Você está na página 1de 56

1

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


2

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


3

- ANTOLOGIA POÉTICA -
PROSAS DO VELHO CHICO

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


DADOS INTERNACIONAIS DE
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

Prosas do Velho Chico.

Antologia Poética – Prosas do Velho Chico; um projeto contemplado no edital USINAS


CULTURAIS da SECRETARIA DE CULTURA, TURISMO E ESPORTES, PREFEITURA
MUNICIPAL DE JUAZEIRO BAHIA, com recursos da lei ALDIR BLANC (Lei n°14.017, de 29
de junho de 2020) – Governo Federal. Sob a coordenação do poeta e produtor cultural
Edson Cabral.

 Direção Geral: Edson Andrade Cabral


 Editora Responsável: Grupo Editorial Scortecci
 Projeto Gráfico: Victor Maserati
 Diagramação: Grupo Editorial Scortecci
 Revisão: Iuri Mateus Braz
 Assistente de Edição: Valter Habid Araújo e

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


APRESENTAÇÃO

Edson Cabral - Professor, Poeta, Produtor Cultural, e coordenador


do Antologia Prosas do velho Chico.

(instagram: edsoncabraljua)

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


PREFACIO I

Ângelo Roncalli – Poeta e Escritor Juazeirense.

(instagram: angelo_roncalli).

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


PREFÁCIO II

Mário Pires - Poeta, Escritor e Músico Juazeirense.

(instagram: mariopiresmp)

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


SUMÁRIO

Alba Suany
Ana Sófia Gonçalves Sena
Ângelo Roncalli Lino de Azevedo
Anielson Ribeiro
Bárbara Pontes de Assis
8
Caio Cordeiro Cunha
Celso de Carvalho
Cleber de Jesus
Edi Santana Barbosa
Fernanda Santos
Heltter Feliphe
Issac Martins
Iwuly Lizandra Martins de Souza
Jaidete Varjão
João Victor Pereira
José Carlos da Silva
José Freitas de Sousa
José lírio Costa
Juçara Mattos,
Luiz Alberto Valotta
Luiz Felipe Maia Santos
Manuca Almeida
Marcleide Sá Miranda Oliveira
Marcos Macedo
Maria de Fátima da Costa Silva Miranda
Marilene Cabral Araújo
Michel Galvão
Otoniel Gondim
Rafael Waladares
Severina Maria Espíndola Gonçalo

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


Soraya Simone Amorim Santos
Thiago Cordeiro Fernandes
Thiago Magalhães Amaral
Wilson de Sousa
Wilson Alves da Cruz Júnior
Zeinha Pereira
Zuleika Bezerra.
9

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


SINTO SUA FALTA

Sinto falta de você, não consigo entender, Será que é amor?


Tô sofrendo, foi assim tão de repente que me evolvi e mesmo
sabendo que você não era meu.
Tá doendo o meu coração e estar tão carente precisando de um
amor de alguém, que é você.
Sinto falta dos seus beijos, do seu abraço e do seu jeito de amar.
10
Só me faz sofrer. E saudades dos seus olhos e do seu sorriso. Se eu
errei, tem um motivo, te desejar.
Lembranças dos momentos que vivemos.
Eu estou tão consciente, mas não posso desistir é mais forte do que
eu, pois amo você.
Sinto falta dos seus beijos do seu abraço. E do seu jeito de amar.
Só me faz sofrer.
Saudades dos seus olhos e seu sorriso.
Se eu errei, tem um motivo, te desejar.
Lembranças dos momentos que vivemos Eu estou tão consciente,
mas não posso desistir. É mais forte do que eu, pois amo você.

Autora: Alba Suany

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


MINHA CIDADE AMADA

Peço licença a vocês


Pois, essa oportunidade
Não posso deixar passar
Homenagear a cidade
Que tenho orgulho de morar!
11
Ser juazeirense
É ser diferente
Não ter frescura
Improvisar um repente
Fazer parte da cultura
É ser gente da gente.

Dança, música e arte.


Tudo em uma só mistura.
Respeitando a diversidade

O povo juazeirense
É feliz de verdade
E não abaixa a cabeça
Em meia as dificuldades.

Conhecida como cidade


Das carrancas
Juazeiro encanta
Nela há riquezas
Que não pode ser compradas
E muitas histórias
A ser contadas.

Autora: Ana Sofia Gonçalves Sena

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


ESPELHOS

O corte é físico sobre o espelho do rio.


O rio é meu espelho: corda no pescoço
corte no coração e no amor
na margem onde sempre bebi o azul de suas águas.
À margem (sina ou maldição ou destino ou ventura?)
Onde sempre vivi. 12

Fisgado pelo anzol deste passar.


