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ANÁLISE SOBRE A LOGÍSTICA E VIABILIDADE DA PRODUÇÃO


DA BANANA NO PROJETO DE IRRIGAÇÃO PLATÔS DE
GUADALUPE - PI.

KRAMARCZUCK, Celia Onning


SOUSA, Débora Borges da Silva

RESUMO

O presente estudo visa avaliar a atual situação dos pequenos produtores rurais
do Perímetro Irrigado Platôs de Guadalupe, buscando melhorar a rentabilidade
por meio da logística a favor do agricultor e proporcionar maior qualidade no
produto além de um maior poder de negociação. O estudo objetiva identificar a
problematização da logística da banana em Guadalupe/PI e demonstrar formas
de subsistência da cultura na região. Como objetivos específicos, se faz
necessário apontar projetos de tecnologias úteis ao manejo e comercialização e
a criação de metodologias que auxiliem nos ganhos em eficiência e
lucratividade, explanando a relação direta da logística x viabilidade e
demostrando que apesar dos altos custos de produção é possível manter o
negócio com eficácia. O método aplicado foi uma pesquisa exploratória,
mediante coleta de dados junto à Instituições e entrevista com um produtor do
Perímetro em destaque. Com os resultados obtidos, observa-se que xxxxxx da
receita anual com a comercialização da banana está atrelado ao 1º semestre.
Para o empreendedor que busca investir na produção de frutas, a banana
apresenta um ótimo retorno nos Platôs de Guadalupe, Perímetro este com clima
propício para a produção, pecando apenas com o mercado no segundo
semestre em todos os anos por contas dos preços que não atendem aos custos
de produção e investimentos. Portanto, se faz necessário que entidades públicas
contribuam com a fomentação da comercialização da banana, implantando
ações de curto, médio e longo prazo para que a mercadoria seja valorizada
frente a um mercado repleto de “comerciantes livres” que banalizam os preços,
prejudicando os produtores do Perímetro de Guadalupe/PI.

Palavras-chave: Logística, Viabilidade e Fruticultura.

1. INTRODUÇÃO

A banana é uma das frutas mais consumidas no mundo, sendo explorada


na maioria dos países tropicais. No Brasil, ela é cultivada em todos os estados,
desde a faixa litorânea até o planalto central constituindo-se como a segunda
fruta mais apreciada pelos consumidores brasileiros, atrás apenas da laranja.
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É consumida em quase sua totalidade na forma in natura, o que faz


dela parte integrante da alimentação da população de baixa renda, não
só pelo seu alto valor nutritivo, como também por seu custo
relativamente baixo (CUSTÓDIO, 2001, p.01).

O Brasil tem alcançado índices cada vez maiores de produção de frutas,


tendo como meta principal o mercado externo. Uma dessas frutas é a banana,
um dos poucos produtos agrícolas que não têm períodos de safra e entressafra
e pode ser produzido o ano todo com o auxílio da fruticultura irrigada, levando
sempre em consideração a sazonalidade de produção, fator essencial devido à
influência sobre o mercado.
Por possuir diferentes variedades que competem entre si, é possível
impedir que o preço da banana se eleve muito nos principais centros
consumidores. Os fatores agronômicos também influenciam no desempenho da
produção da banana, e vale destacar a necessidade de se ter temperatura que
atenda às necessidades de uma fruta tropical, solos de grande profundidade e
com uma drenagem bem definida, tendo pelo menos o recebimento de 30% de
luz em caráter permanente e recursos hídricos em abundância.

A forma de comercialização do fruto depende do peso (quilos ou em


milheiros) e altera conforme a variação do diâmetro, tamanho e peso.
Devido ao descumprimento dos padrões vigentes de embalagem,
esses pesos são muitas vezes teóricos, pois na maioria das vezes o
produtor repassa caixas desse produto com pesos que variam entre 20
e 22 kg (ROCHA, 2004).

O intermédio da comercialização da banana, geralmente, deve ser


realizado por uma Sociedade formada por Produtores em forma de
“Cooperativa” que atinge seus objetivos, visto que além de promover a
comercialização, promove a assistência técnica e aquisição e distribuição de
insumos.

