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Câmpus Inhumas
Licenciatura em Química
Câmpus Inhumas
Licenciatura em Química
FOLHA DE APROVAÇÃO
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DEDICATÓRIAS
AGRADECIMENTOS
A princípio reconheço e agradeço a importância de Deus na minha vida, cada dia que
passei durante este longo período que busquei a sabedoria acadêmica. É evidente que as
dificuldades eram passíveis de derrota, mas o senhor não me deixou fraquejar, a fé que foi me
dada era maior, tornando possível alcançar a vitória e conquistar o meu ideal de ser licenciada
em química.
Ser licenciada em química é para mim motivo de gratidão, por este motivo é com
facilidade que recordo de todas as pessoas que contribuíram para o meu crescimento
profissional. Elas me ajudaram nesta longa caminhada, em que busquei uma educação de
qualidade e de fato encontrei. Assim, seguem a quem devo saudar.
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Inhumas,
pela oportunidade de fazer o curso, pelo ambiente criativo e amigável que proporciona, por sua
direção e administração.
Ao meu orientador, Professor Dr. Fernando Pereira de Sá, pelo apoio, pela confiança
e pelo incentivo dedicado à elaboração deste trabalho.
A minha coorientadora, Professora Dra. Elisangela C. de Lima Borges, pelo suporte e
paciente trabalho de revisão da redação.
Aos professores participantes da banca examinadora, que compartilharam comigo este
momento esperado, o Professor Mestre Tiago Moreira de Lacerda e o Professor Mestre Weslei
Silva de Araujo.
A todos os professores por me oferecer o conhecimento não só racional, mas também
por preparar para efetiva manifestação da educação no processo de formação social. Aos meus
mestres dedico a minha vida profissional e cultivo o meu sincero reconhecimento.
As minhas avós Jandyra de Lima Paula (In memorian) e Elza de Paiva Lino (In
memorian). A minha linda avozinha Jandyra, ela era uma verdadeira matriarca, sempre prezava
pela educação de seus filhos e filhas, netos e netas, bisnetos e bisnetas. Para ela, eu cumpri o
meu dever de estudar, se ela estivesse entre nós, teria certeza que orgulharia muito de mim. Já
a minha avozinha Elza, era implacável, sempre justa, uma mulher de fibra, me amava muito,
isto por eu ser sua neta mais velha. Ela queria que eu fosse médica, mas médica eu não fui.
Hoje, se ela estivesse entre nós, ela entenderia que para haver médicos é preciso primeiro existir
professores. E professora eu sou.
Aos meus pais, pelo amor, pelo encorajamento, pelo amparo incondicional. A minha
amada mãe, que é a minha heroína, que a todo o momento, estava a me esperar, sempre
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RESUMO
É uma necessidade tornar as ações do homem uma responsabilidade socioambiental, por este
motivo cabe pontuar o problema do descarte dos efluentes pelas indústrias alimentícias nos
corpos d’água sem o devido tratamento. Nesses efluentes estão presentes os corantes sintéticos
e a sua forte coloração diminui a capacidade de penetração da radiação solar no flúmen,
prejudicando a biota aquática. Assim, este trabalho propôs o tratamento de efluente sintético
composto pelos corantes vermelho eritrosina e azul brilhante, através da fotodegradação por
radiação ultravioleta, observando os fatores: tempo de irradiação e pH das soluções, com intuito
de desenvolver técnicas de remoção de cor a partir deste efluente simulado. Para este fim,
utilizou-se um reator que tem como principal componente a radiação ultravioleta, produzida
por uma lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão com uma fluência laminar perpendicular.
A solução foi homogeneizada por uma eletrobomba, fazendo com que o efluente simulado
passasse continuamente pelo sistema isolado que contém a lâmpada. Os resultados mostraram
que esta metodologia foi satisfatória na descoloração total das soluções em tempo menor que
120 minutos. Além disso, o estudo de irradiação das amostras em função do pH, mostrou uma
dependência da eficiência deste processo com este parâmetro, obtendo-se melhores resultados
para o meio ácido.
