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PM/MG – SOLDADO
NOME:
CPF: IDENTIDADE:
LOCAL DE PROVA: SALA:
CIDADE: DATA:
)
M/ a
MG
(P rov
INSTRUÇÕES AOS CANDIDATOS:
1. Prova sem consulta.
RS e p
(cem) pontos.
nc to
5. Responda as questões e marque a opção desejada na folha de respostas, usando caneta esferográ-
fica (tinta azul ou preta), de corpo transparente. Proibido o uso de lápis ou similares.
6. Não será admitido qualquer tipo de rasura na folha de respostas. As questões rasuradas, em branco
ela fo
será de 4 (quatro) horas, assim distribuídas: a) das 08h30min às 11h30min: resolução da prova objetiva
e o preenchimento da folha de respostas; b) das 11h31min às 12h30min: confecção da redação e trans-
ad do
9. Iniciadas as provas, os candidatos somente poderão deixar a sala, e a esta retornar, exclusivamente
para uso de sanitários ou bebedouros, depois de transcorrido o tempo mínimo de 1h, e devidamente
B
ASSINATURA DO CANDIDATO
FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA
LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO!
INSTRUÇÕES GERAIS
LÍNGUA PORTUGUESA
MAURÍCIO IZOLAN
TEXTO 1
1 Os cadáveres eram então atirados por sobre as ondas, sem qualquer cerimônia,
às vezes sem ao menos a proteção de um pano ou lençol, para serem imediatamente
devorados por tubarões e outros predadores marinhos. Segundo inúmeras testemu-
nhas da época, mortes tão frequentes e em cifras tão grandes fizeram com que esses
5 grandes peixes mudassem suas rotas migratórias, passando a acompanhar os navios
negreiros na travessia do oceano, à espera dos corpos que seriam lançados sobre as
ondas e lhes serviriam de alimento. Esses rituais eram parte da rotina a bordo.
“Os tubarões começaram a seguir os navios negreiros assim que as embarca-
ções alcançavam a costa de Guiné, escreveu o historiador Marcus Rediker. “Eram
10 observados pelos marinheiros da Senegâmbia ao Congo e Angola, passando pela
Costa do Ouro e dos Escravos (atuais Gana, Togo, República do Benim e Nigéria),
sempre que os navios estavam ancorados ou se moviam lentamente”. Um corpo ou
um homem vivo que caísse nas águas por acidente seria imediatamente destroçado.
Alexander Falconbridge, médico britânico que participou de quatro viagens negreiras
15 entre 1780 a 1787, testemunhou diversas cenas como essa enquanto observava o
embarque de cativos na costa de Bouny (atual Nigéria). Segundo ele, os tubarões
cercavam os navios “em número inacreditável, devorando rapidamente os negros
que eram arremessados da amurada”. Relato semelhante é de John Atkins, também
médico da Marinha Britânica na primeira metade do século XVIII: “Diversas vezes eu
20 vi os tubarões se apoderarem de um cadáver; assim que era jogado ao mar, despe-
daçando-o e devorando-o com tal voracidade que não dava tempo sequer para que
começasse a afundar nas águas”.
GOMES, Laurentino. Escravidão (Vol. 1): Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a
morte de Zumbi dos Palmares. 1 ed. Rio de Janeiro: Globolivros, 2019, pp. 49-50.
2ª QUESTÃO – O texto, que apresenta a cena das mortes de negros em navios negrei-
ros vindos da África para o Brasil, apresenta-nos, essencialmente,
A. ( ) a rotina de mortes em navios negreiros e a atitude de lançar corpos ao mar.
B. ( ) a história da independência de países na África.
C. ( ) a narrativa dos navegadores portugueses sobre o dia a dia dos navios negreiros.
D. ( ) a defesa incondicional do negro diante das atrocidades da escravidão.
6ª QUESTÃO – No trecho “Os cadáveres eram então atirados por sobre as ondas, sem
qualquer cerimônia, às vezes sem ao menos a proteção de um pano ou lençol, para se-
rem imediatamente devorados por tubarões e outros predadores marinhos”, as palavras
sublinhadas se classificam, respectivamente, como:
A. ( ) substantivo, preposição, pronome, verbo, adjetivo.
B. ( ) adjetivo, preposição, pronome, verbo, substantivo.
C. ( ) adjetivo, conjunção, pronome, verbo, adjetivo.
D. ( ) substantivo, conjunção, pronome, verbo, adjetivo.
7ª QUESTÃO – Na oração “Um corpo ou um homem vivo que caísse nas águas por
acidente seria imediatamente destroçado”, o sujeito do verbo “seria destroçado” é:
A. ( ) “Um corpo”.
B. ( ) “Um corpo ou um homem vivo que caísse nas águas por acidente”.
C. ( ) “Um corpo ou um homem”.
D. ( ) “Um corpo ou um homem vivo”.
TEXTO 2
7 de novembro
1 Nascer rico é uma grande vantagem que nem todos sabem apreciar. Qual não
será a de nascer rei? Essa é ainda mais preciosa, não só por ser mais rara, como
porque não se pode lá chegar por esforço próprio, salvo alguns desses lances tão
extraordinários, que a história toda se desloca. Sobe-se de carteiro a milionário; não
5 se sobe de milionário a príncipe.
Entretanto, dado o caso de vocação (porque a natureza diverte-se às vezes em
andar ao invés da sociedade), como há de um homem que sente ímpetos régios,
combinar o sentimento pessoal com a paz pública? Aí está o caso em que nem o
mais fino Escobar era capaz de resolver; aí está o que resolveram alguns cidadãos
10 de Guaratinguetá.
