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“ABREU, K.C.; MELLEK, D.M; LIMA, F.S. & CULLEN, L.Jr.. 2009.

O
envolvimento comunitário na intervenção da predação de rebanhos domésticos
no Alto Rio Paraná. Educação e Extensão Socioambiental. Caderno Técnico do
IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. 1(1). Pg. 25-38.”

O ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO NA INTERVENÇÃO DA PREDAÇÃO DE REBANHOS


DOMÉSTICOS NO ALTO RIO PARANÁ.

Kauê Cachuba de Abreu¹,²; Daniel Mandryk Mellek²; Fernando Silva Lima¹; Laury Cullen Jr.¹

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados parciais do trabalho realizado
pelo IPE, em parceria com o LABCEAS, na região dos remanescentes florestais do alto Rio
Paraná. Este projeto busca, ao mesmo tempo, informações sobre as ocorrências de ataques dos
grandes felinos em rebanhos de animais domésticos e intervir nos conflitos entre as atividades
agropecuárias vs manutenção de carnívoros silvestres. Espera-se promover, através das
atividades do projeto, a possibilidade de manejo destes conflitos e, enfim, conseguir minimizar as
perdas econômicas aos agricultores decorrentes dos ataques dos grandes felinos e, por outro
lado, evitar o abate indiscriminado destes animais. O método utilizado é a realização de testes
de intervenção agropastoril, a partir de técnicas como áreas de exclusão, cães de proteção,
cercas elétricas, estímulos aversivos, repelentes e outras metodologias sugeridas para controle.
Neste processo, a participação e envolvimento dos diferentes setores da sociedade tornam-se
fundamentais tanto para o sucesso das ações como para a proposição de cenários e estratégias
de intervenção efetivas, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida regional.

Palavras chave: Extensão rural, Carnívoros, Felidae, Rebanhos domésticos, Controle.

1. INTRODUÇÃO

O histórico de exploração da Floresta Estacional Semidecidual (Eiten, 1974) resultou no que é


hoje a mais ameaçada tipologia florestal do bioma Floresta Atlântica. Este bioma encontra-se
atualmente distribuído em fragmentos florestais que, em conjunto, representam
aproximadamente (5%) de sua área original (Dean, 1996; SOS Mata Atlântica & INPE, 1993).
Dentro deste cenário de destruição, os médios e grandes mamíferos silvestres sofreram, e ainda
sofrem, de um rápido declínio populacional que é associado a perda de habitat, endogamia e
problemas genéticos associados ao isolamento geográfico e epizootias, que variam de acordo
com a região.

Mesmo que sejam encontrados registros de indivíduos em fragmentos florestais, a quantidade de


indivíduos e a disponibilidade de recursos, na maioria das localidades, não são suficientes para
manter uma população estável em longo prazo (i.e. de 50 a 100 anos). Isto ocorre porque os
mamíferos, de maneira geral, necessitam de grandes áreas de uso além de apresentar alto
índice de territorialidade. Neste cenário, a classe Mammalia citada por alguns autores como a
mais exposta a ameaças de extinção (Schierholz 1991).
Atividades para propiciar ações de intervenção para controle não-letal de carnívoros silvestres
envolvidos em conflitos com rebanhos domésticos (Swartz, 1991; Kellert et al., 1996; USDA,
1999; Crawshaw, 2003; Cavalcanti, 2002; 2003), funcionando como alternativa as condições de
perseguição e abate indiscriminados realizados para controle da população de espécies
carnívoras, bem como o controle e prevenção de danos causados aos rebanhos domésticos,
atitudes estas que encontramos na cultura humana de exercer perseguições sistemáticas as
espécies de grandes felinos (onça-pintada ou jaguar, Panthera onca e o puma ou suçuarana,
Puma concolor) como forma de controle (Crawshaw, 2002; Cavalcanti, 2002; Hoogesteijn &
Hoogesteijn, 2003; Cavalcanti, 2003; Crawshaw, 2003; Crawshaw et al. 2004; Palmeira, 2004;
Cullen et al, 2005²; Cullen, 2007).