Cooperativa – é a associação de produtores, fabricantes, trabalhadores


ou consumidores que se organizam e administram empresas
econômicas, com o objetivo de satisfazerem uma variada gama de
necessidades. Em outras palavras, pode-se enunciar que é uma
associação de produtores, fabricantes e consumidores, constituída para
partilhar sobras que, de outra forma, iriam para intermediários. De outro
modo pode-se dizer que são associações de pessoas, que
reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o
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exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem


objetivo de lucro (REISDORFER, 2014).
A agricultura irrigada é uma atividade imprescindível nos dias atuais pelo
aumento da demanda de alimentos devido ao crescimento populacional e a
busca por uma melhor qualidade de vida. Esta atividade vem despontando no
Nordeste brasileiro, acarretando produções e rendimentos mais elevados ao
setor, destacando-se a fruticultura (MOREIRA et al., 2005).
No município de Guadalupe, Estado do Piauí, além do consumo desta
frutífera, a mesma se destaca por ser responsável em gerar a maior parte dos
empregos formais e informais, afetando diretamente na renda das famílias e
contribuindo para o desenvolvimento do Município e Estado em destaque.
A logística, não é só transporte, más sim, uma especialidade da
administração responsável por prover recursos e informação para a execução de
todas as atividades de uma organização. Operacionalmente, a logística possui
uma visão organizacional.
Sendo assim, a logística da banana em Guadalupe, por tema, busca
saber o destino da banana produzida, os estados consumidores, os principais
clientes e a maneira de como é feita a distribuição com quantidade e qualidade,
avaliando a viabilização do negócio.
Este estudo tem como objetivo identificar a problematização da logística
da banana em Guadalupe/Piauí e mostrar formas de subsistência da cultura na
região. Para tal, se fez necessário fazer uma busca de informações junto à
entidade que administra a operação e manutenção do Perímetro Irrigado Platôs
de Guadalupe, a ACIPE, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí,
a ADAPI, responsável pela emissão de PTV (Permissão de Trânsito Vegetal) e
um produtor instalado no Perímetro em destaque.
Para tanto, se faz necessário apontar projetos de tecnologias úteis,
garantindo a obtenção de ganhos em eficiência e lucratividade com a relação
direta da logística x viabilidade, demostrando que apesar dos altos custos de
produção é possível manter o negócio com eficácia.

2. O PERÍMETRO IRRIGADO PLATÔS DE GUADALUPE


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O Perímetro Irrigado Platôs de Guadalupe está localizado no município de


Guadalupe, estado do Piauí, às margens do reservatório da Barragem de Boa
Esperança. O Perímetro em destaque é referência no Estado no âmbito da
fruticultura.
A ACIPE – Associação Central dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Platôs
de Guadalupe e a entidade responsável pela administração da operação e
manutenção de infraestrutura de uso comum de todos os seus associados, não
tendo envolvimento com sua comercialização.
Segundo a ACIPE (2019), “o Perímetro é composto de 115 lotes para
pequeno produtor e 17 lotes empresariais, o que totaliza uma área de 2.630 há. ”
De toda a área, pouco mais de 1.200 há são de banana sob as variedades
Pacovan, Prata Catarina, Prata Gorutuba e Grande Naine, tendo grande
relevância e impacto no Projeto.
Os produtores “associados” são responsáveis pela comercialização de
sua própria mercadoria, tendo em vista que o objetivo da Associação diverge,
por exemplo, de uma cooperativa.

2.1 Fruticultura e Bananicultura

A fruticultura é o ramo da agricultura que vista produzir economicamente e


racionalmente frutos em geral com o intuito de comercializar os mesmos. É uma
atividade de grande importância para a humanidade, tanto no aspecto
econômico e social, como por representar uma fonte de nutrientes para dieta de
crianças e adultos, fazendo parte das frutas mais consumidas, sem qualquer
contraindicação.

O Brasil vem destacando-se como o quarto lugar no ranking dos


produtores de banana, com uma produção de 6,9 milhões de
toneladas, em uma área de 511 mil hectares em 2009. Praticamente,
toda banana produzida no Brasil é em sistema convencional de cultivo,
sendo a produtividade média de 19 toneladas/ha/ano (RIBEIRO, L. R.
et al, 2012).

A fruticultura é um dos segmentos da economia brasileira que mais tem


se destacado nos últimos anos e continua em plena evolução tanto no que diz
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respeito à produção de frutas in natura, como na industrialização de sucos e


néctar.

