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Número da Besta

conceito teológico cristão

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O número da besta ou marca da besta é,


de acordo com a tradição cristã, o
número correspondente ao sinal da
besta.
O número da besta é 666, por William Blake.

Os manuscritos gregos (na realidade


cópias de um protótipo que, ainda que
outros discutem a originalidade, foi
escrito em hebraico) escrevem a frase
como χξϛ´ (666 em forma numérica
grega) ou algumas vezes ἑξακόσιοι
ἑξήκοντα ἕξ ("seiscentos e sessenta e
seis", por extenso).
O texto grego de Codex Alexandrinus do
Novo testamento recita:

"Ὧδε ἡ σοφία ἐστίν• ὁ ἔχων


νοῦν ψηφισάτω τὸν ἀριθμὸν
τοῦ θηρίου, ἀριθμὸς γὰρ
ἀνθρώπου ἐστίν• καὶ ὁ ἀριθμὸς
αὐτοῦ ἑξακόσιοι ἑξήκοντα
ἕξι."
"Hōde hē sophia estin; ho
echōn noun psēphisatō ton
arithmon tou thēriou,
arithmos gar anthrōpou estin;
kai ho arithmos autou
hexakosioi hexēkonta hex."
Na Vulgata, ou Bíblia latina:

"Hic sapientia est. Qui habet


intellectum, computet
numerum bestiae. Numerus
enfim hominis est, et numerus
eius est sescenti sexaginta
sex."

A tradução da tal profecia para o


português seria:

"E faz que a todos, pequenos e


grandes, ricos e pobres, livres e
servos, lhes seja posto um sinal
na mão direita ou na testa,
para que ninguém possa
comprar ou vender, senão
aquele que tiver o sinal, ou o
nome da besta, ou o número do
seu nome. Aqui há sabedoria.
Aquele que tem entendimento
calcule o número da besta,
porque é número de homem; e
seu número é seiscentos e
sessenta e seis."
[1]

Origem

Introdução
A origem da profecia está associada ao
trecho das Escrituras Sagradas Judaico-
Cristã (o termo Judaico-Cristão é
apropriado para caracterizar o conjunto
de livros composto pelo Velho
Testamento e Novo Testamento; a Bíblia
Sagrada dos Cristãos), mais
precisamente no Livro de Apocalipse
(Livro de Revelações escrito por João
Evangelista), no capítulo 13. O livro de
Apocalipse trata de revelações dadas
pelo Deus Bíblico, relatando
acontecimentos proféticos de um
determinado período do tempo da
história, a saber, o último período da
contagem dos dias antes do fim dos
tempos. Sua essência foi usada como
fonte de superstições no decorrer da
história.

A associação do tipo de marca tratado


em Apocalipse 13 faz ênfase ao
costume comum de se marcar aquilo
que lhe é de propriedade. Emblemas
feitos a ferro e aquecidos ao fogo são
usados para marcar e identificar animais
de porte econômico como gados,
cavalos, etc. Uma associação provável
do uso de marcas em homens está
relacionada à téssera, sinal marcado
sobre os escravos romanos. O autor de
Apocalipse associa à restrição do
mercado aos que possuíssem a marca
da besta (Apocalipse 13:16-17)[2]
O número 6 das bestas-feras e o
número de homem

"Aqui há sabedoria. Aquele que tem


entendimento calcule o número da
besta, porque é número de homem; e
seu número é seiscentos e sessenta e
seis." (Apocalipse 13:18)

O número chave que compõe a


expressão "seiscentos e sessenta e seis"
é o número 6 (seis), que aparece de
forma tríplice na sua forma
descritivamente numérica: 666.

"E disse também Deus: Produza a terra


seres vivente, conforme a sua espécie:
animais domésticos, répteis e bestas-
feras, segundo a sua espécie. E assim se
foi. E fez Deus as bestas-feras, segundo
a sua espécie,e os animais domésticos
segundo a sua espécie,e todos os
répteis da terra conforme a sua espécie.
E viu Deus que isso era bom.

Também disse Deus: Façamos o homem


à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes
do mar, e sobre as aves dos céus, e
sobre os animais domésticos, e sobre
toda a terra, e sobre todo réptil que se
rastejam pela terra... E viu Deus tudo
quanto fizera, e eis que era muito bom;
houve tarde e a manhã, o dia sexto"
(Gênesis 1:24-26,31)
A primeira aparição bíblica que leva a
citação ao número 6 aparece no livro de
Gênesis. Em Gênesis capítulo 1, no
trecho b do versículo 31, lê-se: "e foi a
tarde e a manhã: o dia sexto".
Perceptivelmente, durante o processo da
criação dos seres viventes que estão
enquadrados ao período do dia sexto da
Gênesis, entre outras criaturas,
aparecem: as bestas-feras (Gênesis
1:24) e o próprio homem (Gênesis 1:26).