Alem de termos a existência de legislação especifica para abate de animais silvestres (Lei 9.605
de 12 de fevereiro de 1998). “O artigo 36 abre uma exceção e não considera crime quando o
abate de animais silvestres é realizado para proteger lavouras e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais. Porém, situações em que o controle seja necessário, devem ser
legalmente autorizadas e fundamentadas com bases científicas provenientes de trabalhos com
bases ecológicas e comportamentais das populações silvestres” (Cavalcanti, 2003; Boutin, 2005;
Cullen et al, 2007).

Esperamos com a realização de extensão rural e ação pratica de intervenção, testar algumas
técnicas de controle não-letal dos carnívoros silvestres, intervindo no manejo agropastoril e
proporcionar a comunidade, um melhor entendimento deste conflito (Swartz, 1991; USDA, 1999;
Crawshaw, 2003; Cavalcanti, 2002, 2003; Hoogestejin & Hoogestejin, 2003).

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

Na região do remanescente natural dos ecossistemas florestais associados da planície de


inundação do alto Rio Paraná (Figura 1), temos como os grandes remanescentes naturais
protegidos nos Estado de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul encontramos o Parque
Estadual do Morro do Diabo (36.000 ha), Estação Ecológica Mico-Leão-Preto (EsEcMLP) (6.677
ha), a Estação Ecológica do Caiuá (EsEcC) (1.647 ha) o Parque Nacional de Ilha Grande (PNIG)
(78.000 ha) o Monumento Natural de Naviraí (MNN) (15.000 ha) e o Parque Estadual das Ilhas e
Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI) (73.000 ha) como os remanescentes mais expressivos do
mosaico caracterizado na região (Ferrari-Leite, 1998; Ditt et al, 2002; Valladares-Padua et al,
2002; Diehl, 2003; Cullen et al., 2005²; Tofoli & Lima, 2007; Cullen, 2006; Abreu et al., 2008).

Para os testes foram selecionadas propriedades em localidades com existência de


remanescentes florestais que foram visitados na busca de informações sobre a estrutura do
ambiente florestal e a integridade da comunidade de mamíferos silvestres. Nestas regiões
também foram realizadas buscas de informações sobre os diferentes conflitos entre as
atividades humanas e espécies silvestres, buscando pessoas da comunidade local com
características para participação nas diferentes atividades realizadas.
As áreas onde estão inseridas as propriedades rurais em que realizamos os testes tem
realidades diferenciadas nas características de paisagens, conflitos, conectividade do mosaico
florestal remanescente e proximidades com áreas fontes de biodiversidade.

Foram monitoradas propriedades particulares com diferentes realidades nas atividades


desenvolvidas, tipos de rebanhos domésticos, tipo de manejo dos rebanhos, qualidade ambiental
e qualidade social.

Devido a muitas destas características, tentamos nos manter imparciais na escolha das ações a
serem testadas para incentivarmos a participação e o envolvimento dos interessados.

Métodos

Para mantermos as atividades de intervenção com critérios para obtermos boas informações
sobre o conflito em questão, nas propriedades monitoradas, foram identificadas pessoas da
comunidade regional que apresentaram interesse e aptidão para realizarem as atividades.

Estas pessoas são representantes dos diferentes setores da sociedade local como campeiros e
funcionários das propriedades envolvidas, bem como pessoas da REMAVOU (Rede de
Monitores Ambientais Voluntários no Corredor de Biodiversidade Caiuá – Ilha Grande),
funcionários do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), CORIPA (Consórcio Intermunicipal para
Conservação do Remanescente do Rio Paraná e Áreas de Influencia), COMAFEN (Consórcio
Intermunicipal da APA Federal do Noroeste do Paraná), EMATER (Instituto Paranaense de
Assistência Técnica e Extensão Rural), FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), SEAB
(Secretaria Estadual de Abastecimento e Agricultura). Os voluntários foram envolvidos em
atividades de extensão rural, coletas de informações em campo, auxiliando na manutenção da
base de dados e, quando preciso, realizar vistorias in loco.

