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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Primavera Árabe e Guerra Civil na Síria����������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Introdução��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Países da Primavera Árabe������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
“Miniguerra” Mundial ou Nova Guerra Fria?���������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Revoluções como essas vêm demonstrando força em suas reivindicações populares, como acon-
teceu na Tunísia, no Egito e na Líbia, que tiveram seus chefes de Estado retirados do governo. Por
outro lado, alguns países ainda lutam para tirar do poder suas lideranças ditatoriais, entre eles se
destaca a Síria.
A Síria vive há várias décadas um regime com ausência de democracia, sua população tem em
seu passado histórico lembranças de violência e sofrimento, que acumulados ao longo do tempo
contribuíram para o estopim do movimento popular pela democratização do país, que começou a
partir do pedido de libertação de 14 estudantes na cidade de Deraa. Esses estudantes foram presos
por escreverem no muro da escola uma manifestação de apoio às revoluções no Egito e na Tunísia.
Diante disso, o governo agiu de maneira excessivamente violenta contra os envolvidos na manifes-
tação, causando uma comoção nacional que contribuiu para o engajamento de mais pessoas na luta
contra o governo do presidente Bashar al-Assad.
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Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo todo passou a viver a tensão da Guerra Fria,
período em que se acentuaram as divergências ideológicas e políticas entre as superpotências União
Soviética e Estados Unidos. Ocorreu que, especificamente na região do Oriente Médio, a tensão
recebeu configurações um tanto quanto diversas, isto é, o reconhecimento de Israel como um Estado
independente, na região da Palestina, provocou uma enorme tensão político-religiosa com as nações
árabes recém-formadas naquela mesma região, como Egito, Líbano e Síria.
Logo, em 1948, houve a primeira guerra entre Israel e as nações árabes – o primeiro de numerosos
conflitos que ocorreriam nas décadas seguintes. No fim dos anos 1950, houve a criação da República
Árabe Unida, isto é, um governo unificado entre a Síria e o Egito, que tinha por objetivo formar uma
grande nação muçulmana no Oriente Médio. A Síria era representada pelo partido Baath, enquanto
o Egito tinha como principal liderança o pan-arabista Gamal Abdel Nasser. Contudo, esse projeto
não teve grande futuro e, em 1961, a Síria rompeu com o Egito por meio de um golpe militar que lhe
deu novamente o status de república independente.
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Em 1971, o oficial da aeronáutica síria Hafez al-Assad, por meio de outro golpe Estado, tomou
o poder na Síria com o apoio dos militares e de parte do setor político. Hafez pertencia à minoria
alauita, ou seja, não era nem sunita e nem xiita, mas descendia de um núcleo do islamismo que ido-
latrava o califa Ali, um dos sucessores diretos de Maomé, como uma deidade (ser divino). Hafez,
desde os primeiros anos de seu governo, teve que lidar com forte oposição vinda da maioria sunita da
Síria. Seu governo foi marcado por intensa repressão e chegou a massacrar repetidas vezes milhares
de pessoas em cidades como Hama, como aconteceu em 1982. Foi também Hafez que levou a Síria à
guerra do Yom Kippur contra Israel, em 1973, fracassando nessa empreitada.
O governo de Hafez só teve fim em 2000 com sua morte. Em seu lugar, tomou posse seu filho,
Bashar al-Assad, com então 34 anos. Assad prosseguiu com a política do pai, mantendo o mesmo
sistema repressor e os mesmos interesses econômicos, sobretudo no que se refere ao gás natural, que
ainda hoje interessa às potências que lhe dão ajuda militar, como a Rússia e o Irã. A grande instabi-
lidade chegou à Síria após a retirada das tropas americanas do Iraque (onde o sistema do também
ditador Saddan Hussein havia caído) em 2011. Com a saída dos Estados Unidos do Iraque, as facções
jihadistas, como a Al-Qaeda, passaram a atuar tanto no Iraque quanto na Síria, onde foi montado
um núcleo chamado Frente Al-Nursa.
Ao mesmo tempo em que os jihadistas passaram a avançar sobre o governo de Bashar al-Assad,
outras facções sunitas, estimuladas pelos levantes da Primavera Árabe, passaram a enfrentar o
exército sírio com o objetivo de tirar Assad do poder. Entre essas facções, as principais são: Ahar
al-Sham, Jaich al-Islam e Frente do Sul. Essas facções recebem dinheiro, equipamentos e treinamen-
to dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, que têm interesse na queda de Assad.
Já o governo do ditador sírio recebe auxílios semelhantes da Rússia e do Irã, que têm interesse em
sua permanência. Todavia, muitos dos combatentes associados às facções rebeldes são mercenários
(recebem para lutar) e, não raro, são cooptados pelo Estado Islâmico, que, por sua vez, nasceu de
uma ruptura com o braço da Al-Qaeda no Iraque. Como não recebiam mais ordens da alta cúpula
da organização de Bin Laden, os membros do Estado Islâmico passaram a atuar por conta própria na
Síria, rivalizando, assim, com a Al-Nusra.
Esse é o cenário complexo da guerra civil na Síria. Com o grande avanço do Estado Islâmico no
norte desse país, algumas decisões mais pontuais foram tomadas a partir de 2015. Um exemplo diz
respeito às intervenções aéreas da Rússia nessa região desde setembro de 2015. Além disso, há ainda
a situação da minoria curda e de seu exército independente, que atua na fronteira entre a Síria e a
Turquia, região essa que também é assolada pelo Estado Islâmico.
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EXERCÍCIOS
01. “Desde 2011 cerca de 200 mil pessoas perderam suas vidas no conflito entre as tropas leais
ao presidente Bashar al-Assad e as forças de oposição. A violenta guerra civil já destruiu boa
parte da infraestrutura desse país e deixou 11 milhões de desabrigados. O combate entre o
governo e a oposição não para. A ajuda humanitária chega esporadicamente a alguns lugares.
Milhares de pessoas permanecem presos em cidades sitiadas. A oposição se fragmentou até
incluir facções islâmicas com vínculos com a Al-Qaeda, cujas táticas brutais têm causado
preocupação e levado à violência até mesmo entre os rebeldes”. (http://www.bbc.com/ 13.10.15
/ Modificado)
O texto se refere à sangrenta guerra civil que tem causado destruição e mortes:
a) no Egito
b) no Iraque
c) na Síria
d) na Palestina
02. “Desde a explosão da violência na Síria, em março de 2011, a guerra passou por uma escalada
até se converter em um complexo ‘todos contra todos’ entre governo, rebeldes, radicais islâmi-
cos e potências estrangeiras, que só se complicou com a entrada da Rússia no conflito. Nesta
semana, com o ataque em Paris que deixou ao menos 129 mortos, o confronto no país árabe
atraiu a atenção da opinião pública após o presidente da França, François Hollande, ter dito
que os atentados contra seu país foram planejados na Síria.”
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