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O que é Simples Nacional?

Todos os contadores estão sujeitos a lidarem com o Simples Nacional em seu


cotidiano, mas muitos têm dúvidas das regras particulares que abrangem esse regime
permitido em todo o Brasil.

Afinal, do que se trata o Simples Nacional?

As empresas são enquadradas em regimes tributários de acordo com alguns fatores


como, por exemplo, o porte e o faturamento.

O Simples Nacional é um desses regimes. Previsto na Lei Complementar nº 123 de 14


de dezembro de 2006, possui modos de arrecadação e fiscalização próprios e sua
abrangência é restrita às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP).

Além disso, a legislação do Simples Nacional engloba vários anexos que abordam faixas
de tributação de acordo com o faturamento e atividades das empresas optantes.

O nome sugere que o regime é de fácil domínio e compreensão, mas o Simples


Nacional tem particularidades que exigem conhecimento aprofundado e específico,
por isso um treinamento eficaz pode sanar as dúvidas e transtornos que possam surgir
no dia a dia do contador.

Abaixo seguem as respostas para as principais dúvidas sobre o Simples que, mesmo
com suas especificidades, veio para desburocratizar a vida das empresas e dos
contadores.

Todas as empresas podem se enquadrar no Simples Nacional?

Não, pois o Simples é um regime com restrições de porte, atividade e faturamento.

Esse é um dos motivos que tornam o Simples Nacional exclusivo para microempresas e
empresas de pequeno porte.
Além disso, essas empresas precisam seguir a legislação que rege o enquadramento ao
regime.

Entretanto, as empresas que não estejam enquadradas no Simples por não terem feito
a opção em sua abertura podem solicitar a opção caso se encaixem em todas as
restrições da sua legislação.

Porém, é necessário ficar atento ao prazo: a solicitação só pode ser feita do primeiro
ao último dia útil de janeiro.
Quem não pode optar pelo Simples Nacional?

Desde que foi criado, o Simples Nacional sofreu alterações em sua legislação,
possibilitando o enquadramento de empresas que exercem atividades que antes não
eram permitidas pelo regime em questão.

Mesmo assim, ainda há atividades e outras particularidades que não permitem o


enquadramento no Simples. Algumas das empresas impedidas de realizarem a opção
são, por exemplo:

Aquelas que não tenham natureza jurídica de sociedade empresária, sociedade


simples, empresa individual de responsabilidade limitada ou empresário individual.

Empresas que não tenham inscrição ou que estejam irregulares com cadastro fiscal
federal, municipal ou estadual, quando exigível.

• Empresas que participam do capital de outra pessoa jurídica.


• Empresas cuja sociedade seja constituída por ações.
• Empresas cujo um dos sócios seja domiciliado no exterior.
• Aquelas que geram, transmitam, distribuam ou comercializam energia elétrica.
• Que importam ou fabricam automóveis e motocicletas.
• Que exerçam atividade de importação de combustíveis.
• Que atuam na atividade de lotear e incorporar imóveis.

Existem mais impeditivos que podem ser consultados pelo contador no Portal do
Simples Nacional ou na legislação da Previsto na Lei Complementar nº 123 de 2006.

É importante salientar que, mesmo exercendo atividades permitidas, ao exercer uma


atividade vetada, sendo ela secundária ou que gere o mínimo de receita, a empresa
está impedida de optar pelo Simples Nacional.

Quais empresas podem optar pelo Simples Nacional?

Para ser optante pelo Simples Nacional é necessário, em primeiro lugar, corresponder
ao porte e faturamento exigido. Dessa forma, o regime é restrito às microempresas
(ME) e empresas de pequeno porte (EPP).

No quesito faturamento, o limite da receita bruta para ser optante e permanecer no


Simples Nacional é de R$ 360 mil para ME e R$ 4,8 milhões para EPP em cada ano-
calendário.

O valor do limite é o mesmo se a empresa também fizer exportação de mercadoria e


serviços.

Entretanto, as ME e EPP devem seguir as demais exigências previstas na Lei


Complementar nº 123 de 2006, como exercer apenas as atividades permitidas e
regularizar débitos para não correr o risco de exclusão do Simples.
As microempresas e empresas de pequeno porte são obrigadas a optarem pelo
Simples Nacional?

Não, o enquadramento é opcional. Embora o Simples ser restrito apenas às


microempresas e empresas de pequeno porte, elas não são obrigadas a optarem por
esse regime.

No entanto, ao não optarem pelo Simples Nacional, não poderão usufruir dos
benefícios tributários oferecidos exclusivamente por ele.

Simples Nacional e seus benefícios

As empresas optantes pelo Simples usufruem de vantagens e benefícios de


contabilização, tributação e regularização. Aliás, os contadores também podem fazer
proveito deles.
Ao dominar as particularidades do regime, seu trabalho fica menos burocrático e
descomplicado.

Uma das vantagens fica por conta da arrecadação. O Simples Nacional não está isento
do recolhimento de tributos como o IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, COFINS, IPI, ICMS, ISS e a
CPP.

Entretanto, são menos tributos do que empresas enquadradas em outros regimes e


todos eles são unificados e recolhidos em um só imposto: o DAS, sigla para Documento
de Arrecadação do Simples Nacional.

A facilidade na regularização de dívidas é outra vantagem. Se a empresa optante


possuir débitos, existe a possibilidade de solicitar o parcelamento dessa dívida em um
processo menos burocrático do que das empresas enquadradas em outros regimes.

Outro benefício da empresa optante é ter preferência em processos de licitação em


caso de empate.

Como acessar os serviços do Simples Nacional?

O acesso é feito através de certificado digital padrão ICP-Brasil ou código de acesso.


Ambos permitirão a entrada no Portal do Simples Nacional para as empresas utilizarem
seus serviços.

Para emitir o Código de Acesso é necessário ter em mãos o número do CNPJ e do CPF
do responsável pela empresa e acessar o Portal do Simples Nacional.

O Simples Nacional desburocratiza vários processos e traz vantagens para as empresas


optantes, mas conhecer a fundo a legislação e particularidades que norteiam o regime
é indispensável para o contador e para qualquer profissional da área.

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