Para a obtenção de dados referentes à comunidade silvestre e espécimes envolvidos em


conflitos foram utilizadas armadilhas fotográficas usadas em eventos pontuais para obter
informações de espécimes em ocasiões de conflitos e dispostas em grids sistematizados em
áreas de remanescentes florestais em Unidades de Conservação e propriedades particulares.

Na realização dos testes de intervenção foram utilizadas diferentes ferramentas nas seguintes
ações em diferentes propriedades rurais (n°=27):

1. Realizamos modificações no manejo do gado, através de modificações de áreas de


pastoreio, categorias de idades dos rebanhos e confinamento noturno.

2. Instalamos cercas elétricas e de alambrado para implementarmos barreiras físicas para


impedir acessos das diferentes espécies de carnívoros.

3. Utilizamos uma ferramenta para defesa de rebanhos domésticos, diferentes raças


caninas, estas foram desenvolvidas com a finalidade de aprimorar cães inigualáveis
capazes de impedirem o acesso de qualquer agressor ao rebanho e fiel ao protegido.
4. Propiciamos a iluminação das áreas de confinamento e pastoreio noturno dos rebanhos
domésticos.

5. Trabalhamos com afugentamento de agressores para inibir atitudes de reincidência dos


ataques em rebanhos domésticos.

6. Implantamos áreas de exclusão para os rebanhos domésticos, diminuindo o acesso das


criações aos remanescentes florestais.

7. Realizamos um micro-zoneamento da paisagem nas áreas aonde ocorrem ataques.

8. Somente acompanhamos o manejo atual do rebanho.

Para termos os parâmetros de comparação em diferentes condições, mantemos áreas controle


em diferentes localidades no alto Rio Paraná (Estado do Mato Grosso do Sul). Nesta região é
possível encontrar remanescentes florestais com a ocorrência das espécies carnívoras em
diferentes densidades nas áreas limítrofes com áreas utilizadas para a criação de rebanhos
domésticos de diferentes raças, técnicas de manejo, condições ambientais e qualidade da
paisagem.

 Controle 1

Rio Pirajuy: Está área de controle é o retrato da situação instalada na maior parte da região.
Apresenta grandes propriedades vizinhas a assentamentos de reforma agrária, caracterizada por
pequenas propriedades. Apresenta densidades baixas para as espécies de grandes felinos,
problemas de uso desmedido dos recursos e espaços naturais, divisões das terras particulares,
falta de APP – Área de Preservação Permanente e RL - Reserva Legal e atividade cinegética
acentuada.

Em uma das propriedades da área foram implantados cães de proteção à três anos juntamente
com um sistema de rodízio dos piquetes no rebanho bovino e em outra propriedade foram
mantidos animais nos rebanhos com o comportamento de proteção do rebanho bovino que é
mantido de forma extensiva.

 Controle 2

Rio Mirim: A oportunidade que temos nesta área controle é única na região, pois a condição
ambiental é de um continuo florestal, conectado as maiores e mais importantes áreas de
remanescentes na planície de inundação, caracterizando as unidades de conservação de uso
indireto na região do alto Rio Paraná.

Esta área de controle está dividida em duas áreas de pastoreio distintas: uma com condições de
pastoreio rotacional e outra com um sistema extensivo de manutenção dos rebanhos de gado
bovino. Nesta área controle a única intervenção realizada pelas atividades do projeto foi à
mudança de categorias de idade nos rebanhos que são mantidos em piquetes com maior
incidência de ataques de grandes felinos aos animais domésticos.

 Controle 3

Rio Curupay: Nesta paisagem temos uma condição de remanescentes florestais em meio às
pastagens utilizadas em um sistema rotacional do gado bovino e criação intensiva de carneiros.
Temos uma condição de conexão com certa ligação existente entre os fragmentos florestais e
remanescentes de APP. Nesta área controle temos implantada como forma de intervenção, cães
de proteção nos rebanhos de ovino e bovino.

 Controle 4

Rio Esperança: Temos nesta paisagem uma condição ambiental com fragmentos de diferentes
tipologias florestais em meio às áreas de pastagem extensiva de rebanhos de gado bovino e
uma proximidade com uma das maiores fontes de biodiversidade do alto Rio Paraná.