Reuniram-se e organizaram uma irmandade de Nossa Senhora do Rosário, que
é irmandade só no nome; na realidade, é um reino; e tudo indica que é o reino dos
Céus. Os referidos cidadãos acharam o meio de cingir a coroa sem vir buscá-la a
São Cristóvão: elegem anualmente um rei, e a coroa passa de uma testa a outra,
15 pacificamente, alegremente, como no jogo do papelão. Aqui vai o papelão. O que traz
o papelão?
No presente ano (1883-1884), o Rei da irmandade é o Sr. Martins de Abreu, nome
pouco sonoro, mas não é de sonoridade que vivem as boas instituições. A Rainha é
a Sra. D. Clara Maria de Jesus. Há um Juiz do Ramalhete, que é o Sr. Francisco Fer-
20 reira, e uma juíza do mesmo Ramalhete que é a Sra. D. Zelina Rosa do Amor Divino.
Não há a menor explicação do que seja este ramalhete. É realmente um ramalhete
ou é nome simbólico do principado ministerial?
Segue-se o Capitão do Mastro. Este cargo coube ao Sr. Antônio Gonçalvez Bru-
no, e não tem funções definidas. Capitão do Mastro faz cismar. Que mastro, e por
25 que capitão? Compreendo o Juiz da Vara; compreendo mesmo o Alferes da Bandeira.
Este é provavelmente o que leva a bandeira, e, para supor que o capitão tem a seu
cargo carregar um mastro, é preciso demonstrar primeiramente a necessidade do
mastro. Já não digo a mesma coisa do Tenente da Coroa, cargo desempenhado pelo
Sr. João Marcelino Gonçalves. Pode-se notar somente a singularidade de ser a coroa
30 levada por um tenente; mas, dadas as proporções limitadas do novo reino, não há
que recusar. Há também um sacristão, que é alferes, o Sr. alferes Bueno, e... Não;
isto pede um parágrafo especial.
Há também um (digo?) há também um Meirinho. O Sr. Neves da Cruz é o en-
carregado dessas funções citatórias e compulsivas, e provavelmente não é cargo
35 honorífico; se o fosse, teria outro nome. Não; ele cita, ele penhora, ele captura os
irmãos do Rosário. Assim, pois, esta irmandade tem um tesoureiro para recolher o
dinheiro, um procurador para ir cobrá-lo e um meirinho para compelir os remissos. Un
capo d'opera.
Agora, como é que se tratam uns aos outros esses dignitários? Não sei; mas
40 presumo, pelo pouco que conheço da natureza humana, que eles não ficam a meio
caminho da ficção. O Rei pode ter Majestade, e assim também a Rainha. E quando
receberem os cumprimentos, adivinho que os receberão com certa complacência
fina, certo ar digno e grande. Hão de chover os títulos — Vossa Majestade, Vossa
Perfumaria, Vossa Mastreação... Em roda o povo de Guaratinguetá, e por cima a lua
45 cochilando de fastio e sono.
10ª QUESTÃO – No período final “Em roda o povo de Guaratinguetá, e por cima a lua
cochilando de fastio e sono”, o autor:
A. ( ) mostra as pessoas contemplando a lua.
B. ( ) faz um deslocamento do interesse das pessoas para a lua.
C. ( ) revela a grandeza da situação de Guaratinguetá.
D. ( ) reforça a idealidade dos cargos da cidade de Guaratinguetá.
DIREITO PENAL
RAFAEL DE OLIVEIRA
12ª QUESTÃO – Caio, professor de Direito Penal, ministrava uma aula sobre Concursos
de Pessoas e, para seus alunos, apresentou três informações corretas para o tema e
uma incorreta. Aponte a alternativa incorreta apresentada pelo professor.
A. ( ) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este comi-
nadas, na medida de sua culpabilidade.
B. ( ) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um
sexto a um terço.
C. ( ) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
D. ( ) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, não ser-lhe-á
aplicada a pena deste, salvo na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave, oportunidade em que a pena será reduzida de um a dois terços.
13ª QUESTÃO – De acordo com as disposições do Código Penal (CP) brasileiro, acerca
das penas, é incorreto afirmar que:
A. ( ) o condenado será submetido, no final do cumprimento da pena, a exame crimi-
nológico para, então, retornar à sociedade.
B. ( ) o condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o
repouso noturno.
C. ( ) o trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a
execução da pena.
D. ( ) o trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
15ª QUESTÃO – De acordo com o Código Penal, matar, sob a influência do estado puer-
peral, o próprio filho, durante o parto ou logo após, trata-se de crime de:
A. ( ) induzimento ao suicídio.
B. ( ) homicídio culposo.
C. ( ) homicídio doloso qualificado.
D. ( ) infanticídio.
16ª QUESTÃO – De acordo com o Código Penal, a respeito do crime de furto, assinale a
alternativa incorreta.
A. ( ) A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
B. ( ) Se o criminoso é reincidente e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços,
ou aplicar somente a pena de multa.
C. ( ) Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha
valor econômico.
D. ( ) A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: com
destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa.
DIREITO CONSTITUCIONAL
RAFAEL DE OLIVEIRA
17ª QUESTÃO – Flavius Gomes, durante uma aula de Direito Constitucional, lecionava
acerca de um remédio constitucional destinado a sanar a ausência, total ou parcial, de
norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Indique
a qual remédio constitucional o professor se referia:
A. ( ) Habeas corpus.
B. ( ) Mandado de Injunção.
C. ( ) Habeas data.
D. ( ) Mandado de Segurança.
23ª QUESTÃO – Sobre a aplicação da Lei Penal Militar, é correto afirmar que:
A. ( ) a lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se de
sua vigência em diante, exceto nos casos em que já tenha sobrevindo sentença
condenatória irrecorrível.
B. ( ) para se reconhecer qual a lei mais favorável, a lei posterior e a anterior devem
ser consideradas sempre em conjunto, respeitadas as normas aplicáveis ao fato.
