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Sujeitos no Direito Internacional

São sujeitos: o Estado e as Organizações Internacionais.

Estado

Os estados são independentes entre si em direitos e obrigações, mas não estão livres da
influência da Comunidade Internacional, e elementos, como a economia, podem interferir na
maior autoridade de um Estado.

O Estado, principalmente, é feito de elementos políticos, e por isso não fica livre da influência
e interferência de elementos políticos externos. E, por isso, é importante que ele tenha
soberania, para equilibrar as interferências externas e suas necessidades internas.

O estado é o sujeito para o qual o direito internacional foi criado. Ele tem por elementos o
povo, território e soberania. Além disso, tem como finalidade o bem comum do povo e
capacidade para manter relações com outros estados.

-O povo é o conjunto dos seus nacionais, que apresentam um vínculo político-jurídico com o
Estado

-O território é caracterizado pela área contida dentro das fronteiras de um Estado (ponto de
vista geográfico), além de toda área em que ele pode exercer sua soberania e aplicar seu
direito (mar territorial, espaço aéreo, navios e aeronaves militares e civis, etc.).

-Por fim, a soberania é a independência do Estado de qualquer outro poder externo.

Sendo o Direito Internacional formado para regular a comunidade internacional, é preciso que
seus sujeitos coexistam harmonicamente sem a existência de um órgão superior a eles. Para
isso, os Estados precisam reconhecer uns aos outros, e suas soberanias.

Isso não se confunde, entretanto, com o reconhecimento do governo. A mudança de governo


não implica na extinção do estado, de modo que, caso um governo não seja reconhecido, o
estado ao qual faz parte não deixará de ser reconhecido (é o caso de ditaduras, por exemplo).

NACIONALIDADE

A nacionalidade é um vínculo que te liga a determinado estado, e quando esse vínculo é


inexistente, a pessoa é considerada apátrida.

-A nacionalidade pode ser originária ou derivada. A originária, também chamada de primária (é


a dos natos), tem relação com o Estado, e pode ser atribuída por alguns critérios: territoriais
(ius solis), familiares (ius sanguinis) e mistos. O Brasil utiliza-se do critério misto. A
nacionalidade derivada é adquirida voluntariamente e solicitada por decisão do indivíduo, pelo
qual se dá o processo de naturalização.

Art. 12. São brasileiros:

I - Natos:
a) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira;

II - Naturalizados:
a) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

Organizações Internacionais

As Organizações Internacionais (OI) são instituições que surgem de um ato


internacional (geralmente tratados de criação que são considerados seus estatutos)
pelos quais alguns Estados associam-se com o fim de promover a execução de alguns
objetivos comuns. São pessoas jurídicas de direito internacional, que tem ordens
jurídicas próprias e distintas dos Estados que as integram e que surgem por meio de
um processo de institucionalização das relações internacionais, como uma forma de os
Estados darem efetividade aos acordos que celebram. São, por exemplo, a ONU, a
OMC, etc.

Elas surgem com um fim já determinado, expresso no seu tratado de criação.

No ato de criação de uma OI, os Estados cedem parte de sua soberania à criação da
personalidade jurídicas dessas organizações, que passam a ter personalidade jurídica e
soberania derivadas

O que as difere é que no Estado a justificativa para a personalidade jurídica é a


soberania interna, enquanto nas OI a justificativa é externa, derivada da soberania dos
Estados, que é quem lhes atribui capacidades e competências (portanto personalidade
jurídica), no seu tratado (ou estatuto) de criação.

Importante ressaltar que a personalidade jurídica das OI nem sempre são reconhecidas
pelos sujeitos de direito internacional que não as integram. Dessa forma, se necessário,
as organizações podem realizar tratados com esses sujeitos para que tenham sua
personalidade reconhecida.

Essa personalidade é objetiva, ou seja, imponível a toda comunidade internacional,


inclusive aos Estados que não a ratificaram. Isso possibilita que ela mantenha relações
com demais sujeitos internacionais e de direito interno, quando atendidos os requisitos
de cada Estado (no Brasil, por exemplo, devem criar um CNPJ)., O tratado de criação de
uma Organização Internacional também pode ser chamado de estatuto. Nele, os Estados
e outras OI determinam suas estruturas, competências, finalidades, meios de execução,
instrumentos, procedimentos, formas de extinção, cargos e formas de exercício de
poder e outros. Os Estados devem aceitá-la da forma como foi criada, pois estes
tratados não aceitam reservas, bem como não podem alegar outros tratados que os
esquive do cumprimento deste posteriormente, uma vez que tem primazia sobre os
demais. As Organizações Internacionais podem, ainda, criar outras OI, e neste caso,
atribui parte das suas capacidades e competências à outra.