Eu sou este barco:
Ardendo ao sol.
Cortando sozinho contra a correnteza.

Autor: Ângelo Roncalli

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


A ARQUITETURA DE UM SORRISO

Penso em ti como numa força material Porque minha memória é


uma velha desdentada e tá sempre meio perdida. Entre o tesão e a
ditadura.

Não conheço muitas das coisas que se agitam aí dentro. Mas sei
que nada anda muito fácil. 13
Até mesmo sorrir principalmente, talvez e às vezes algumas
lágrimas
Parecem cair bem onde o calo dói.

Eu sei que a noite é mais fria por dentro e algumas palavras surgem
em delay.
Sei que a felicidade e as horas tão sempre nesse pé de guerra
nessa fome de cão.
Mas sei também que assim armada até os dentes não há mundo
que possa te engolir

Autor: Anielson Ribeiro

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


SOFRER

Eu sofro as dores imaginárias para quando forem reais não mais


sofrer
Meu criar me pertence
Tal qual meu ato
Permaneço envelhecendo
Tomando intuitivo cuidado com o real 14
Porém sem razão alguma
Visto que ele habita no mundo das ideias ou no inalcançável
Ao menos o meu sofrer me é próprio e sigo o criando ao meu bel
prazer.

Autora: Bárbara Pontes

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


CAMINHANDO PELA PENUMBRA DA NOITE

Relatos de livros antigos


que só o vento lê pela janela,
entre letras e números.
O homem escreve seu mundo.

O corpo é espólio 15
de uma guerra esparsa
que cresce com os muros.
E deixa a visão opaca,
mas que não se cala.

Entre a noite e a calçada


o choro se torna um apelo mudo
Aos ouvidos de quem não sente nada.

Autor: Caio Cordeiro de Lima

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


ACORDE VERSO

Acorde verso,
Acorde verso,
Acorde!

Diversos acordes
Para lá da palavra
Do sonho do som,

Imersos no imenso mar


Do universo, 16
Acordem o verso!

A cor do verso,
Acorde,
Que embale as balas
Em cores diversas
Nos aniversários
Do desarmamento.

Acorde verso,
Amor do verso,
Oh, morte!
Sem adversários,
Sem cordas inversas.
E faça as facas ficarem
No pensamento.

À morte, o avesso.
O amo-te em verso,
Oh, vida!
O mote a oração,
Mensagens ao coração,
No homem atadas
Em cada momento.

Autor: Celso de Carvalho

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


BASTOU A SOMBRA DE UM JUÁ

Bastou a sombra do juá pra surgir esse lugar


Juazeiro da Bahia, a terra onde nasceria
Todo tipo de lenda para o mundo encantar.

Terra de mito e tradição de canto e contação


Terra da bela Bebela
17
Guardiã das lembranças do povo
Que não nos deixa esquecer da grandeza
Trazendo esperança e renovo.

Juazeiro do rio cheio de magia


Que além de sustento traz a poesia
Não sabia?
Bastou um violão
Pra Edésio, Ivete, Manuca e Galvão
Mudarem o mundo, liderados por João.

Sob o balanço do barco


Nas ondas em descompasso
Nasceu um novo som
Que o mundo nunca viu
As melodias de um novo brasil .

E até quem aqui não nasceu


Mas querendo, de amor se perdeu
Por essa terra é assim,
Vai esperar na janela
Ouvindo Targino Gondim.

Autor: Cléber de Jesus

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


TEMPOS DE LONJURA

Nunca mais senti teu cheiro


Teus lábios, teu toque, teu sussurro,
Tua língua, teu sexo meu amor.
Em tempos de lonjura, só saudades
É o que restou.
18

Nunca mais ouvir tuas queixas,


Tua zanga, tua birra quando estavas
A reclamar, fazendo bicos e caras
Tentando me atacar.
Em tempos de lonjuras saudade
Não quer deixar.

Nunca mais vi teu sorriso,


Tua dança no forró, teu jeito
De menina, pedindo chamego mor.
Em tempos de lonjuras, saudade
Não tem ternura, machuca que só
Dá dó.

Nunca mais ouvir teu canto, teu


Assobio, tua alegria meu amor
Em tempos de lonjuras alegria não
Se perdura, saudade é companheira
Que nunca me deixa só.

Autor: Edi Santana Barbosa

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


SOBRE MULHERES E ÁGUAS

Eu
mulher na água
reparo no espelho
ver corpo além da superfície.
Acolho-me na correnteza
bacia que derrama
ventre aberto. 19
Fluxo que sempre se vai
inédito e herdado
fico célula carregada,
de outras águas,
outros banhos,
outros peixes.
Diluída ao que virá
no seguir rio e perder-se mar.

