Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
622-645, julho-setembro/2016
abstract: This article aims to present the behavioral model of bounded rationality
proposed by Herbert Simon as a framework to analyze the process of decision-making of
agents in complex systems, characterized by non-ergodicity and developing open trajectories.
The article presents the notion of logically consistent choice and contrasts it with the
axiomatic analysis of the neoclassical theory. It argues for the use of computer simulation
models, like agent-based modeling (ABM) as a suitable tool for analyzing complex systems.
Keywords: bounded rationality;complex systems; simulation models.
JEL Classification: B41; B52.
Introdução
1
A incerteza pode incidir apenas sobre a probabilidade da ocorrência de eventos futuros e, portanto, a
racionalidade substantiva admite a presença de incerteza estrutural, mas não de incerteza genuína no
sentido de Heiner (ver abaixo).
O processo de seleção
2
Vale destacar que, para os pós-leynesianos, o conceito de incerteza fundamental ou forte dá ênfase à
introdução de inovações (Dequech, 1997, p. 32). Quando Simon vê uma aproximação entre
racionalidade limitada e incerteza, esta decorre da incapacidade de previsão de consequências e, embora
ele admita a introdução de mudança nos algoritmos de decisão (rotinas) das firmas, não especifica
nenhum mecanismo gerador de mudança (ver a quinta seção). Por isso, os pós-keynesianos rejeitam a
aproximação entre os dois conceitos (ver Dequech, 2001, e Dunn, 2001). Este problema é apontado por
Koblitz (2008, pp. 263-264).
3
O método de tentativa e erro de Simon assemelha-se ao proposto por Popper (1978, p. 16), que consiste
em experimentar possíveis soluções para os problemas, e cada solução proposta deve ser passível de
crítica e tentativa de refutação para atender ao critério de cientificidade.
4
A ergodicidade corresponde à homogeneidade temporal das diferentes classes de eventos e das
condições nas quais eles ocorrem, implicando, no que diz respeito às probabilidades estatísticas, que a
frequência do evento no futuro seja a mesma do passado. Em condições de não ergodicidade e incerteza
com relação ao futuro, a homogeneidade dos eventos não será mantida; logo, a frequência do evento
no futuro não coincidirá com sua frequência no passado. Dessa forma, a divergência entre valores ex
ante e ex post denota a existência de mudanças no sistema (Herscovici, 2004, p. 820).
5
Ver Simon (1999, p. 48) ao mencionar a teoria evolucionista de Nelson e Winter (1982). Note-se que
esta é uma concepção específica e bastante ampla de inovação. Ver as objeções pós-keynesianas (nota
2).
Considerações finais
Referências bibliográficas
Acha, V. e Cusmano, L. (2004) “Systems into Systems Run: complexity and evolutionary approaches to
development”. Texto apresentado na Conferência da European Association for Evolutionary Po-
litical Economy, Creta, 28-31 de outubro (mimeo).
Alchian, A. (1950) “Uncertainty, Evolution, and Economic Theory”. The Journal of Political Economy,
vol. 58, no. 3, junho, pp. 211-221.
Axelrod, R. (2003) “Advancing the Art of Simulation in the Social Sciences”. In: Conte, R.; Hegsel-
mann, R. e Terna, P. (eds.) Simulating Social Phenomena. Berlim: Springer, pp. 21-40.
Azevedo, P.F. (1996) “Integração Vertical e Barganha”. Tese (doutorado) – Faculdade de Economia e
Administração, USP, São Paulo: mimeo.
Borril, P.L. e Tesfatsion, L. (2012) “Agent-Based Modeling: the right mathematics for the social sci-
ences?”. In: Davis, J.B. e Hands, D.W. (eds.) The Elgar Companion to Recent Economic Method-
ology. Cheltenham: Edward Elgar, pp. 228-258.
Brenner, T. e J.P. Murmann (2003) “The Use of Simulations in Developing Robust Knowledge about
Causal Processes: Methodological Considerations and an Application to Industrial Evolution”.
Max Planck Institute, Papers on Economics & Evolution, no. 0303, mimeo.
Brenner, T. e Werker, C. (2007) “A Taxonomy of Inference in Simulation Models”. Computational
Economics, vol. 30, no. 3, outubro, pp. 227-244.
Cyert, R. e March, J.G. (1963) A Behavioral Theory of the Firm. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall.
Conlisk, J. (1996) “Why Bounded Rationality”. Journal of Economic Literature, vol. 34, no. 2, junho,
pp. 669-700.
Dawid, H. (2005) “Agent-Based Models of Innovation and Technological Change”. In: Tesfatsion, L. e
Judd, K.L. (eds.) Handbook of Computational Economics. Vol. 2: Agent-Based Computational
Economics. Amsterdã, North Holland, pp. 1235-1272.