ABSTRACT
It is a necessity to make the actions of man a social and environmental responsibility, for this
reason it is possible to point out the problem of the disposal of the effluents by the food
industries in the bodies of water without the due treatment. In these effluents the synthetic dyes
are present and their strong coloration diminishes the capacity of penetration of the solar
radiation in the flow damaging the aquatic biota. Thus, this work proposed the treatment of
synthetic effluent composed of erythrosine red and blue dye, through the photodegradation by
ultraviolet radiation, observing the factors: irradiation time and pH of the solutions, aiming at
the development of color removal techniques from this effluent. For this purpose, a reactor was
used whose main component is ultraviolet radiation, produced by a high-pressure mercury
vapor lamp with a perpendicular laminar flow. The solution was homogenized by a universal
electric pump, causing the simulated effluent to pass continuously through the insulated system
containing the lamp. The results showed that this methodology was satisfactory in the total
discoloration of the solutions in less than 120 minutes. In addition, the irradiation study of the
samples as a function of pH showed a dependence of the efficiency of this process with this
parameter, obtaining better results for the acid medium.
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 18
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 19
4 RESULTADOS ................................................................................................................ 22
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 26
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 29
ANEXO A – ............................................................................................................................. 31
12
1 INTRODUÇÃO
O Brasil detém 12% de toda água doce do planeta. A região hidrográfica brasileira é
constituída por duzentas microbacias, essas distribuídas em doze regiões hidrográficas. A
Figura 1, demonstra a divisão hidrográfica nacional que foi publicada pelo Conselho Nacional
de Recursos Hídricos (CNRH) no Diário Oficial da União em 17 de dezembro de 2003, em
anexo consta essa divisão detalhada. Assim, a capacidade hídrica brasileira, de acordo com a
Organização das Nações Unidas (ONU), é capaz de fornecer um volume de água por pessoa
dezenove vezes superior ao mínimo (1.700 m3/s por habitante por ano), ou seja, a capacidade
do volume de água no Brasil é de 32.300 m3/s por habitante por ano (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2017).
Figura 1: Divisão Hidrográfica Nacional.
Sendo este recurso abundante, porém esgotável, em janeiro de 1997, vigorou a Lei nº
9.433/1997, intitulada também como Lei das Águas. Conforme descrito, este instrumento legal
designou a Política Nacional de Recursos Hídricos a criação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Nos fundamentos desta Lei, a água é considerada um
bem de uso público e um recurso natural escasso, possuindo também um valor econômico. Esta
Lei tem como objetivo garantir e viabilizar a água com qualidade às gerações futuras,
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2017).
Garantir e viabilizar este recurso natural significa preservar e ter um consumo racional,
ou seja, sem poluição e sem desperdício. Assim, nos últimos anos “cuidar da água” passou a
13
ser questão que interessa a todos. Para Sá (2013) o problema mais relevante sobre os recursos
hídricos é a poluição dos corpos d’água, pois neles são lançados resíduos oriundos da atividade
industrial e doméstica sem o devido tratamento. Pereira e Freire (2005) ressaltam que um dos
maiores problemas que afetam os recursos hídricos é o não tratamento adequado dos resíduos
industriais e domésticos, despejados nos corpos d’água desconsiderando qualquer processo de
reparação.
As indústrias, sejam elas têxteis ou de alimentos, têm como princípio ativo corante e
pigmento para tornar seus produtos mais atrativos e competitivos. Gupta e Suhas (2009)
estimou que anualmente no mundo, são produzidos 7 x 105 a 1 x 106 toneladas de corantes
artificiais, dos quais 25 mil toneladas são utilizadas no Brasil. No processamento industrial
existe uma baixa fixação dos corantes, resultando em grande descarte dessas substâncias nos
corpos hídricos (SÁ, p.20, 2013).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), de acordo com a Resolução nº
382 a 388, de 09 de agosto de 1999, autoriza o uso de onze corantes artificiais na fabricação
dos produtos alimentícios. No Quadro 01 estão expressos os corantes permitidos.
Segundo a legislação da ANVISA ela esclarece que color index tem o seguinte
significado:
“As substâncias colorantes são listadas conforme um índice de nomes
genéricos e índices de números de constituição de cor (Colour
Index Constitution Numbers ou simplesmente C.I.), para cada nome de
produto, o Colour Index International lista o fabricante, apresentação física,
e os principais usos, com comentários fornecidos pelo fabricante como guia
aos consumidores. No caso dos corantes, deve-se informar o número de
seu color index ou C.I.”.