Autora: Fernada Santos

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


A DOR

As vezes nos cega.


Faz a gente ver o nada em vez do amor e fatos que não se enxerga.
Ver o Preto e Branco em vez a cor.
Me diga o que te cega?
E teu medo de tua dor ou tua reza?
20

Autor: Heltter Feliphe.

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


SINA NORDESTINA

É pó
É poeira
É sertão
É a mata seca
Chuva que não chega
21
É solidão
Vaqueiro, na sela do seu cavalo. A sua frente uma imensidão.
A caatinga seca e sem vida. Uma imagem de cortar seu coração. Mais ele
é nordestino. Cumprindo seu destino sofrendo seu desatino em cima
desse torrão.
No lombo do seu cavalo Perneira, chapéu, gibão. E com muita fé em
Deus pra desbravar esse sertão.
Vai o vaqueiro nordestino. Cumprindo a sua sina. E quanto mais ele luta.
Mais ainda a vida ensina.
Vai o vaqueiro nordestino cumprindo a sua sina. E quanto mais ele luta
Mais ainda a vida ensina
É pó.
É poeira. É sertão. É a mata.
Chuva que não chega. É solidão.

Autor: Isaac Martins

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


COLORIDA

Ela era assim enxergava o mundo através das imagens


do azul do céu, do sol escaldante do sertão, da poesia escrita e falada
do corpo em movimento.
E no seu toca disco só dava o Jorge Bem em dias de festa se enfeitava
inteira. Virava a toda colorida
Vestia-se de sorriso e tinha fama por isso. 22
Na verdade, ela queria mesmo era ser lembrada
pela sede de viver
sem cessar
até o fim.
voando entre avenidas
paredes pintadas
e amores derramados.

Autora: Iwuly Lizandra Martins

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


CAMINHOS PERCORRIDOS

Sertão meu sertão.


Sou a poeira que define esse lugar
pelas veredas que o tempo me viu passar.
Pelos caminhos que aprendi a caminhar
Cabelos ao vento, pássaros a cantar.
23
Melodias me encantam e me fazem sonhar.
Sou filha do tempo, nordestina de garra.
Aprendi tentando o que o tempo não apaga,
na sabedoria dos mestres me dediquei com fervor.
Na faculdade da vida Gonzagão foi meu professor.
Entre reis e rainhas aprendi a cantar, sou descendente do forró,
que comanda esse lugar.
Caminhos percorridos, ensinamentos vividos
Oh! Meu Gonzagão vem me graduar.

Autora: Jaidete Varjão

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


INCONSTÂNCIA

Eu não sei de tudo, eu não tenho tudo, eu não sou perfeito, eu sei ser feliz
por ser assim.

Sou muito errante, mais do que um acertante - sou muito mais um


ignorante do que um sábio.
24
Eu sou um cara que tem franquezas, que não abaixa a cabeça diante das
incertezas.

Eu sou um cara intolerante, diante da mediocridade e jamais aplaudirei a


superioridade.

Já carreguei durante um bom tempo um passado repleto de dor que


mudou o meu sabor.

Já perdi as contas de quantas vezes - eu já chorei em silêncio pra


ninguém ouvir os meus prantos.

Já perdi as contas de quantos anos levei e que mesmo assim eu nunca


pensei em desistir.

E o mais empolgante disso - é que seja instigante eu ser um eterno


aprendiz errante.

Autor: João Victor Pereira

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


RIO DE GLÓRIA

Brincando com as palavras


é assim que eu estou
fazendo versos e prosas
tentando ser trovador.
Contar aqui uma história
25
de um rio cheio de glória
que demonstra seu valor.

Vou falar do Velho Chico


e também da região
de um povo mui contente
residente no sertão
com um clima quente e seco
de encantos e belezas
que nos dá satisfação.

Ó meu velho São Francisco


de ti eu quero falar
quero com poucas palavras
o teu nome exaltar.
É lindo e maravilhoso
orgulho de um grande povo
dá vida a este lugar.

De Carranca e Nego D’água


de Cavalo a outras feras
espírito mal assombrado
o povo muito refere-se
eu não sei qual a razão
só sei dizer que ele é bão
integra todo o Nordeste.

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


Mata a sede do seu povo
nos lugares por onde passa
seja pequena ou grande
vilas, distrito ou cidades
é grande a integração
neste belíssimo sertão
onde a fartura não falta.

26

Autor: José Carlos da Silva

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


OS MISTÉRIOS DA NATUREZA

Antes de haver o fogo primeiro nasce a centelha.