C. ( ) considera-se praticado o crime no momento da ação, ainda que outro seja o do
resultado. Nos crimes omissivos, considera-se sempre o momento do resultado.
D. ( ) considera-se praticado o fato no lugar em que se desenvolveu a atividade crimi-
nosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o
fato considera-se praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida.
24ª QUESTÃO – Quanto ao crime no âmbito do Direito Penal Militar, é correto afirmar que:
A. ( ) considera-se consumado o crime quando, iniciada a execução, não se consuma
por circunstâncias alheias à vontade do agente.
B. ( ) considera-se tentado o crime quando nele se reúnem todos os elementos de sua
definição legal.
C. ( ) quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta improprie-
dade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável.
D. ( ) diz-se doloso o crime quando o agente, deixando de empregar a cautela, aten-
ção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das
circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe
levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.
25ª QUESTÃO – Sobre os crimes militares em tempos de paz, é correto afirmar que:
A. ( ) só podem ser praticados quando previstos no CPM.
B. ( ) não podem ser considerados militares tipos penais que possuem previsão idên-
tica na legislação penal comum.
C. ( ) só podem ser praticados por militares, independente se próprios ou impróprios.
D. ( ) podem ser praticados por civis, a depender do caso concreto.
27ª QUESTÃO – No âmbito do crime de violência contra superior, é correto afirmar que:
A. ( ) aumenta-se a pena do delito caso o superior seja comandante da unidade a que
pertence o agente.
B. ( ) há aumento de pena se a violência é praticada com arma.
C. ( ) há aumento de pena se da violência resulta lesão corporal.
D. ( ) há aumento de pena se da violência resulta morte.
28ª QUESTÃO – Quanto ao delito de homicídio no âmbito do Direito Penal Militar, é cor-
reto afirmar que:
A. ( ) Não admite a forma culposa, admitindo, no entanto, dolo eventual.
B. ( ) Diversamente do homicídio previsto no código penal, não possui
formas qualificadas.
C. ( ) Aumenta-se a pena em caso de prática com uso de veneno ou tortura.
D. ( ) Se praticado na forma culposa, pode ter a pena agravada caso o crime resulte
de inobservância de regra técnica de profissão.
DIREITOS HUMANOS
THIAGO MEDEIROS
32ª QUESTÃO – Assinale a alternativa que não está de acordo com a Convenção Ame-
ricana sobre Direitos Humanos:
A. ( ) Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um
prazo de 24 horas, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial,
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal
formulada contra ela.
B. ( ) Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência en-
quanto não se comprove legalmente sua culpa.
C. ( ) Durante o processo, toda pessoa tem o direito de não ser obrigado a depor con-
tra si mesma, nem a declarar-se culpada.
D. ( ) Toda pessoa tem o direito de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por
um defensor de sua escolha.
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
DEUSDEDY SOLANO
35ª QUESTÃO – Em uma data eventual, Flávio ofereceu à sua namorada, de forma gra-
tuita, droga ilícita (cocaína) para juntos consumirem. Nesta situação hipotética, nos ter-
mos da nossa legislação sobre drogas, Lei n. 11.343/2006, é correto afirmar que
A. ( ) Flávio responderá pelo crime de tráfico de drogas com pena que poderá chegar
a 15 anos de reclusão.
B. ( ) Flávio praticou conduta atípica.
C. ( ) Flávio praticou crime de menor potencial ofensivo sujeito à pena de detenção.
D. ( ) Flávio praticou crime inafiançável.
36ª QUESTÃO – Conforme determina a lei que trata sobre a violência doméstica e fami-
liar contra a mulher, conhecida como Lei Maria da Penha, julgue os itens a seguir, indi-
cando a sequência correta.
ESTATÍSTICA
THIAGO FERNANDO
Classe f fac fr %
0 |– 5 12 12 10
5 |– 10 x – –
10 |– 15 39 – y
15 |– 20 30 – 25
20 |– 25 12 – 10
25 |– 30 9 120 7,5%
PM/MG – SOLDADO
GABARITO
Assinatura
ILIMITADA6.0
para concursos e OAB
LÍNGUA PORTUGUESA
MAURÍCIO IZOLAN
TEXTO 1
1 Os cadáveres eram então atirados por sobre as ondas, sem qualquer cerimônia,
às vezes sem ao menos a proteção de um pano ou lençol, para serem imediatamente
devorados por tubarões e outros predadores marinhos. Segundo inúmeras testemu-
nhas da época, mortes tão frequentes e em cifras tão grandes fizeram com que esses
5 grandes peixes mudassem suas rotas migratórias, passando a acompanhar os navios
negreiros na travessia do oceano, à espera dos corpos que seriam lançados sobre as
ondas e lhes serviriam de alimento. Esses rituais eram parte da rotina a bordo.
“Os tubarões começaram a seguir os navios negreiros assim que as embarca-
ções alcançavam a costa de Guiné, escreveu o historiador Marcus Rediker. “Eram
10 observados pelos marinheiros da Senegâmbia ao Congo e Angola, passando pela
Costa do Ouro e dos Escravos (atuais Gana, Togo, República do Benim e Nigéria),
sempre que os navios estavam ancorados ou se moviam lentamente”. Um corpo ou
um homem vivo que caísse nas águas por acidente seria imediatamente destroçado.
Alexander Falconbridge, médico britânico que participou de quatro viagens negreiras
15 entre 1780 a 1787, testemunhou diversas cenas como essa enquanto observava o
embarque de cativos na costa de Bouny (atual Nigéria). Segundo ele, os tubarões
cercavam os navios “em número inacreditável, devorando rapidamente os negros
que eram arremessados da amurada”. Relato semelhante é de John Atkins, também
médico da Marinha Britânica na primeira metade do século XVIII: “Diversas vezes eu
20 vi os tubarões se apoderarem de um cadáver; assim que era jogado ao mar, despe-
daçando-o e devorando-o com tal voracidade que não dava tempo sequer para que
começasse a afundar nas águas”.
