A DANÇA DA VIDA
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Afranio Campos
A DANÇA DA VIDA
Ilustrações de Ana Tereza Kauark e Tina D’Almeida
1ª edição
Salvador – 2007
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(Direitos)
Capa
Igor Outeiral
(Catalogação)
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“Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.”
Shakespeare
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6
Índice
. Prefácio 13
. Viva a Dança da Vida 15
Renascimento
. Escadas 22
. De Peito Aberto 26
. Seja Como For 27
. Árvore Criada 29
. Sede Interna 32
. A Centelha 33
. Superação 34
. Sentidos 35
. Mudança 38
. Abrindo a Roda 39
. Permanecer 42
. Minha Viagem 43
. Diga a Quem Ama 46
. No Circo 47
. Fogo Espontâneo 48
. Entrega 49
. Presentes 52
. Coração Dançarino 53
. Sábios e Doentes 54
. Pelo Avesso 56
. Amor Mantido 57
. Crianças Sãs 60
7
. Mar e Brisa 61
. Vazão e Remanso 64
. Cachos de Carinho 65
. Borboletas 66
. As Chaves 67
. Segredos que Bastam 70
. Renascimento 71
. Escolha de Estrelas 74
. Transcendência 76
. Hora Marcada 80
. Vez na Dança 81
. Meus Pés 84
. A Dança da Vida 88
. Nosso Ensaio 90
. Pão e Companhia 91
. Na Ponta dos Dedos 93
. A Luz Quebrada 94
. Um Leve Transe 96
. O Flash 97
. Fibras do Coração 99
. Tanto Tempo o Agora 101
. Saber a Vida 103
. O Universo Mulher 104
. Lua Tatuada 108
Identidade
8
. Elementos 116
. A Partir de Hoje 117
. Menina dos Olhos 120
. Essa Flor 121
. Aconchego 122
. Maior Pausa 123
. Atreva-se 126
Instinto e Afeto
Quatro Elementos
9
. Ternário 154
. Anjos de Vidro 155
. Pedras de Rio 156
Outros momentos
10
11
Dedico este livro aos meus filhos Igor, Frederico,
Vinícius, e ao Issan e a Keila, flechas disparadas no
Universo como heranças divinas.
12
13
PREFÁCIO
14
Quero que esse momento de individuação, alteridade, de
amor ao ser, aceitando-se como ser e não ser, firme essa
caminhada para um superviver que colha muitos frutos na
árvore da vida pelos desejos de transformação e
transcendência no encontro da igualização, da liberdade como
escolha, da solidariedade consciente e da cooperação.
Afranio Campos
15
Viva a Dança da Vida
16
íris e daí desfrutar desse renascimento, num vôo com
determinação e desejo certeiro de fazer o que quer,
consciente, e amar sinceramente a própria vida em sua
plenitude. Sei também, que é importante fazer o caminho
tanto quanto conhecê-lo! Mas construí-lo é um movimento
potencialmente criativo, intuitivo, ainda que detenha o
conhecimento.
17
Esse ainda é o primeiro sintoma claramente explicito que
posso acompanhar falando da restauração dele sem dúvida!
18
exagerado, mais uma explosão do nascimento de um novo corpo
celestial. Deixo de ser apenas uma partícula do pó das estrelas,
solto no universo, e me desloco ao encontro de minha real
identidade: Eu sou Afranio Jorge Campos da Silva, o
cidadão que luta pela dignidade humana, por espaço numa
sociedade injusta que põe a maioria das pessoas obrigadas a
manter seus medos sempre em dia, disputando apenas coisas
de valores materiais, em suas duras superficialidades, atrás de
mesquinharias seletivas, bugigangas maquiadas de boa
aparência, futilidades da informação, ilusões de consumo,
vícios degradantes. E nesse movimento de homem demente,
desequilibrado nos paradigmas, sem referencial, adoecem
violentos, violentado por suas escolhas, cegas para uma
melhor qualidade de vida, sem compreender mesmo o que é
importante para sua natureza, ignorando uma vida evolutiva,
de pleno potencial humano criador, condutor de seu
processo, não-destrutivo, saudável para si mesmo e para um
mundo melhor, enquanto eco-sistema integrado,
interdependente de todos os fenômenos. Somos parte de
um todo como “componentes de um sistema vivente
maior”, biocêntrico e universal. Afinal, tudo que existe
19
depende da vida, seja atômico ou galáctico, a vida é que faz
existir o universo.
