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U12 – A economia portuguesa no contexto da União Europeia
supranacionais, passam a substituir as políticas nacionais, que veem assim reduzido o seu campo de ação.
Esta forma de integração introduz ainda uma moeda única para o espaço económico. (a União Europeia é
o exemplo que mais se aproxima deste caso)
No final da 2ª Guerra Mundial, a Europa encontrava-se completamente destruída, pelo que era urgente e necessária a
sua recuperação. Os EUA ofereceram a sua ajuda financeira através do Plano Marshall, que consistiu na atribuição
de um conjunto de capitais, a taxas de juro muito baixas e em bens de equipamento necessários à reconstrução da
indústria e de todo a aparelho produtivo. Para coordenar e administrar a atribuição deste vasto conjunto de capitais
foi criada a OECE – Organização Europeia de Cooperação Económica, que para além de ter administrado a
ajuda americana, mostrou também que era possível a existência de uma Europa unida, pela via da paz e da
cooperação.
Em 1951, com a assinatura do Tratado de Paris, é criada a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço,
formada por 6 países: Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Itália, França e RFA (República Federal da Alemanha). A
ideia era colocar dois bens fundamentais à reconstrução da Europa sob uma gestão comum, tendo como objetivo
principal liberalizar as trocas destes dois produtos entre os países signatários do Tratado. Esta era uma instituição
supranacional, ou seja, independente política e financeiramente dos governos.
A CECA abriu caminho para a futuro constituição da CEE – Comunidade Económica Europeia e para a criação
da EURATOM – Comunidade Europeia da Energia Atómica, ambos instituídos com a assinatura do Tratado de
Roma em 1957.
Objetivos da EURATOM:
Estimular a cooperação no campo da energia atómica;
Assegurar a sua utilização para fins pacíficos;
Participar para a diminuição da dependência energética da Europa Ocidental.
Objetivos da CEE:
Criação de uma união aduaneira
Construção de um mercado comum
Adoção de políticas comuns
Instituição de um Banco Europeu de Investimentos
Nos anos 70 as economias dos países-membros começas a dar alguns sinais de abrandamento e de crise, devido a
fatores como:
Crise petrolífera que atingiu fortemente a Europa, dada a sua dependência energética;
Intensificação da concorrência mundial, em particular dos países do Sudoeste Asiático;
Pouca flexibilidade do mercado de trabalho dos países-membros;
Menor capacidade de resposta às alterações da conjuntura internacional.
O Ato Único
Com vista a relançar e aprofundar o processo de integração, e num cenário mundial de recuperação económica e
aumento da concorrência internacional, é criado o Ato Único Europeu (entrou em vigor em 1987 com a revisão do
Tratado de Roma).
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Objetivos:
Concretização da criação de um mercado único, abolição de todas as barreiras físicas, técnicas e fiscais
existentes entre os Estados-membros de forma a instituir o Mercado Único Europeu em 1993, prevendo-
se a livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais.
Reforço da coesão económica e social, de forma a reduzir as desigualdades entre regiões através da
aplicação de fundos estruturais (FEOGA, FEDER, FSE).
Reforço da cooperação em matéria monetária, através do Sistema Monetário Europeu, com vista à
União Monetária.
Harmonização das regras relativas às condições de trabalho, higiene e segurança;
Reforço da investigação e desenvolvimento (I&D), de forma a aumentar a competitividade da indústria
europeia.
Proteção do ambiente, através de ações de prevenção e de legislação comunitária.
Reforço das instituições comunitárias, através da criação do Conselho Europeu, do reforço dos poderes
do Parlamento Europeu e do alargamento das competências da Comissão Europeia.
Vantagens (previstas) da criação do Mercado Único:
A obtenção de economias de escala devido ao aumento da capacidade produtiva das empresas e
diminuição dos custos de produção (graças à introdução de novos processos de gestão e de produção
resultantes do I&D);
A redução dos preços devido não só ao aumento da concorrência, mas também aos efeitos decorrentes da
abolição das fronteiras (deixarias de haver custos alfandegários e monopólios nacionais);
O aumento do investimento devido à liberalização dos serviços financeiros (crescimento de empresas e
criação de emprego);
O aumento das importações extracomunitárias, principalmente dos países em desenvolvimento
(melhoria do comércio externo).
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A União Económica e Monetária (UEM): para além da abolição de todas as fronteiras, era necessário derrubar
outro obstáculo que agora se colocava à livre circulação, a existência de diferentes moedas dos países-membros.