666 e a trindade satânica

"E da boca do dragão, e da boca da


Besta, e da boca do falso profeta vi
saírem três espíritos imundos,
semelhantes a rãs, porque são espíritos
de demônios, que fazem prodígios; os
quais vão ao encontro dos reis de todo o
mundo para os congregar para a batalha,
naquele grande Dia do Deus Todo-
Poderoso" (Apocalipse 16:13-14)

No Apocalipse, todo o complexo dado


para a formação da profecia do fim dos
tempos possui uma estrutura revelada
em forma de uma trindade: o dragão, a
besta e o falso profeta. Visto que 6 é o
número do homem, pois foi criado no
sexto dia por Deus (Gênesis 2:26-31) ; o
número "666" representa uma trindade
humana imitando a trindade divina, a
trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Sendo assim, três vezes seis deve referir-
se a uma estrutura humana homem que
se apresenta como a trindade divina.
Assim como os imperadores romanos e
muitos outros, antes e depois deles, o
Anticristo, chamado também de "O
Assolador" (Daniel 9:27)[3], se julgarão
igual a Deus (2 Tessalonicenses 2:4)[4].

A besta
Durante o decorrer da história, pessoas,
organizações e mercadorias acabaram
por receber o atributo de serem
manifestações da Besta por possuírem
um perfil apologético, não só em relação
ao número referenciado, mas também
por terem um perfil com índole
maquiavélica, soberba e profana,
segundo referências em costumes de
cunho cristão. Um exemplo é dado pelos
estudiosos que editaram uma versão da
Bíblia chamada "Bíblia de Jerusalém"
(ISBN 85-349-2000-1), que atribuem a
Nero o Número da Besta a que se refere
João em Apocalipse, já que em grego e
em hebraico eram atribuídos valores
numéricos às letras segundo o lugar que
elas ocupavam no alfabeto, coincidindo
a quantificação do nome de Nero (César-
Neron) com o número; e, juntando o fato
de que os cristãos, na época em que foi
escrito o Apocalipse, viriam a sofrer
sangrentas perseguições por parte de
Roma e do Império romano. Tal
conclusão, porém, não representa o
entendimento unânime entre as Igrejas
Cristãs, que entendem que o conteúdo
tratado por João Evangelista são de
acontecimentos futuros (profecias) à
época da transcrição do Apocalipse.

Segundo estudiosos, o mencionamento


bíblico faz referências a duas bestas: a
Besta que sobe do mar (versículo 13:1a)
e a Besta que sobe da terra (versículo
13:11a); dando ênfase à duas atividades
distintas de uma mesma manifestação
proposital. Um monstro com várias
cabeças, adornada com chifres e
diademas, que se ergueria no cenário
profético impactando aqueles que se
deparam com tal profecia.

A besta que subiu do mar

"Então vi subir do mar uma besta que


tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre
os seus chifres dez diademas, e sobre
as suas cabeças nomes de blasfêmia."
(Apocalipse 13:1)

A besta que subiu da terra

"E vi subir da terra outra besta, tinha dois


chifres semelhantes aos de um cordeiro;
e falava como dragão." (Apocalipse
13:11)
As interpretações aqui dadas dão ênfase
à palavra cordeiro com a intenção de
pôr-se semelhante ao Messias, o Cristo,
que também é chamado de "O Cordeiro
de Deus" que tira o pecado do mundo; e
a palavra dragão como um
complemento profético distinguindo-o
como uma espécie de "Messias do
Diabo", já que a palavra Dragão o próprio
Apocalipse dá o seu significado: "E foi
precipitado o grande dragão, a antiga
serpente, chamada o Diabo e Satanás,
que engana todo o mundo" (Apocalipse
12:9).[5]

Este trecho revela o surgimento de um


suposto remidor (cordeiro) que fará
oposição (dragão) a Cristo, e exigirá ser
adorado, e sua adoração acarretaria em
total idolatria, gerando a desqualificação
do Deus bíblico e de Jesus Cristo (1ª
João 2:22[6]; 1ª João 4:3[7]; 2ª João
1:7[8]), acarretando a condenação
perpétua do indivíduo que a tal criatura
adorar (Apocalipse 14:9-11)[9].

