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Sobre minha vida digo que senti. Senti mais do que falei, criei ou fiz.

Falei
menos do que gostaria e mais do que deveria. Minha criação está no tempo em que
vivo, na minha própria existência, mas também nos objetos que por mim foram
feitos, seja minha música, meu amor, minhas relações... Esses foram os fatores que
me deram nome. Não meu nome de batismo, esse nome quem deu foram meus
pais, mas o nome real, aquele que criou minha identidade, que um dia morrerá, mas
o que morre de mim é o nome, jamais o meu pó. Meu pó é eterno.
E sobre isso direi o que me vai da morte. Quando morrer não irei para o céu,
nem irei para o inferno ou qualquer coisa que haja entre ambos. Da morte de meu
nome irei virar pó, esse pó vai virar terra e a terra alimentará a vida e vida
novamente serei. Para cada um que me conheceu ou para cada troço que toquei,
um nome me foi dado e cada um desses nomes irá se transformar em pó e esse pó
se transformará em tudo que há. Então cada nome, cada criação, cada pedaço de
mim estará no vento, na terra, no mar, em cada animal que se alimentar do fruto que
nascer da minha terra, da minha dor, do meu amor, e de toda a limitada existência
humana que se transferir de um ego para o pó da eternidade.

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