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REDE DE ENSINO KUALITY BRASIL

TÍTULO: A DOR
Subtítulo
A DOR E A PANDEMIA

FEVEREIRO
2021
REDE DE ENSINO KUALITY BRASIL

Kamila Oliveira Santos

TÍTULO: A DOR

Subtítulo
A DOR E A PANDEMIA

Trabalho apresentado ao curso Técnico em


Enfermagem, disciplina de Psicologia, do
Prof. Magnum Vieira, como forma parcial
de avaliação.

FEVEREIRO
2021
1.INTRODUÇÃO

Quando refletimos sobre sintomas relacionados à saúde, uma das primeiras associações que
fazemos é com a dor. Ela é um dos sintomas que mais estão presentes no dia a dia, nos
incomodando e prejudicando nossas atividades. O sentimento “dor”, contudo, é muito amplo e
merece ser discutido por toda sociedade como um todo.
A pandemia de Covid-19, que já causou mais de meio milhão de mortes, teve uma série de
desdobramentos na rotina, na economia e na nossa relação com os outros. Fatores como trabalhar
em casa, lidar com tarefas simultaneamente e parar de fazer exercícios tornaram-se comuns ao
longo dos últimos meses e, claro, cobram o preço em diversas instâncias da saúde.
É importante entender que a dor pode significar muito além do que a dor física que
sentimos quando cortamos algo, por exemplo. O desconforto envolvido pode ser resultado de
medos, angústias e aflições, podendo acarretar diferentes “níveis” de dor em cada indivíduo.
Os desconfortos psicológicos e emocionais não atingiram apenas as pessoas afetadas
pela doença e suas famílias, mais também os profissionais que trabalham na linha de frente,
sobretudo aos que atuam nos cuidados intensivos. As equipes de saúde experimentam significativo
de dor em seu trabalho.
2. DESENVOLVIMENTO

