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Pode-se dizer que as reformas urbanas deram início em 1808 com a chegada da
família real portuguesa, desalojando várias habitações para serem ocupadas por
membros da corte e outras transformações de cunho econômico e social que foram
sendo implantadas na cidade. Avançando no tempo, já na metade do século XIX,
passou-se a ser discutida uma política higienista para combater as epidemias recorrentes
que se deflagravam principalmente no centro da cidade, onde vivia a população mais
pobre, elaborando, além disso as primeiras estratégias de reforma com vistas a saúde
pública. Tais reformas se tornaram mais significativas com o mandato de Pereira Passos
como prefeito da capital.
Essa revolta teve por característica o protesto das camadas mais populares em
tomar a vacina, levando a conflitos armados e outras expressões de violência, tendo
interferência inclusive da marinha. Para o autor, a motivação dessa revolta não foi
somente por causa da obrigatoriedade da vacina, mas sim diante as políticas autoritárias
que os obrigaram a deixar suas casas, por questões religiosas, no caso da população
negra, sendo a vacina o estopim de todas essas insatisfações por parte da população.
O texto de Lanna Júnior tem por objetivo discutir o tenentismo no seu sentido de
movimento, por ser mais delimitado temporalmente. Esse movimento teria, portanto,
duas características: como conspiração e como governo. Como conspiração seria um
movimento armamentista com a finalidade de acabar com as oligarquias, embora não
tivesse o objetivo de instituir um governo militar, pois tinha caráter elitista, ou seja,
atendia aos desejos de uma classe média alta. Durante o perído de 1922 a 1934,
ocorreram mais efetivamente nas regiões Sul e Sudeste, mas que também aconteceram
nas demais regiões brasileiras, grande número de marchas, levantes e colunas, sendo
destaque a Marcha dos Dezoito do Forte, o levante de São Paulo e a Coluna Prestes,
sendo os demais, pouco expressivos ou temporários que acabaram por ser impedidas
rapidamente.
Para se entender o que foi afinal o tenentismo, faz-se necessário conferir o ponto
de vista de alguns autores. Virgílio Santa Rosa entende o tenentismo a partir dos oficiais
que o compunham, considerando-os como os legítimos representantes da classe média,
por fazerem parte dela e por lhe proporcionar, pela primeira vez, voz política. Para
Carvalho, o tenentismo teria institucionalizado o exército na Primeira República, além
de considera-lo como continuação de um tenentismo embrionário surgido bem no
começo da república. Por fim, a interpretação mais aceita atualmente seria a de José
Maria Bello que compreendia o tenentismo, não como um movimento militar, mas sim,
cívico-militar, pois a população teria o costume de expressar suas insatisfações políticas
e, daí, serem ouvidos pelos militares, mesmo que estes estejam lutando por interesses
próprios.