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CAUSAS DE FORMAÇÃO DE ESPUMA EM ÓLEOS


LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES

A formação de espuma é um problema relativamente comum em sistemas


lubrificados a óleo. Por ser um tanto quanto difícil a solução do problema é
essencial a realização de ensaios precisos para se determinar a causa-raiz da
formação de espuma.

Figuras 1/2 – Formação de espuma em sistemas lubrificados a óleo

A espuma é um conjunto de pequenas bolhas de ar que se acumulam na


superfície do fluido ou próximo a ela. Em casos severos, a espuma pode vazar
para fora da máquina através dos respiradouros, visores e varetas de nível. A
espuma é um eficiente isolante térmico, de forma que o controle de temperatura
do óleo lubrificante pode tornar-se bastante difícil onde houver a sua excessiva
formação. A presença de ar em óleo lubrificante pode levar à rápida oxidação do
óleo lubrificante, cavitação, redução das propriedades lubrificantes e falhas
catastróficas em sistemas hidráulicos, redutores de velocidade, turbinas a vapor,
hidráulicas ou movidas a gás natural etc.

Figura 3 – Óleo lubrificante com deficiente liberação de ar entranhado

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As causas da formação de espuma em óleos lubrificantes são várias:

Figuras 4/5 – Formação de espuma em reservatório de óleo lubrificante

1. Contaminação por água.

2. Contaminação por material particulado sólido abrasivo.

3. Retirada do aditivo antiespumante aderido a material particulado sólido


( possivelmente pela prática de filtração ultra-fina ou tecnologias de separação
eletrostática ).

4. Problemas mecânicos que provocam aeração do fluido.

5. Sobre-enchimento do reservatório de óleo lubrificante em sistemas de


lubrificação por banho de óleo ou salpico.

6. Contaminação cruzada do óleo lubrificante com outros tipos de óleos


lubrificantes.

7. Contaminação do óleo lubrificante com graxa.

8. Excessiva aditivação antiespumante em face de formulação incorreta ou por


readitivação utilizando pacote de aditivos inadequado

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É importante que técnicas de desgaseificação sejam utilizadas na preparação da
amostra antes do ensaio de contagem de partículas pois, se houver formação de
espuma no óleo lubrificante, as bolhas de ar no fluido poderão ocasionar uma
contagem de partículas anormalmente alta que, por sua vez, poderia levar a
tentativas incorretas de solução do problema.

Se o ensaio de Contagem de Partículas ( ISO 4406:2017 ou NAS 1638:1964 ) não


revelar qualquer contaminação significativa, pode-se tentar um ensaio de filtração
em membrana utilizando-se elemento filtrante de Tamanho Médio de Poro
bastante pequeno ( 1 micron ou menor ) e examiná-la, minuciosamente, sob
elevada ampliação. Pode-se tentar, ainda, o ensaio de Insolúveis em Pentano
( ASTM D4055-E ) para se quantificar a contaminação por material particulado
sólido extremamente fino que poderia servir de nucleação para as bolhas de ar.

Figuras 6/7 – ASTM D892: ensaio para verificação da tendência


à formação de espuma e estabilidade da espuma
Pode-se solicitar ao laboratório de análise de óleos lubrificantes em uso que
efetue os ensaios de tendência à formação de espuma e estabilidade da espuma.
Estes ensaios são descritos na norma ASTM D982 e são efetuados
conjuntamente. A tendência à espuma descreve a quantidade de espuma gerada
imediatamente após o fluido ser agitado e aerado, sendo a estabilidade da
espuma o volume de espuma remanescente após 10 minutos da interrupção da
aeração do óleo lubrificante. Este ensaio permite a “Opção A” que existe para
garantir que o antiespumante esteja bem disperso no óleo lubrificante antes do
início do ensaio. O método de ensaio ASTM D3427 avalia a capacidade do óleo
lubrificante em liberar o ar entranhado. Quanto mais curto for o tempo para
liberação de ar, mais provável que seja satisfatório o desempenho em campo.

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Esta opção deve ser solicitada quando se ensaiar óleos lubrificantes utilizados na
lubrificação de engrenagens devido à natureza do aditivo antiespumante
comumente utilizado nestes produtos. A comparação da tendência à formação
da espuma e estabilidade da espuma pode indicar se a causa da espuma é um
problema de origem mecânica, se o problema é devido à contaminação do óleo
lubrificante ou é referente à aditivação.