Testamos a eficiência de diferentes técnicas de manejo, comparando os seus resultados quanto


à eficiência para evitar perdas econômicas e ambientais, sendo em sua quase totalidade as
diferentes recomendações que utilizamos já descritas e submetidas a testes, para minimizar os
conflitos entre a existência dos carnívoros silvestres e produção de rebanhos domésticos
(Swartz, 1991; USDA, 1999; Crawshaw, 2003; Cavalcanti, 2002, 2003; Hoogentejin &
Hoogestejin, 2003; Macdonald & Sillero-Zubiri, 2002; Treves & Karranth, 2003).

Para a realização dos testes nas fazendas com características e fatores facilitadores para
programar as diferentes intervenções, foram definidas as ações juntamente com os proprietários
e trabalhadores. Assim temos que a maioria das ações foram realizadas em associações entre
as diferentes técnicas.

Assumimos siglas, que dão referencias aos testes de intervenção, divididos pelas diferentes
espécies silvestres registradas nos eventos de conflitos e manter a integridade das propriedades
envolvidas no estudo, (Ex.: PO-1, PC-2.6; onde PO – Panthera onca (onça-pintada), PC – Puma
concolor (puma), PY - Puma yagouarundi (gato-mourisco), CB - Chrysocyon brachyurus (lobo-
guará) e os números se referem às diferentes ações implantadas).

Das diferentes técnicas para realização de intervenções no conflito entre a produção de


rebanhos domésticos vs carnívoros silvestres, nós realizamos ações principalmente consistindo
em barreiras físicas e agentes aversivos, propiciando oportunidades de convivência para a
manutenção das espécies silvestres e manutenção da qualidade de produção (Eriksson et al.
2002; Crawshaw, 2002; Kellert et al. 1996; Cullen Jr., 2006).

Barreiras físicas consistem em utilizarmos ferramentas que irão inibir e dificultar o acesso de
predadores silvestres aos animais de um rebanho doméstico, através de cercas nas áreas de
pastagem, bem como em áreas de exclusão de animais domésticos, dificultando o acesso do
rebanho aos remanescentes florestais, para diminuirmos as chances de ataques com sucesso
das espécies carnívoras.

Agentes aversivos são toda e qualquer ferramenta que possamos utilizar para causar certo
desconforto para a espécie predadora, podendo assim agir com estímulos físicos, sensoriais e
comportamentais. Utilizando para isto ferramentas como substancias com paladar desagradável,
cães treinados para impedirem acesso de invasores, “inprints” comportamentais de medo, como
repelentes e utilização de agentes sonoros, entre outras possibilidades.

Mantemos ações de manejo agropastoril utilizando cães de proteção para os rebanhos, sendo
esta ferramenta reconhecida como eficiente técnica para inibir ataques de espécies carnívoras
ou invasoras. A utilização de cães rastreadores e pastores funcionam como alternativa de
intervenção, reconhecidamente eficiente, para remediar e minimizar os problemas de conflitos
carnívoros vs rebanhos domésticos, apresentando-se como a metodologia de controle mais
seletiva (Dolbeer et al., 1994; Gese, 2006; Swartz, 1991; USDA, 1999; Crawshaw, 2003;
Cavalcanti, 2002, 2003).

Temos na utilização dos cães rastreadores uma importante ferramenta para otimizarmos a
obtenção de diferentes informações a respeito das espécies de felinos e suas atividades na
paisagem fragmentada do alto Rio Paraná, rastreando longas distancias na busca de material
biológico derivado das espécies de grandes felinos existentes na região.

Quando necessário os cães de rastreamento serão utilizados em diferentes atividades, como no


rastreio e busca de marcas deixadas no ambiente pelas atividades das espécies de felinos,
ações de repelente e afugentamento de animais reincidentes envolvidos em ocorrências de
ataques a rebanhos domésticos.