GOMES, Laurentino. Escravidão (Vol. 1): Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a
morte de Zumbi dos Palmares. 1 ed. Rio de Janeiro: Globolivros, 2019, pp. 49-50.
Letra c.
É um texto dissertativo, por apresentar o tema do tráfico de escravos e narrar, como argu-
mento e exemplificação desse tema, o dia a dia das mortes em um navio negreiro, além
do macabro ritual de tubarões em torno dos navios.
2ª QUESTÃO – O texto, que apresenta a cena das mortes de negros em navios negrei-
ros vindos da África para o Brasil, apresenta-nos, essencialmente,
A. ( ) a rotina de mortes em navios negreiros e a atitude de lançar corpos ao mar.
B. ( ) a história da independência de países na África.
C. ( ) a narrativa dos navegadores portugueses sobre o dia a dia dos navios negreiros.
D. ( ) a defesa incondicional do negro diante das atrocidades da escravidão.
Letra a.
O tema do tráfico de escravos é explicado na alternativa “A” com o exemplo da narrativa
do dia a dia de um navio negreiro, as mortes e o macabro cortejo dos tubarões aos navios.
Letra c.
A expressão “Esses rituais” se refere à rotina de mortes de negros e ao lançamento de
seus corpos aos tubarões.
Letra c.
A. Errado. Dar destaque a uma expressão é uma possibilidade de uso das aspas, mas,
neste caso, eles são usadas para destacar o discurso de outrem.
B. Errado. Outro uso das aspas é o de destacar o uso de gírias e expressões de época.
Mas, neste caso, elas são usadas para destacar o discurso de outrem.
C. Certo. As aspas são usadas aqui para destacar o discurso de outrem.
D. Errado. Enfatizar o uso de expressões com sentido diverso do habitual é um dos usos
das aspas, mas, neste caso, elas são usadas para destacar o discurso de outrem.
Letra d.
A. Errado. “Cadáveres” é proparoxítona e todas as palavras proparoxítonas são
acentuadas. “Caráter” é paroxítona terminada em “-r”.
B. Errado. “Cárie” é paroxítona terminada em ditongo oral. “Cadáveres” é proparoxítona
e toda proparoxítona é acentuada.
C. Errado. “Polícia” é paroxítona terminada em ditongo oral. “Cadáveres” é proparoxítona
e todas as proparoxítonas são acentuadas.
D. Certo. “Políssono” é proparoxítona. “Cadáveres” é proparoxítona e todas as proparo-
xítonas são acentuadas.
6ª QUESTÃO – No trecho “Os cadáveres eram então atirados por sobre as ondas, sem
qualquer cerimônia, às vezes sem ao menos a proteção de um pano ou lençol, para se-
rem imediatamente devorados por tubarões e outros predadores marinhos”, as palavras
sublinhadas se classificam, respectivamente, como:
A. ( ) substantivo, preposição, pronome, verbo, adjetivo.
B. ( ) adjetivo, preposição, pronome, verbo, substantivo.
C. ( ) adjetivo, conjunção, pronome, verbo, adjetivo.
D. ( ) substantivo, conjunção, pronome, verbo, adjetivo.
Letra a.
Cadáveres = substantivo; sobre = preposição; qualquer = pronome; serem = verbo; ma-
rinhos = adjetivo.
7ª QUESTÃO – Na oração “Um corpo ou um homem vivo que caísse nas águas por
acidente seria imediatamente destroçado”, o sujeito do verbo “seria destroçado” é:
A. ( ) “Um corpo”.
B. ( ) “Um corpo ou um homem vivo que caísse nas águas por acidente”.
C. ( ) “Um corpo ou um homem”.
D. ( ) “Um corpo ou um homem vivo”.
Letra b.
“Um corpo ou um homem vivo que caísse nas águas por acidente seria imediatamente
destroçado”. O sujeito é todo o bloco [um corpo ou um homem vivo que caísse nas águas
por acidente]. Inclui a oração [que caísse nas águas por acidente] porque ela é uma ora-
ção adjetiva que caracteriza “homem”, ou seja, é um adjunto adnominal de homem.
TEXTO 2
7 de novembro
1 Nascer rico é uma grande vantagem que nem todos sabem apreciar. Qual não
será a de nascer rei? Essa é ainda mais preciosa, não só por ser mais rara, como
porque não se pode lá chegar por esforço próprio, salvo alguns desses lances tão
extraordinários, que a história toda se desloca. Sobe-se de carteiro a milionário; não
5 se sobe de milionário a príncipe.
Entretanto, dado o caso de vocação (porque a natureza diverte-se às vezes em
andar ao invés da sociedade), como há de um homem que sente ímpetos régios,
combinar o sentimento pessoal com a paz pública? Aí está o caso em que nem o
mais fino Escobar era capaz de resolver; aí está o que resolveram alguns cidadãos
10 de Guaratinguetá.
Reuniram-se e organizaram uma irmandade de Nossa Senhora do Rosário, que
é irmandade só no nome; na realidade, é um reino; e tudo indica que é o reino dos
Céus. Os referidos cidadãos acharam o meio de cingir a coroa sem vir buscá-la a
São Cristóvão: elegem anualmente um rei, e a coroa passa de uma testa a outra,
15 pacificamente, alegremente, como no jogo do papelão. Aqui vai o papelão. O que traz
o papelão?
No presente ano (1883-1884), o Rei da irmandade é o Sr. Martins de Abreu, nome
pouco sonoro, mas não é de sonoridade que vivem as boas instituições. A Rainha é
a Sra. D. Clara Maria de Jesus. Há um Juiz do Ramalhete, que é o Sr. Francisco Fer-
20 reira, e uma juíza do mesmo Ramalhete que é a Sra. D. Zelina Rosa do Amor Divino.
