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- ANTOLOGIA POÉTICA -
PROSAS DO VELHO CHICO
(instagram: edsoncabraljua)
(instagram: angelo_roncalli).
(instagram: mariopiresmp)
Alba Suany
Ana Sófia Gonçalves Sena
Ângelo Roncalli Lino de Azevedo
Anielson Ribeiro
Bárbara Pontes de Assis
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Caio Cordeiro Cunha
Celso de Carvalho
Cleber de Jesus
Edi Santana Barbosa
Fernanda Santos
Heltter Feliphe
Issac Martins
Iwuly Lizandra Martins de Souza
Jaidete Varjão
João Victor Pereira
José Carlos da Silva
José Freitas de Sousa
José lírio Costa
Juçara Mattos,
Luiz Alberto Valotta
Luiz Felipe Maia Santos
Manuca Almeida
Marcleide Sá Miranda Oliveira
Marcos Macedo
Maria de Fátima da Costa Silva Miranda
Marilene Cabral Araújo
Michel Galvão
Otoniel Gondim
Rafael Waladares
Severina Maria Espíndola Gonçalo
O povo juazeirense
É feliz de verdade
E não abaixa a cabeça
Em meia as dificuldades.
Não conheço muitas das coisas que se agitam aí dentro. Mas sei
que nada anda muito fácil. 13
Até mesmo sorrir principalmente, talvez e às vezes algumas
lágrimas
Parecem cair bem onde o calo dói.
Eu sei que a noite é mais fria por dentro e algumas palavras surgem
em delay.
Sei que a felicidade e as horas tão sempre nesse pé de guerra
nessa fome de cão.
Mas sei também que assim armada até os dentes não há mundo
que possa te engolir
O corpo é espólio 15
de uma guerra esparsa
que cresce com os muros.
E deixa a visão opaca,
mas que não se cala.
Acorde verso,
Acorde verso,
Acorde!
Diversos acordes
Para lá da palavra
Do sonho do som,
A cor do verso,
Acorde,
Que embale as balas
Em cores diversas
Nos aniversários
Do desarmamento.
Acorde verso,
Amor do verso,
Oh, morte!
Sem adversários,
Sem cordas inversas.
E faça as facas ficarem
No pensamento.
À morte, o avesso.
O amo-te em verso,
Oh, vida!
O mote a oração,
Mensagens ao coração,
No homem atadas
Em cada momento.
Eu
mulher na água
reparo no espelho
ver corpo além da superfície.
Acolho-me na correnteza
bacia que derrama
ventre aberto. 19
Fluxo que sempre se vai
inédito e herdado
fico célula carregada,
de outras águas,
outros banhos,
outros peixes.
Diluída ao que virá
no seguir rio e perder-se mar.
É pó
É poeira
É sertão
É a mata seca
Chuva que não chega
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É solidão
Vaqueiro, na sela do seu cavalo. A sua frente uma imensidão.
A caatinga seca e sem vida. Uma imagem de cortar seu coração. Mais ele
é nordestino. Cumprindo seu destino sofrendo seu desatino em cima
desse torrão.
No lombo do seu cavalo Perneira, chapéu, gibão. E com muita fé em
Deus pra desbravar esse sertão.
Vai o vaqueiro nordestino. Cumprindo a sua sina. E quanto mais ele luta.
Mais ainda a vida ensina.
Vai o vaqueiro nordestino cumprindo a sua sina. E quanto mais ele luta
Mais ainda a vida ensina
É pó.
É poeira. É sertão. É a mata.
Chuva que não chega. É solidão.
Eu não sei de tudo, eu não tenho tudo, eu não sou perfeito, eu sei ser feliz
por ser assim.
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Aranha faz sua telha, trabalhando por si só, sem solda sem ferramenta
sem arame e sem cipó. E fica toda perfeita sem mostra ponta nem nó. 27
João de barro tira do pó. E de barro faz casa bela. Sem nenhum
compartimento. Só uma porta e uma janela. Do lado oposto que a chuva
não alague o interior dela.
Veja uma criança bela nove meses se gerando pelo cordão umbilical.
Numa bolça de água respirando ao nascer não sabe falar. Mas dá sim de
vida chorando
Uma cobra vai apertado sua presa até matar, sem ter pés para correr
e sem ter mãos para apertar, e quebra os ossos primeiro pra poder se
alimentar.
A galinha pra procriar, deita nos ovos chocando através do seu calor o
embrião vai gerando com 21 dias quebra a casca. E o pinto já sai piando
Surpreso fiquei olhando Uma gata e uma cadela Que apos ambas da cria
Num barracão da favela Levam os filhotes sem feri-los
Ponta do dente delas
A formiga se revela
Dentro do seu habitar
Todas juntas e unidas
Cada qual no seu lugar
Produzindo e trabalhando
Na construção do seu lar
A natureza ao sertão
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Nus enche de alegria
A exemplo o vaga lume
Que na escuridão alumia
Sem usar placa solar
Gerador nem bateria
A alegria é completa
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Quando ouço a voz do trovão
Relâmpagos o céu ilumina
Com seu intenso clarão
E a chuva da cor de prata
Molhando a face do chão
Admiro a natureza
E me impressiono seu moço
Quando vejo o caboré
Sem rolimã no pescoço
Dar volta com a cabeça
E não quebra a ponta do osso
Eu admiro o caroço
De milho fava e feijão
Quando o homem do campo planta
Ele deixo do chão
Germina flora e dar frutos
E pasto pra criação
O partido é repartido?
O partido toma partido?
Eu teria partido do partido?
Se é bom partido, imagina inteiro
Outra vez infame,
Outrora infame
Inteiro infame
A fama do infame é ter partido.
Repartido a partição da partida perdida
Na podridão que dá pra sentir
Pressentir
Permitir
Persuadir
Pé
Pelas mãos
Mãos à obra
Licitação
Me compraram
Tenho preço ou valor?
Talvez apreço por valores,
Deveras desvalorizados
Palavras difíceis?
Difícil de engolir
Golias
Gigante que caiu
Juazeiro a Pirapora
De vida e canção
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Escrever sobre o rio é uma arte e quero ser uma artista nesta arte!
O túnel do amor.
Então eu vi.
De encontrar o amor.
O encontro de emoções.
Opara, opara
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Ê canoa-a-a
Opara, opara
Ê canoa-a-a
Opara, opara
Ê canoa-a-a
A travessia diária...
Efêmera ..frequente...
Compartilhar de histórias,
Olhares das mais variadas gentes
De lugares,falares distintos,
Saberes diversos, infinitos...
Uns ,distantes;outros, presentes!
Ponto de encontros,desencontros....
E reencontros,com certeza
As barquinhas fluviais testemunham
Histórias das mais variadas destrezas
Que iniciam num simples atravessar
Outros tantos a recomeçar,
Infinitos sonhos...infinitas grandezas!
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A brisa no rosto ,encanta...
Inspira versos,traz a paz...
Nas águas do nosso Rio
Presença de Deus sempre mais
E ,a nós, cabe diariamente preservar,
Desse patrimônio temos de cuidar
Atos de cidadania nunca é demais!
Seu Firmino da bodega fiado vendia, Dona Maria rezava o terço sem
entender nenhuma Ave Maria, Os netos de Zequinha sempre pedindo
moeda, comprar besteira e jogar na locadora todo dia era essa festa.
As Lavadeiras do Angary
Edésio Santos eternizou
Filho adotivo de Juazeiro
Que aqui se perpetuou.