A dor foi conceituada pela Associação Internacional para Estudos da Dor (International
Association for the Study of Pain – IASP) como “uma experiência sensorial e emocional
desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais
lesões”, ou seja, a dor é uma sensação muito pessoal e subjetiva, que envolve aspectos culturais e
específicos de cada um, podendo ter influências sociais e psíquicas, levando assim a depressão,
ansiedade, doenças comuns que vem junto com a dor e muitas das vezes não é percebida pelos seus
familiares e pessoas próxima (IASP, 2010). 
Segundo Biernath (2020), uma primeira pista disso vem das farmácias: ainda em março de
2020, a compra de analgésicos isentos de prescrição teve um aumento de 62% no Brasil em
comparação com o mesmo período do ano passado. á em maio, foi a vez de as pomadas e os
emplastros subirem 10%. Os números fazem parte dos relatórios da Iqvia, consultoria que faz a
coleta de estatísticas do mercado de saúde e bem-estar. Outra evidência desse fenômeno chega da
internet: um levantamento realizado pelo Google a pedido de VEJA SAÚDE revela que nunca os
brasileiros buscaram tanto por dor quanto em maio de 2020. A procura por “dor de cabeça” se
elevou em 33% entre 15 de março e 20 de junho na comparação com as mesmas datas de 2019. Já
“dor nas costas” passou por um crescimento de 22%.
Indo ao encontro dessa definição, (Cicely Saunders) apresentou o conceito de Dor Total, que
envolve a complexidade de todos esses aspectos e chama a atenção para a multidimensionalidade da
dor e do sofrimento. O sofrimento é sentido e não percebido de modo que a dor total toma conta do
seu corpo e alma trazendo com isso o sofrimento e vazio, a sensação de estar sozinho aumenta, a
solidão, os pensamentos negativos. De acordo com essa visão, o sofrimento surge associado a um
conjunto de situações negativas da vida do ser humano, com potencial de gerar desconfortos em
diversas esferas (IASP, 2010). 
Têm-se as esferas da dor emocional, da dor social, da dor espiritual e da dor física. Em meio
à pandemia, todos esses aspectos podem estar comprometidos. Na dimensão social, o medo do
isolamento, a perda dos papéis sociais e as dificuldades de comunicação geram desconforto. Em
relação à dor emocional, o que estamos vivendo repercute em mudanças de humor e desesperanças,
por exemplo. No que tange à dor espiritual, nos questionamos os significados da vida
frequentemente. Finalmente, na dimensão física, dificuldades para dormir e mudanças no apetite
estão cada vez mais presentes, sendo o conjunto de todos esses fatores desencadeadores ou
agravantes de síndromes crônicas dolorosas (IASP, 2010).
Não é exagero afirmar que a dor da pandemia trouxe varias reflexões, frase dita pela pintora
Frida Kahlo (1907-1954), Em A Coluna Quebrada, por exemplo, ela substitui suas próprias
vértebras por um pilar greco-romano com várias rachaduras, enquanto seu corpo está cheio de
pregos cravados na pele. “Minha pintura traz consigo a mensagem da dor”, disse certa vez a artista.
De várias maneiras, o mundo está vivendo hoje algo que aparece com angústia e pulsação nas telas
de Frida: a pandemia de Covid-19, que já causou mais de meio milhão de mortes, teve uma série de
desdobramentos na rotina, na economia e na nossa relação com os outros. Fatores como trabalhar
em casa, lidar com tarefas simultaneamente e parar de fazer exercícios tornaram-se comuns ao
longo dos últimos meses (BIERNATH, 2020).
As restrições, as medidas de proteção acabam trazendo dor também, o fato de você não
poder viver livre conviver com seus familiares acarretam em dor sentimental, a falta de conviveu
com pessoas que você ama causa sofrimentos e depressões difíceis de serem notadas. Primeiro, as
evidências que mostram que a dor social ativa as regiões neurais relacionadas à dor são
revisadas. Em seguida, estudos que exploram algumas das consequências esperadas de tal dor
física - dores sociais sobreposição são resumidos. Esses estudos demonstram que a) indivíduos que
são mais sensíveis a um tipo de dor também são mais sensíveis a outro eb) fatores que aumentam ou
diminuem um tipo de dor alteram o outro de maneira semelhante. Finalmente, é discutido o que
esses substratos neurais compartilhados significam para nossa compreensão da experiência
socialmente dolorosa (OMS, 2018). 
De uma hora para outra, comércio, indústria, escolas e centros de lazer e atividade física
fecharam e a mobilidade das pessoas ficou restrita. Quem pôde e dispôs dos recursos necessários
isolou- -se em casa, adotou o trabalho remoto e passou a ajudar os filhos com as aulas virtuais.
Homens e mulheres começaram a usar máscara em locais públicos e o contato físico foi
desestimulado – desapareceu o beijo no rosto e até o aperto de mão. Os que precisam ir às ruas