Não há a menor explicação do que seja este ramalhete. É realmente um ramalhete
ou é nome simbólico do principado ministerial?
Segue-se o Capitão do Mastro. Este cargo coube ao Sr. Antônio Gonçalvez Bru-
no, e não tem funções definidas. Capitão do Mastro faz cismar. Que mastro, e por
25 que capitão? Compreendo o Juiz da Vara; compreendo mesmo o Alferes da Bandeira.
Este é provavelmente o que leva a bandeira, e, para supor que o capitão tem a seu
cargo carregar um mastro, é preciso demonstrar primeiramente a necessidade do
mastro. Já não digo a mesma coisa do Tenente da Coroa, cargo desempenhado pelo
Sr. João Marcelino Gonçalves. Pode-se notar somente a singularidade de ser a coroa
30 levada por um tenente; mas, dadas as proporções limitadas do novo reino, não há
que recusar. Há também um sacristão, que é alferes, o Sr. alferes Bueno, e... Não;
isto pede um parágrafo especial.
Há também um (digo?) há também um Meirinho. O Sr. Neves da Cruz é o en-
carregado dessas funções citatórias e compulsivas, e provavelmente não é cargo
35 honorífico; se o fosse, teria outro nome. Não; ele cita, ele penhora, ele captura os
irmãos do Rosário. Assim, pois, esta irmandade tem um tesoureiro para recolher o
dinheiro, um procurador para ir cobrá-lo e um meirinho para compelir os remissos. Un
capo d'opera.
Agora, como é que se tratam uns aos outros esses dignitários? Não sei; mas
40 presumo, pelo pouco que conheço da natureza humana, que eles não ficam a meio
caminho da ficção. O Rei pode ter Majestade, e assim também a Rainha. E quando
receberem os cumprimentos, adivinho que os receberão com certa complacência
fina, certo ar digno e grande. Hão de chover os títulos — Vossa Majestade, Vossa
Perfumaria, Vossa Mastreação... Em roda o povo de Guaratinguetá, e por cima a lua
45 cochilando de fastio e sono.
Letra d.
A crônica é do gênero narrativo na literatura, que se encaixa na tipologia narrativa na
teoria de textos.
Letra a.
A. Certo. Ao comparar a hereditariedade da riqueza e da nobreza e aproximá-las aos car-
gos públicos, Machado está ironizando a pretensão de alguns servidores de sua época
de se acharem vitalícios em seus cargos.
B. Errado. Apesar de fazer essa aproximação, Machado o faz para ironizar.
C. Errado. Ao fazer isso, o autor está ironizando.
D. Errado. A afirmativa de um reino de Guaratinguetá é irônica.
10ª QUESTÃO – No período final “Em roda o povo de Guaratinguetá, e por cima a lua
cochilando de fastio e sono”, o autor:
A. ( ) mostra as pessoas contemplando a lua.
B. ( ) faz um deslocamento do interesse das pessoas para a lua.
C. ( ) revela a grandeza da situação de Guaratinguetá.
D. ( ) reforça a idealidade dos cargos da cidade de Guaratinguetá.
Letra b.
A. Errado. Mais do que pessoas contemplando a lua, mostra-se o tédio da lua e das pes-
soas em relação à suposta monarquia do serviço público de Guaratinguetá.
B. Certo. Faz isso para mostrar o tédio dessa situação.
C. Errado. Pelo contrário, mostra o quão ridícula essa pretensão é.
D. Errado. Pelo contrário, mostra o quão ridícula essa pretensão é.
DIREITO PENAL
RAFAEL DE OLIVEIRA
Letra c.
Questão de extrema importância de um dos temas clássicos do Direito Penal. A letra
“A’’ está incorreta, pois, conforme artigo 28, inciso I, do CP, a emoção e a paixão Não
excluem a imputabilidade penal. Incorreta também está a letra “B’’, visto que, conforme
inciso II, do mesmo artigo, tanto a embriaguez voluntária quanto a culposa, pelo álcool ou
substância de efeitos análogos, não excluem a imputabilidade. A letra “C” está correta e é
nosso gabarito, reproduzindo os dizeres do § 1º do artigo 28. A letra “D’’ está igualmente
incorreta, pois, conforme o § 2º do artigo 28:
Art. 28, § 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
12ª QUESTÃO – Caio, professor de Direito Penal, ministrava uma aula sobre Concursos
de Pessoas e, para seus alunos, apresentou três informações corretas para o tema e
uma incorreta. Aponte a alternativa incorreta apresentada pelo professor.
A. ( ) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este comi-
nadas, na medida de sua culpabilidade.
B. ( ) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um
sexto a um terço.
C. ( ) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
D. ( ) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, não ser-lhe-á
aplicada a pena deste, salvo na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave, oportunidade em que a pena será reduzida de um a dois terços.
Letra d.
Questão interessante para estudo da parte especial do CP, legislação pertinente. A letra
“A’’ está correta, conforme o artigo 129, caput. A letra ‘”B’’ está também correta, conforme
determina o § 1º do artigo 29. A letra “C” está igualmente correta, inteligência do artigo
31. Por fim, a letra “D” está incorreta e é nosso gabarito, uma vez que, conforme o § 2º
do artigo 29: “se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-
-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave.”
13ª QUESTÃO – De acordo com as disposições do Código Penal (CP) brasileiro, acerca
das penas, é incorreto afirmar que:
A. ( ) o condenado será submetido, no final do cumprimento da pena, a exame crimi-
nológico para, então, retornar à sociedade.
B. ( ) o condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o
repouso noturno.
C. ( ) o trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a
execução da pena.
D. ( ) o trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
Letra a.