14
N N NH
H O
Fonte: ChemSketch
15
Nesta pesquisa foram escolhidos dois (2) corantes alimentícios sintéticos dos onze (11)
permitidos pela ANVISA, sendo eles: o azul brilhante e vermelho de eritrosina. A escolha
destes dois corantes não foi aleatória. O fator de escolha considerou a complexidade dos grupos
cromóforos presentes nos dois corantes. No azul brilhante, o grupo funcional trifenilmetano e
o vermelho de eritrosina o grupo funcional xanteno. São estruturas químicas que não permitem
o tratamento de efluente por processos tradicionais, (TAN; AHMAD; HAMEED, 2008). Sá
(2013) afirma que: “no momento, não há um processo simples capaz do tratamento adequado,
sobretudo, devido à natureza complexa dos efluentes”.
O corante sintético azul brilhante é um sal tri-sódico de 4,4-di (n-etil-3-
sulfonatobenzil amino) -trifenil metil-2-sulfonato, também conhecido por FD&C Blue No. 1,
Food Blue 2, Brilliant blue FCF. Este corante possui uma estrutura com três radicais arila,
normalmente grupo fenólico, ligado a um átomo de carbono central, possui também grupos
sulfônicos que propiciam alta solubilidade em água. Este corante possui razoável estabilidade
a luz, ao calor e ao meio ácido, mas possui baixa estabilidade oxidativa. Seu uso é liberado na
União Europeia e no MERCOSUL. (ADITIVOS & INGRETIENTES, 2009).
De acordo com legislação da ANVISA, a aplicação do azul brilhante está
condicionada para ser “utilizado em alimentos (incluindo suplementos dietéticos), cosméticos
e medicamento em geral incluindo para área dos olhos, não é permitido à utilização em
dispositivos médicos e formas farmacêuticas injetáveis”.
Nos Estados Unidos possui uso incondicional, no Canadá é permitido com uma
restrição limite de 100 ppm e na Inglaterra é permitido em alguns alimentos. (PRADO;
GODOY, 2003).
A estrutura química do azul brilhante é apresentada na Figura 3.
O O
NaO O ONa
S - S
S
O O O
O
+
N N
CH3 H3C
Fonte: ChemSketch
16
I I
NaO O O
I I
O
ONa
Fonte: ChemSketch
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
Como prática inicial utilizou-se uma fundamentação teórica, com o intuito de obter
subsídio para a realização deste projeto. Logo o método escolhido para recuperação do efluente
simulado, preparado no Laboratório de Energia e Meio Ambiente do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Inhumas, partiu da aplicação da
fotodegradação com ultravioleta.
3.1 Materiais
Figura 5 – Fotoreator com utilização de radiação UV artificial, usado nos experimentos de irradiação
da solução contendo os corantes: vermelho de eritrosina e azul brilhante.
Fonte: Própria
Assim, é criado um ambiente artificial para o tratamento do efluente, que por sua vez as
reações fotoquímicas são iniciadas pela absorção de radiação eletromagnética, com isto são
previstos os efeitos químicos. Moore (2013, p. 667) afirma que incidindo luz sobre uma
molécula, ela absorve um fóton de luz visível e efeitos químicos podem ser esperados.
Os experimentos foram realizados em duas etapas, na primeira em função do tempo de
irradiação, utilizando-se 2 L das soluções aquosas nas concentrações de 10 mg/L, sob
velocidade constante promovida pela eletrobomba, com coletas de amostras em intervalos de
0, 15, 30, 60, 90 e 120 minutos para posteriores análises no espectrofotômetro UV/VIS.
Na segunda etapa em função do pH sob irradiação constante durante de 1 (uma) hora,
utilizando-se 2 L das soluções aquosas nas concentrações de 10 mg/L, com controle de pHs 2,
4, 6, 8 e 10 na ausência de fotocatalisadores, sob velocidade constante provida pela
eletrobomba, com coletas de amostras em intervalos de 0, 15, 30, 60, 90 e 120 minutos para
posteriores análises no espectrofotômetro UV/VIS
21
3.3 Caracterização
4 RESULTADOS
Figura 7: Espectro UV/VIS da solução (10 mg/L), em diferentes tempos de irradiação, sem controle de
pH.
1,8
0 min
15 min
1,5
30 min
60 min
1,2 90 min
120 min
Absorbância
0,9
630
0,6
527
0,3
0,0
200 300 400 500 600 700
(nm)
Fonte: OriginPro8.