Nesse sentido, foi estabelecido como meta a alcançar a prazo, o estabelecimento de uma união monetária e a
adoção de uma moeda única em todo o espaço da comunidade. Foi então adotado um plano para a concretização
da UEM, composto por 3 etapas:
1ª Etapa: iniciava-se em 1990 e caracterizava-se pela adoção pela coordenação de políticas económicas e
monetárias tendentes à livre circulação de capitas e a atribuição de fundos estruturais para corrigir os
desequilíbrios estruturais.
2ª Etapa: iniciava-se 4 anos depois (1994) e envolvia a criação do Instituto Monetário Europeu (IME),
que visava a coordenação das políticas económicas e monetárias, a garantia de estabilidade dos preços e a
preparação para o nascimento do Banco Central Europeu (BCE). Nesta fase foram também definidos os
países aptos a passar à 3ª etapa da UEM, os quais deveriam cumprir todos os critérios de convergência
nominal.
3ª Etapa: deveria ter início em 1998 e marca a entrada em funcionamento da UEM, é criada a moeda
única e o BCE que substituiria o Instituto Monetário Europeu, passando a ser responsável pela política
monetária. As moedas nacionais seriam então substituídas pelo euro, a circulação do euro como moeda
física veio então a acontecer em janeiro de 2002.
Critérios de convergência nominal: para poderem passar à 3ª etapa ou fase foram definidos um conjunto de
critérios que os países teriam de cumprir:
Estabilidade de preços: a taxa de inflação média não poderia ultrapassar 1.5% da taxa de inflação média
verificada nos 3 países com melhores resultados em termos de estabilidade de preços, ou seja, com menor
inflação.
Défices orçamentais: os défices de cada país não poderiam exceder 3% do PIB (deveriam ser inferiores a
3% do PIB).
Dívida Pública: não poderia ser superior a 60% do PIB.
Estabilidade de cotações: a moeda nacional de cada país não poderia ter tido grandes flutuações nos
últimos dois anos, mantendo-se dentro da margem de flutuação prevista pelo Sistema Monetário Europeu.
Taxas de juro: as taxas de juro a longo prazo não poderiam exceder em mais de 2% a média da taxa de
juro a longo prazo dos 3 países com as taxas mais baixas.
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A Zona Euro: é o espaço comum europeu onde circula a mesma moeda – o euro. É constituída atualmente por 17
países, que utilizam o Euro como moeda nacional e que estão sujeitos às políticas cambial e monetária determinadas
pelo BCE.
As alterações ocorridas nas últimas décadas têm provocado profundas alterações em todo o mundo: a globalização,
o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação e o desmoronamento do bloco de Leste após
a queda do Muro de Berlim.
Por um lado, com a abertura do bloco de Leste, a nova vaga de alargamentos tem causado diversos problemas e
exigido várias reestruturações. Para além do processo de alargamento, tem vindo a colocar-se também o
aprofundamento, não só como resposta inevitável ao alargamento, mas também ao próprio evoluir da UE a formas
cada vez mais exigentes, o que implica um funcionamento mais democrático e mias próximo do cidadão.
Coloca-se a questão da operacidade do funcionamento das instituições da União Europeia, estas dificuldades
derivaram principalmente do grande aumento do nº de Estados-membros. Com 27 países, cada vez menos se têm
vindo a tomar decisões com a exigência de unanimidade de votos, passando apenas a ser necessária uma maioria
qualificada.
Há também a questão da democracidade, que está relacionada com o princípio da igualdade dos Estados-membros,
o qual é posto em causa devido à diferente dimensão dos países membros e do nº de pessoas que os compõem,
havendo países mais populosos do que outros.
Tratado de Nice: é assinado em 2001 (entrando em vigor em 2003) e teve como objetivo preparar a
reforma das instituições para os alargamentos aos países do Leste e do Sul da Europa, ocorridos em 2004 e
2007. Teve como objetivo a preparação das estruturas e do funcionamento da UE, de forma a adaptar-se a
um nº mais alargado de membros, sem perder a eficiência e a democraticidade.
Tratado de Lisboa: assinado em 2007, e em vigor a partir de 2009, teve como objetivo modificar o
Tratado da EU e o Tratado de Roma, dotando a UE de personalidade jurídica que lhe confere o poder
necessário para assinar acordos a nível internacional. Neste Tratado, na tentativa de resolver os problemas
que se colocavam à EU, fui incluída uma dupla maioria, na tomada de decisões, exigindo a participação de
um nº mínimo de Estados e, simultaneamente, um nº mínimo de cidadãos.