Na letra “A”, já vislumbramos a resposta incorreta e nosso gabarito, visto que, conforme
o artigo 34, caput, o condenado será submetido, no início do cumprimento da pena,
a exame criminológico de classificação para individualização da execução. Portanto, o
exame criminológico ocorre no início de cumprimento da pena, e não no final, como infor-
mado. As letras “B” e “C” estão corretas, inteligência dos §§ 1º e 2º do artigo 34. Correta
também está a letra “D”, conforme o § 3º do artigo 34.
Letra b.
A letra “A” está correta, conforme o § 1º do artigo 121. A letra “B”, porém, está incorreta e
apresenta alguns erros; conforme consta no § 5º do artigo 121, na hipótese de homicídio
culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena se as consequências da infração atin-
girem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
As letras “C” e “D” estão igualmente corretas, inteligência dos § 6º e § 4º do artigo 121.
15ª QUESTÃO – De acordo com o Código Penal, matar, sob a influência do estado puer-
peral, o próprio filho, durante o parto ou logo após, trata-se de crime de:
A. ( ) induzimento ao suicídio.
B. ( ) homicídio culposo.
C. ( ) homicídio doloso qualificado.
D. ( ) infanticídio.
Letra d.
A letra “A” não está correta, pois consta no artigo 122 do CP, “induzir ou instigar alguém
a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça”,
portanto não se encaixa nesse crime. A letra “B” também está errada, pois não é o caso
de homicídio culposo, visto que segundo o inciso II do artigo 18, o crime culposo ocorre
quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Não
se trata de homicídio doloso qualificado também, visto que o código penal optou por tratar
tal crime como próprio. Segundo a doutrina, o infanticídio é um crime que figura no rol
dos crimes contra a pessoa, especificamente, nos crimes contra a vida. É classificado,
dentre outras, como crime próprio, pois apenas figura como sujeito ativo a mãe puérpe-
ra e como sujeito passivo o filho, nascente ou recém-nascido, o que coaduna com o artigo
123 do CP, razão pela qual a letra “D” é nosso gabarito.
16ª QUESTÃO – De acordo com o Código Penal, a respeito do crime de furto, assinale a
alternativa incorreta.
A. ( ) A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
B. ( ) Se o criminoso é reincidente e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços,
ou aplicar somente a pena de multa.
C. ( ) Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha
valor econômico.
D. ( ) A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: com
destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa.
Letra b.
Se o criminoso é primário, e não reincidente.
Art. 155, § 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa.
DIREITO CONSTITUCIONAL
RAFAEL DE OLIVEIRA
17ª QUESTÃO – Flavius Gomes, durante uma aula de Direito Constitucional, lecionava
acerca de um remédio constitucional destinado a sanar a ausência, total ou parcial, de
norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Indique
a qual remédio constitucional o professor se referia:
A. ( ) Habeas corpus.
B. ( ) Mandado de Injunção.
C. ( ) Habeas data.
D. ( ) Mandado de Segurança.
Letra b.
A letra “A” está errada, pois, no rol dos remédios constitucionais, o habeas corpus está
inserido no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição e disciplinado no art. 647 e seguintes do
Código de Processo Penal. Concede-se o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade. Em outras palavras, o habeas corpus proíbe a prisão abusiva. A letra “B”,
porém, está correta e é nosso gabarito, pois o mandado de injunção é o remédio cons-
titucional cabível para conferir efetividade a direito fundamental subjetivo cujo exercício
foi obstado em razão da ausência de norma regulamentadora. A importância do mandado
de injunção se dá em face do parágrafo primeiro do artigo 5º da Constituição, o qual esta-
belece a aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais. As letras “C” e “D” estão
incorretas, pois, como o habeas corpus, o habeas data tem íntima relação com o histórico
brasileiro de ditadura. Devemos lembrar que a Constituição de 1988 foi promulgada exa-
tamente para marcar a redemocratização do Brasil, razão pela qual há uma notória carga
valorativa em oposição aos atos de abuso de autoridade e para garantia dos direitos
fundamentais e, nos termos do art. 5º, inciso LXIX, da Constituição, ao mandado de
segurança cumpre a proteção de direito documentalmente comprovado, desde que
o responsável pela ilegalidade ou abuso do poder seja autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Letra c.
Questão importante dentro da matéria de Direito Constitucional. As letras “A” e “B” estão
corretas, conforme as alíneas “a” e “b” do inciso I do artigo 12. A letra “C”, porém, está
incorreta e é nosso gabarito, visto que, conforme a alínea “c” do inciso I do artigo 12,
trata-se de brasileiros natos, e não naturalizados, conforme erroneamente informado. A
letra “D” está correta, inteligência da alínea “b” do inciso II do artigo 12.
Letra b.
O item I está correto e informa acerca do período da legislatura, conforme parágrafo úni-
co do artigo 44. Os itens II e III estão invertidos, visto que, conforme o artigo 45, caput,
“a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal”; e, conforme o
artigo 46, caput, “o Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Dis-
trito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário”. O item IV apresenta um sutil erro,
visto que, conforme o § 2º do artigo 46, “a representação de cada Estado e do Distrito Fe-
deral será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços”,
e não de forma contínua. Portanto apenas o item I está correto.
Letra d.
Questão importante e tema do edital. O item I está incorreto, pois, conforme o § 1º do
artigo 142, “lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na orga-
nização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.” Igualmente errado está o item
II, pois, conforme o inciso I do § 3º do artigo 142:
Art. 142, § 3°, I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são
conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa,
da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente
com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas.
O item III também está errado, pois tanto a sindicalização quanto a greve são vedadas
aos militares, conforme inciso IV do § 3º do artigo 142. Por fim, o item IV também não
está correto, pois, de acordo com o inciso IV do mesmo artigo, o militar, enquanto em
serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos, não se veda, portanto, a filiação
ao militar da reserva. Isto posto, todos os itens estão incorretos.
Letra d.