A Grande Babilônia

Daniel 3.

"E levou-me em espírito a um deserto, e


vi uma mulher assentada sobre uma
besta de cor de escarlata, que estava
cheia de nomes de blasfêmia, e tinha
sete cabeças e dez chifres. E a mulher
estava vestida de púrpura e de escarlata,
e adornada com ouro, e pedras
preciosas e pérolas; e tinha na sua mão
um cálice de ouro cheio das
abominações e da imundícia da sua
prostituição; E na sua testa estava
escrito o nome: Mistério, a grande
babilônia, a mãe das prostituições e
abominações da terra." (Apocalipse 17:3-
5)

No trecho bíblico referente a época da


Babilônia, temos o relato de Daniel sobre
a exaltação do governo da Babilônia
como forma de instituição de uma
Religião mediante o governo de
Nabucodonozor. Uma estátua foi erigida
para adoração, na qual possuía medidas
de 60 covâdos de altura e 6 covados de
largura. No modelo Bíblico, o governo da
Babilônia comete "blasfêmia" ao não
adorar o deus judaico-cristão.

Superstições aos números


Os números 13 e 666 retêm um
significado peculiar na cultura e
psicologia das sociedades ocidentais. É
perceptível como muitos tentam evitar
os supostos números de "azar" 13 e 666;
e as fobias a esses números são
chamadas de "triscaidecafobia" e
"hexacosioihexecontahexafobia",
respectivamente. Por exemplo, quando a
gigantesca fábrica de CPU Intel
introduziu o Pentium III 666 MHz em
1999, eles escolheram para o mercado o
Pentium III 667 com o pretexto de que a
velocidade 666,666 MHz teria mais
específicamente proximidade ao inteiro
667 do que o inteiro 666 MHz.
Curiosamente, também, da mesma
forma a empresa desenvolvedora de
softwares Corel, ao lançar o que seria a
versão 13 do seu conjunto de
ferramentas para editorações gráficas,
os lançou batizando-os de CorelDraw
Graphics Suite X3, que é a versão 13 e
posterior a versão 12, caracterizando
assim sua superstição ao número.

A organização mundial Scholas


Occurrentes, promovida pelo papa
Francisco e voltada para a inclusão
educativa e a paz rejeitou uma doação
de 16,666 milhões de pesos (equivalente
a US$ 1,1 milhão) do governo argentino.
Em carta aos diretores José María del
Corral and Enrique Palmeyro, o papa
disse que a quantia era grande demais
para um momento tão complicado no
país. Em carta para o chefe de gabinete
argentino Marcos Peña, os diretores do
Scholas Occurrentes confirmaram a
decisão de suspender a doação levando
em consideração que alguns poderiam
interpretar errado o gesto.

Há também a superstição de que o


número "666" esteja vinculado ao
sistema do código de barras, que tem 6
números a cada conjunto de barras; ou
ao IPv6, lançado em 6 de junho de
2012.[10]

Ver também
Gematria
Código da Bíblia

Notas e referências
1. «Apocalipse 13:16-18» . Consultado
em 20 de agosto de 2011. Arquivado
do original em 20 de abril de 2014
2. https://www.bibliaonline.com.br/acf/
ap/13/17
3. https://www.bibliaonline.com.br/acf/
dn/9/27
4. https://www.bibliaonline.com.br/nvi/
2ts/2
5. https://www.bibliaonline.com.br/nvi/
busca?q=Apocalipse+12%3A9
6. https://www.bibliaonline.com.br/acf/
1jo/2/22
7. https://www.bibliaonline.com.br/acf/
1jo/4/3
8. https://www.bibliaonline.com.br/acf/
2jo/1
9. https://www.bibliaonline.com.br/acf/
ap/14/9-11
10. http://www.av1611.org/666/barcode
.html Código de barra número 6

Bibliografia
Ammannati, Renato (2010).
Rivelazione e Storia. Ermeneutica
dell'Apocalisse. [S.l.]: Transeuropa
Bass, Ralph E., Jr. (2004) Back to the
Future: A Study in the Book of
Revelation, Greenville, South Carolina:
Living Hope Press, ISBN 0-9759547-0-
9.
Bauckham, Richard (1993). The
Theology of the Book of Revelation .
[S.l.]: Cambridge University Press
Beale, G.K.; McDonough, Sean M.
(2007). «Revelation». In: Beale, G. K.;
Carson, D. A. Commentary on the New
Testament Use of the Old Testament .
[S.l.]: Baker Academic

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title=Número_da_Besta&oldid=59359767"

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