2.2 A logística da banana

“A área da logística trata-se do campo que mais recursos financeiros


consome e que está diretamente ligado ao sucesso ou fracasso da empresa no
mercado” (BALLOU, Ronald, L Logística Empresarial 1993). No passado a
logística compreendia o transporte de alimentos e munição para as tropas no
campo de combate. Atualmente representa o controle de processos gerenciais,
desde o transporte para entrada de matéria prima nas empresas até a
distribuição de produtos ao consumidor final.
Relata Colla (2006) que “a logística foi desenvolvida para colocar os
recursos certos, no local e na hora certa”. Sob este aspecto, produtores sofrem
com a não capacitação para promover, com qualidade, o desenvolvimento desta
atividade. Portanto, a mesma se tornou uma das disciplinas que atuam na alta
administração das organizações, incluindo toda parte de movimentação de
produtos e informações em toda a cadeia de produtos.
Segundo Novaes (2007), a logística é um conceito que permite a
realização das metas definidas pela empresa e, sem ela, não há como
concretizar essas metas de forma adequada.

2.3 Viabilidade do Negócio

Uma análise de viabilidade econômica fornece uma visão do


comportamento do seu negócio frente ao mercado, assim criando uma projeção
financeira ao longo dos anos, evitando possíveis problemas e proporcionando
maior segurança na hora de realizar um investimento.
Quando se toma a decisão de investir em um determinado negócio, é
necessário avaliar o capital a ser injetado para aquisição de equipamentos ou
terreno. Depois de realizar o levantamento do valor faz-se uma projeção de
receita, ou seja, qual a expectativa de retorno em determinado período. Calcula-
se o investimento, custo operacional efetivo mais o custo operacional total. No
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caso da fruticultura, por se tratar de uma fonte de renda a longo prazo, em caso
de financiamentos bancários, deve-se procurar uma linha específica para esta
modalidade. Se faz necessário uma analise dos períodos de frustração de
mercado, onde a receita equivale ao custo operacional total (COT).
Veras (2001) salienta que “a análise de investimentos compreende não só
alternativas entre dois ou mais investimentos a escolher, mas também a análise
de um único investimento com a finalidade de avaliar o interesse na implantação
do mesmo. ”

3. METODOLOGIA

O presente trabalho tem caráter exploratório, mediante coletas de dados


junto a Associação Central dos Irrigantes do Perímetro Irrigado da cidade de
Guadalupe-PI, a ADAPI (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí) e
um produtor do Perímetro Irrigado Platôs de Guadalupe e entrevista com um
renomado produtor do Perímetro, Sr. X.
O Perímetro em destaque, no ano de 2020, possui aproximadamente
1.200 hectares de banana irrigada. Dentro dessa característica, foram coletados
dados de preço da variedade em estudo, vendas da produção com CFO
(certificado fitossanitário de origem), estimativa de venda sem o CFO, variação
dos preços do produto durante o ano, comparando a rentabilidade com o modo
de comercialização nos demais locais que possuem características
semelhantes, além de pesquisas em sites de autores renomados no assunto da
bananicultura e logística.

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Essa pesquisa exploratória tem por discussão a melhoria da venda do


produto, agregando mais valor ao produtor, fazendo com que o mesmo deixe de
se endividar e para se manter no campo, na produção agrícola no segundo
semestre do ano. Para tal, se faz necessário desativar a pessoa do comerciante
livre, que atua na função de repassar o produto para outros compradores. Na
agricultura essa é uma prática cada vez mais comum, pois alguns agricultores
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não dispõem de veículos para o ato da comercialização, se sujeitando a vender


sua mercadoria a um preço abaixo do mercado.
No estudo de caso do produtor X, para manutenção com fertilizante
químico e orgânico em quantidades sugeridas pelo Eng. Agrônomo, somado
com a mão de obra para tratos culturais, despesas de CFO (Certificado
Fitossanitário de Origem), energia elétrica, água, combustível, despesas com
manutenção de equipamentos e aquisição de ferramentas, equipamentos de
proteção individual (EPI), folha de pagamento de funcionários fixos e
temporários, para cada lote de oito hectares é necessário R$ xxxxxxxxx
anualmente, conforme tabela 1.

Tabela 1: Demonstrativo do custo operacional para a manutenção de 8


hectares/ano.
ITENS CUSTO - LOTE /ANO
ADUBO (NPK + Orgânico+CaCO3) R$ xxxxxxxx
Agroquímicos (Acaricida, fungicida, herbicida, inseticida) R$ xxxxxxx
Funcionários Fixos R$ xxxxxxxx
Funcionários Temporários R$ xxxxxxxx
Energia e água pressurizada R$ xxxxxxxxx
Diesel R$ xxxxxxxx
CFO R$ xxxxxxxx
Despesas com manutenção de equipamentos R$ xxxxxxxx
Ferramentas para tratos culturais R$ xxxxxxxx
EPI R$ xxxxxx
TOTAL R$ xxxxxxxxx
Fonte: Dados da pesquisa (2020).