A letra “A” está correta, conforme o inciso I do artigo 144. Correta também está a letra “B”,
inteligência do inciso III do artigo 144. A letra “C” também está correta, lembrando que os
policiais penais foram acrescidos no rol do artigo 144 pela recentíssima emenda cons-
titucional n. 104/2019. A letra “D” não está correta e é nosso gabarito, pois não consta
“Polícia Marítima Federal” em tal rol.
Letra a.
Importante tema que é figurinha carimbada em concursos de segurança pública. Na letra
“A”, já vislumbramos nosso gabarito, visto que a assertiva apresenta dois erros: vamos a
eles. Segundo o § 2º do artigo 136:
Art. 136, § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, po-
dendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram
a sua decretação.
As letras “B” e “C” estão corretas, em conformidade com o inciso I do § 3º do artigo 136
e § 4º do mesmo artigo. A letra “D” está correta, conforme os §§ 6º e 7º do mesmo artigo.
23ª QUESTÃO – Sobre a aplicação da Lei Penal Militar, é correto afirmar que:
A. ( ) a lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se de
sua vigência em diante, exceto nos casos em que já tenha sobrevindo sentença
condenatória irrecorrível.
B. ( ) para se reconhecer qual a lei mais favorável, a lei posterior e a anterior devem
ser consideradas sempre em conjunto, respeitadas as normas aplicáveis ao fato.
C. ( ) considera-se praticado o crime no momento da ação, ainda que outro seja o do
resultado. Nos crimes omissivos, considera-se sempre o momento do resultado.
D. ( ) considera-se praticado o fato no lugar em que se desenvolveu a atividade crimi-
nosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o
fato considera-se praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida.
Letra d.
A. Incorreta. Aplica-se a lei retroativamente, inclusive nos casos com trânsito em julgado.
B. Incorreta. Devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas
normas aplicáveis ao fato.
C. Incorreta. Segundo o COM: “Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da
ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado.”
D. Correta. Literalidade do art. 6º do CPM.
24ª QUESTÃO – Quanto ao crime no âmbito do Direito Penal Militar, é correto afirmar que:
A. ( ) considera-se consumado o crime quando, iniciada a execução, não se consuma
por circunstâncias alheias à vontade do agente.
B. ( ) considera-se tentado o crime quando nele se reúnem todos os elementos de sua
definição legal.
C. ( ) quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta improprie-
dade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável.
D. ( ) diz-se doloso o crime quando o agente, deixando de empregar a cautela, aten-
ção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das
circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe
levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.
Letra c.
A. Incorreta. Trata-se do conceito de crime tentado.
B. Incorreta. Trata-se do conceito de crime consumado.
C. Correta. Literalidade do art. 32 do CPM:
Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável.
25ª QUESTÃO – Sobre os crimes militares em tempos de paz, é correto afirmar que:
A. ( ) só podem ser praticados quando previstos no CPM.
B. ( ) não podem ser considerados militares tipos penais que possuem previsão idên-
tica na legislação penal comum.
C. ( ) só podem ser praticados por militares, independente se próprios ou impróprios.
D. ( ) podem ser praticados por civis, a depender do caso concreto.
Letra d.
A. Incorreta. Atualmente, o CPM admite a configuração de crimes militares previstos em
legislação especial (Art. 9º, II, do CPM).
B. Incorreta. Alguns tipos penais possuem previsão idêntica na lei penal comum e na lei
penal militar (como é o caso do art. 121 do CP e do art. 205 do CPM).
C. Incorreta. É possível a prática de crime militar por civil, desde que presente uma das
hipóteses do art. 9º e respeitadas as competências constitucionais sobre o tema.
D. Correta. É o que prevê, por exemplo, o art. 9º, III, do CPM.
Letra d.
A. Incorreta. É crime de motim (Art. 149, I, do CPM).
B. Incorreta. É crime de motim (Art. 149, II, do CPM).
C. Incorreta. É crime de motim (Art. 149, IV, do CPM).
D. Correta. Trata-se do crime de “Organização de grupo para a prática de violência”, pre-
visto no art. 150 do CPM.
27ª QUESTÃO – No âmbito do crime de violência contra superior, é correto afirmar que:
A. ( ) aumenta-se a pena do delito caso o superior seja comandante da unidade a que
pertence o agente.
B. ( ) há aumento de pena se a violência é praticada com arma.
C. ( ) há aumento de pena se da violência resulta lesão corporal.
D. ( ) há aumento de pena se da violência resulta morte.
Letra b.
A. Incorreta. Trata-se de qualificadora (Art. 157, § 1º).
B. Correta. Literalidade do art. 157, § 2º:
C. Incorreta. Nesse caso, prevê a lei que se aplicará, além da pena da violência, a pena
do crime contra a pessoa.
D. Incorreta. Nesse caso, incide qualificadora (§ 4º do art. 157 do CPM).
28ª QUESTÃO – Quanto ao delito de homicídio no âmbito do Direito Penal Militar, é cor-
reto afirmar que:
A. ( ) Não admite a forma culposa, admitindo, no entanto, dolo eventual.
B. ( ) Diversamente do homicídio previsto no código penal, não possui
formas qualificadas.
C. ( ) Aumenta-se a pena em caso de prática com uso de veneno ou tortura.
D. ( ) Se praticado na forma culposa, pode ter a pena agravada caso o crime resulte
de inobservância de regra técnica de profissão.
Letra d.
A. Incorreta. Admite a forma culposa (Art. 206 do CPM).
B. Incorreta. Possui qualificadoras (Art. 205, § 2º).
C. Incorreta. Nesse caso, incide qualificadora, e não mera causa de aumento de pena.
D. Correta. Literalidade do § 1º do art. 206 do COM:
Art. 206, § 1º Se praticado na forma culposa, pode ter a pena agravada caso o crime resulte
de inobservância de regra técnica de profissão.