Para existir o pastor é necessário a ovelha.
E como é que sem usar trena, faz a colmeia a abelha.

Aranha faz sua telha, trabalhando por si só, sem solda sem ferramenta
sem arame e sem cipó. E fica toda perfeita sem mostra ponta nem nó. 27

João de barro tira do pó. E de barro faz casa bela. Sem nenhum
compartimento. Só uma porta e uma janela. Do lado oposto que a chuva
não alague o interior dela.

Veja uma criança bela nove meses se gerando pelo cordão umbilical.
Numa bolça de água respirando ao nascer não sabe falar. Mas dá sim de
vida chorando

Uma cobra vai apertado sua presa até matar, sem ter pés para correr
e sem ter mãos para apertar, e quebra os ossos primeiro pra poder se
alimentar.

A galinha pra procriar, deita nos ovos chocando através do seu calor o
embrião vai gerando com 21 dias quebra a casca. E o pinto já sai piando

Surpreso fiquei olhando Uma gata e uma cadela Que apos ambas da cria
Num barracão da favela Levam os filhotes sem feri-los
Ponta do dente delas

A formiga se revela
Dentro do seu habitar
Todas juntas e unidas
Cada qual no seu lugar
Produzindo e trabalhando
Na construção do seu lar

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


A passarada a cantar
No amanhecer no sertão
Cada especie uma melodia
Cada cantar uma emoção
Sem preocupar com trabalho
E sem faltar alimentação

A natureza ao sertão
28
Nus enche de alegria
A exemplo o vaga lume
Que na escuridão alumia
Sem usar placa solar
Gerador nem bateria

Borboletas nus contagiam


Por dar mais beleza as flores
Gostam de muros e fruteiras
E do mel desfrutam os sabores
Pintando a tela da vida
Das mias variadas cores

Sintam o perfume das flores


Provem o doce do mel
Contemplem a natureza
E vejam que a cor do céu
Nunca foi usada tinta
Rolo brocha nem pincel

É o mais lindo painel


Feito pelo criador
As nuvens formam paisagem
A lua é seu esplendor
O sol queima e não desbota
O seu brilho e sua cor

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


O arco iris se destacou
Com as cores prediletas
Sol estrelas a brilharem
Deixa a vida más completa
E lua inspiradora
Namorada do poetas

A alegria é completa
29
Quando ouço a voz do trovão
Relâmpagos o céu ilumina
Com seu intenso clarão
E a chuva da cor de prata
Molhando a face do chão

Água desse em borbotão


Por obra da natureza
Limpando rios e riachos
Com a força da correnteza
Trazendo ao homem do campo
Abonança com certeza

Admiro a natureza
E me impressiono seu moço
Quando vejo o caboré
Sem rolimã no pescoço
Dar volta com a cabeça
E não quebra a ponta do osso

Eu admiro o caroço
De milho fava e feijão
Quando o homem do campo planta
Ele deixo do chão
Germina flora e dar frutos
E pasto pra criação

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


O universo é uma expansão
Que nus trás grande riqueza
Pra escrever sobre as galaxias
Terra mar rios e represa
Mas só deus pode explicar
Os mistérios da natureza

Autor: JOSÉ FREITAS DE SOUSA 30

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


O CINZA MACHUCA.

As vezes penso que teu olhar machuca.


Atravessa minha pupila, bomba sangue para o meu coração.
Nesse caminho em alerta, fico com os órgãos ativos.
Tua presença cortante arrepia minha pele.
31
Medo? Desejo? Ação!
A vingança de poder te desejar.
Apenas sensações pequenas, com elas se vive intensamente, o certo é
quando a gente estiver junto.
Se eu pudesse jamais encontraria você novamente. Não quero temer,
quero gemer, suar e sim, te amar.
Teu olhar mim desnuda, assim como você também este sempre nu. Tuas
roupas. O que são as roupas?
Meu corpo ereto, esperto, disperso ao teu encontro.
Homem, na esquina mais próxima, ali, segue, não olha para trás, para
não machucar-me com a dedução de uma desistência.
O firmamento é nosso observador, o acordo efetuado entre indivíduo e o
seu meio.
Seremos homens condenados a dar significado as coisas, condecorados
pelo prazer, harmonias possíveis.
Nas ruas onde pulsa meu sangue eu deixo o sol me guiar.
O cinza machuca...

Autor: José Lírio Costa

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


BRUXAS

Rasga tua boca


salícula que rasteja
a expelir veneno letal
bruxas, bruxas, bruxas
más são elas
Urubus são teus filhos
Carniceiros incrédulos gosmentos 32
a estraçalhar as pombas voadoras
ao céu cinzento
com esplendor devastador
pelas rachaduras
das nuvens trovejantes
A cair gotas de lágrimas
vil imortal tu me envenenastes
com a tua boca
bruxas, bruxas, bruxas
Más.