convivem com receio de contrair o vírus e quem se infecta experimenta, além de sintomas físicos, o
medo de desenvolver a forma grave da doença e precisar de internação, Apesar do pouco tempo
desde o começo da pandemia, estudos iniciais sugerem que as mudanças na rotina e o temor de
contrair a infecção e adoecer começam a elevar o número de casos de sofrimento psicológico – e
possivelmente de problemas psiquiátricos (FERREIRA, 2020)
Os profissionais e os trabalhadores de saúde envolvidos direta e indiretamente no
enfrentamento da pandemia estão expostos cotidianamente ao risco de adoecer pelo coronavírus,
sendo que a dor sofrida por eles se tornam ainda maior que caracteriza este contingente da força de
trabalho determina formas diferentes de exposição, tanto ao risco de contaminação quanto aos
fatores associados às condições de trabalho. Problemas como cansaço físico e estresse psicológico,
insuficiência e/ou negligência com relação às medidas de proteção e cuidado à saúde desses
profissionais, ademais, não afetam da mesma maneira as diversas categorias, sendo necessário
atentar para as especificidades de cada uma, de modo a evitar a redução da capacidade de trabalho e
da qualidade da atenção prestada aos paciente (IASP, 2010).
A exacerbação da dor e outros sintomas, bem como sofrimento psicológico grave, com
ansiedade ou mesmo pânico, podem conduzir a situações de emergência que necessitam de ação
imediata. Nestas emergências, o início do alívio dos sintomas não deve ser adiado indevidamente
por avaliação ou um diagnóstico diferencial, prolongados. (IASP, 2010).
Assim, os trabalhos analisados não incluem a análise das desigualdades e hierarquias
próprias à equipe de saúde, não somente nas relações entre médicos e enfermeiras/as, médicos/as,
técnicas de enfermagem, mas também com relação a outros profissionais envolvidos no cuidado aos
pacientes de COVID-19, como fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, etc. Que compartilham da
mesma dor sofrida por aqueles que não estão na linha de frente, de trabalhadores envolvidos no
transporte de pacientes, como motoristas, maqueiros ou a força de trabalho responsável por serviços
de higiene e limpeza no âmbito hospitalar e em outros serviços de saúde, bem como sepultadores e
outros trabalhadores que também estão expostos ao risco de contaminação pelo COVID-19.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dor por sua vez é algo que não temos controle em relação ao surgimento por se tratar de
algo complexo e sensorial. Em toda história humana sabemos que a dor é um fator preocupante e
que ao longo do tempo a ciência vem estudando meios para amenizar ao até mesmo sanar. A
questão é que existe vários fatores causadores de dor, como também vários tipos de dor, como a
física e a emocional.
A pandemia do COVID19 tem sido um grande contribuidor para o aumento da dor no
mundo, principalmente as dores emocionais que tem contribuído para o aumento das doenças
emocionais, como a depressão e até outros transtornos relacionado ao pânico. O medo favorece o
desenvolver dessas patologias. Os Estados fecharam o comercio e área de lazer, modificando a
rotina das pessoas e as prendendo em casa, contribuiu bastante para esse aumento de dor emocional.
Diante do exporto vemos que a dor está presente em várias situações independente de cultura ou
crença, e que é muito importante o trabalho preventivo como também o paliativo na tentativa da
diminuição dessa dor.
REFERÊNCIAS
BIERNATH, André. AS MUITAS DORES DA PANDEMIA: Trabalho em casa, sedentarismo e
estresse dos dias atuais têm um desdobramento direto e doloroso em músculos, articulações e outras
estruturas do corpo. [S. l.], 17 jul. 2020. Disponível em: https://saude.abril.com.br/especiais/as-
muitas-dores-da-pandemia/. Acesso em: 25 fev. 2021.

FERREIRA, Esther Angélica Luiz. Série: Dor e Pandemia – conceitos e reflexões: Cuidados


Paliativos,Público Alvo: Geral,Público Alvo: Técnico. [S. l.], 8 jul. 2020. Disponível em:
https://www.informasus.ufscar.br/serie-dor-e-pandemia-conceitos-e-reflexoes/. Acesso em: 25 fev.
2021.

INTERNATIONAL ASSOCIATIONS FOT HE STUDY OF PAIN . [Associação Internacional para


o Estudo da Dor] – (IASP). Guia para o Tratamento da Dor em Contextos de Poucos Recursos.
Seattle: IASP; 2010. 418 p. Disponível em: https://s3.amazonaws.com/rdcms-
iasp/files/production/public/Content/ContentFolders/Publications2/FreeBooks/GuidetoPainManage
ment_Portuguese.pdf. Acesso em: 24 fev 2021.

Organização Mundial da Saúde. (2018). Integrando cuidados paliativos e alívio de sintomas em


respostas a emergências e crises humanitárias: um guia da OMS. Organização Mundial da
Saúde. https://apps.who.int/iris/handle/10665/274565 . Acesso em: 25 fev. 2021.

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