RESULTADOS E DISCUÇÃO

Realizamos testes de intervenção em 27 propriedades rurais, envolvimento direto de 55


propriedades e indireto de 127 propriedades, assim envolvemos 322 famílias, realizamos 5
seminários comunitários em locais de fácil acesso para moradores nas diferentes localidades da
região, envolvimento direto de 79 gestores, municipais, estaduais e particulares.

Com as atividades voltadas para o extencionismo rural, realizamos a capacitação de 16


componentes da REMAVOU (Rede de Monitores ambientais Voluntários), 5 estagiários de nível
médio e 4 técnicos de campo das diferentes comunidades locais.

Para propiciarmos um melhor entendimento do problema para os populares, utilizamos 500


cartilhas, abordando os problemas e manejo dos conflitos de predação de rebanhos domésticos
por grandes felinos, distribuídas para os proprietários da região do Corredor Caiuá – Ilha Grande
e APA das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, proporcionado pela ação conjunta do IPÊ (Instituto de
Pesquisas Ecológicas), CENAP/ICMBio (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de
Mamíferos Carnívoros/Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) e o COMAFEN (Consorcio
municipal para a conservação do Rio Paraná).
Das fazendas amostradas no estudo (nº=27), em apenas 6 propriedades foram registrados
ataque desferidos por carnívoros com sucesso, resultando em 27 cabeças de rebanhos abatidos,
sendo 6 abatidos por puma (Puma concolor), 16 por onça-pintada (Panthera onca), 2 por lobo-
guará (Chrysocyon brachyurus) e 2 por cães domésticos (Canis familiares).

Nestas propriedades realizamos a implantação e construção de 78m² de estabelecimento físico


para manutenção das atividades de cinofilia, implementamos 280m de barreiras físicas em
diferentes propriedades, adequações de manejo com estruturas físicas, somando-se 102m² em
diferentes propriedades e realização de investimentos por parte dos diferentes particulares, em
suas propriedades envolvidas nas atividades do Projeto Predação, somando-se aproximados
R$80.000,00 (variando de pequenas modificações estruturais de baixo custo até investimentos
consideráveis, variando de R$60,00 em adequações e benfeitorias adequadas a cada realidade
das propriedades rurais).

Em muitos países temos maior demanda de atividades de manejo direcionadas a minimizar as


perdas econômicas causadas por espécies de carnívoros em fazendas de produção de rebanhos
domésticos, pois muitas vezes é o problema mais sério enfrentado por produtores (Frank &
Woodroffe, 2001), enquanto que em rebanhos na região do estudo temos como principais
causas de baixas os incidentes com raios, acidentes ofídicos, roubos e incidência de doenças
(Abreu et al., 2008¹).

A ocorrência de ataques na região do estudo é considerada baixa em vista a outras


documentações do gênero (Boulhosa, 2000, Palmeira, 2002) sendo que na maioria das
ocorrências como principal criação envolvidas temos ovinos e bovinos com menos de um ano de
idade e o predador geralmente envolvido é o puma (Puma concolor), coincidindo com
propriedades ou proximidades que apresentam na paisagem, falhas no uso das técnicas de
manejo agropastoril, uso e manejo do solo indevido, sem características ou aptidão para a
produção agropecuária; atividades cinegéticas com diferente intensidade e pressão sobre a
comunidade remanescente, principalmente de mamíferos de médio e grande porte, tendo estes
fatores grande influencia sobre a ocorrência dos eventos (Crawshaw, 1995; Cullen Jr. et al.,
1999; Sanderson et al., 2002; Macdonald & Sillero-Zubiri, 2002; Crawshaw Jr. et al., 2003; Cullen
Jr. et al., 2005; Cullen Jr., 2006; Abreu et al., 2008¹).

Puma yagouarundi (É. Geoffroy Sant-Hilare, 1885)

Nome regional: gato-gráfite, gato-mourisco.

Em um dos testes de intervenção PY1.2.6, tivemos a oportunidade de amostrarmos eventos de


um Puma yagouarundi (gato-mourisco) que desferiu dois ataques com sucesso em uma área de
confinamento de frangos, após a implementação de cercas de alambrados e fios de arame se
mostrou eficiente, inibindo ataques de Felideos e Procyonideos como o Nasua nasua (quati)
durante o período de testes.
Puma concolor (Linnaeus 1771)

Nome regional: puma, suçuarana, onça-parda.