Outro fator relevante que pode ser ressaltado, é a produção de banana


em função do preço por quilo, da média de produção de 8 hectares de banana
Prata Gorutuba (Musa AAB ‘Prata Anã’ clone: Gorutuba) do produtor X, desde
janeiro de 2020 até novembro de 2020, como demostrado na tabela 2 abaixo.

Tabela 2: Demonstrativo do preço/Kg do produto comercializado e produção


colhida referente a média 8 hectares aos meses de janeiro a novembro de 2020.

MÊS PREÇO/KG PRODUÇÃO VALOR RECIBO (R$)


8

(KG)
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO

Total R$
Fonte: Dados da pesquisa (2020).

Considera-se a média de produção relativamente alta, pois, cada cacho


entre o 1° ano e o 2°ano de produção tem uma média de produção de
xxxxxxxxxxx Kg/ lote, tendo uma média de xxxxxxx Kg/há.
Outro fator relevante é como a variação da receita dentro do ano
comercial consegue ou não custear as despesas de manutenção de um lote,
conforme a tabela descrita abaixo:

Tabela 3: Variação de receita durante o ano. (2020)

MÊS PERCENTUAL DE RECEITA ARRECADADA


JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
Fonte: SETEMBRO Dados
da OUTUBRO
NOVEMBRO

pesquisa (2020).
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Analisando a tabela acima, observa-se que no 1° semestre obtemos


80,25% da receita anual, assim neste caso, o produtor não conseguir produção
suficiente no 1° semestre, para custear seu empreendimento, ou seja, dentro
deste cenário, o 2° semestre não satisfaz as condições para manter o
empreendimento.
Uma solução viável para que o produtor deixe de entregar sua mercadoria
ao chamado “Comerciante Livre” é comercializar de forma direta com redes de
supermercados (consumidores finais), explorando novos mercados por meio da
logística e buscando as melhores formas de transporte para maiores distâncias,
até mesmo para o mercado internacional, abrindo um leque de oportunidades.
Levando em conta que o pequeno produtor detentor de apenas um lote no
Perímetro não tem condições de firmar negócio com redes de supermercados
por terem baixa produção, a alternativa seria a criação de cooperativas,
transformando o pouco em muito, o pequeno em grande.

Figura 1 - Produtividade de Banana comercializada nos Platôs Irrigados


Guadalupe-PI (Toneladas /mês) respectivamente ao ano de 2010 e 2019.

PRODUTIVIDADE DE BANANA POR CFO - GUADALUPE/PI


TONELADAS/MÊS
2500

2000

1500

1000

500

0
JAN FEV MAR ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET OUT NOV DEZ

2010 2019

Fonte: ACIPE (2020).

Ao analisar a Figura 1, o Perímetro possui, atualmente, uma área de


1.200 hectares de banana plantada, tendo uma área total implantada de 2.630
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hectares irrigados, ou seja, a produção de banana apresentou um crescimento


estupendo no ano de 2019, tendo em vista que no ano de 2010, as culturas
diversificadas ocupavam a área que atualmente a banana está situada, como
exemplo, arroz, milho, goiaba entre outros, com o intuito de se fomentar a
agricultura de subsistência na época.

Figura 2 - Destino da banana produzida em quantidade (Kg).

DESTINO DA BANANA PRODUZIDO EM QUANTIDADE (KG)

700,000

600,000

500,000

400,000

300,000

200,000

100,000

0
PARÁ MARANHÃO TOCANTINS

ago/20 set/20 out/20

Fonte: ADAPI (2020).

