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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Práticas Judiciárias e Policiais no Espaço Público. Administração Institucional de Conflitos o
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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
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Práticas Judiciárias e Policiais no Espaço Público. Admi-


nistração Institucional de Conflitos o Espaço Público.
O Brasil observa, na atualidade, um agudo quadro de conflitos sociais que se estende por diferentes
esferas. Áreas urbanas e rurais, bairros de diferentes classes e também escolas estão sendo palco de agres-
sões físicas e psicológicas quase diárias, gerando uma sensação de insegurança e revolta na população do
país. Alega-se que o problema é agravado pela erosão das instituições que são responsáveis pela formação
dos cidadãos e pela segurança de todos. A família, a escola, os órgãos de segurança pública, entre outros,
são sempre citados por estarem falhando no cumprimento de suas funções sociais.
O Brasil registrou, em 2015, 59.080 homicídios. Isso significa 28,9 mortes a cada 100 mil habitantes. Os
números representam uma mudança de patamar nesse indicador em relação a 2005, quando ocorreram
48.136 homicídios. As informações estão no Atlas da Violência 2017, produzido pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O estudo
analisa os números e as taxas de homicídio no país entre 2005 e 2015 e detalha os dados por regiões.
Mais de 318 mil jovens foram assassinados no Brasil entre 2005 e 2015. Apenas em 2015, foram 31.264
homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, uma redução de 3,3% na taxa em relação a 2014.
Os homens jovens continuam sendo as principais vítimas: mais de 92% dos homicídios acometem essa
parcela da população. A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com informa-
ções do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros
de outras raças, já descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência.
Mediante esse cenário, o conceito de ‘polícia comunitária’, mais próxima da população e com um
viés mais focado no respeito aos direitos humanos, é visto por especialistas como fundamental para
propiciar, não só mais confiança nas Polícias Civil e Militar – ambas com alto grau de desconfiança
popular –, mas também um combate mais efetivo à criminalidade no País.
A polícia comunitária é um projeto que vem sendo desenvolvido no Brasil, objetivando uma
maior aproximação das polícias com a sociedade. Trata-se de uma filosofia de policiamento que
se desenvolveu nas décadas de 1970 e 1980, quando organizações policiais em diferentes países da
América do Norte e da Europa Ocidental começaram a promover inovações na sua estrutura e fun-
cionamento e na forma de lidar com o problema da criminalidade. Os modelos desenvolvidos nesses
países tiveram por base uma nova estrutura de polícia, orientada para um novo modelo de policia-
mento mais voltado para a comunidade.
Quatro inovações são consideradas essenciais para o desenvolvimento do policiamento comunitário:
˃˃ a organização da prevenção do crime, tendo como base a comunidade;
˃˃ a reorientação das atividades de policiamento para enfatizar os serviços não emergenciais e
para organizar e mobilizar a comunidade para participar da prevenção do crime; descentraliza-
ção do comando da polícia por áreas;
˃˃ e participação de pessoas civis, não policiais, no planejamento, na execução, no monitoramento
e/ou na avaliação das atividades de policiamento.
˃˃ Além desses, são apontados quatro fatores importantes para a implantação e consolidação do
policiamento comunitário:
˃˃ o envolvimento enérgico e permanente do chefe com os valores e as implicações de uma polícia
voltada para a prevenção do crime;
˃˃ motivação dos profissionais de polícia por parte de seu chefe;
˃˃ defesa e consolidação das inovações realizadas; e
˃˃ apoio público, da sociedade, do governo e da mídia.
Outra prática para a resolução de conflitos é a mediação, que representa uma forma consensual
de resolução de controvérsias, na qual as partes, por meio de diálogo franco e pacífico, têm a possi-
bilidade, elas próprias, de solucionarem seu conflito, contando com a figura do mediador, terceiro
imparcial que facilitará a conversação entre elas. A mediação possibilita a transformação da “cultura
do conflito” em “cultura do diálogo” na medida em que estimula a resolução dos problemas pelas
próprias partes. A valorização das pessoas é um ponto importante, uma vez que são elas os atores
principais e responsáveis pela resolução da divergência.
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A busca do “ganha-ganha”, outro aspecto relevante da mediação, ocorre porque se tenta chegar a um
acordo benéfico para todos os envolvidos. A mediação de conflitos propicia a retomada do diálogo franco,
a escuta e o entendimento do outro. A visão positiva do conflito é considerada um ponto importante. O
conflito, normalmente, é compreendido como algo negativo, que coloca as partes umas contra as outras.
A mediação tenta mostrar que as divergências são naturais e necessárias, pois possibilitam o crescimento
e as mudanças. O que será negativo é a má administração do conflito.
A mediação possibilita também o conhecimento do conflito real a partir do diálogo. Muitas
vezes, os problemas que se expressam são os aparentes, tendo em vista a dificuldade de se falar sobre o
real problema. A resolução apenas do conflito aparente não tem eficácia, pois o conflito real perdura,
dando ensejo a outros problemas. São vários objetivos, dentre os quais se destacam a solução dos
conflitos (boa administração do conflito), a prevenção da má administração de conflitos, a inclusão
social (conscientização de direitos, acesso à justiça) e a paz social.
Exercícios
01. Dentre as diferenças entre Polícia Tradicional e a Polícia Comunitária, podemos destacar,
exceto:
a) No policiamento tradicional, o policial é do serviço.
b) Na Polícia Tradicional, o policial presta contas apenas a seu superior.
c) A eficácia da Polícia Comunitária é avaliada por meio das ausências de crimes e desordem.
d) A Polícia Comunitária visa dar enfoque mais amplo à resolução de problemas por meio da
prevenção.
e) Na Polícia Comunitária, o patrulhamento é distribuído conforme o número de ocorrências,
uma vez que é utilizada a racionalização dos meios.
02. Para a implementação do modelo de Polícia Comunitária, o que se faz necessário?
a) A polícia deve assumir o papel protagonista no processo ditando os pontos a serem seguidos.
b) A polícia deve-se pautar na democracia em suas estruturas básicas e em seu funcionamento.
c) A Polícia deve prestar seus serviços de acordo com o programa do Governo e não observar
as necessidades locais da comunidade.
d) Não se faz necessária a avaliação das atividades desenvolvidas, uma vez que, para sua imple-
mentação, houve estudos anteriores.
e) Profissionais não policiais, como sociólogos e historiadores, não foram formados para atuar
em segurança pública, não devendo, portanto, ser ouvidos em questões de segurança.
03. A mediação de conflitos
a) é uma técnica extrajudicial para resolver conflitos, excluindo, no entanto, as situações que
envolvam família e filhos.
b) busca fazer com que as pessoas cumpram as normas impostas, já que as relações se baseiam
na desigualdade entre os gêneros, entre pais e filhos e outras.
c) apoia-se nos paradigmas das ciências contemporâneas e, ao invés de trabalhar com verdades
absolutas, tem o objetivo de aceitar a complexidade dos fenômenos interpessoais.
d) valoriza aquele que é mais forte e com condições de melhor se impor na lógica adversarial,
tendo como objetivo sempre eliminar a presença do Judiciário, já que a homologação dos
acordos mediados é dispensável.
e) não pode ser usada pelo Poder Judiciário, pois não garante o sigilo entre os mediados e nem
o manuseio dos conflitos de forma a contribuir para a superação das diferenças.
Gabarito
01 - E
02 - B
03 - C
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