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Baphomet

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Baphomet, Bafomete ou ainda Bafomé


(pronúncia em inglês: [ˈbæfoʊmɛt]; do
latim medieval Baphometh, baffometi,
ocitano Bafomé) é uma criatura
simbólica que apareceu como um ídolo
pagão em transcrições do julgamento da
inquisição dos Cavaleiros Templários no
início do século XIV.[1] O nome apareceu
pela primeira vez na consciência popular
inglesa, no século XIX. No que respeita a
sua imagem com cabeça de animal com
chifres, ela foi criada por Éliphas Lévi,
um ocultista francês, que o publicou no
seu livro Dogma e Ritual de Alta Magia.

Possível representação de Baphomet em uma pedra


angular no Convento de Cristo, na cidade de Tomar,
Portugal.

História do Baphomet
Cartaz referente a uma das fraudes de Léo Taxil.

A história em torno do Baphomet foi


intimamente relacionada com a da
Ordem dos Templários, pelo Rei Filipe IV
de França e com apoio do Papa
Clemente V, ambos com o intuito de
desmoralizar a Ordem, pois o primeiro
era seu grande devedor e o segundo
queria revogar o tratado que isentava os
Cavaleiros Templários de pagar taxas à
Igreja Católica.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo
e do Templo de Salomão, também
conhecida como Ordem do Templo, foi
fundada no ano de 1118. O objetivo dos
cavaleiros templários era supostamente
proteger os peregrinos em seu caminho
para a Terra Santa. Eles receberam como
área para sua sede o território que
corresponde ao Templo de Salomão, em
Jerusalém, e daí a origem do nome da
Ordem.

Segundo a história, os Cavaleiros


tornaram-se poderosos e ricos, mais que
os soberanos da época. Segundo a
lenda, eles teriam encontrado no
território que receberam documentos e
tesouros que os tornaram poderosos.
Segundo alguns, eles ficaram com a
tutela do Santo Graal dentre outros
tesouros da tradição cristã.

Em 13 de outubro de 1307, sob as


ordens de Felipe, o Belo e com a
conivência do Papa Clemente V, os
cavaleiros foram presos, torturados e
condenados à fogueira, acusados de
diversas heresias.

O rei francês, nessa altura, acusava os


templários de adorarem o diabo na
figura que na realidade se chamava
Baphomet. O Baphomet tornou-se o
bode expiatório da condenação da
Ordem pela Igreja Católica e da morte de
templários na fogueira que se seguiu a
isto.

Etimologia

Imagem de uma série de figuras esculpidas ou


gravadas que foram encontradas em um número de
supostos artefatos Templários do século XIII, como
copos, taças e cofres. Ela é associada ao ídolo
Baphomet
Não existe consenso quanto à
etimologia da palavra "Baphomet".
Segundo o arqueólogo austríaco Joseph
von Hammer-Purgstall, um não
simpatizante do ideal templário e que
em 1816 escrevera um tratado intitulado
Mysterium Baphometis Revelatum, sobre
os alegados mistérios dos Cavaleiros e
do Baphomet, a expressão proviria da
união de dois vocábulos gregos, "Baphe"
e "Metis", significando "Batismo de
Sabedoria". A partir desta conjectura,
Von Hammer especula a respeito da
possibilidade da existência de rituais de
iniciação, onde haveria a admissão aos
mistérios e aos segredos cultuados pela
Ordem do Templo.[2][3]
A origem da palavra Baphomet ficou
perdida, e muitas especulações podem
ser feitas, desde uma composição do
nome de três deuses: Baph, que seria
ligado ao deus Baal; Pho, que derivaria
do deus Moloch; e Met, advindo de um
deus dos egípcios, Seti. Outra teoria nos
leva a uma corruptela de Muhammad
(Maomé - o nome do profeta do Islã), até
Baph+Metis do grego "Batismo de
Sabedoria".

A palavra "Baphomet" em hebraico é


como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf.
Aplicando-se a cifra Atbash (método de
codificação usado pelos Cabalistas
judeus), obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph,
que soletra-se Sophia, palavra grega para
"sabedoria".

Todavia ainda existem fontes que


afirmam uma outra origem do termo.
Segundo alguns, o nome veio da
expressão grega Baph-Metra( mãe-Metra
ou Meter-submersa; Baph-em sangue.
Ou seja, a Mãe de sangue, ou a Mãe
sinistra). Grande parte dos historiadores
que afirmam essa versão se baseiam no
fato que o culto à cabeça está
relacionada com conjurações de
entidades femininas.