Autor: Juçara Mattos

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


O QUE ME MACHUCA NÃO É DOR

o que me machuca não é dor


dor é o que sinto quando você me deixa
deixa
eu viver sem a dor de ser
ser
o que eu sou
sem você
você me deixa
feliz
e triste... 33

o que me machuca não é dor


dor é a maneira como reajo
ajo
no silêncio do meu quarto
farto
de estar só
sem
você
você me completa

o que me machuca não é dor


dor é o silêncio quando não tenho seu colo
colo
em minhas lembranças
crianças
que fomos
e ainda somos
juntos

o que me machuca não é dor


dor é só uma sensação desagradável
agradável
é ver o seu sorriso
riso
que ecoa
em minha memória
e me faz sorrir

o que me machuca não é dor


dor é se moldar
moldar
dar
quem não se é
para si
e para os outros
outras
vidas

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


o que me machuca não é dor
dor é dor
e vai passar
passar
ar
que me falta
quando
ando

sem poder ver
seus olhos. 34

Autor: Luiz Alberto Vallota

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


INDAGAÇÃO (?)

O que é um vírus perto da solidão?


O que é morrer comparado a ficar sozinho?
O que é a vaidade perto da saudade?
Corona significa coroa, quem é o rei da ignorância?
Quem é rei, errei
A piada é infame ou o infame é piada? 35

O partido é repartido?
O partido toma partido?
Eu teria partido do partido?
Se é bom partido, imagina inteiro
Outra vez infame,
Outrora infame
Inteiro infame
A fama do infame é ter partido.
Repartido a partição da partida perdida
Na podridão que dá pra sentir
Pressentir
Permitir
Persuadir

Pelas mãos
Mãos à obra
Licitação
Me compraram
Tenho preço ou valor?
Talvez apreço por valores,
Deveras desvalorizados
Palavras difíceis?
Difícil de engolir
Golias
Gigante que caiu

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


Caiu em si, redundante?
Redondamente enganado.
Queria xingar
"Piiii" erre.
Voltei pra o círculo
É cíclico
Cínico
Cômico 36
Como?

Autor: Luiz Felipe Maia Santos

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


SÓ O AMOR

Só o amor não tem prazo de validade


Não tem peso, nem tem quilometragem
Só o amor não tem cor, nem tem tamanho nem idade
é divino, é moderno, é verdade.

O amor é uma caixa de surpresa 37


guardando no peito a beleza
dos mistérios que a vida revelou.

O amor é um pacote de mistérios


revelando o desejo mais secreto,
desejo que a vida desenhou.

O amor não tem código ou manual


Não tem regra é bom ou ruim
O nosso amor tem play etc e tal
Tem dias que não, dias que sim.

Autor: Manuca Almeida (In Memorian)

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


TEM UM RIO NAS MINHAS VEIAS.

Ao olhar dos índios tupis

Era Opará o rio mar

Velho Chico rio de lendas,

Mistério musica e poemas


38
O meu olhar é devoção!

Sem tempo de parar o tempo

Os dias de grandeza e glória

Onde navegavam as gaiolas

Juazeiro a Pirapora

O rio da integração! De histórias

De vida e canção

No teu leito o assoreamento,

Monstros de lixo te agridem e sangram

Rio mar corre lento, ferido, transparente, barrento,

Mas tu! Mostra tua força

Não desanima, desagua e sara,

Há! tua brisa é a esperança manca,

Quem por ti canta, ouve brisa ao navegar

Nenhuma represa te aprisiona.

Tu ó grande rio que o sertão fez mar,

E este solo ao irrigar,

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


Traz nos olhos dos teus filhos,

Beleza, riqueza, lágrima, suor,

Rodopios de inocentes do mais alto estandarte,

Respeita teu rio curumim ribeirinho,

Recria suas lendas e prendas

Nas nossas veias tuas águas hão de sempre jorrar.


39

Autor: Marcleide Sá Miranda Oliveira.

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


POETA DO SERTÃO

Sou poeta do Sertão


Aqui é meu lugar
Canto a minha rima
Falo de peito aberto
E com amor no coração
40
São Francisco é meu Sertão
É onde estou
E aqui vou ficar
Tem terra fértil
Pra semente germinar
Água do velho Chico
Pra essa terra irrigar
Terra de mulher bonita
E Homem trabalhador
Trabalha noite e dia
Parecendo um trator
Mesmo sem leitura
Tem gente na cultura
E na agricultura familiar
Pensaram em combater a seca,
Mas que tal usar a inteligência
Trabalhar a convivência
Pra nossa vida mudar.