Afrânio Campos
20
19
Renascimento
20
21
Escadas
22
Vivi a solidão em bolhas alcoolizadas
Ao gosto de um vento farto de balões
Montando minha escada belíssima
Um quebra-cabeça que me surpreendia
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De Peito Aberto
26
Seja Como For
Sei que nunca estamos sozinho diante dos medos que nos
atentam
Uma força positiva logo se chega a quem realmente se
entrega
Aos pensamentos felizes que nos levantam no ar tão
raramente
27
Viro os lençóis e meu coração novamente por outro lado
avesso
Ao ouvir as verdades que desenvolvem calos na minha
percepção
E continuo a falar com meus botões como se refizesse o
começo
28
Árvore Criada
29
Minha Árvore dos Desejos
30
31
Sede Interna
32
A Centelha
33
Superação
34
Sentidos
35
36
37
Mudança
38
Abrindo a Roda
39
40
41
Permanecer
42
Minha Viagem
43
44
45
Diga a Quem Ama
46
No Circo
47
Fogo Espontâneo
48
Entrega
49
50
51
Presentes
52
Coração Dançarino
53
Sábios e Doentes
54
Vale ainda os valores da sabedoria
Em cascatas reviradas por letras e danças,
Numa verdade com gosto de ruptura
Que no peito do ser humano se balança.
55
Pelo Avesso
56
Amor Mantido
57
58
59
Crianças Sãs
60
Mar e Brisa
61
62
63
Vazão e Remanso
64
Cachos de Carinho
65
Borboletas
66
As Chaves
67
68
69
Segredos que Bastam
70
Renascimento
71
72
73
Escolha de Estrelas
74
Passeamos pelo céu num risco de meteoro
Do nosso jeito agradecemos em meio à amplidão
Festejando essa dádiva pela qual alguns nem sonham
E por aqui acordamos com ela em nossas mãos
75
Transcendência
76
Marcou-se um momento que durará sem noção de tempo
Tantas mudanças ainda por chegar em nossa porta
Que poderá numa onda até o último dia de vida
Nos transformar em seres humanos melhores que outrora
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78
79
Hora Marcada
80
Vez na Dança
81
82
83
Meus Pés
84
Pisaram em ponta de bagana meio acessa
E na dor choraminguei baixo cada lágrima
Bem na calçada na frente de casa
Diante do portão forjado de entremeio
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86
87
A Dança da Vida
88
Nosso movimento não quer ser mecânico ou frio
Pode-se entendê-lo no mesmo espaço raro dos atos
Dando voltas de costas no dorso de suas costas
Quando a cabeça deita no seu ombro uma linda lua
Meu corpo prova que é transformado pelo que tu fazes
Da suave carícia liga completa de amor adornado
89
Nosso Ensaio
Mais provocações...
Nunca olhou para mulher?
Concorda com o que digo?
Não está enquadrado em nada?
Será que tem coragem,
De fazer o que quer?
90
Pão e Companhia
91
Tempo e individualidade ficavam se revelando gradualmente
íntimos,
Nas formas de gostar mutuamente, combinando partes
sóbrias de emoção.
Dentro da noite pudemos dividir em risos tenras fatias ainda
quentes,
Mordidas em ricota, cenoura ralada, bananas passas e
ameixas macias,
Uma boa prova da arte em doce e sal de nossa insustentável
leveza.
92
Na Ponta dos Dedos
93
A Luz Quebrada
94
Formando um ambiente propício.
Entreguei uns colares de lírios
Permitindo amores perfeitos, e
Acordei bem perto desse mesmo sonho.
95
Um Leve Transe
96
O Flash
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explosivo. Como estava paralisado e de olho duro reparei
bem quando o homem clicou o curioso disparador e um
clarão luz prateado nos pegou de surpresa, marcando de
jeito nossa atenção, como quando um raio cai do céu. E olha
que a gente morria de medo de trovão nessa idade.
98
Fibras do Coração
99
Ouvindo gostos velados
Em limites claros da carne
Revelando diversas faces aos saltos
Das fibras do coração
100
Tanto Tempo o Agora
Sem o antigo
Sem o mais jovem
Novamente, o que fazer?
Por enquanto só vendo,
Inexplicável realidade torta
Tempo que não é mais o agora.
Sem o antigo
Sem o mais jovem
Novamente, como fazer?
Um caminho sem trilha
Sem sonhos bons de ser feliz
Nem motivos que permaneçam.
101
Por enquanto só vendo,
Inexplicável realidade avessa,
Tempo que não é mais depois.
Sorrisos de solidão chorada
Vazio rio das horas
Fome de filhos pequenos
Inúmeros no acaso das ruas.
102
Saber a Vida
Transporta-me, me guia.
Nem preciso dessa bússola,
Mas pelo mar do olhar, sinfonia!
