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OSTEÓCITOS
Os osteócitos são células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando
as lacunas das quais partem canalículos. Cada lacuna contém apenas um
osteócitos.
Dentro dos canalículos os prolongamentos dos osteócitos estabelecem
contatos através de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas
moléculas e íons de um osteócitos para o outro.
OSTEOBLASTOS
Dispõem-se sempre nas superfícies ósseas, lado a lado, num arranjo que
lembra um epitélio simples (Figs. 8.3 e 8.4). Quando em intensa atividade
sintética, são cubóides, com citoplasma muito basófilo. Porém, em estado
pouco ativo, tornam-se achatados e a basofilia citoplasmática diminui.
OSTEOCLASTOS
Os osteoclastos são células móveis, gigantes, extensamente ramificadas, com
partes dilatadas que contêm seis a 50 ou mais núcleos (Figs. 8.3 e 8.4). As
ramificações são muito irregulares, com forma e espessura variáveis.
Frequentemente, nas áreas de reabsorção de tecido ósseo encontram-se
porções dilatadas dos osteoclastos, colocadas em depressões da matriz
escavadas pela atividade dos osteoclastos e conhecidas como lacunas de
Howship.
MATRIZ ÓSSEA
PERIÓSTEO E ENDÓSTEO
Ossificação Intramembranosa.
A ossificação intramembranosa tem lugar no interior de membranas de tecido
conjuntivo. É o processo formador dos ossos frontal, parietal e de partes do
occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior. Contribui também
para o crescimento dos ossos curtos e para o crescimento em espessura dos
ossos longos.
O local da membrana conjuntiva, onde a ossificação começa, chama-se centro
de ossificação primária. O processo tem início pela diferenciação de células
mesenquimatosas que se transformam em grupos de osteoblastos. Estes
sintetizam o osteóide (matriz ainda não mineralizada) que logo se mineraliza,
englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos (Fig. 8.13).
Como vários desses grupos surgem quase simultaneamente no centro de
ossificação, há convergência das traves ósseas formadas, dando ao osso um
aspecto esponjoso. Entre as traves formam-se cavidades que são penetradas
por vasos sanguíneos e células mesenquimatosas indiferenciadas, que irão dar
origem à medula óssea.
Os vários centros de ossificação crescem radialmente, acabando por substituir
a membrana conjuntiva preexistente. A parte da membrana conjuntiva que não
sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo.
Ossificação Endocondral
A ossificação endocondral tem início sobre uma peça de cartilagem hialina, de
forma parecida à do osso que se vai formar, porém de tamanho menor. Este
tipo de ossificação é o principal responsável pela formação dos ossos curtos e
longos (Figs. 8.13 e 8.14).
A ossificação endocondral consiste essencialmente em dois processos.
Primeiro, a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos
condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua
mineralização e a morte dos condrócitos por apoptose.
Segundo, as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas
por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo
adjacente. Essas células diferenciam- se em osteoblastos, que depositarão
matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada.
Desse modo, aparece tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso sem
que ocorra a transformação deste tecido naquele; os tabiques de matriz
calcificada da cartilagem servem apenas de ponto de apoio à ossificação (Fig.
8.15). Á medida que se forma a matriz óssea, que inicialmente é na diáfise do
osso através do colar periostal e do centro de ossificação primário, ela vai
progredindo para a extremidade do osso. Posteriormente, centro de ossificação
secundários são formados nas epifises do osso, permitindo a substituição da
cartilagem hialina por tecido ósseo. Toda a cartilagem hialina é substituída por
tecido ósseo, exceto a superfície articular e a placa epifisária.
Portanto o osso vai se formar a partir de 1 centro de ossificação primário e 1
colar periostal (na diáfise) e de 1 centro de ossificação secundário nas epífises
e cresce a partir do disco epifisário. A placa epifisária é a estrutura responsável
pelo crescimento do indivíduo em extensão, com o passar dos meses ela vai
sendo substituída por tecido ósseo. Até o seu fechamento completo, quando
cessa o crescimento do indivíduo.
O disco epifisário/cartigem de conjugação é formado por cartilagem hialina, que
tem vária zonas:
1. Zona de repouso, onde existe cartilagem hialina sem qualquer alteração
morfológica.
2. Zona de cartilagem seriada ou de proliferação. Aqui os condrócitos dividem-
se rapidamente e formam fileiras ou colunas paralelas de células achatadas e
empilhadas no sentido longitudinal do osso.
3. Zona de cartilagem hipertrófica. Esta zona apita condrócitos muito
volumosos, com depósitos citoplasmáticos de glicogênio e lipídios. A matriz fica
reduzida a tabiques delgados, entre as células hipertróficas. Os condrócitos
entram em apoptose.
4. Zona de cartilagem calcificada. Nesta zona ocorre a mineralização dos
delgados tabiques de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos
condrócitos.
5. Zona de ossificação. Esta é a zona em que aparece tecido ósseo. Capilares
sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as
cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. As células osteoprogenitoras se
diferenciam em osteoblastos, que formam uma camada contínua sobre os
restos da matriz cartilaginosa calcificada. Sobre esses restos de matriz
cartilaginosa, os osteoblastos depositam a matriz óssea (Figs. 8.17 a 8.20).
Os discos epifisários estão ativos no crescimento e termina a sua atividade
entre os 18-20 anos. Se houver uma puberdade precoce, há um aumento dos
hormônios sexuais precocemente, os discos epifisários encerrem
precocemente e dão origem a nanismos, indivíduos de baixa estatura.
ARTICULAÇÕES
Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o esqueleto, por meio de
estruturas formadas por tecidos conjuntivos, as articulações. Estas podem ser
classificadas em diartroses, que permitem grandes movimentos dos ossos, e
sinartroses, nas quais não ocorrem movimentos ou ocorrem apenas
movimentos muito limitados.
Nas diartroses existe uma cápsula que liga as extremidades ósseas,
delimitando uma cavidade fechada, a cavidade articular. Esta cavidade contém
um líquido incolor, transparente e viscoso, o líquido sinovial. O líquido sinovial é
um dialisado do plasma sanguíneo contendo elevado teor de ácido hialurônico,
sintetizado pelas células da camada sinovial. O deslizamento das superfícies
articulares que são revestidas por cartilagem hialina (Fig. 8.22), sem
pericôndrio, é facilitado pelo efeito lubrificante do ácido hialurônico. O líquido
sinovial é uma via transportadora de substâncias entre a cartilagem articular
(avascular) e o sangue dos capilares da membrana sinovial. A resiliência da
cartilagem é um eficiente amortecedor das pressões mecânicas intermitentes
que são exercidas sobre a cartilagem articular.