Pode-se perceber também, que houve considerada diminuição nas bandas de absorção da
região ultravioleta, além de não haver surgimento de outras bandas, o que mostra que o processo
de fotodegradação aconteceu sem a formação de subprodutos, resultado semelhante ao
observado por Khataee, Vatanpour e Ghadim (2009) no estudo de fotodegradação do corante
Azul Brilhante, com uso de TiO2 como catalisador. A Figura 8 exibe de forma qualitativa as
23
Figura 8: Amostras da solução (10 mg/L), em tempos de 0, 15, 30, 60, 90 e 120 minutos de irradiação,
sem controle de pH.
Fonte: OriginPro 8.
Figura 9: Espectros de absorbâncias para amostras do efluente sintético (10 mg/L), após 15 minutos de
irradiação, em diferentes pHs.
1,0
pH 2
pH 4
0,8 pH 6
pH 8
pH 10
Absorbância
0,6 630
0,4
527
0,2
0,0
200 300 400 500 600 700
(nm)
Fonte: OriginPro 8.
A explicação pode estar relacionada ao fato de que, conforme a literatura, para valores
de pH abaixo de 5, o corante vermelho eritrosina perde sua estabilidade em relação ao parâmetro
solubilidade (PRADO; GODOY, 2003). Fazendo com que aconteça já no início do processo
uma precipitação do corante e consequente diminuição da absorbância da solução por um todo.
A Figura 10 mostra este comportamento para os pHs 2 e 4.
pH 2 pH 4
Fonte: Própria.
Outro resultado interessante, apresentado pela Figura 9, é que as bandas para os pH´s 6
e 8 mostram-se uma inversão. A banda para o pH 6 sobrepôs a banda para o pH 8. Para tentar
compreender este fenômeno, foram realizados novos experimentos para estes pHs, mas dessa
vez coletando amostras em diversos tempos de irradiação (Figuras 11 e 12). Os resultados
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mostraram que para o máx = 527 nm o comportamento das curvas são praticamente o mesmo,
não havendo diferenças significativas nos valores de absorbância para os dois pHs (Figura 10).
Por outro lado, para o máx = 630 nm, correspondente ao corante azul brilhante, a curva de
absorbância para pH 8 apresenta valores inferiores à curva em pH 6 até o tempo de 90 minutos.
A partir deste período o comportamento da curva passa a ser o esperado mostrando-se valores
maiores de absorbância para pH 8.
Figura 11: Absorbância (λmáx = 527 nm) em função do tempo de irradiação para soluções do efluente
sintético (vermelho eritrosina e azul brilhante), em pHs 6 e 8.
0,5
pH 6
pH 8
0,4
Absorbância (527 nm)
0,3
0,2
0,1
0,0
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Fonte: OriginPro 8.
Figura 12: Absorbância (λmáx = 630 nm) em função do tempo de irradiação para soluções do efluente
sintético (vermelho eritrosina e azul brilhante), em pHs 6 e 8.
0,7
pH 6
pH 8
0,6
0,5
Absorbância (630 nm)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0 30 60 90 120
Tempo (min)
Fonte: OriginPro 8.
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5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUPTA, V.; SUHAS. Application of low-cost absorbents for dye removal – a review. Journal
of Environmental Management, 2009. v.90, p. 2313-2342,2009.
KHATAEE, A.; VATANPOUR, V.; GHADIM, A. A. Decolorization of c.i. acid blue 9 solution
by UV/Nano-TiO2, fenton, fenton-like, electro-fenton and electrocoagulation processes: A
comparative study. Journal of Hazardous Materials, v. 161, p. 1225–1233, 2009.
MARMITT, S.; PIROTTA, L. V.; STULP, S. Aplicação de fotólise direta e UV/H2O2 a efluente
sintético contendo diferentes corantes alimentícios. Química Nova, v.33, p.384-388, 2010.
MOORE, W. J. Físico-química. 4ª ed. Americana: Helena Li Chun – São Paulo: Blucher, 2013,
v.2, p. 665-734, 2013.
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Águas Contaminadas com Compostos Orgânicos Poluentes. Química Nova, v. 28, p.130-136,
2005.
28
TAN, I.; AHMAD, A.; HAMEED, B. Adsorption of basic dye on high-surface-area activated
carbon prepared from coconut husk: Equilibrium, kinetic and thermodynamic studies. Journal
of Hazardous Materials, 2008. v. 154, p. 337–346, 2008.
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APÊNDICE A