Em uma propriedade com criação rotacional de bovinos e ovinos, aonde foram registrados três
ovinos predados por Puma concolor (puma), como intervenção foram realizados testes
(PC2.3.4.5) com manejo do rebanho de ovinos e iluminação do confino de dormitório no período
noturno, consorciado com a implantação de um cão de proteção que permanece com o rebanho
no período noturno. Até o presente momento o rebanho não teve mais baixas ocasionadas por
predação.

Na mesma propriedade os testes (PC1.2.3.6) utilizando a consorciação de cercas de fios


elétricos e cães de proteção foram eficientes quanto as tentativas de Puma concolor (puma), em
duas ocasiões que um espécime desferiu ataques sobre um rebanho de bovinos da raça nelore,
sem obter sucesso. Após estes eventos não foram registradas mais tentativas de ataques ao
rebanho, mesmo o predador permanecendo na área da propriedade.

Comparada a propriedade vizinha (Teste PC1.8) aonde foram mantidas as condições de


pastoreio extensivo dos rebanhos de ovinos e bovinos, tivemos registrados dois ataques com
sucesso de um Puma concolor (puma, suçuarana) no rebanho de ovinos.

Em outra propriedade, depois de dois registros de ataques realizamos a implementação do teste


(PC2.3.4.5.6), aonde tivemos resultados positivos contra espécies silvestres, porem com o
evento de roubo ocorrido no rebanho resultou na morte de um cão de proteção e tivemos 12
baixas no rebanho.

Em uma das propriedades aonde era mantido um cão de proteção em um rebanho de gado
bovino, tivemos um acidente ofídico que ocasionou a morte do cão, forçando a instalação de
cercas elétricas em área de confinamento e implantação das áreas de exclusão para os
rebanhos domésticos.

Panthera onca (Linnaeus 1758)

Nome regional: onça-pintada, pantera, tigre, canguçu

A espécie tem registros raros e esparsos na região oeste e noroeste do estado do Paraná, sendo
mais freqüente seu registro nas grandes UCs da região do alto Rio Paraná (Di Bitteti et al. 2003;
Abreu, 2002; Abreu et al. 2004; Koproski, 2004; Cullen Jr. et al. 2005; Boscarato, 2005; Sana et
al. 2006; Cullen Jr., 2006; Abreu et al.,2008; Abreu et al., Submetido).

Em uma das fazendas monitoradas (PO1.5) próxima a AE1 e AP1, tivemos uma única
ocorrência de predação sobre o rebanho doméstico, sendo este ataque comprovado para uma
onça-pintada que transita na região, sendo esta importante área do entorno imediato do Parque
Estadual do Morro do Diabo (PEMD), no estado de São Paulo.
Em outras duas propriedades monitoradas (PO1.7) na região de entorno imediato do PEMD,
onde foram iniciadas e implementadas mudanças na paisagem local das propriedades e foi
efetivada a fiscalização quanto as atividades cinegéticas, este anos tivemos 10 gados bovinos da
raça nelore abatidos por exemplares de onça-pintada.

Em uma das propriedades na área Controle 2, tivemos o primeiro registro de ataques de um


espécime de onça-pintada em rebanhos de ovino, em uma paisagem aonde encontramos um
grande fragmento florestal com conectividade as maiores porções remanescentes, em meio as
áreas transformadas para pastagens, sendo que na região os rebanhos mais encontrados são os
de gado bovino.

Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815)

Nome regional: lobo-guará.

Durante o ano de 2008 atendemos muitas ocorrências de possíveis ataques em rebanhos


domésticos, em duas ocorrências envolvendo o provável ataque em rebanhos de ovinos
ocasionados por um lobo-guará. Como o verificado in loco, tratava-se realmente de um espécime
que já havia predado dois animais jovens do rebanho durante o período noturno, no interior de
um piquete pequeno, sem área de confinamento.

