C.

Além disso, podemos observar na curva de DTA que há reações


exotérmicas (acontecendo quando há perda de massa em 2 na TG) e também
reações endotérmicas (quando há perdas de massa em 1 e 3 na TG).

Segundo as reações químicas abaixo, conseguimos entender a


decomposição do oxalato de cálcio na análise térmica diferencial:

CaC2O4. nH2O ∆→ CaC2O4 + nH2O (1)

CaC2O4 ∆→ CaCO3 + CO (2)

CaCO3 ∆→ CaO + CO2 (3)

Relacionando a curva de DTA com as reações químicas, o primeiro pico é


de uma reação endotérmica de desidratação que forma cátion anidro, ou seja, a
amostra perdeu aproximadamente 10% de água coordenada ao cátion. Já no
segundo pico se resume em uma reação exotérmica de degradação oxidativa, que
foi a combustão de aproximadamente 20% de massa de monóxido de carbono
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(CO). E o terceiro e último pico desses resultados, apresenta curva de uma reação
endotérmica de decomposição e liberação aproximadamente 30% de massa de
dióxido de carbono (CO2), que se relaciona as reações químicas 1 e 3. (6)
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5 CONCLUSÃO
Para a análise das curvas de termogravimetria e de analise térmica
diferencial das amostras de caulinita e oxalato de cálcio, foram utilizados dados em
relação com a temperatura. Referente a caulinita, a curva de termogravimetria
apresentou-se um perda de massa de aproximadamente 15%, sendo significativa
devida a eliminação das moléculas de água. Na análise térmica diferencial,
observou-se três picos, sendo em temperaturas mais baixas, dois picos
endotérmicos, e em alta temperatura, um pico exotérmico, com liberação de calor
durante a reação. Durante as transformações da caulinita ocorre a formação da
metacaulinita, seguida da formação da sílica amorfa, e por fim formou-se a mulita.
Na análise das curvas para o oxalato de cálcio também tiveram três picos na
curva da analise térmica diferencial na qual a primeira houve uma desidratação, na
segunda houve uma degradação devido ser uma reação exotérmica, e na terceira
houve uma decomposição, liberando dióxido de carbono.
Para as duas amostras, em geral, o aumento da temperatura influencia
diretamente no aumento da cristalinidade das amostras.
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REFERÊNCIAS

(1)IONASHIRO, M. Giolito: Fundamentos da Termogravimetria, Análise Térmica


Diferencial e Calorimetria Exploratória Diferencial. São Paulo: Giz Editorial,
2004, 82 p.

(2) DENARI, G. B.; CAVALHEIRO, É. T. G. Princípios e Aplicações de Análise


Térmica. São Carlos: Universidade de São Paulo, 2012.

(3) SILVA, M. S.; SANTANA, G. P. Caulinita: Estrutura Cristalina, Técnicas


Físicas de Estudo e Adsorção. Revista Scientia Amazonia, v. 2, n.3, 54-70, 2013.

(4) Silveira, L. G; Silva, D; Galhiane, M. S. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA


DE ARGILAS PARA APLICAÇÃO DE CERÂMICA ESTRUTURAL. Congresso
Brasileiro de ciência e engenharia de materiais, São Pedro-SP, 2000.

(5) Alexandre, J. ANÁLISE DE MATÉRIA-PRIMA E COMPOSIÇÕES DE MASSA


UTILIZADA EM CERÂMICAS VERMELHAS. Artigo, Campos dos Goytacazes-RJ,
2000.

(6) GORDON, S. Differential Thermal Analysis. Department of Chemistry,


Fairleigh Dickinson University. Topics in Chemical Instrumentation, Vol. 4, n. 2,
1963.

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