Autor: Marcos Macedo

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


MEU RIO

Eu jurava de dedinho, que não acreditava nessa besteira


De nego D’água, Serpentes presas em fio de cabelo.
Um belo dia, a meia noite adultos e crianças reunidos
a margem do velho Chico sob o brilho das estrelas o nego d’água
iria passar! 41

Olhos esbugalhados, friozinho na barriga,


e coração acelerado, não era nada demais!
E de repente meus olhos infantis o avistaram!
A cabeça brilhante e orelhas pontudas, o medo me fez vê-lo.
Foram os segundinhos mais medonhos da minha vida!
A felicidade é muito simples é só uma saudadizinha, gostosa,
tranquila, bonita, saudade longe, lá nos meus sete anos.

Saudades das enchentes do velho Chico da minha infância,


Caminhões de mudanças desciam a rua, que se esvaziava,
e eu me perguntava
para que lado do mundo ia meus amigos que não iam para
Petrolina?
Saudade da minha rua era tanta!
Os dias passavam e eu perguntava ao meu pai: .
-o rio baixou?,
-Mês que vem
coisa que demorava muito a chegar!

Mas a alegria de passar na ponte e ver a ilha coberta,


era a certeza que a serpente que ali morava tinha se afogado!
e ouvia a torcida incontrolável do meu coração infantil,
para que as águas baixassem e todos voltassem pra casa.

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


Era lindo ver o rio querendo subir na ponte,
e me perguntava por que tantos sacos de areia
estavam ali já ninguém podia voltar!
e por um mês, a cada enchente meu coração ia a nocaute.
Mas, depois que chegava o tão tardio mês que vem!
era só alegria, alegria de poder fugir com a felicidade
pois, ela me acompanharia até em casa!

42
Escrever sobre o rio é uma arte e quero ser uma artista nesta arte!

Autora: Maria de Fátima da Costa Silva Miranda

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


MULHER, UMA ROSA ENTRE ESPINHOS

Brilhe o esplendoroso Sol na densa escuridão de tantos jardins


infinitos. Destaca-se a supremacia feminina: A mulher!
Essa rosa difere de tantas outras de perfume exótico seja pela
simplicidade de estilo. Independente da raça, crença, nacionalidade,
estética, status social e profissional. 43

Ela brotou como adjunta de uma sociedade particular, naturalmente


desfilou os tapetes da relva do campo do jardim do Éden.
De mulher Eva que conquistou seu Adão nos reflete a imagem crítica
do ponto de vista imparcial e cristão.
Hoje difere etapas de uma evoluída sociedade, deixa o campo inerte
e parte com garra hasteando sua bandeira de ação.
Na História Brasileira não apenas conquistou a liberdade do voto,
como também troféus subindo ao pódio como representante política
de direita, centro ou esquerda.
Ela é exponencial reacendendo a chama, amenizando a discriminação
seja ela social, cultural, moral, etc.
É a operante força que exprime sentido á estrutura da vida humana
na Terra.
Nada de sexo frágil, ela é hábil!
Seu coração como flor se reabre para o beija-flor, inspirando a
nostalgia, beleza e sua presença indispensavelmente nos contagia ,
alegra e entristece muitos corações dependentes.
A ditosa mulher que é coroada em um só dia, uma coroa é
insuficiente para toda a sua absoluta valorização de majestade.
Essa musa envolvente , deusa, pecado e inspiração dos poetas e
compositores do âmbito da arte.
Ela é também carente dos nutrientes que o homem a satisfaz, bem
como dos seus desdéns incompreendidos da alma.

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


Essa força inerente de beleza, coragens advêm de tantos vultos
varonis a começar da quantidade e da educação do lar.
Porém, se pudéssemos tais como as rosas distinguir distintamente
suas pétalas, teríamos ambíguos momentos expostos nas telas das
paisagens do tempo.
O rosto que abrilhanta sorrisos e fama, estampa também a angústia
de tantas histórias invertidas e doloridas.
Ama mais do que é amada, como um frágil vaso “defendida por 44

Deus” a ser honrada e amada por seus companheiros.


Da Bíblia os relatos de escritores damos ênfase a tantas histórias de
mulheres de fé que enfrentaram os desafios dos seus opositores.
De Rute que conquistou o direito de amar depois da viuvez e superou
dificuldades a frente do seu tempo;
O exemplo da rainha Ester que salvou uma nação judaica com seu
estilo de humanidade, bela mulher e fé.
E todas, enfim, fazem parte desse jardim entre espinhos.

