ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS 1. ADERÊNCIA ENTRE CONCRETO E ARMADURA
O fenômeno da aderência envolve dois aspectos: o
mecanismo de transferência de força da barra de aço para o concreto adjacente e a capacidade do concreto resistir às tensões oriundas dessa força. A transferência de força é possibilitada por ações químicas (adesão), pelo atrito e por ações mecânicas, e ocorre em diferentes estágios do carregamento e em função da textura da superfície da barra de aço e da qualidade do concreto.
1.1 Aderência por Adesão
1.2 Aderência por Atrito 1.3 Aderência Mecânica ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS Esquema de Solicitações e forças ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS 1.1 Aderência por Adesão. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS 1.2 Aderência por Atrito. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS 1.3 Aderência Mecânica. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS 1.4 Mecanismos da Aderência ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS O estágio I corresponde à aderência por adesão, cuja ruptura ocorre com um deslocamento relativo muito pequeno, o que implica que a adesão colabora apenas com uma pequena parcela para a resistência de aderência
No estágio II, a força de transferência é distribuída da barra ao
concreto adjacente pela ação das saliências das barras, que causam a formação de fissuras em forma de cone, que iniciam se na parte superior das saliências.
O estágio III inicia com o surgimento da primeira fissura radial,
e é também mantido pela ação das saliências sobre o concreto. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS No estágio IV podem ocorrer dois modos de ruptura. Se não existirem tensões de confinamento da barra ou se elas forem de baixa intensidade, as fissuras radiais propagam- se por toda a extensão do cobrimento de concreto, e a ruptura ocorre pela ação de fendilhamento do Concreto. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS Quando as tensões de confinamento são grandes o suficiente para prevenir o fendilhamento do cobrimento de concreto, a ruptura da aderência ocorre pelo arrancamento da barra do concreto, modificando o mecanismo de transferência de força de apoio das saliências no concreto para forças de atrito, em função da resistência ao cisalhamento dos consolos de concreto existentes (Figura 6b). ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS 2. ADERÊNCIA E FENDILHAMENTO ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS a) Tipo da armadura e conformação superficial
Os dois parâmetros são inter-relacionados, já que o
tipo ou a classificação da armadura depende da conformação superficial da barra. Os diversos tipos de armadura apresentam comportamentos diferentes em relação à aderência: os fios e as cordoalhas, que têm a superfície lisa, são mais susceptíveis à ruptura por arrancamento; já as barras, que são nervuradas, são mais propensas à ruptura por fendilhamento. Isso ocorre devido às tensões radiais de tração originadas nas nervuras (Figura 5.5), onde, normalmente, se iniciam as microfissuras internas que se estenderão até a face externa do concreto. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS b) Diâmetro da barra e tensão na armadura
O diâmetro da barra e a tensão na armadura são
fatores diretamente proporcionais um ao outro. Quanto menor o diâmetro da barra, mais ela será suscetível à ruptura por arrancamento, enquanto que as barras de grande diâmetro (f=25mm) são mais propensas à ruptura por fendilhamento, pois quanto maior o diâmetro, maior será a área da barra e, conseqüentemente, maior será a tensão instalada nela, levando a elevadas tensões radiais de tração. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS c) Armadura de confinamento
As armaduras de confinamento, que podem ser
estribos ou espirais, ajudam na resistência às solicitações radiais de tração, impedindo o fendilhamento. A presença dessas armaduras pode, inclusive, fazer com que barras nervuradas de grande diâmetro apresentem ruptura por arrancamento. As normas e códigos apresentam o cálculo dessas armaduras. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS d) Espaçamento entre as barras e cobrimento Esses dois fatores estão intimamente ligados. Quanto menores forem o cobrimento e a distância entre as barras, mais a peça estará suscetível ao fendilhamento. Na literatura encontram-se alguns padrões de fissuração de fendilhamento que levam em conta o cobrimento e a distância entre as barras. A Figura 5.14 apresenta alguns desses padrões.
Para peças com grandes cobrimentos, a ruptura por fendilhamento é menos
comum, devido ao efeito de confinamento exercido pelo grande volume de concreto. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS e) Qualidade do concreto A qualidade do concreto pode ser entendida sob dois aspectos: a resistência do concreto à compressão, e a qualidade da matriz de cimento. Quanto maior a resistência do concreto, melhor a aderência, já que as resistências do concreto à tração e à compressão são fatores intimamente ligados. Em relação à qualidade da matriz cimentícia, acredita-se que quanto mais compacta e com menos vazios for a matriz, melhor será a aderência, porém este conceito ainda se encontra em discussão. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS f) Condição superficial da barra
Um aspecto muito importante é a condição superficial das
barras (limpa, lubrificada, enferrujada), principalmente para as barras lisas, os fios, e as cordoalhas que têm giro livre. Nestes casos, uma superfície mais rugosa, como a provocada pela ferrugem, pode melhorar aaderência mecânica das armaduras. Porém, este é um tema muito delicado, pois uma oxidação maior pode levar à redução excessiva do diâmetro da armadura, diminuindo a sua capacidade resistente. Todas as pesquisas que ensaiaram barras limpas e enferrujadas confirmam a melhora na aderência dessas últimas. Porém, confirmam também que este é um parâmetro muito difícil de ser quantificado, e que não é recomendável o uso intencional de barras oxidadas, apesar da melhoria que isto implica. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS g) Outros parâmetros
Além dos já citados, outros fatores também
influenciam na aderência; são eles: o tipo de carregamento, os efeitos da retração e da fluência, a posição da armadura na peça, a posição e a direção da armadura em relação à direção do lançamento do concreto, e o tipo de cura da peça. ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS CÁLCULO DO COMPRIMENTO DE ANCORAGEM PELA NBR 6118 • Possuem inclinação maior que 45º sobre a horizontal (Figura 5.16); CÁLCULO DO COMPRIMENTO DE ANCORAGEM PELA NBR 6118 Se encontram na horizontal ou com inclinação menor que 45ºque: 1. Para elementos estruturais com h < 60cm, localizados no máximo 30cm acima da face inferior do elemento ou junta de concretagem mais próxima (Figura 5.17); CÁLCULO DO COMPRIMENTO DE ANCORAGEM PELA NBR 6118 2. Para elementos estruturais com h = 60cm, localizados no mínimo 30cm abaixo da face superior do elemento ou junta de concretagem mais próxima (Figura 5.18); CÁLCULO DO COMPRIMENTO DE ANCORAGEM PELA NBR 6118 CÁLCULO DO COMPRIMENTO DE ANCORAGEM PELA NBR 6118 CÁLCULO DO COMPRIMENTO DE ANCORAGEM PELA NBR 6118 Logo, segundo a NBR 6118 (2004), o valor do comprimento de ancoragem básico (lb) é dado por: CÁLCULO DO COMPRIMENTO DE ANCORAGEM PELA NBR 6118