Após o ultimo ataque com sucesso do exemplar de lobo-guará em período crepuscular noturno,
foi tomada a iniciativa de manter um dos cães da propriedade (SRD de médio\grande porte) junto
ao rebanho nos períodos noturnos.

Esta atitude bastou para inibir toda e qualquer tentativa do espécime quanto a realizar ataques
ao rebanho. Sendo que durante atividades de monitoramento na propriedade foi verificada a
permanência de dois exemplares da espécie que transitam entre remanescentes florestais na
APP e RL, utilizando plantios de cana-de-açucar, café e pastagens.

Também tivemos o registro de ataques de cães domésticos em rebanhos de ovinos, causando a


morte de 2 cabeças de um rebanho de ovinos.

CONCLUSÃO

Estes testes terão informações consistentes sobre a sua eficiência com o passar do tempo e
manutenção das ferramentas utilizadas, pois para sabermos a eficiência de determinada
intervenção devemos esperar que ocorram eventos de conflito, para que novas investidas sejam
realizadas pelas espécies carnívoras focadas nas atividades propostas para este projeto de
pesquisa.

Como exemplo, temos a redução real em números de cabeças de diferentes criações abatidas,
em dois casos considerados graves (fazendas com características peculiares, como;
proximidade com área com considerável densidade das espécies Panthera onca (onça-pintada)
e Puma concolor (puma) ou grande pressão de atividades cinegéticas dirigidas principalmente as
espécies de médios e grandes mamíferos), envolvendo abates de 67 cabeças anualmente, foi
reduzido para 11 cabeças de criações domésticas.

Temos a eficiência das ações testadas nesta proposta de pesquisa, demonstrada a partir dos
registros de movimentação e permanência das espécies de carnívoros em áreas de influência
das pastagens dos rebanhos domésticos, sem termos registrados ataques com sucesso.

Temos uma constância nas características presentes no contexto da paisagem na maioria dos
ataques, por estarem em coordenadas de áreas de APP, indicando que podem estar sendo
realizados por espécimes que estão realizando incursões pela paisagem altamente fragmentada
da região oeste e noroeste no estado do Paraná (Boulhosa, 2000; Hoogestejin et al., 2002;
Palmeira et al., 2002; Leite-Pitman et al., 2002; Cullen Jr. et al., 2005³; Michalski et al., 2006;
Cullen Jr., 2006; Abreu et al., 2008²).

Durante o monitoramento das propriedades notamos que a existência de carnívoros silvestres


considerados problemas, por causarem repetidos ataques em rebanhos domésticos são frutos
de atividades de caça dirigida aos carnívoros e que não abatem o animal, sim causam graves
ferimentos aos exemplares, forçando estes a utilizarem o recurso de mais fácil obtenção, que
são os animais domésticos.

Quanto à viabilidade econômica das ações de intervenção contra a ocorrência de predações em


rebanhos domésticos causada por carnívoros silvestres, depende em muito das condições da
localidade a serem trabalhadas e principalmente disponibilidade e vontade de técnicos e
proprietário envolvidos com o problema.

A implantação de cercas elétricas se mostrou eficiente quando utilizadas em pequenas áreas,


principalmente confinamento, por necessitarem de manutenção constante para o seu eficiente
funcionamento. Devido a ser uma ferramenta relativamente de alto custo, orienta-se que sejam
aplicadas em pequenas dimensões.

Implantação de áreas de exclusão se mostrou eficiente quanto à prevenção de ataques nos


rebanhos, diminuindo as chances para as espécies predadoras e inibindo o acesso das espécies
predadoras. Aproveitando que muitas das fazendas têm que respeitar as áreas de APP mantidas
com vegetação nativa, esta ferramenta é muito indicada para propiciar estas condições, sendo
mais eficiente em áreas de pastagem limpas e baixas, devido à necessidade de certo
investimento.

Quanto à utilização de cães de proteção para os rebanhos domésticos, está ferramenta é muito
eficiente e de gastos de manutenção moderados, dês de que os cães sejam bem mantidos,
conduzidos e muito bem orientados, por pessoas que tenham conhecimento de causa para
efetivamente manter cães eficientes (Figura 2).