Autora: Marilene Cabral Araújo

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


TÚNEL DO AMOR

O amor chegou em plena primavera.

Nascendo numa face, brotando numa flor.

Você foi à estrada do destino.

A luz do meu caminho. 45

O túnel do amor.

Então eu vi.

Nem tudo é perfeito.

Só você que sabe o jeito.

De encontrar o amor.

Então verá a força do amor.

E sem pensar que um dia pode acabar.

Eu sei que nasci pra te amar.

As flores vêm surgindo.

Como não me entregar.

Nós que falamos uma só voz.

O encontro de emoções.

Traduz o amor em nós.

O infinito é o limite desse amor.

A Sinergia tem valor de agregar e transformar.

Contemplando os corações que são felizes no olhar

Autor: Michel Galvão

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


SABOREANDO SENTIMENTOS

Acaso caso não saborear


Resta no rumo da venta então
Buscar viver e não navegar
Pra longe de mim a solidão

Quem sabe um orixá me ouvirá 46


E com pena de mim descerá
E, determine, pois me amparar
Como um bebê ao nascer

Mas independente de tudo


Muito milagre há no por vir
Surdo escutar fala de mudo
E ovos rogando pelo fringir

Nada, nada, nada de retrocesso


Ou me carrego pra frente
abrindo brechas de acesso
Ou morro de frio no quente

Daí, melhor sentar e pensar


Depois, mastigando os pensamentos
Digeri-los no estômago
Sonhar sem mágoas, lamentos, arrependimentos

E ao fim, acima de tudo...


Salvar-se ao sabor dos sentimentos!

Autor: Otoniel Gondim

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


CANOA

Desci o rio nas correntes temperadas

Eu sou barquinha, sou canoa, sou jangada

Vou navegando nos encantos de opara,

Opara, opara
47
Ê canoa-a-a

Ê canoa, canoa, canoa

Sou massangano no encontro dessas águas

Sou ribeirinho do angari sou nego d'água

Vou desvendando os misterios de opara,

Opara, opara

Ê canoa-a-a

Ê canoa, canoa, canoa

Desci o rio nas correntes temperadas

Eu sou barquinha, sou canoa, sou jangada

Sou massangano e lavo os pés na minha opara,

Opara, opara

Ê canoa-a-a

Ê canoa, canoa, canoa

Autor: Rafael Waladares

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


PETROLINA

Petrolina caminha nas águas do Rio


Nas jangadas, barcos, vaporzinho
__ Travessia!
De mãos dadas com Juazeiro
Petrolina floresce
48
Nas parreiras,
Meloeiros,
Mangueiras...
Petrolina cresce
Cultural e economicamente
Alimentando sua gente
Alma e corpo…
Petrolina viaja
Mundo afora
Exibindo deliciosos vinhos,
Seus frutos abriram caminho,
Atravessou oceanos!
Seu calor árido
Se fez calor humano…
Todos que aqui chegam
Se inebriam com os sabores
Da culinária ou do vinho
E se enternecem de amores
E aqui fazem seu ninho!

Autor: Severina Maria Espíndola

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


BARQUINHAS DO VELHO CHICO!

No vai e vem das águas


Natureza a vislumbrar
Velho Chico, vem de Minas,
E aqui a nos prestigiar
Com tão rara beleza 49
Cenário de inúmeras riquezas
Berço sublime a apreciar!

A travessia diária...
Efêmera ..frequente...
Compartilhar de histórias,
Olhares das mais variadas gentes
De lugares,falares distintos,
Saberes diversos, infinitos...
Uns ,distantes;outros, presentes!

Barquinhas do Velho Chico


Vidas a (re)construir
E como cenário,a natureza
São Francisco,quanta riqueza!
Biodiversidade há ali!

Ponto de encontros,desencontros....
E reencontros,com certeza
As barquinhas fluviais testemunham
Histórias das mais variadas destrezas
Que iniciam num simples atravessar
Outros tantos a recomeçar,
Infinitos sonhos...infinitas grandezas!

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


O Mestre, conduzindo vidas
Sublime a sua missão
Anos a fio com responsabilidade
Desempenha sua profissão
E também ganha de presente
Em cada viagem, riquezas de gente,
Histórias, memórias, construção...

50
A brisa no rosto ,encanta...
Inspira versos,traz a paz...
Nas águas do nosso Rio
Presença de Deus sempre mais
E ,a nós, cabe diariamente preservar,
Desse patrimônio temos de cuidar
Atos de cidadania nunca é demais!