Aprendo e solto as velas da pele,
Ficaria a deriva sem essa alegria.
103
O Universo Mulher
Mulher cosmos
Deusa que nunca nos faltou
Poder interior
Imenso sentido
Molha com suas tetas
Todo terreno que brota
Mulher terra
Mulher láctea
Mulher vital
Mulher amada
Mulher magma
Mulher fractal
Mulher vulva
104
Mulher animal
Ainda pulsa
Ainda chora
Ainda mostra
O que nós somos
105
106
107
Lua Tatuada
108
109
Identidade
110
111
Grande Águia
112
Revelar-se
113
Serpentina
114
Tocando o Coração
115
Elementos
116
A Partir de Hoje
117
118
119
Menina dos Olhos
120
Essa Flor
121
Aconchego
Sinto-me esgotado
Hoje tudo cansou
O olhar caiu no vazio
Sem alguma esperança
Cadê o meu amor?
Com um sorriso
Trazido pelo vento
Aprendi a te amar
Mesmo que possa desamar
122
Maior Pausa
123
124
125
Atreva-se
126
Quem se atreve, se cura, se ama.
É fonte, é ser de fazer,
Tem alma humana,
É divino, é viver, é criança.
127
Instinto e Afeto
128
129
Rastros de Laços
130
Teia da Vida
131
Viagens
132
Eu e o Outro
133
Será O Que Será
Será do feminino?
Será do masculino?
Seja dos dois, réstia no íntimo.
Será de uma sereia?
Será de um tritão?
Seja calda rica de estrelas
Que caiba no coração.
134
Soneto etéreo!
Que se faça sua luz, meu amor.
135
Amanhecendo
136
“Que atropela indiferente”,
“Todo aquele que a negue”. Hô!
Aí acendi a luz. Aguentem.
Vi a compaixão dissonante.
Aos pulos, despertei meu prazer.
Que brilhou lágrimas nos olhos
Restaurando pontes no acender...
Eram luzes, após esse til de momento.
Abri um sonho que me fez amanhecer.
137
Mariposa
138
Sete Maravilhas
139
Curvas de Fá
140
Peregrinos do Deserto
141
Raízes e Asas
.
Justo agora sei as palavras que me fogem
Ouso ser mais forte por meio delas enfim
Mas sobram pensamentos curtos em laços
Letras em tranças calam o silencio em mim
.
Escrevo sobre algo que me trinca por dentro
Dias e noites moldam suas dores em repente
Quando menos se espera é o amanhecer que entra
Pela nova janela aberta me cobrindo sonolento
.
Passo em portas que ontem ainda nem existiam
Meu caminho é margem de uma grave descoberta
Como um peixe livre que pressente a piracema
Saio das raízes e abro passagem no que me cerca
.
Além do medo comum do animal com instintos
Algo me preserva das pedras e dos espinhos
Grito no ar rodando leve um carrossel de alegria
E ganho o dom de pousar como passarinho
142
Leia-me
143
Convite
Quer me conhecer?
Acorde o sol comigo
Saiba de umas manias
Ouça os meus suspiros
Solte a minha língua
Quer me conhecer?
Beije a minha nuca
O que for permitido
Mas ajuste a sua mira
Antes do amanhecer
144
Se por acaso se perder
Siga até achar o anel
De um jeito diferente
Escrevendo contratempos
Que ainda será prazer
145
olhos d’água
146
147
Quatro Elementos
148
149
Cerrados no céu
150
Pela pele
151
Água de chuva
152
A casa de fogo
153
Ternário
154
Anjos de vidro
155
Pedras de Rio
156
157
Outros Momentos
158
159
Uma Caminhada
160
A perda desses momentos de realização, a desistência dessas
oportunidades é uma prova da existência do medo do
desconhecido, dos processos contraditórios e negativos, na
resistência às mudanças naturais, refletindo-se como defesas
danosas ao ser.
Muitas pessoas não são o que dizem ser. Embora essa seja a
crua realidade de muitos, temos que começar a confiar em
alguém alguma vez na vida, começar por si próprio é tudo.
Confiar em si mesmo, ser sincero com o seu ser ativo amoroso.
161
O Aprendizado
162
crenças de família, de formação católica, por outra qualquer
que fosse desde que pudesse alcançar logo a graça de poder
brincar com aquela beleza de brinquedo. Uma bola colorida,
com estrelas e lua.
163
silêncio, quando sim na energia da sabedoria do amor,
algumas vezes através da maestria da dor, noutras vindo por
"coincidências" quanto ao atendimento de sonhos
repetidamente sonhados, mesmo acordado.
164
Notas Musicais
165
166