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Agenda 2000: constituiu um programa de ação sobre as questões de operacidade das duas últimas vagas de
alargamentos (2004 e 2007), pois a adesão de mais 12 membros implicava um conjunto de reestruturações
quer no funcionamento das instituições e nas políticas comunitárias, quer em termos de ajudas financeiras.
Alargamentos:
Processo de adesão: para prosseguirem o seu processo de adesão até à fase de assinatura final do Tratado de
Adesão, os países tiveram que cumprir um conjunto de critérios, conhecidos como Critérios de Copenhaga. Estes
estabelecem então os princípios que os países candidatos têm de adotar para que possam constituir-se como
membros de pleno direito.
Vantagens do alargamento:
Aumento do nº de consumidores (de cerca de 370 milhões para cerca de 490 milhões).
Reforço do crescimento económico e criação de novos empregos, tanto nos novos países como na EU.
Melhoria da qualidade de vida da população devido aos esforços na defesa do ambiente, criminalidade,
tráfico de droga, etc.
Reforço do papel da EU e aumento da sua área de influência no plano internacional , como a
segurança externa e a defesa.
Reforço da paz, da estabilidade e da prosperidade na Europa, o que contribui para a segurança de todas
as populações.
Reforço das jovens democracias implantadas nos PECO (Países da Europa Central e Oriental), após a sua
descolagem do bloco de leste.
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Desafios do alargamento
Em primeiro lugar, o alargamento de uma união a 15 para 27 membros aumentou a superfície geográfica e a
população, no entanto, as disparidades regionais também aumentaram, uma vez que grande parte dos novos Estados-
membros integra as regiões mais pobres da Europa, com rendimentos inferiores à média europeia. Para responder a
este desafio é necessário proceder ao reajustamento das políticas da União e dos fundos estruturais.
Em segundo lugar, o alargamento exige que as instituições se adaptem a este aumento do nº de membros e que
criem mecanismos operacionais de funcionamento com base na democracia o que irá implicar a reforma das
instituições da União.
Reajustamento das políticas da União e dos fundos estruturais: os novos membros da UE são, na sua maioria,
países que estão a fazer ainda o processo de transição para a economia de mercado e a reestruturar as suas
economias, tendo por isso necessidades em todas as áreas económicas e sociais ainda muito significativas. É por
isso, necessário modernizar as indústrias, equipar os países com redes de transportes eficazes e eficientes, reforçar a
defesa do ambiente, modernizar a agricultura, apostar na formação dos recursos humanos, combater as
desigualdades socias entre as zonas rurais e urbanas e combater o desemprego e exclusão social.
É, portanto, preciso dotar as populações destes países das mesmas oportunidades e níveis de bem-estar que das
restantes populações da UE usufruem. Para que isto aconteça é importante reforçar os fundos estruturais de apoio
à agricultura com vista a apoiar a modernização e reestruturação que estes países estão a efetuar neste setor, o que
implica reajustamentos na PAC (Política Agrícola Comum). É também necessário reajustar todas as políticas
estruturais e de desenvolvimento regional:
Fundos estruturais: visam auxiliar os países mais carenciados ao nível do desenvolvimento
regional (FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) e dos problemas relacionados
com o emprego (FSE – Fundo Social Europeu);
Fundo de Coesão: criado especificamente para promover a coesão económica e social de todos os
países, fazendo com que os seus níveis de desenvolvimento se aproximem cada vez mais.
A reforma das instituições: o alargamento da União a um elevado nº de membros exige que se efetuem
reajustamentos ao nível do funcionamento das instituições, de forma a garantir um funcionamento democrático desta
e a representação de todos os membros de forma equitativa, fazendo ao mesmo tempo aproximar cada vez mais os
cidadãos das instituições comunitárias. Com os Tratados de Nice e de Lisboa estas instituições sofreram diversas
alterações como o alargamento do nº de deputados, a diminuição do nº de comissários da Comissão Europeia e
o aumento do nº de membros de cada Conselho da UE (1 representante por cada Estado-membro) ,
apresentando agora a seguinte forma:
Conselho europeu (cimeira): é composto pelos Chefes de Estado ou de Governo dos países membros da
União, juntamente com o Presidente da Comissão Europeia;
Parlamento Europeu: diretamente eleito, que representa todos os cidadãos da UE;
Conselho da União Europeia: anteriormente denominado Conselho de Ministros, é o principal órgão
legislativo e de tomada de decisão na UE. Representa os Estados-membros;
Comissão Europeia: representa e defende os interesses da União como um todo;
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Reforçar a investigação e desenvolvimento (I&D) nas áreas que podem permitir o aumento da
competitividade, o surgimento de novas oportunidades de negócio e o desenvolvimento de projetos de
maior valor acrescentado.
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