Autora: Soraya Simone Amorim Santos

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


AMOR E UNI-VERSOS

Hei de a-Marte, pois


neste conflito
Vênus aqui entre nós
falar de amor
Nesta Terra de seres
e meros mortais 51
Pequenos como Mercúrio
de certa arrogância
Grandes como Júpiter
quando há virtude
Gasosos como Saturno
solúvel e volátil
Em um céu de Urano
anil ou turquesa
Netuno nos a-mar-avilha,
no galope desta vida
E não farei com ti,
o que fizeram com Plutão...
jamais esquecerei quem
és tu neste Universo.

Autor: Thiago C. Fernandes

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


EU, O VELHO CHICO, AS CONSTELAÇÕES E OS CAMARÕES

Navegar é aventurar por querer


É falar da noite que me ouve
É admirar estrela que me vê
É amar a conjunção de Júpiter

É orar entre as constelações! 52

É ver o cruzeiro e não temer


É olhar as Marias três vezes
É naufragar feliz muitas vezes
É estar no Chico e ascender

É conversar com os camarões!

É ouvir camarões me dizer:


“Amor é fogo que arde sem se ver”
É o óbvio para se aprender
É sentir para me compreender

É recitar o som de meu Camões!

É ouvir os camarões me dizer:


“É cuidar que se ganha em se perder”
É me ver pelas águas e me ter
É ver estrelas e me perceber

É entender minhas incompreensões!

Mas senti no Velho Chico meu amor


Nas profundezas dele a amizade
Se tão contrário dele é a dor

Autor: Thiago Magalhães Amaral

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


RESPLANDECER

Quando amanhece o dia,


Ouço os pássaros cantar.
Vejo a aurora raiando,
Começando a clarear.
Deus desliga as estrelas, 53
De noite volta a ligar.
...............................................
De dia o sol esquenta,
As cigarras a cantar,
Borboletas coloridas,
No jardim sempre a voar.
O lavrador no roçado,
Trabalhando sem parar
..................................................
Na caatinga pasta o bode
Longe estronda o trovão.
A galinha caipira,
Come milho no pilão.
A noite vai clarear,
Com luar do meu sertão.

Autor: Wilson de Sousa

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


SAUDADES DO SERTÃO

Eu saí lá do sertão com um aperto no meu coração, a saudade da chuva


batendo na telha e do som da água ao cair no chão, dos meninos banhando
na biqueira e brincado de vaqueiro no relento e correndo de emoção.

Eu saí lá do sertão com aperto no peito, das histórias de painho e os causos


de assombração, a beira da fogueira de São João, da carranca ao Velho
Chico tudo isso ele contava, sem falar do nego d'água e também do lampião. 54

Que saudades de correr atrás do gado magro e mofino, vê subir a poeira e o


som do gado mugindo, ruminando o mato seco sendo guiado pelo vaqueiro e
o cachorro magro e fino.

Que saudades da novena do divino São José e de Nossa Senhora das


Grotas a quem o povo tem tanta fé, pra pedir muita chuva e agradecer pela
fartura, pagar promessa que na seca fazia, pedindo chuva o tempo todo
valei-me mãe Maria.

Seu Firmino da bodega fiado vendia, Dona Maria rezava o terço sem
entender nenhuma Ave Maria, Os netos de Zequinha sempre pedindo
moeda, comprar besteira e jogar na locadora todo dia era essa festa.

Sanfoneiro, repentista e poeta, lugar de fofoqueiro, terra de artista e também


de violeiro, terra do mandacaru, do umbuzeiro e também do juazeiro, a quem
deu tanta pousada aos mascates que sobre sua sombra descansava.

Esse é o Nordeste definido com poucas palavras, esse pequeno verso


rasteiro e sem graça, não agrada todo mundo, mas quem agradar já foi uma
graça. São milhões de histórias que encerro aqui o meu poema com o voto
de gratidão, por ter nascido nordestino e vou morrer aqui, pois meu lugar é o
sertão.

Autor: Wilson Alves da Cruz Júnior

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


JUAZEIRO

Quando penso em Juazeiro


A emoção me vem em Grotas
Tudo culpa da poesia
Que nela toda brota.

Foi Bebela quem contou


Eu ainda era criança 55
Da Serpente aos Penitentes
Da Mãe d'água às Carrancas;

As Lavadeiras do Angary
Edésio Santos eternizou
Filho adotivo de Juazeiro
Que aqui se perpetuou.

Toda banhada pelo Velho Chico


Eu rio quando toca
A Bossa Nova de João
Êta terra graciosa.

Autor: Zuleika Bezerra

Antologia Poética Prosas do Velho Chico


56

Antologia Poética Prosas do Velho Chico

Você também pode gostar