Figuras 8/9 – Antes de se tentar readitivação com antiespumante verificar se a


causa da formação de espuma é de origem mecânica ( ex. entrada de ar;
elevado nível de óleo lubrificante )
A contaminação cruzada do óleo lubrificante com outro tipo de óleo lubrificante,
geralmente, contribui para a formação de espuma e outros tipos de problemas
visto que aditivos diversos dos existentes no óleo lubrificante original podem
concorrer com o antiespumante e impedir a sua adequada ação. Com vistas a
verificar se está ocorrendo contaminação cruzada, analise uma amostra de óleo
lubrificante novo retirada do tambor, balde ou tanque de armazenamento em
granel referente aos elementos originais constituintes e compare com amostra de
óleo lubrificante em uso. Os elementos que constituem o óleo lubrificante em uso
devem ser similares aos do óleo lubrificante novo ainda que, pequenas diferenças
possam ocorrer em função da depleção de aditivos. É bom atentar para
elementos ( cálcio, magnésio, boro, molibdênio, fósforo, enxofre etc ) que se
encontram presentes na aditivação do óleo lubrificante em uso mas que não se
evidenciam no óleo lubrificante novo. É interessante verificar-se, também, a
presença de elementos que possam indicar contaminação com graxa, se
houver esta possibilidade.

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Analisar amostras de óleo lubrificante novo oriundo do tambor, balde ou tanque
de armazenamento em granel e do óleo lubrificante em uso permitirá que se saiba
se houve reposição do óleo lubrificante existente no maquinário com produto
inadequado ou se o problema é oriundo da planta formuladora de óleos
lubrificantes ( problemas na formulação do produto, problemas no envasamento
etc. ). O uso de análise utilizando-se FTIR ( Espectroscopia Infravermelha por
Transformadas de Fourier ) é bastante útil nestas considerações.

Figuras 10/11 – A readitivação com antiespumante não será procedimento


bem sucedido se a causa-raiz da formação de espuma for mecânica
Em grande parte das situações de formação de espuma em óleos lubrificantes
será necessário a substituição completa da carga de óleo lubrificante ou
drenagem parcial e posterior reposição. Porém, se houver contaminação da carga
de óleo lubrificante por outro tipo de produto, provavelmente, será necessária a
realização de flushing, operação de custo elevado, principalmente, se envolver
equipamentos que comportem grandes volumes de óleo lubrificante. Nestes
casos pode-se tentar um recondicionamento da aditivação antiespumante da
carga de óleo lubrificante, procedimento que, nem sempre, tem garantia de
sucesso. É importante frisar-se que se o problema da formação de espuma for de
origem mecânica a readitivação da carga de óleo lubrificante com aditivo
antiespumante não será bem sucedida. Por isto, é de fundamental importância
que, antes de se efetuar esta operação, seja investigada com bastante
propriedade a causa-raiz da formação de espuma na carga de óleo lubrificante
com vistas a evitar-se esforços e gastos desnecessários.

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LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES
Antes de iniciar o procedimento de drenagem e flushing do sistema é importante
que se tenha tratado a causa-raiz do problema da formação de espuma. Se houve
contaminação por água ou material particulado sólido é fundamental controlar-se
o ingresso de contaminantes antes de se iniciar o processo de filtração com
elementos filtrantes de Tamanho Médio de Poros muito pequeno visto que
embora o aditivo antiespumante esteja dissolvido no óleo lubrificante e
comumente não seja retido pelo sistema de filtração multi-passagem pode
ocorrer, particularmente em óleos lubrificantes de engrenagens, que a remoção
de contaminantes sólidos possa remover, também, a aditivação antiespumante
que possa estar aderida a estes materiais ou ao elemento filtrante.

Figuras 12/13 – A formação de espuma pode ser devido à depleção da


aditivação antiespumante ou a problemas de origem mecânica
Se o problema da formação de espuma da carga de óleo lubrificante foi devido à
contaminação cruzada com outro tipo de óleo lubrificante, isto pode ser corrigido
com identificação dos fluidos lubrificantes com código de cores e treinamento do
staff de manutenção. Se o problema deveu-se à contaminação por graxa, é
importante que se dimensione a quantidade de graxa a ser aplicada na
relubrificação, a sua periodicidade e verificar se os procedimentos corretos de
relubrificação estão sendo aplicados. O projeto do tanque de armazenamento de
óleo lubrificante em granel, o traçado da linha de retorno de óleo lubrificante para
o tanque de armazenamento e entrada de ar na linha de sucção da bomba de óleo
lubrificante são problemas mecânicos muito comuns que levam à formação de
espuma.

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LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES
Regra simples e prática pode nos auxiliar na avaliação em campo de problema
referente à formação de espuma:

Figuras 14/15 – Avaliação visual de campo sobre a formação de espuma

1. A ocorrência de bolhas grandes que não se desfazem após cerca de 30 minutos


de desligamento do maquinário podem indicar a depleção do aditivo e pode-se
tentar corrigir esta situação com readitivação do antiespumante.

2. A ocorrência de bolhas diminutas que se desfazem, quase completamente,


após cerca de 30 minutos de desligamento do maquinário podem indicar
problema de origem mecânica que não será corrigido com readitivação de
antiespumante.

Figura 16 – Ação da aditivação antiespumante ( antifoam )

Descobrir-se a causa-raiz da formação de espuma em óleos lubrificantes pode ser


um desafio. Porém, através de processos de eliminação de motivos é possível
chegar-se à causa-raiz do problema e corrigi-la.

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