DIREITOS HUMANOS
THIAGO MEDEIROS
Letra d.
A pena de morte não foi abordada na DUDH. Alguns documentos internacionais, como
é o caso da Convenção Americana, admitem a pena de morte para delitos graves que
não envolvam crimes políticos e sempre mediante sentença judicial de autoridades
competentes.
Letra d.
A DUDH não prevê a criação de órgãos, instrumentos ou Tribunal para aplicar sanções
aos países violadores. Os direitos arrolados na declaração são de todas as pessoas, in-
dependentemente se são ou não cidadãos de um país signatário da ONU.
Letra d.
A Convenção prevê uma série de garantias judiciais no artigo 8.
As demais alternativas estão corretas, pois existem situações excepcionais em que a
pena de morte é admitida; a prisão civil somente é admitida em caso de inadimplemento
de pensão alimentícia, vedada a do depositário infiel.
32ª QUESTÃO – Assinale a alternativa que não está de acordo com a Convenção Ame-
ricana sobre Direitos Humanos:
A. ( ) Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um
prazo de 24 horas, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial,
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal
formulada contra ela.
B. ( ) Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência en-
quanto não se comprove legalmente sua culpa.
C. ( ) Durante o processo, toda pessoa tem o direito de não ser obrigado a depor con-
tra si mesma, nem a declarar-se culpada.
D. ( ) Toda pessoa tem o direito de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por
um defensor de sua escolha.
Letra a.
A. A CADH não estabelece o prazo de 24 horas, apenas cita que o prazo deve ser razoável.
B. Presunção de inocência é uma das garantias judiciais prevista na CADH.
C. Garantia judicial prevista no art. 8º, § 2º, alínea “g”.
D. Na CADH existe a previsão do acusado defender-se pessoalmente. Art. 8º, § 2º,
alínea “d”.
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
DEUSDEDY SOLANO
Letra d.
A. Errado. Conforme a Lei n. 10.826/2003:
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua resi-
dência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território
nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização
do Sinarm.
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e terri-
torial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente: (...).
Art. 18, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo,
acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade com-
petente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de
conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Letra b.
A. Errado. Conforme o ECA – Lei n. 8.069/1990: “Art. 103. Considera-se ato infracional a
conduta descrita como crime ou contravenção penal.”
B. Certo. Conforme o ECA – Lei n. 8.069/1990:
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de
transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independen-
temente de autorização judicial.
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevi-
dade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. (...)
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
35ª QUESTÃO – Em uma data eventual, Flávio ofereceu à sua namorada, de forma gra-
tuita, droga ilícita (cocaína) para juntos consumirem. Nesta situação hipotética, nos ter-
mos da nossa legislação sobre drogas, Lei n. 11.343/2006, é correto afirmar que
A. ( ) Flávio responderá pelo crime de tráfico de drogas com pena que poderá chegar
a 15 anos de reclusão.
B. ( ) Flávio praticou conduta atípica.
C. ( ) Flávio praticou crime de menor potencial ofensivo sujeito à pena de detenção.
D. ( ) Flávio praticou crime inafiançável.
Letra c.
É crime da lei de drogas, porém não é tráfico propriamente dito, pois é conduta de menor
potencial ofensivo, porque a pena máxima é de 1 ano de detenção. Conforme a Lei n.
11.343/2006:
Art. 33, § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacio-
namento, para juntos a consumirem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500
(mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
36ª QUESTÃO – Conforme determina a lei que trata sobre a violência doméstica e fami-
liar contra a mulher, conhecida como Lei Maria da Penha, julgue os itens a seguir, indi-
cando a sequência correta.
Letra a.
I – Errado. Conforme a Lei n. 11.340/2006:
Art. 9º, § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para
preservar sua integridade física e psicológica:
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho,
por até seis meses.
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da
mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
I – pela autoridade judicial;
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado dispo-
nível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
ESTATÍSTICA
THIAGO FERNANDO
Letra b.
Por definição, a média aritmética é a soma de todas as horas trabalhadas pelos policiais
dividida pelo total de policiais presentes na instituição.
Classe f fac fr %
0 |– 5 12 12 10
5 |– 10 x – –
10 |– 15 39 – y
15 |– 20 30 – 25
20 |– 25 12 – 10
25 |– 30 9 120 7,5%
Letra a.
A segunda coluna corresponde às frequências acumuladas, sendo que a frequência acu-
mulada da última classe corresponde ao total de elementos na amostra. Assim, são 120
elementos. Portanto, na classe de 5 a 12, temos:
A terceira coluna, por sua vez, corresponde às frequências relativas. Isto é, o número de
observações na classe dividido pelo total.
Letra d.
Em primeiro momento, vamos calcular a pressão arterial média.
Agora, podemos calcular a variância como a média aritmética do quadrado dos desvios.
Vamos montar o esquema:
Por fim, devemos nos lembrar que, como temos uma amostra, devemos utilizar o fator de
ajuste N – 1 no denominador:
Letra a.
Vamos analisar as afirmações.
A. Como ambos os conjuntos de dados possuem 5 elementos, a mediana corresponde
ao termo central, isto é, ao terceiro maior termo. No caso da 301 CIA, a mediana é de 99
apreensões; no caso da 302 CIA, a mediana é de 87 apreensões. Então, a mediana da
301 CIA supera a outra em:
Afirmação correta.
B. O histograma é utilizado para variáveis contínuas, que aparecem na forma de distribui-
ção de frequências. Não é o caso desses dados que foram apresentados como variáveis
discretas. Portanto, não se trata de um histograma, mas sim de um diagrama de colunas.
Afirmação incorreta.
C. Vamos calcular as duas reduções percentuais.
Afirmação incorreta.
D. Note que a 302 CIA aumentou de 60 para 85. Afirmação incorreta.