A utilização dos cães como rastreadores foi fundamental para obtermos diferentes informações
em campo, principalmente quanto às informações obtidas em áreas aonde é esperado poucos
registros para as espécies de grandes felinos (Figura 3). Esta ferramenta demanda de alto
investimento monetário inicial e manutenção, sendo de fácil trato, dês de que os técnicos
envolvidos tenham entendimento suficiente para condução e uso da ferramenta. A principal
característica que determina o sucesso de uma matilha de cães de rastreamento é a obtenção
de bons cães das diferentes linhagens de sabujos, sendo que muitas destas raças são raras e
de alto valor comercial e fundamental experiência para formação de bons cães, direcionados
para a busca de determinada espécies silvestres, se mostrando como a mais seletiva ferramenta
para procura de espécies animais.

As situações aonde utilizamos os cães como ferramenta para afugentar ou repelir espécies de
carnívoros silvestres, obtemos indicativos satisfatórios, pois a simples presença de um cachorro
que acompanhe o rebanho, já inibe qualquer atitude e ação de determinado espécime de
carnívoro silvestre, depois das atividades de repelente, pois estes aprendem que os cães
presentes em um rebanho dificultam em muito as ações furtivas das espécies de carnívoros
silvestres. Porem demanda de uma grande logística envolvida para a realização de atividades
com o uso desta ferramenta e uma boa matilha de cães adestrados especificamente para a
espécie que esta realizando ataque em um rebanho doméstico.

O conjunto de técnicas com menor valor monetário agregado é a implantação de holofotes nas
áreas de confinamento noturno e mudanças no manejo de pastoreio dos rebanhos domésticos,
sendo que a eficiência destas mudanças de manejo depende em muito das condições da
propriedade de realizá-las, pois muitas vezes uma simples mudança de passagem de corredor,
requer modificações em quase todo o sistema de piquetes de uma propriedade.

A realização de mudanças na paisagem local de uma propriedade é muitas vezes fundamental


para diminuir a ocorrência de ataques de carnívoros ao rebanho doméstico, em muitos dos
exemplos basta para diminuir em 60% as baixas causadas por grandes felinos (dados
observados em fazendas monitoradas pelo Projeto Predação). Porem está técnica é mais
direcionada e aplicada em propriedades que tenham possibilidades de realizarem mudanças nas
categorias de diferentes usos do solo, principalmente devido a investimentos monetários e
disponibilidade de espaços para as mudanças de uso do solo, promovendo assim uma
diversificação da paisagem, principalmente em áreas próximas aos remanescentes florestais e
espaços degradados sem aptidão para atividades de produção.

As indicações dos testes mostram que as ações de intervenções são mais eficientes quando as
ferramentas são utilizadas consorciadas nas diferentes condições dos testes.

Para que se tenha êxito na manutenção das espécies de grandes carnívoros no alto Rio Paraná
será necessário por em pratica ações adequadas às diferentes realidades, em escala regional e
continental, e mantidas por períodos maiores que cinco anos ou mais (Rabinowitz, 1986;
Crawshaw, 1995¹²; Crawshaw et al., 2002; Crawshaw, 2003; Hoogestejin & Hoogestejin, 2003;
Cavalcanti, 2003¹; 2004; Sanderson et al., 2002; Cullen Jr., 2006).
Figura 1. Localização da Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná e região onde realizamos
os diferentes testes de intervenção em localidades com incidências de ataques de carnívoros silvestres em
rebanhos domésticos (Fonte: IBAMA\ICMBio).
Figura 2. Exemplo de intervenção realizada com cerca elétrica e cães de proteção (Raça Rhodesian Ridgeback) em
área de pastoreio com histórico de ataques em rebanho bovino e ocorrência confirmada para onça-pintada
(Panthera onca), Foto: Kauê Cachuba de Abreu.

Figura 3. Atividade de rastreamento em propriedade com registros de ataques em rebanhos de ovinos, envolvendo
os diferentes setores (Representantes da comunidade, proprietários, gestores de Unidade de Conservação, técnicos
e voluntários envolvidos na realização de testes com intervenção de manejo). Foto: Projeto Predação.
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