Teorizou-se simbolicamente que o


Baphomet é fálico, já que em uma de
suas míticas representações há a
presença literal do falo devidamente
inserido em um vaso (símbolo claro da
vulva).

Baphomet por Eliphas Levi

O Baphomet de Eliphas Levi.

A figura atual de Baphomet foi criada


pelo famoso ocultista Eliphas Levi,
como apresentada ao lado. Levi lista as
mais frequentes representações do
Baphomet: na classificação e explicação
das gravuras de seu livro Dogma e Ritual
da Alta Magia, Eliphas Levi classifica a
imagem de Baphomet como a figura
panteística e mágica do absoluto.

O facho representa a inteligência


equilibrante do ternário.
A cabeça de bode, reunindo caracteres
de cão, touro e burro, representa a
responsabilidade apenas da matéria e
a expiação corporal dos pecados.
As mãos humanas mostram a
santidade do trabalho e fazem o sinal
da iniciação esotérica a indicar o
antigo aforismo de Hermes
Trismegisto (em uma posição muito
semelhante a representações de Shiva
na Índia): "o que está em cima é igual
ao que está embaixo". O sinal com as
mãos também vem a recomendar aos
iniciados nas artes ocultas os
mistérios.

Pode também ser interpretado em seu


aspecto metafísico, onde pode
representar o espírito divino que "ligou o
Céu e a Terra", tema recorrente na
literatura esotérica.

Os crescentes lunares presentes na


figura indicam as relações entre o bem
e o mal, da misericórdia e da justiça.
Possuindo seios, o bode representa o
papel de trazer à Humanidade os
sinais da maternidade e do trabalho,
os quais são signos redentores.
O pênis é metaforicamente
representado por um Caduceu. No
budismo tantrico este é o símbolo de
ascensão da energia da deusa
Kundalini. Em forma de serpente ela
está enrolada e oculta na base da
coluna de todo ser humano. Ao atingir
a plenitude desta força, o ser alcança
o êxtase da iluminação (o nirvana).
Este tipo de simbologia aparece com
frequência na alquimia (o coito do rei
e da rainha), com a qual o ocultismo
tem relação.
Na frente e embaixo do facho
encontra-se o signo do microcosmo a
representar simbolicamente a
inteligência humana.
Colocado abaixo do facho o símbolo
faz da chama dele uma imagem da
revelação divina. * Baphomet deve
estar assentado ou em um cubo e
tendo como estrado uma bola apenas
ou uma bola e um escabelo triangular.
A figura pode ser colorida no ventre
(verde), no semicírculo (azul) e nas
penas (diversas cores).

Aleister Crowley
Pentagrama invertido, representa a cabeça de

Baphomet, segundo adeptos do caminho da mão


esquerda

O Baphomet de Levi tornou-se uma


figura importante dentro da cosmologia
da Thelema, o sistema místico
estabelecida por Aleister Crowley no
início do século XX. O credo da Igreja
Gnóstica Católica é recitado pela
congregação na Missa Gnóstica, com a
seguinte frase: ". E eu creio na Serpente
e no Leão, Mistério dos Mistérios, em
seu nome BAPHOMET".[4]

Em Magick (Book 4), Crowley afirmou


que Baphomet era um andrógino divino e
o hieróglifo da perfeição arcana: Visto
como o que reflete o que ocorre acima
de modo como reflete abaixo.

O Diabo não existe. É um nome falso


inventado (...) implicar uma unidade na
sua confusão ignorante de dispersões.
Um diabo que tinha a unidade seria um
Deus ... 'O Diabo' é historicamente o Deus
de todos os povos inimigos... Esta
serpente, Satanás, não é o inimigo do
homem, mas o que fez de nossa raça
humana "Deuses", conhecendo a si
mesmo "o bem e o mal"; Ele é encontrado
no Livro de Thoth, e Seu emblema é
BAPHOMET, o Andrógino que é o
hieróglifo da perfeição arcana... Ele é,
portanto, a Vida e o Amor. Mas, além
disso, sua carta é ayin, o Olho, de modo
que ele é Luz; e a sua imagem Zodiacal é
Capricórnio, cuja cabra saltando é
atributo da liberdade.[5]

Para Crowley, Baphomet é mais um


representante da natureza espiritual dos
espermatozóides, enquanto também é
simbólico da "criança mágica",
produzido como resultado da magia
sexual.[6] Como tal representa a união
dos opostos, porque misticamente é
personificado em Caos e Babalon
combinados e biologicamente
manifestados com o esperma e o óvulo
unidos no zigoto.

