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Abril 15, 2021

Margarita Simonian sobre a chamada de Biden ao “assassino”


The Saker / Traduzido por @QuantumBird, abril 15, 2021 / Fórum Defesa Crítica, abril
21, 2021

Em 2005, aos 25 anos, Margarita foi nomeada Editora-chefe da RT, o primeiro canal de
notícias em língua inglesa em russo, 24 horas por dia. Mais tarde, após o lançamento do
RT em árabe (Rusiya Al-Yaum) e do RT em espanhol, ela se tornou Editora-Chefe de
toda a rede de noticiários televisivos multilíngues. Margarita Simonyan é também a
primeira vice-presidente da Associação Nacional de Emissoras de Rádio e Televisão da
Rússia (NAT). Foto: Sputnik.

Nota: em minha análise ontem, citei Margarita Simonian, chefe do Russia Today. Hoje
pedi ao meu diretor de pesquisa, Scott, para traduzir mais uma série de comentários
instigantes feitos por Simonian ontem. Agora que vemos que Biden impôs ainda mais
sanções à Rússia (logo após seu telefonema), suas palavras ganham um significado
ainda mais profundo.

The Saker

...

Simonyan: A respeito do telefonema de Biden e sua cúpula com Putin. A ligação


aconteceu, e daí? Essa negociação vai acontecer, ou não vai acontecer, e não vai mudar
nada na atitude deles em relação a nós. Nossa relação com eles é nossa reação às suas
ações. Não queremos para eles as mesmas coisas que eles querem para nós. Não
temos o objetivo de destruir os EUA e dividir os Estados Unidos em 50 pequenos países
independentes. Não buscamos desarmar os Estados Unidos e retirar suas armas
nucleares e tirar todo o seu potencial em todos os sentidos. Um outro mundo, tudo o
que eles estão tentando fazer conosco. Não temos planos contra eles semelhantes aos
que, na verdade, eles têm contra nós.
Entrevistador: Não queremos nem democratizá-los e exigir deles o fim dos abusos aos
direitos humanos. Eles elegeram um novo presidente, mas um policial acabou de matar
um afro-americano novamente. Eles têm problemas raciais não resolvidos. Biden
criticou Trump por exatamente o mesmo que Trump critica agora Biden.

Simonyan: A atitude dos Estados Unidos em relação a nós não mudará. Os Estados
Unidos, por sua natureza, não toleram ninguém que, mesmo em teoria, possa ameaçar
sua existência. Estamos, em tese, ameaçando sua existência e eles não podem
concordar com isso. E eles continuarão a fazer de tudo para garantir que nós, como tais,
desapareçamos.
Nessas condições, um encontro entre Putin e Biden será apenas um evento protocolar.
O encontro será apenas para fotos. Não pode haver qualquer discussão séria ou decisão
tomada durante tal reunião. Mesmo se algo for decidido durante esta reunião, será
substituído e anulado no dia seguinte. Não acredito que possa haver qualquer
substância e bom senso neste encontro.

Manter a palavra não faz parte da mentalidade americana. É algo que


fazemos. E nosso presidente segue essa regra. Ele faz certas coisas, não
porque é lucrativo, mas porque ele tinha um acordo. Eles não têm a mesma
atitude em relação aos seus acordos. Gorbachev tinha um acordo sobre o
Ocidente não estender a OTAN para o leste, em direção às fronteiras da
Rússia. O que aconteceu com este acordo? Ou, por exemplo, considere o
passatempo nacional americano de trazer tropas do Afeganistão para casa...
(20 anos trazendo as tropas para casa - nota do tradutor).

Uma atitude americana superficial para as palavras explica a conversa de Biden sobre
um “assassino”. Eles simplesmente não atribuem o mesmo significado às palavras (os
danos do pos-modernismo que infecta o ocidente - nota do tradutor) . Não sei
exatamente o que aconteceu lá, mas imagino que um jornalista em busca de fama, um
aspirante a Lary King, RIP, fez uma pergunta provocativa e Biden respondeu como pôde.
Era impossível cortar, porque todo mundo vaza lá. Eles vazam até negociações secretas
do governo. Todos saberiam em dez minutos que o pessoal de Biden exigiu cortar uma
parte de uma entrevista sobre o presidente Putin. Biden seria forçado a se explicar
pelos próximos três meses. Eu pensaria que era uma brincadeira, não tão séria quanto
parece do nosso ponto de vista. Levamos essas coisas a sério. Dizemos que, como você
chama nosso líder de “assassino”, não nos comunicaremos com você e estaremos em
estado de guerra. Ouça seus debates eleitorais e como eles abusam verbalmente uns
dos outros. Ficaríamos apavorados, mas para eles é absolutamente normal.

Quanto à Ucrânia, acho que os Estados Unidos, do mesmo modo como instigaram a
Geórgia a atacar em 2008, estão tentando forçar a Ucrânia a fazer algo igualmente
estúpido. O mais importante são as palavras de Patrushev sobre uma provocação que
poderia ocorrer com a participação de militares ucranianos que daria à Ucrânia a
oportunidade de iniciar uma guerra contra, e estou citando aqui, contra a Crimeia. Em
termos simples, para começar uma guerra contra a Rússia. A América, como um
Papai Noel de esteróides, nos regala com esses “presentes” já por muitos
anos, agora. Não reconheceríamos uma independência da Ossétia e da
Abkházia por vinte anos. Mas conseguimos graças a um presente americano.
Nunca pensaríamos em começar a criar uma internet soberana, se não fosse
pelos dons americanos de nos bloquear online e nos mostrar a necessidade
disso. Não seríamos capazes de desenvolver nossa agricultura e produção de
alimentos se não fosse por suas sanções e contra-sanções. E, não haveria
reunificação com a Crimeia, se tivéssemos relações normais com a Ucrânia.
Este novo presente na forma de um ataque da Ucrânia à Crimeia é inevitável.
É um fato médico.

Fonte: https://thesaker.is/margarita-simonian-on-bidens-call-to-the-killer/

https://telegra.ph/Margarita-Simonian-sobre-a-chamada-de-Biden-ao-assassino-04-15

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