Conforme a Figura foi observado que o maior consumidor da frutífera em


destaque é o Estado do Pará. Em seguida, vem o Estado do Maranhão e em
menor escala, o Estado do Tocantins. No segundo semestre do ano, a produção
nas regiões anteriormente citadas é em larga escala, somado com as frutas de
época, causando a rejeição da banana produzida em Guadalupe e baixando o
preço.
As ocorrências no primeiro semestre do ano tendem a alavancar os
preços da banana, por se tratar de um período onde a oferta dos principais
concorrentes vizinhos, como os estados do Pernambuco e do Ceará, sofrem por
conta da seca, além de catástrofes naturais, em sua maioria, com fortes rajadas
de vento que dizimam áreas de grande porte. Ou seja, o Piauí, e em especial, o
Perímetro em estudo, sofre menor vulnerabilidade quanto às catástrofes
mencionadas anteriormente. Sendo assim, para o mercado, se a oferta da
concorrência diminui, a demanda busca novas alternativas de aquisição do
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produto, sendo o município de Guadalupe o foco central do fornecimento de


banana na região. Portanto, o preço por (Kg) assume um patamar acima da
concorrência, sendo a qualidade da produção o motor de partida para obtenção
da lucratividade.
Em contrapartida, no segundo semestre, os Perímetros concorrentes
vivenciam uma ampla produção, resultado dos cuidados obtidos durante o
inverno, fazendo com que a oferta cresça significativamente para os destinos
citados neste trabalho. Ou seja, a oferta aumenta e a demanda consome outras
opções de frutíferas cultivadas e apreciadas neste período como manga, caju,
melancia, entre outros. Para tanto, a demanda diminui e com o intuito do
comerciante vender, se faz necessário reduzir os preços de venda.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que nossa fruticultura necessita que o governo incentive


as feiras, que se criem e facilitem políticas de descentralização do consumo de
frutas e planejamento com investimentos. Se faz necessário organizar-se para
usar a economia de mercado interna a favor da nação, investindo em tecnologia,
gerando ganho de produtividade e elevação da qualidade da mercadoria.
Quanto ao planejamento da produção, é inadmissível que 50% do que
produzimos não chegue a ser consumido pelas pessoas por falta de estrutura e
planejamento. O governo deve fomentar ações e ser parte deste processo. A
maioria dos produtores, pequenos e médios vendem sua produção a um valor
20% menor que a cotação de mercado, portanto, não consegue comercializar
tudo que produz, gerando percas que correspondem, em média, 15% da
produção, fazendo com que os produtores estejam descapitalizados para manter
suas áreas.
Com relação ao armazenamento da mercadoria, as embalagens com
plataformas (paletes, caixas de papelão e refrigeração na propriedade), geram
um custo de frete maior, não sendo viável caminhão ir e vir com caixas de reuso,
ou seja, caixas descartáveis. Para tanto, o frete custará somente na ida. Ou seja,
desenvolver embalagens modernas que valorizem a mercadoria, garantam sua
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acomodação e gerem menores perdas, buscando o cliente estar recebendo o


peso real da embalagem, fortalecendo sua marca e agregando valor.
Investir em marketing, massificar o consumo, levar até o consumidor
informações das propriedades da fruta.
Como uma análise do sistema de logística da banana em
Guadalupe/Piauí, conclui-se que os pequenos produtores de banana têm a
necessidade de unirem forças, em forma de cooperativa, para terem voz no ato
de negociação. Ou seja, com tal atitude, os produtores com uma produção
relevante, mantém uma linha de negócio com o consumidor final, evitando o
desvio de uma fatia do lucro para o consumidor livre, promovendo menor preço
e, consequentemente, maior consumo e renda. Com isso pode-se agregar
valores nos produtos como: visão, ação, liderança, organização e rentabilidade.
Por ter solo fértil, abundancia em água, um clima propício para a cultura
de bananas e uma infraestrutura com estação de bombeamento e canais de
distribuição de água, o Perímetro Irrigado Platôs de Guadalupe/PI é demandado
por agricultores, empresários e empreendedores que querem investir nos mais
diversos segmentos da fruticultura.

REFERÊNCIAS

ACIPE, Associação Central dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Platôs de


Guadalupe-PI. 2020.

ADAPI, Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí, Guadalupe- PI,


2020.

BALLOU, Ronald. H. Logística empresarial: transportes, administração de


materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

COLLA, J. E. Breve relato sobre o estudo da logística. Administradores, São


Paulo, 3 nov. 2006ª. Disponível:
http://www.administradores.com.br/menbros.jps?
pagina=menbrosespacosabertocorpo&idColuna=2882&isColunista=12007
Acesso em: 10 de Novembro de 2020.
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CUSTÓDIO J.A.L., Silva LM & Khan AS (2001). Análise da cadeia produtiva


da banana no Estado do Ceará. In: 39° Congresso Brasileiro de Economia e
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VERAS, L. L. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras,


aplicações ao mercado financeiro, introdução à engenharia econômica, 300
exercícios resolvidos e propostos com respostas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

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