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RESPOSTA À ACUSAÇÃO
1- Dos Fatos
Ocorre que, após várias tentativas de cessar a injusta agressão, utilizando-se de gritos
sendo que Jorge continuava a agredir Joana de forma violenta, o acusado não encontrou
outra maneira de intervir, vez que estava com a perna enfaixada e não havia outra forma
que não a utilização de sua arma de fogo devidamente legalizada, na direção do agressor
de Joana, para evitar que houvesse um mal maior à vida de sua sobrinha.
Todavia, por forças alheias à vontade do acusado, a arma de fogo não disparou, mas houve
o barulho, o qual amedrontou Jorge, fazendo com que ele cessasse a indevida e injusta
agressão e empreendesse fuga em rumo ignorado, comparecendo dias depois na delegacia
de polícia para narrar os fatos e incriminar o réu, que irá provar sua inocência no decorrer
do processo criminal.
2- Do Direito
2.1 – Preliminar
Consta -se nos autos que o oficial de justiça fez uma única diligencia na residência do
acusado na tentativa de citá-lo, presumindo que o mesmo estava se ocultando. Porém,
conforme disposto no Caput do artigo 362 do CPP, em regerencia aos artigos 252 e
254, ambos do Novo Código de Processo Civil, o oficial de justiça só poderá fazer a
citação por hora certa quando, por duas vezes, houver procurado o citado em sua
residência ou domicilio sem o encontrar, havendo suspeita de ocultação, intimar
qualquer pessoa da família ou, na sua falta, qualquer vizinho de que no dia útil
imediato volltará a fim de aplicar a citação na hora que designar.
Logo, a citação é invalidade e por consequencia disso, a defesa se viu prejudicada, pois
não conseguiu acesso ao acusado. Assim, não houve meios para apresentação
tempestiva de resposta à acusação.
Conforme aduzido, por absoluta ineficácia do meio, o acusado não conseguiu êxito no
intento do delito, pois a arma de fogo era incapaz de efetuar disparos, como consta no
laudo policial de fls...
Sendo assim se o réu buscasse causar a Jorge uma lesão corporal grave capaz de lesiona-lo
de forma permanente, o bem jurídico tutelado (a vida) não seria colocado em risco, haja
vista que embora o acusado tivesse agido com dolo na prática do crime, este não se
consumaria por forças alheias à sua vontade, aplicando-se no caso em tela, o instituto do
crime impossível, nos termos do artigo 17 do Código Penal.
2.2 – Do mérito
Jorge agiu com intenção de ofender a integridade física de Joana, e o réu, utilizando-se de
meios moderados e necessários para repelir a injustiça e agressão sofrida no momento por
sua sobrinha.
3 – Dos Pedidos
Diante do exposto, requer seja absolvido de forma sumária o acusado, com fundamento
nos inciso I do artigo 397 do CPP, vez que sua conduta, evidentemente, não constitui
crime.
Assim, sendo manifesta a excludente de ilicitude do fato nos termos do artigo 25 do CP.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rondonópolis, data.
Advogado,
OAB/UF