No antimaçonaria e na
teoria da conspiração

Baphomet na Maçonaria, no Fraude de Taxil,


desenho de Pierre Méjanel.
Serge Abad-Gallardo, membro
renunciado da Maçonaria Francesa da
Obediência Maçônica da Ordem
Maçônica Mista Internacional "Direito
Humano", tendo atingido o 18º grau
maçônico, cita o 29º grau maçônico
pertencente aos altos graus maçônicos
como colocando o candidato ao grau
em frente a uma efígie do Baphomet e
ao lado dele um crucifixo que o
candidato deve pisar. Ele interpreta esse
rito maçônico no sentido de que a
glorificação do homem procurado passa
pela rejeição do Deus dos cristãos.[7]
Cyril Dougados, membro renunciado da
Maçonaria Francesa pela obediência
maçônica da Grande Loja Nacional
Francesa, tendo atingido o 32º grau
maçônico, especifica que em notas
avançadas (notas maçônicas altas) o
olho onisciente é substituído por
Baphomet.[8] O ensaísta espanhol
Alberto Bárcena Pérez[9] publicou o ritual
maçônico completo, no qual se encontra
a referência a Baphomet.[7] Da mesma
forma, o ensaísta espanhol Manuel
Guerra Gómez denuncia a procissão de
Baphomet, também no 29º grau
maçônico do rito escocês antigo e
aceito, observando que a genuflexão em
sua homenagem é feita dobrando o
joelho esquerda em vez do joelho direito
para uma genuflexão católica antes do
eucaristia.[10] O Baphomet na Maçonaria
também aparece no Fraude de Taxil,
também no 29º grau maçônico do
antigo e aceito Rito Escocês, o de
"Grande Escocês de Santo André da
Escócia" ou "Cavaleiro de Santo André da
Escócia" em seu Os mistérios da
Maçonaria (1886).[11]

Ver também
Fraude de Taxil
Jahbulon

Referências
1. Michelet, p. 375.
2. Mackenzie (1987), p. 67
3. Hammer-Pürgstall, Joseph von
(1818). Die Geschichte der
Assassinen. Estugarda/Tubinga:
[s.n.]
4. Helena, Tau Apiryon (2009–2000). "A
Basílica invisível: O Credo da Igreja
Gnóstica Católica:. [S.l.]: Um Exame
Verifique data em: |ano= (ajuda)
5. Crowley, Aleister (2004). Maria.
Desti; Leila. Waddell. Himeneu. Beta,
ed Magick: Liber ABA, Book Four.
ISBN 978-0-87728-919-7. York
Beach, Me .: S. Weiser: [s.n.] pp. 1–4
6. Carter, John (2005). Sex and
Rockets: a vida oculta de Jack
Parsons. ISBN 9780922915972 .
EUA: Feral House: [s.n.] pp. 151–153
7. Annelise Dumont, Je ne pouvais plus
rester chez les francs-maçons,
entrevue de Serge Abad-Gallardo,
Écho magazine, numéro=22, date=30
mai 2019, p.34
8. Wednesday Event - La Franc-
maçonnerie - intégrale - partie 1, 14
minutes 15 secondes à 14 minutes
30 secondes, entrevue de Cyril
Dougados
9. Alberto Bárcena Pérez, Iglesia y
masonería: las dos ciudades,
editorial San Roman, (2016).
10. (em castelhano) Manuel Guerra-La
Masoneria.wmv, 17 déc. 2011, 29'30
à 30'15
11. Léo Taxil, Les mystères de la Franc-
maçonnerie, (1886).

Bibliografia
Mackenzie, Kenneth (1987). The Royal
Masonic Cyclopedia. Inglaterra: The
Aquarian Press

Ligações externas
A Wikipédia possui o
Portal do Ocultismo

«Aterradora Transcendência? Uma


Análise Simbólica do Bafomé de
Éliphas Lévi»
«Imagens históricas e modernas de
Baphomet»
«O Baphomet dos Gnósticos - Luz e
Fogo»
«Artigo: Os Mistérios de Baphomet»

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Última modificação há 2 meses por RodsTR


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