Essas Organizações tem como objetivo, além de executar fins comuns, solucionar os
conflitos originários na execução dos seus objetivos pelos Estados. Essa solução se dá
por um pedido de intervenção da OI, requerido por um Estado litigante que será
submisso à solução política ou até por um terceiro Estado-membro da OI. Entretanto,
assim como os meios diplomático de solução de controvérsias, essas soluções políticas
não vinculam as partes.

O uso da força e da guerra nas relações entre estados é inaceitável ao Direito


Internacional, e, por isso, as movimentações militares de um Estado com relação a
outro dependem de "autorização" (dada aos Estados à ONU, na atribuição de sua
soberania internacional), a menos que sejam casos de legítima defesa.

ator internacional
O termo ator internacional refere-se diretamente às relações internacionais, ou seja,
conforme visto anteriormente, ator internacional é o ente que interfere
consideravelmente na condução de temas internacionais significativos.
Os atores não têm personalidade jurídica, mas exercem influência no direito
internacional.

INDIVÍDUO

Grande parte da doutrina não concorda que o indivíduo seja um sujeito de direito
internacional. Para que ele fosse considerado como tal, precisaria ter personalidade
jurídica e deveria poder reclamar amplamente junto aos foros internacionais e
apresentar deveres diretamente relacionados ao Direito Internacional. Entretanto, como
pode ser réu no Tribunal Penal Internacional, assim como apresenta deveres e direitos
decorrentes de normas internacionais (direitos fundamentais, por exemplo), e dada
crescente visibilidade aos Direitos Humanos, pode-se dizer que é existente
uma personalidade jurídica parcial do indivíduo, a qual se expressa sempre que ele
mantiver uma relação direta com um sujeito de direito internacional

COLETIVIDADES NÃO ESTATAIS

As coletividades não estatais são principalmente expressas em:

Beligerantes: são movimentos armados da população, politicamente organizados, que


utilizam a luta armada, a ponto de constituir guerra civil, para fins políticos – esses
movimentos tem parte do estado e visam a mudança da ordem política. Ainda, podem
ter personalidade jurídica reconhecida, distintas da do Estado a que pertencem, para
fins de aplicabilidade do direito de Guerra.

Insurgentes: são grupos que se revoltam contra governos, mas cujas ações não
assumem a proporção da beligerância (ações localizadas e de revoltas de guarnições
militares), e cujo status de insurgência é reconhecido por outros Estados; a maioria
desses grupos que surgem visam a tomada do poder, mas não chegam a constituir
uma guerra civil – não tem tanta força, mas capacidade de movimentar massas; Nesses
casos não há, via de regra, reconhecimeno da personalidade jurídica internacional,
sendo considerada uma jurisdição doméstica.

Nas duas situações, é necessário que o poder seja reconhecido pela população afetada
de forma voluntária, além de que os beligerantes e insurgentes precisam assumir
proativamente as tarefas que seriam do Estado via de regra.

Já no que diz respeito a terceiros estados, eles normalmente ficam neutros


frente a grupos beligerantes, mas posicionam-se aos grupos insurgentes.

Movimentos de Libertação Nacional: esses movimentos começaram a


aparecer no cenário internacional, a partir do séc. XX (ex. OLP); a diferença para
os demais reside no fato de que aqueles que estão lutando nesse movimento
NÃO fazem parte do regime governamental. As pessoas que os integram são,
na maioria das vezes, populações indígenas, que lutam contra governos
geralmente racistas ou contra ocupações estrangeiras ilegais.

Nova Ordem de Malta: é uma ordem militar mantida pela Igreja Católica, que
pretende ser Estado, mas não é. Tem inclusive uma pseudoconstituição, mas
funciona em estrita dependência da Santa Sé – cúpula do governo da igreja
católica, dentro do Vaticano – cuja natureza jurídica difere-se da do Vaticano.

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